quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O VELHO CAVALO


                                                                           
O VELHO CAVALO
                                        .
                                Foi no meado de 1915 no sertão do Ceará quando das chuvas, nem prenúncios.
                              
                               Relata minha avó , que nos sertões do Ceará havia um almocreve de meia idade, negociava nos cafundós e nos grotões da esturricada Serra do Araripe,  divisa do Ceará com o Estado de Pernambuco, para o ganho do pão de cada dia utilizava como meio de transporte uma parelha de animais, um belo eqüino e um musculoso muar.

                              Grandes eram as distancias a percorrer e belos os lugares visitados, o muar para as cargas , o eqüino para os passeios junto ao patrono, sempre nas festas, nos namoros, nas comemorações e nas grandes corridas, era com orgulho que o belo animal desfilava naqueles sertões, bem tratado, bem alimentado, bom capim, boa alfafa, excelente milho  e muitas vezes tortas de resíduos de caroços de algodão, era uma vida de rei, cheio de arreios e ornamentos, manta vermelha, sela nova, peitoral de couro com uma bela estrela de metal no centro, rédeas do puro couro curtido, alforjes do macio couro de carneiro, rabicho trançado  com fio de seda, boqueira do melhor metal, estribos de pura prata, polidos, encerados e bem conservados, vivia época de glórias, se orgulhava ,  quando nas paragens recebia preços e apreços, recebia avaliação, elogios  e jamais o seu dono pendia para negociação, era um animal orgulhoso  e  cheio de brios, na sua garupa as mais belas donzelas, as mais macias das nádegas, era  motivo de festas onde chegava com o seu baixo, com o seu galope, trotando, chispando ou com os seus admiráveis  passos sempre a esquipar demonstrando a sua bela marcha, qualidades estas , que lhe credenciavam a cruzar semanalmente com uma diferente e bela égua, com uma formosa e elegante asinina, todo faceiro, todo pabo. 

                             O muar, coitadinho, a subir ladeiras, a cortar caminhos, dois a três sacos na pesada cangalha encastoada no lombo, cabresto de cordas de croá, rabicho de agave e umas puídas viseiras laterais de couro cru, impedindo, tapando, obstruindo, abortando, escurecendo a visão lateral, pendurado no pescoço o seu crachá: um pesado chocalho bovino para a sua identificação, nos fins de semana , os sacos eram substituídos   por quatro cambitos  para o carregamento de lenhas e à noite por dois caçoas no transporte  de  frutas , garrafas ou feixes de canas caiana, muito apreciadas naquela redondeza, como pastagem ,  capim seco, algumas relvas nos arredores e monturos das casas, não sabia se vivia para comer e trabalhar ou só teria comida se trabalhasse.

                             Longas eram as conversas  entre os dois animais nos seus encontros, um peado nas duas patas direitas, as vezes triste a lamentar  , mas sempre conformado por lhes sobrar a vida e o trabalho ; o outro , solto pelos terreiros, falante, garboso, risonho; discutiam as suas vidas, as injustiças e quão ingrata era a vida para um deles, a diferença era exorbitante, era de fazer pena e foi assim durante muitos anos, foi assim, um sempre  sorrindo, a gargalhar; e o outro... o outro só Deus.

                             Como o tempo  é o pai, o aconselhador e o diluidor dos sofrimentos como a água é diluidor  universal e a esperança a mãe de todos os animais,  uma década se passou ,  os dois viventes sempre a dialogar, com a falta de chuvas foram escasseando as vendas, os compradores cotidianamente caindo, motivo mais do que suficiente para o almocreve diminuir os momentos de festas e de alegrias, primeiro se desfez dos belos arreios, diminuiu as compras de alimentos  especiais e necessitava  aumentar o volume das cargas para suprir as suas despesas azeitando a sua sobrevivência. O belo e orgulhoso eqüino passou a andar na vala comum lado a lado com o muar, a sela foi substituída por uma cangalha e  dois sacos, um de  cada  lado e  por ser um exímio esquipador o dono escanchado no meio, desta vez subindo e descendo ladeiras, pulando grotas, na  ida produtos da lavoura para a venda , na volta , especiarias para abastecer as bodegas da região: querosenes, peixes salgados, açúcar, café e outros mantimentos, com a idade desapareceram as belas éguas, as formosas asininas e os manjares nos terreiros dos esturricados sertões.

