sábado, 28 de maio de 2016

APELO DE UM BRASILEIRO


                                                                                   

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                                                      APELO DE UM BRASILEIRO
                                                         Iderval Reginaldo Tenório
 

                           Apelo de um brasileiro preocupado com o baixo índice de leitura da literatura brasileira ora substituída pelos dejetos literários de outras nações, ora sem nenhuma leitura.

                           As livrarias, as bancas e os mercados estão abarrotados de obras estrangeiras deseducadoras.

                           É verdade que a literatura estrangeira é muito rica, do teatro à poesia é inegável o seu  valor, porém a fatia que chega aos tupiniquins, aos subservientes periféricos  é uma vergonha,  faz-se necessário uma sacudidela.

                           Não deixem a cultura Brasileira morrer, reproduzam as histórias das vovós para os seus filhos e amigos, falem da bravura do homem brasileiro,  para que os jovens se orgulhem dos seus heróis, dos seus caipiras e de suas ocupações, para que esses mesmos jovens não se envergonhem do seu povo, principalmente dos antepassados.

                           Enalteçam as batalhas, as lutas e esclareçam quem são os verdadeiros  heróis da nação, não deixem a televisão atropelar, matar e sepultar a cultura do seu povo e que não sejam massificados pela cultura contaminada do além mar,  que enchem os lares por intermédio da Internet, livros, cds, DVDs e a industria cinematográfica.

                           Tenho notado que os jovens vêem se inteirando de uma literatura vazia,  insípida e que mostra o que de pior existe do besteirol do mundo civilizado, esta literatura invade os lares, as escolas, os cinemas, as livrarias e a mídia simplesmente pelo mercantilismo, publica, vende e espalha por todos os recantos.

                        O apelo que faço é que as escolas, os pais,  os homens de uma maneira em geral passem aos brasileiros a  necessidade de conhecer a sua literatura, através dela o ser humano passa a conhecer e conviver com cada região do seu país e entender a diferença brutal entre os seres que habitam a mesma nação. 

                           Existem autores que descrevem a nação do nascedouro aos dias atuais, uns os pampas do sul brasileiro, outros pormenorizam o centro oeste e um grande grupo o Norte e  Nordeste, falam das secas, das florestas, dos cerrados, da caatinga, dos animais , do cangaço, do clima e dos costumes, mostram  as  suas diferenças e demonstram a diversidade de cada comunidade.

                     Lendo os autores brasileiros, o leitor  faz um passeio vivo de mãos dadas  com a história, será contaminado pelos costumes e passará a entender a formação deste povo batalhador, só com esta atitude os brasileiros poderão resgatar a auto-estima, só desta maneira tornar-se-ão verdadeiramente brasileiros, sem sentir vergonha ou menosprezo por qualquer que seja a nação,  que procura de uma maneira ou de outra substituir da mente a cultura  raiz.

                     Os brasileiros deveriam fazer uma campanha de valorização dos seus ícones, sua cultura, sua música, sua literatura, sua culinárias, as suas artes,  seu povo, seus artistas, seus poetas, seus escritores, seus caipiras e seus trabalhadores.

                    Leiam José de Alencar, Jorge Amado, Adonias Filho, Machado de Assis, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Guimarães Rosas, Patativa do Assaré, Zé da Luz, Drumond de Andrade, Josué Montello , Castro Alves, Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna, Lima Barreto, Darcy Ribeiro, Fernando Henrique Cardoso , Walfrido Moraes, João Cabral de Mello, Frederico Pernambucano de Melo, Lira Neto, Gilberto Freire, João Ubaldo e outros de igual valor, escutem Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Caetano Veloso, João do Vale, João Silva, Elomar, João Gilberto, Chico Buarque, Dona Ivone Lara, Fagner, Ednardo e Belchior, Chiquinha Gonzaga, Helena Meireles, Clementina de Jesus, Odair José, Luiz Vieira , Bule Bule e Raymundo Sodré,   Vilas-Lobo e outros ícones.

                   Procurem  saber sobre- Tiradentes, Felipe Camarão, Padre Cícero, Lampião, Joana Angélica,  Florestan Fernandes, Antônio Conselheiro, Padre Ibiapina, Frei Damião e  Dom Helder Câmara. 

                     Procurem lê sobre as diversas guerras sociais e antropológicas como- A Guerra do Contestado, O Cangaço no Nordeste, Guerra dos Farrapos, Revolta dos Alfaiates, Guerra dos Mascates e dezenas delas que aconteceram neste país.

                    Procurem saber a verdade sobre a escravidão do índio, do negro e do branco no brasil.

 

 

                       Após passarem por estas cabeças, acreditem, nada poderá desvirtuar o sentimento de brasilidade, pois, quando as raízes são fincadas e penetram no solo pátrio, todas as outras culturas independentes de suas origens  virão e virão  para somar , e jamais para substituir a cultura mãe.

 

                      A cultura de sua nação  é quem forjará a sua  consciência e quem lhe dará o crivo da razão,  contemplando a sua mente,  para sorver  o que existe de melhor da cultura do além mar e   não os dejetos que contaminam as pueris e desprotegias mentes, sem olvidar que é o país possuidor de uma pluralidade cultural de causar inveja a quase  todas as outras nações do mundo, fruto de sua formação plurirracial.

                        .

                         Leiam as publicações diárias e semanais da imprensa brasileira, acessem os grandes debates, participem do cotidiano da nação, sejam fiscais dos dirigentes, procurem eleger homens comprometidos com ideais democráticos e  comunitários, que pensem no coletivo, façam cobranças aos seus representantes, lutem por justiça nas aplicações das verbas públicas, principalmente na educação e na cultura.

                     Vejam que tem muito para se aprender e que com certeza melhorarão os seus pensamentos e este jeito passivo de aceitar as coisas que permeiam o empobrecimento cultural da nação.

                       Tenham orgulho do torrão brasileiro, gritem bem alto os nomes dos nossos antepassados, neles se encontram as armas da  sabedoria popular, as raízes para a soberania e o sonho de toda a nação, a independência de um povo. 


Viva a plural e rica cultura brasileira.

Tenham orgulho dos seus pais.

 

Iderval Reginaldo Tenório  

autor. 1998

ESCUTEM DO  JOÃO DO VALE E LUIZ VIEIRA ,  NAS ASAS DO VENTO .
 

Caetano Veloso - Na asa do vento - YouTube


https://www.youtube.com/watch?v=vT1grr5ecZk
3 de mar de 2011 - Vídeo enviado por Captain4DarkMornings
Upload mp3s @ http://www.mp32tube.com da Jóia, 1975.

João do Vale - Na Asa do Vento - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=ZkhgZ8MYRh8
6 de dez de 2010 - Vídeo enviado por Alfredo Pessoa
João Batista do Vale nasceu em Pedreiras MA em 11 de Outubro de 1934. Desde pequeno gostava ...
 

 

Luiz Vieira - Na Asa Do Vento [1978] - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=VvG2JetK2B4
26 de abr de 2013 - Vídeo enviado por EltonRockNacional
Luiz Vieira - Na Asa Do Vento - 1978. ... Florentino "Na asa do vento (João do Vale / Luiz Vieira ...

 

Na Asa do Vento - Caetano Veloso - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=IxpI7Us7XbQ
28 de dez de 2011 - Vídeo enviado por TONTATAMBEM
Na Asa do Vento - Caetano Veloso .... Florentino "Na asa do vento (João do Vale / Luiz Vieira ...

 

HISTÓRIA DE UM VERDADEIRO PAI




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HISTÓRIA DE UM VERDADEIRO PAI

 

No inicio de minha vida profissional fui plantonista de um sério pronto atendimento.