                               O muar continuou a sua batalha, agora como coadjuvante,  apenas como complemento de carga, quando o produto era pouco ficava a pastar, a perambular pelas capoeiras à procura de uma relva  mais hidratada pensando na sua atual e inútil vida, costas batidas, boca mucha, dentes amarelos, desgastados, bicheiras nos ombros, espinhaço pelado, cascos rachados, juntas calcificadas, perambulando caatinga adentro. E lá ia o velho eqüino, dois sacos, o dono escanchado no meio da cangalha, o filho na garupa, subia e descia os penhascos do Araripe, já não possuía belas boqueiras, o rabicho de cordas a cortar a borda anal, as cilhas de couro cru com suas grosseiras fivelas a lhes causar mossas na barriga caindo pelo vazio e a traumatizar os bagos aposentados, força era agora a sua maior virtude, força para não sofrer com as esporas que tangenciavam os órgãos genitais, muitas vezes ferindo-os quando desacertava os passos, a vida endureceu, e trouxe à memória os momentos vividos ao lado do amigo muar nos tempos das bonanzas, das vacas gordas, das grandes chuvas, das farturas e dos grandes bailes, olhava para os lados e não mais enxergava os pomares verdejantes do caminho, pois os tapa olhos laterais do muar agora se encontravam na sua cabeça, vedando os seus olhos, a visão agora era limitada, uma visão de subserviência, não mais participava dos acontecimentos, agora, apenas um animal de cargas, vivia puramente para comer e para o trabalho, não tinha direito a pensar, seguia a dura e pétrea regra, para viver só lhes restava a obediência sem contestação, seguia os puxavancos do puído e velho cabresto que dava duas voltas na focinheira,  cortando a pele entre os dois orifícios de sua moída  venta, vivenciava a mais espúria entidade criada pelo dominador, o mais baixo golpe sofrido por um ser vivo, obedecer sem contestar, simplesmente a mais velada forma de escravidão.

                             Os três entes aos poucos foram minguando, o muar sem trabalho foi sumindo, esquecido, menosprezado,esquálido e abandonado, até o dia em que foi  requisitado pelos  produtores de charque. O belo eqüino agora não mais belo, sem a força da juventude, com a estima em baixa,  caiu na desconfiança, calda imóvel a proteger o fim dos intestinos com compressões periódicas ao menor grito do seu condutor, olhos sempre para o chão, dentes puídos,  rentes  às gengivas, desgastados, musculatura minguada, pelos ásperos, relinchos abafados; sem força, sem brio e  sem pernas foi substituído por sangue novo, mergulhou na solidão, não mais requisitados ao trabalho  se embrenhou nos carrascos das matas que ainda existiam e nunca mais soube do seu paradeiro.

                           O dono caiu numa crise de desgraça, envelheceu sem os seus maiores amigos, engolido pelo bafo do progresso trazidos pelos bulidos dos motores de dois tempos nos velhos aviamentos e nos transportes  das poucas mercadorias, mergulhou no esquecimento, no solitarismo da vida, os dias ficaram mais longos, a falta de afazeres lhe consumiram os brios e de resto os deseducados  filhos, os sofridos netos e sobrinhos alimentando as grandes metrópoles com a sua prole , descendentes estes  utilizados na construção e desconstrução de uma nação que continua sem rumo, sem prumo e sem um paradeiro ou porto seguro para os que nela batalham e lutam.

Os três se foram, continua a condescendência e as condutas sem uma instituição sustentada, sem nenhuma criação institucional que traga garantias futuras para um povo sofrido,  que trabalha até os setenta e depois vaga pelos valados da vida, basta vê os liberais e autônomos de ontem, hoje  abandonados, como os de hoje os abandonados do futuro.  

Hoje na mesma serra do Araripe, nos mesmos grotões do Nordeste ainda vagam muitos Três Entes à espera do mesmo futuro.    

                        O Mundo gira e com ele a repetição, mostrando que na natureza nada se constrói, tudo se transforma, apenas o tempo como diluidor  universal é quem dita e conduz o destino de cada um, pedindo  que   viva a vida como o seu único patrimônio.

                         Iderval Reginaldo Tenório   2010

Paulo Diniz - E AGORA JOSÉ - poema de Carlos ... - YouTube

www.youtube.com/watch?v=1L9mZIxgaq0
 
21 de mar de 2014 - Vídeo enviado por luciano hortencio
Paulo Diniz - E AGORA JOSÉ - poema de Carlos Drummond de Andrade, musicado por Paulo Diniz ..

O FIM DESTA CIVILIZAÇÃO HA UM SÉCULO


O FIM DESTA CIVILIZAÇÃO HA UM SÉCULO


                Não se sabe quando e nem como surgiu o misterioso universo, calcula-se em bilhões de anos, de 50 a 70 bilhões  , neste infinito espaço flutuam bilhões de  galáxias com os seus sextilhões  de estrelas, cada uma tutelando um   sistema com os seus planetas e os seus satélites. 

            Numa das menores galáxias , a Via Láctea , e  fazendo parte  de um sistema comandado por uma estrela de quinta grandeza, o sol,   surgiu o minúsculo e insignificante planeta chamado terra .

                O Sistema solar, tendo como alimentador de energia o sol, teve a sua origem há cinco bilhões de anos  e calcula-se que o sol brilhará por mais cinco bilhões, quando iniciará o seu ciclo de morte  transformando-se numa massa gasosa , que  ao se expandir   fagocitará todos os seus planetas com os respectivos satélites, este é o fenômeno natural que ocorrerá, não se sabe o que acontecerá com os outros nem com as outras galáxias, por analogia provavelmente terão o mesmo destino. Este preâmbulo é o que dizem os estudiosos do assunto em milhares de trabalhos após anos e mais anos de estudos.


              O Sistema solar é mais um,  dos 200 bilhões de isolados sistemas que existem na Via Láctea  ,  calcula-se que existem  mais de 200 bilhões  de galáxias similares no Universo.  

              Para se medir o tamanho, a extensão  , a distância entre o inicio e o fim de uma das menores galáxias, o homem precisaria  correr 100 mil anos na velocidade da luz, isto é 100mil anos luz sem parar, cada ano luz equivale arredondados a 10 trilhões de quilômetros. 

               Para acalmar os ânimos da pequenez da terra , o Universo  como uma bola de soprar encontra-se em contínua expansão, são mais de 200 bilhões de galáxias iguais ou maiores do que   a Via Láctea , mais  de 200 bilhões de estrelas em cada galáxia e cada estrela comanda um sistema semelhante ao Sistema Solar , cada sistema  pode ser constituído  de um ou mais planetas  , por exemplo  o solar possui  9 planetas e diversos satélites  ,    o Homem é quase um nada, é apenas o cérebro .

              Alheio ao fenômeno natural procurarei expor alguns pontos pertinentes ao planeta terra, a sua origem , a  sua evolução, o surgimento e o fim  de grandes civilizações , os povos modernos e por último o fim de mais um ciclo , o fim de mais uma era, o fim da civilização atual.

            Indiferentes à origem dos homens, estes foram evoluindo até se transformarem nos mais importantes dos animais, viviam inicialmente em pequenos grupos , para sobreviverem usavam a força bruta , após  milhares de anos   começaram a utilizar o cérebro como   a principal ferramenta  contra os predadores, contra outros grupos semelhantes e para se defenderem dos fenômenos naturais.

             Aos poucos descobriram a pedra e o fogo, viviam da caça , da pesca e do extrativismo , na luta corpo a corpo promoviam o domínio de grupos sobre grupos, exterminavam os vencidos varões e as fêmeas eram agregadas aos vencedores ,  serviam como matrizes para os grupos dominantes.  Com o passar dos séculos e com a anexação de outras culturas  , os vencedores  evoluíram, perceberam que o homem poderia trabalhar para o outro , a partir desta descoberta surgiu a mais importante das leis da natureza (a  valorização da vida) e passaram a oferecer aos derrotados esta propriedade , porém  no sistema de escravidão,                                  assim os homens viveram por muitos séculos,  neste sistema surgiram e desapareceram diversas civilizações, ficando   as suas culturas como legados  acopladas  aos vencedores em parte, dependia do grau da evolução cerebral.