 

Nestes plantões eram lotados dois médicos , os atendimentos eram para pacientes emergenciais, os casos mais graves  eram transferidos e recebidos com todo prazer pelos plantonistas da unidade Hospitalar que davam suporte a este pronto atendimento.

 

Era discutido naquela época, como nos dias atuais, o que é um atendimento de urgência, o que deve o médico atender, até que ponto é ético o médico dizer que este caso não é emergência e não deve ser atendido nesta casa e sim por outra unidade, unidade esta que neste complexo existia e muitas vezes com especialistas.

 

Era domingo,  , chovia torrencialmente e a cidade estava deserta, não me recordo o motivo, a pediatria se encontrava desativada , recomendado cautela. Os pacientes eram atendidos alternadamente , até a meia noite era intenso o movimento, depois caia consideravelmente, era 03h30min da manhã, chegou um senhor de uns 40 anos de idade, trazia embalado nos braços envolto num grosso lençol uma crianças de 4 a 5 anos , foi até a recepção , disse que o filho estava com febre e dor na garganta .

 

A recepcionista explicou que não se tratava de uma emergência e que deveria procurar o outro serviço logo que o dia clareasse .

 

Humildemente o senhor sentou numa cadeira defronte a televisão, pensou, refletiu , voltou para a recepcionista, tentou explicar e sem sucesso. Solicitou que lhe mostrasse quem eram os médicos, queria falar e solicitar pelo o amor de Deus que atendessem o seu filho, o médico da vez respondeu que aquele caso não configurava uma emergência e poderia muito bem esperar até o amanhecer.

 

Pensou: amigdalite às 3:30h da manhã, era brincadeira, porque não levou o garoto durante o dia no ambulatório apropriado, resmungou para si, amigdalite às 3 e 30, é demais .

 

Ao ver a cena e sentir naquele pai um semblante de diminuição, de inferioridade e de desvalorização como cidadão, chamei o colega, solicitei que atendesse , foi irredutível.

 

Não pensei duas vezes, mandei fazer a ficha , solicitei que colocasse o pai e o filho no consultório, chamei o colega e frente a frente, iniciei a consulta, não uma consulta médico-clínico, mas uma consulta médico-social. 

 

O pai revelou que morava na periferia, que saíra de casa às 06horas da manhã, trabalhava numa empresa encostada noutra, nem mais era terceirizada, o transporte era uma casinha adaptada sobre a carroceria de um caminhão,não tinha alimentação, nem garantia de emprego e era o último a chegar em casa no subúrbio ferroviário, depois de uma peregrinação por toda a cidade, devido o despejo dos seus pares que moravam em pontos diversos.

 

Naquele dia havia deixado a fábrica às 22 horas, rodara por mais de 150 quilômetros , ao chegar em casa, sem almoço e sem jantar, sem banho e possuído pelo cansaço, foi avisado pela esposa que o menino estava com febre e esperava o pai para levá-lo ao médico , matou a sede, encostou a mochila e a marmita, embalou a criança e debaixo de chuva,andou a pé três mil metros,pegou o trem suburbano que se conectava com o ultimo ônibus e depois de rodar 30 quilômetros atingiu o fim de linha,um turístico logradouro, desceu a pé um íngreme , enladeirado , longo e deserto percurso da grande praça ao longínquo serviço de urgência.