              O que chama a atenção é que,  durante milhares de anos  nenhuma civilização agrediu a terra , os homens viviam em harmonia com o solo, com os rios, com o mar, com o espaço e com as florestas,  as civilizações sumiam, mas a terra ficava intacta, os dominantes  surgiam com novas civilizações e assim foi até o século dezoito quando os homens descobriram o poder da mente , o poder do conhecimento , a propriedade da tecnologia, o controle das doenças, o surgimento do direito e a judicialização da vida, proporcionando a acelerada multiplicação populacional,  a qual obrigou  criar urgentemente  medidas que provessem os cidadãos de alimentos, roupas, locomoção e demais insumos pertinentes à vida,   proporcionando novos rumos e diretrizes  aos habitantes da terra  .

           Os homens saíram do período muscular, da força braçal e  passaram a utilizar o  intelecto como a principal arma para o domínio entre si e na conquista  da sobrevivência , começaram a explorar a terra agredindo-a em todos os seus flancos, destruindo velozmente todas as suas riquezas em busca do sustento e da hegemonia global, caminhando a passos largos para o fim desta civilização que sem dúvida será a menor de todas as que já passaram pela terra, enquanto as outras duravam milhares de séculos, esta será de algumas centenas de anos. 


            Os homens atuais, na busca do poder e  de acumularem riquezas pessoais desnecessárias, utilizam-se de todos os meios existentes na esfera terrestre.  

               Na busca desenfreada dos metais preciosos, os homens  reviram milhões e milhões de toneladas de areias betuminosas , primeiro superficialmente, de aluvião,   depois penetrando quilômetros abaixo do solo cortam e  contaminam as reservas hidrominerais e potáveis guardadas estrategicamente para as gerações futuras, na sua lavra contaminam os mananciais com metais pesados.  Na ânsia de produzirem o progresso procuram ferro, zinco, carvão mineral , granito e outras riquezas  detonam os morros e  as serras, destroem os campos e perfuram o planeta diametralmente,  exaurindo as suas riquezas, eliminando e impedindo a continuidade da vida.

            Pelas necessidades energéticas , mobiliária e da construção civil passaram a consumir as matas e com grandes hidrelétricas exterminam a flora e a fauna

           Na busca do combustível fóssil , principalmente o petróleo, o responsável por esta era energética, que não é infinito, os homens exploraram bilhões e bilhões de toneladas de areias oleosas da superfície terrestre , utilizando para isso trilhões de metros cúbicos de água potável,  que são  devolvidas aos rios contaminadas pelos efluentes petrolíferos,  esgotadas estas reservas, passaram a sugar do subsolo , deixando milhões de cavernas de milhares de quilômetros cúbicos, destruindo, misturando e contaminando os lençóis freáticos, em seguida partiram para os oceanos, fincando as suas plataformas em alto  mar, perfuram e extraem das mais escondidas reservas o abençoado óleo da fortuna,  hoje conseguem chegar a sete mil metros, atingem o fundo, depois a camada  pós-sal, a camada do sal e a pré-sal , no seu preparo, refino, armazenamento  e transporte cometem catástrofes imperdoáveis para a humanidade, isto é, rompendo tanques, válvulas e tubulações  contaminam os mares, os céus, os rios, as florestas e acabam com milhões de vidas intoxicadas pelos hidrocarbonetos .

             Com a ameaça  do fim do petróleo na década de 50, as grandes nações passaram  a desenvolver a energia nuclear, chamada de energia limpa,  e só no Estados Unidos foram construídas mais de 50 grandes usinas e outras centenas de pequenos empreendimentos, foi assim na Europa, na Ásia  e no Oriente , hoje com o domínio desta tecnologia suicida, o enriquecimento do Urânio constitui uma ameaça à paz, trazendo riscos ao meio ambiente em todos os vieses, da sua retirada do subsolo até o seu refino , culminando com catástrofes avassaladoras  e contínuas para todo o Universo, haja vista o que aconteceu com Chernobyl na Rússia e com as armas nucleares, as grandes bombas atômicas, a assombrosas bombas niucleares.

            Na produção de alimentos, seja vegetal ou animal, milhares de hectares de terras são destruídas tanto nas queimadas como nas derrubadas, milhões de toneladas de agrotóxicos são jogados no solo e subsolo, contaminam os mananciais das águas influenciando a base da cadeia alimentar, exterminando miríades de insetos polinizadores, alimentos das pequenas aves e roedores, primeiros degraus da cadeia alimentar,  intoxicando  o ecossistema do solo,  eliminam todos os tipos de vidas,    abortando a necessária cadeia alimentar. 

            A alta tecnologia com os aviões, os satélites, os foguetes, os canhões, os tanques de guerra , os carros e as fábricas enchem os espaços com  bilhões de  objetos microscópicos e macroscópicos, sejam eles líquidos, gasosos  ou sólidos, todos  flutuam na atmosfera e no vácuo. 

              Calcula-se  que  por ano  os homens jogam no espaço mais de 30 bilhões de toneladas de gás carbônico , que   incrementado com a morte e a decomposição dos animais e vegetais tornam o meio ambiente incompatível com a  vida, sendo hoje motivo de preocupação das nações desenvolvidas, chegando ao ponto de imaginarem uma maneira de varrer os céus, uma maneira de retirar   as diversas estruturas flutuantes, um dos maiores problemas a ser enfrentado pelos homens do futuro.

               Catástrofes não desprezíveis são  os raios gerados pelas emissoras de rádios, TVs, radioamadores  , telefones e milhões de outros tipos que cortam os céus em todos os sentidos e direções, cruzando cotidianamente os corpos vivos , modificando programações genéticas à distancia, dando  cabo a uma grande quantidade de espécies.

            Há muito que se fala que na natureza nada se cria ou se constrói  , tudo se transforma ,  a terra apenas necessita de tempo, acredita-se que,  com o tempo a terra  se recuperará e tudo voltará a ser igual , tanto os recursos animais, vegetais e minerais , não é a toa que a reciclagem hoje ocupa uma grande parte da inteligência desta civilização, tudo é questão de tempo e desta vez o tempo para a sua recuperação será maior, provavelmente na casa das dezenas de milhões de anos.

              Ao abordar o tema , o fim do mundo ,  foi para enfatizar a veloz e agressiva saga humana na conquista da terra em todos os seus ângulos,   desta maneira chegarão à exaustão num futuro bem próximo.

          O petróleo é limitado e nos próximos 50 anos de acordo com as reservas atuais irá à exaustão em muitos continentes, dentre estes  o Americano, podendo ainda existir nos pólos glaciais gelados, nas camadas profundas do mar, nos grandes desertos e nas grandes florestas, tornando-se inexplorável sob risco de aceleração do fim desta civilização. 

         O ferro, o zinco, o carvão mineral,  o ouro e a prata serão metais de luxo nos próximos  cem anos, tornando quase que impossível a  sua exploração , o seu encontro no subsolo, fruto da devastação desenfreada dos homens atuais, será cada dia mais difícil e mais profunda, podendo ser o tiro de misericórdia para os homens atuais.

            As florestas aos poucos estão sumindo, são devoradas pelo criatório de animais de grande porte, na produção dos alimentos e da energia  hidroelétrica onde consomem milhões de hectares de terras e milhões de tipos de vidas.

            Os céus  cortados por milhões  de ondas, gases e objetos ficarão pequenos para a quantidade de estruturas que neles transitam e  habitam.

          Por necessidade os homens terão que produzir objetos maiores para o transporte das massas e haverá congestionamentos em todas as esferas, céu , terra e mar, complicando ainda mais o tão combalido espaço.

            O solo para produção de alimentos a cada dia que passa mingua e no futuro será insuficiente para manter de 09 a 10 bilhões de vidas humanas e mais outros tantos bilhões de outras vidas animais, calcula-se que existam  200 bilhões de outras bocas para alimentar,  tudo tem que sair da terra, sendo transformados em dejetos e gases poluentes.