Na solidão do caminho,na escuridão da noite, sob o frio da úmida e torrencial chuva,arriscando as suas vidas, mergulhou na realidade .  Na cabeça um turbilhão de pensamentos, todos de baixa estima: pobre, não bonito, suburbano, pertencente a uma categoria sem valor, afro descente, cansado, naquele dia sem se alimentar, foi tomado pelo desânimo, porém, tinha um filho, possuía um rei,possuía uma das razões que justificava viver,que justificava todo e qualquer sacrifício, aliás, levar o seu filho a um médico, não era sacrifício,era um prazer e pensava no seu trabalho, na sua família, no seu pai, via e sentia naquela hora,naquele momento como era difícil a vida,como era dura,como era insignificante diante do mundo, ainda bem que existia o médico,este sim me compreendia,este sim era homem de coração bom,este sim atendia a toda hora,atendia em todos os momentos, nos momentos de necessidades e sempre alegre,sempre rindo,ainda bem que existia o médico, deste mundo só o médico,somente o médico era verdadeiramente humano,quem era ele para ser atendido,para receber a atenção daquela espécie de homem,homem estudado e importante,inclusive por ele ser um simples operário era condição suficiente para não ser atendido, ainda assim , o médico atendia.  Atendia porque era humano, porque era bom, porque era gente , apesar de médico era gente e foi assim que veio pensando em todo o seu longo e difícil trajeto,imaginava encontrar um amigo,um amigo que lhe escutasse, que lhe desse atenção, que lhe desse socorro, ainda bem que existe o médico.

 

Disse também que saiu preocupado como voltaria,com que carro, com qual dinheiro e para ir ao trabalho no outro dia, sem dormir, sem comer , sem condições de faltar e se fosse demitido? porém, nada disso era mais importante do que aquele filho, nada tinha mais importância do que a saúde do seu filho. 

O colega frente a frente , escutava silenciosamente  o lamento do pai . Aquele depoimento era mais um desabafo, um desabafo social, um desabafo para com ele mesmo,um desabafo quem sabe, talvez para com DEUS, e o colega escutava calado, silencioso,olhar perdido,o colega estava noutro mundo bem distante, não sei aonde, num lugar longínquo; cabisbaixo.

 

 Repentinamente, com os olhos marejados , voz trêmula, rompeu o silencio , abraçou o guerreiro pai e balbuciou: PAI, AH SE TODOS OS PAIS FOSSEM ASSIM! COMO SERIA DIFERENTE.

 

Pegou as rédeas do atendimento, arranjou energia não sei aonde, atendeu, conversou, riu, ofereceu o seu lanche noturno e o café da manhã para aquele pai exemplar , alimentou a criança , pediu-me que passasse o plantão pela manhã e com a criança medicada,a bolsa cheia de amostras e muita disposição foi conhecer na periferia onde morava um homem, onde morava um cidadão , onde morava um verdadeiro pai e saíram os três na mesma condução .

 

Ainda hoje, nos encontros da vida escuto do nobre e gentil colega:__meu amigo, muito obrigado, a medicina não é só conhecimentos técnicos é muito mais. A medicina é o social, é o humanismo, é a ética, é o altruísmo, a medicina é a essência da cidadania , a medicina é uma das representantes fiel de Deus.

 

Ser médico enfim, é ser um misto de tudo quanto é de bom, ser médico é ser provedor, acolhedor e compreender os encontros e os desencontros do homem , ser médico é apenas ser Médico. APENAS. 

Iderval Reginaldo Tenório

Caetano Veloso - Na asa do vento - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=vT1grr5ecZk
3 de mar de 2011 - Vídeo enviado por Captain4DarkMornings
Upload mp3s @ http://www.mp32tube.com da Jóia, 1975.

João do Vale - Na Asa do Vento - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=ZkhgZ8MYRh8
6 de dez de 2010 - Vídeo enviado por Alfredo Pessoa
João Batista do Vale nasceu em Pedreiras MA em 11 de Outubro de 1934. Desde pequeno gostava ..

SOLIDÉU- DR MOZART CARDOSO DE ALENCAR

                                        
Grande médico e um poeta vibrante e por vezes escrachado no bom sentido ! Foi um dos médicos do Padre Cícero.
Colou grau na UFBA- BAHIA.
Clinicou em Juazaeiro do Norte-Ceará
Inclusive foi Prefeito do Municipio
SOLIDÉU -
 DR. MOZART CARDOSO DE ALENCAR.
Cidade de Barbalha- Sul do Ceará , nasc.1903

Postagem dedicada ao Dr. Dante Alencar, filho do medico e poeta, e ao Prof. Zenilton.BLOG DO ANTONIO MORAES

Ruy Maranhão do Rego Barros, medalhão da Escola de Medicina do Recife, educado ali, em Colégio de Padres Jesuítas, muito religioso, foi contemporaneo do poeta e hospede da mesma pensão familiar, em Salvador, ao lado dos colegas Francisco Chaves Brasileiro, José Pimentel, Arlindo Teles, Machado Pontes e Osório Abath, nos três primeiros anos do curso de medicina.