           Nestes próximos 100 anos, os túneis, os canais , os grandes vazios promovidos pelos homens no subsolo,  enfraquecerão a camada superficial da terra, destruirão os canais aquíferos , contaminarão os 3% de água potável e este líquido que é a vida ficará escasso, motivo suficiente para grandes batalhas pela sobrevivência intercontinental entre as nações.

           A terra sofrerá  desequilíbrio na temperatura  liquefazendo as grandes geleiras, as placas tectônicas sofrerão maiores abalos sísmicos promovendo grandes ventanias, enchentes e gigantescas marés, milhões de animais incluindo os homens sucumbirão em fenômenos naturais, que reduzirão os ambientes propício à vida, diminuindo as chances de sobrevivência por falta inclusive de alimentos.

         Ocupando o habitat dos outros animais como as florestas , os mares e os céus, os homens  promoverão o desaparecimento de vidas macros e microscópicas,   começarão a contrair micro vidas nocivas apenas aos invasores, como o Ebola, a Malária, a Esquistossomose, o Trypanosoma Cruzy e milhares de vírus e bactérias normais nas suas origens e regiões naturais.

          Com o intuito de preservar os seus pares, as nações começarão a proteger os seus homens como se fossem os donos da terra, muralhas de concretos ,  elétricas, magnéticas  , eletrônicas  e judiciárias serão erguidas entre as nações tais quais  as muralhas diplomáticas de hoje. Utilizarão os seus  passaportes ,  os seus vistos , quarentenas e outras alegações simplesmente com a finalidade protetora do mercado, num marco claro de separação: ricos-pobres, feios-bonitos, grandes e pequenos, desenvolvidos  e subdesenvolvidos num mundo que se diz globalizado, porém  globalizado para os grandes e engessado para os pequenos, numa concentração galopante de riquezas e de tecnologia .Tudo isso  baseado no fim da era dos combustíveis fósseis, o petróleo,  hoje o propulsor dos países hegemônicos que vivem na solidão da frieza e  das sombras  , e  por serem pobres em energia solar  consomem para as suas sobrevivências a contaminante energia petrolífera.

         Como as outras civilizações, os homens irão à luta, privatizarão todos os recursos naturais e o saber, controlarão desta maneira as águas, os raios solares, os ventos,  as algas, as florestas, os espaços ,  os minerais e os genes 

 .
      Numa batalha desequilibrada dos fortes controladores contra os pequenos controlados, sobrarão os mais fortes e estes serão os continuadores da vida , terão que oferecer tempo a terra para auto recuperação, assim será  o fim trágico de mais uma civilização e o surgimento de uma nova fase do globo terrestre.


    A terra  por milhões e milhões de anos saberá mais uma  vez  recuperar tudo que os homens destruíram  e consumiram,  as desejadas , admiradas e necessárias riquezas naturais, vão-se  os homens e ficará a terra sempre serena e equilibrada.

         Conflitos virão, guerras acontecerão , tudo pelo domínio da energia, aquele que por ventura  descobrir, catalogar, produzir , dominar e esconder uma forma de energia renovável , perene e  utilizando a sua força,   provavelmente privatizará o sistema e indubitavelmente será o criador e precursor da nova civilização, iniciando na terra mais um ciclo, mais uma era , a era da renovação, a era da recuperação e do ressurgimento de novas vidas.

       Nem tudo estar perdido e salve a natureza, quem viver verá, a solução se  encontra  no sol. 

Salvador 12 de Junho de 1998



Iderval Reginaldo Tenório

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

MORRE GRANDE PROFESSOR DA ESCOLA DE MEDICINA DA UFBA- PROFESSOR HELIO RAMOS



   
Foto de Estacio Ferreira Ramos.




HELIO RAMOS ☆ 10-07-1927 + 26-01-2016

A BAHIA DE LUTO 


Hoje o mundo perdeu o meu pai; o pai de nós sete filhos, avó de dezoito, bisavô de vinte e três crianças maravilhosas.