Transcorria o aniversário do Francisco Chaves Brasileiro, o mais velho da turma, que estava sendo homenageado pelos companheiros.

Era um almoço lauto e festivo. Quando os cérebros se achavam impregnados pelo vinho, o Ruy extemporaneamente, começou a dissertar sobre cerimonias do solideu, aquele barrete chato e roxo que o bispo usa sobre a tonsura. E dizia: o Bispo ao levantar-se pela manha, após persignar-se coloca o solideu sobre a tonsura. Daí em diante, durante todo o dia, ao sentar-se a mesa para as refeições e após servir-se delas, ao persignar-se novamente , ele tira o solideu. Tirar o solideu aí, significa suspender e soltar sobre a tonsura o tal barrete escariante.

Na igreja, ao paramentar-se para celebrar, o bispo tira o solideu. Estando sem a mitra, quando as cantoras bradam: gloria in excelsis Deu, o bispo tira o solideu; quando vai dormir, o bispo tira o solideu.

Mais de meia hora o Rui falou minuciosamente sobre esse ritual do solideu. Calou-se. Fez-se profundo silencio. Ninguém deu uma palavra. O poeta, súbito, levanta-se, limpa a boca com um lenço, empertiga-se, como se fosse saudar o aniversariante, olha para todos, volta-se para o Ruy e lhe pergunta:

Ruy, você que está ao par
Dessas coisas lá do céu,
Quando o bispo vai cagar
Também tira o solideu?

Também... só faltou isso. E o Ruy danou-se! Foi uma polvorosa. BLOG DO ANTONIO MORAES

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Grande médico e um poeta vibrante e por vezes escrachado no bom sentido ! Foi um dos médicos do Padre Cícero.
Colou grau na UFBA- BAHIA.
Clinicou em Juazaeiro do Norte-Ceará
Inclusive foi Prefeito do Municipio
SOLIDÉU -
 DR. MOZART CARDOSO DE ALENCAR.
Cidade de Barbalha- Sul do Ceará , nasc.1903

Postagem dedicada ao Dr. Dante Alencar, filho do medico e poeta, e ao Prof. Zenilton.BLOG DO ANTONIO MORAES

Ruy Maranhão do Rego Barros, medalhão da Escola de Medicina do Recife, educado ali, em Colégio de Padres Jesuítas, muito religioso, foi contemporaneo do poeta e hospede da mesma pensão familiar, em Salvador, ao lado dos colegas Francisco Chaves Brasileiro, José Pimentel, Arlindo Teles, Machado Pontes e Osório Abath, nos três primeiros anos do curso de medicina.

Transcorria o aniversário do Francisco Chaves Brasileiro, o mais velho da turma, que estava sendo homenageado pelos companheiros.

Era um almoço lauto e festivo. Quando os cérebros se achavam impregnados pelo vinho, o Ruy extemporaneamente, começou a dissertar sobre cerimonias do solideu, aquele barrete chato e roxo que o bispo usa sobre a tonsura. E dizia: o Bispo ao levantar-se pela manha, após persignar-se coloca o solideu sobre a tonsura. Daí em diante, durante todo o dia, ao sentar-se a mesa para as refeições e após servir-se delas, ao persignar-se novamente , ele tira o solideu. Tirar o solideu aí, significa suspender e soltar sobre a tonsura o tal barrete escariante.

Na igreja, ao paramentar-se para celebrar, o bispo tira o solideu. Estando sem a mitra, quando as cantoras bradam: gloria in excelsis Deu, o bispo tira o solideu; quando vai dormir, o bispo tira o solideu.

Mais de meia hora o Rui falou minuciosamente sobre esse ritual do solideu. Calou-se. Fez-se profundo silencio. Ninguém deu uma palavra. O poeta, súbito, levanta-se, limpa a boca com um lenço, empertiga-se, como se fosse saudar o aniversariante, olha para todos, volta-se para o Ruy e lhe pergunta:

Ruy, você que está ao par
Dessas coisas lá do céu,
Quando o bispo vai cagar
Também tira o solideu?

Também... só faltou isso. E o Ruy danou-se! Foi uma polvorosa. BLOG DO ANTONIO MORAES

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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Pés , DE Carlos Eduardo Novaes.

Pés

Hoje ouvi o Salomão Schvartzman em sua coluna da Band News lendo um texto de Carlos Eduardo Novaes.
 
Ele inicia a locução falando sobre um tratado de um certo pé feminino. e graças ao Santo Google o compartilho com vocês:

Sem dinheiro trabalhei como um pé de boi, fiz meu pé de meia, tirei o pé da lama e botei o pé na estrada. Voltei com a certeza que no extremo sul do corpo feminino, nenhuma mulher chega as pés das brasileiras, é fato não raro tal fixação ,que me faz sofrer, mais do que pé de cego.
 
Recordo de uma festa em Petrópoles, era verão , caía um daqueles pé d’água que quase nos obriga a usar pé de pato, percebi um par de pés esculturais evoluindo no salão, eles sofriam atropelados por um pé de cana, que mal se agüentava em pé, aguardei o intervalo e rápido como um busca pé tirei-a para dançar, mesmo não sendo um pé de valsa, de cara tive ímpeto de implorar dá o pé loura, mas preferi perguntar se era casada ao pé do ouvido, tinha que tomar pé da situação, ela respondeu que era solteira e isso nos deixava em pé de igualdade, emocionado passei a dizer coisas sem pé nem cabeça e creio que meti os pés pelas mãos, porque ela disse que minha conversa estava um pé no saco, por um momento perdi o pé , quando ela se afastou súbito mais recomposto fui atrás, decidido a ficar no pé dela, que me disse que precisava ir para casa, seu pai estava mal, com o pé na cova, não acreditei, ela jurou de pé junto, não resisti e declarei o meu amor aos seu pés, ela me olhou com o pé atrás, então disfarcei disse que ela não precisa levar a declaração ao pé da letra, disse que não era louco, que tinha os pés na terra e sugeri leva-la em casa, iríamos num pé e voltaríamos no outro, ela delicada pediu para eu largar de seu pé, mais insisti sem arredar o pé, se tivesse que cair cairia de pé, ela saiu apressada apertando o pé poderia alcança-la com o pé nas costas, mas preferi não assusta-la e a segui pé ante pé, ela mora numa casa antiga dessas de pé direito alto, depois que entrou toquei a campainha e como não apareceu ninguém, pensei em usar um pé de cabra, resolvi enfiar o pé na porta, ela surgiu no alto da escada numa expressão de mulher ao pé de guerra, e apontou-me o olho da rua, bati o pé, disse que não saia, que não era um pé frio, ela não poderia me tratar como um pé de chinelo e que gostaria de tê-la ao meu lado ao pé do altar, tomando pé das minhas intenções, ela sorriu e foi descendo sedutora degrau por degrau parou quase ao pé da escada, estendeu-me o pé direito  peguei-o carinhoso com as duas mãos, a quando ia começa-lo a beija-lo percebi a presença daquela micose conhecida como pé de atleta, recuei, olhei nos seus olhos observei seus pés de galinhas e sem saber o que fazer ofereci um pé de moleque, girei meus calcanhares dei no pé mais disse antes SEJA FELIZ!!!