 Quase setenta anos ao lado de Maria Lúcia, com quem festejou recentemente 64 anos de matrimônio; nossa especialíssima mãe, avó e bisavó; eles construíram carreiras profissionais de grande sucesso e realizações, enquanto médicos e professores de medicina.

 Por quase meio século formaram gerações sucessivas de médicos em duas escolas médicas e do trabalho deles resultou o Instituto de Hematologia da Bahia, que dentre muitas outras conquistas trouxe para o país as primeiras bolsas plásticas para coleta de sangue humano, as primeiras ampolas de hidrocortisona e de heparina, os primeiros ensaios laboratoriais isotópicos.

 Em nosso meio, participou diretamente dos primeiros transplantes de medula, coração e rins. No Instituto ~ que em cinquenta e oito anos anos atingiu a impressionante marca de meio milhão de transfusões de sangue (quantas vidas eles terão salvo?...) ~ fez as primeiras exsanguineo-transfusões e transfusões intra-uterinas; e montou o primeiro laboratório de produção de interferon, e depois a primeira unidade de histocompatibilidade na America Latina. 

Helio Ramos foi sócio fundador da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, do Conselho Nacional de Energia Nuclear, do Colégio Brasileiro de Hematologia, da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia; que inclusive presidiu por uma profícua gestão. Foi membro do Conselho Nacional de Saude e do CnPq.

Discípulo de Carlos Lacaz e Jean Dausset, especializou-se no Centre National de Transfusion Sanguine, em Paris. Professor Catedrático mais jovem do país em todos os tempos, aos 29 anos foi nomeado pelo então Presidente da República Juscelino Kubitscheck.

Tendo nossa mãe por companheira profissional e pessoal, ele desfrutou, ao lado de todos nós, de uma vida maravilhosa. Sempre com ela, e muitas vezes com vários de nós ~ filhos e netos ~ viajou por todo o mundo, participando de incontáveis congressos nacionais e internacionais. Ambos são detentores da Ordem do Mérito Médico do Conselho Federal de Medicina.

Erudito da medicina, como ela, e trabalhador incansável, trabalhou até recentemente, com e como ela, que até hoje exerce a profissão.

Ele agora descansa em paz. Adeus meu pai. Dia desses nos encontramos por aí.

Estacio Ferreira Ramos
Médico e filho do Dr Helio..

Eu,  Iderval Reginaldo Tenório tenho muito a agradecer a este mestre, que diante de sua sabedoria e humildade soube passar para nós médicos da Bahia os seus conhecimentos. Dr Helio e Dra Lucia juntos fizeram escola e jamais serão esquecidos, com o chamado do Criador o professor vai em paz em busca de uma nova dimensão, ficarão a Dra Lucia   e os seus descendentes a distribuir os mais sinceros e sublimes conhecimentos  para todos nós.  Professor siga o seu caminho, tenha certeza que a sua passagem neste nosso planeta foi válido e produtivo, o senhor será lembrado como "UM DOS HOMENS QUE FEZ MUITA COISA BOA DURANTE A VIDA, NESTE PLANETA NÃO PASSOU EM BRANCO, FOI MUITO ÚTIL " A Bahia e o Brasil agradecem pelo o seu legado.  
Iderval Reginaldo Tenório
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Justiça define quem teve seu veículo roubado, não precisa pagar mais as prestações

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Justiça define quem teve seu veículo roubado, não precisa pagar mais as prestações


A juíza de Direito Márcia Cunha Silva Araújo de Carvalho, titular da 2ª vara Empresarial do RJ, decidiu que os consumidores que tiverem seus automóveis roubados, furtados ou devolvidos amigavelmente e possuírem contratos de financiamento na forma deleasing não precisarão mais continuar pagando suas prestações. A ação foi ajuizada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj.
Consta na sentença: “Tratando-se de contrato de arrendamento mercantil, o arrendante permanece dono da coisa arrendada até o final do contrato, somente sendo transferido o domínio se houver essa opção feita pelo consumidor. Desse modo, se a coisa perece por ausência de dolo ou culpa do arrendatário, não pode ser este quem irá sofrer o prejuízo, de acordo com a regra res perit domino (arts. 233 a 236 do CCB).
Portanto, em caso de roubo ou furto do bem (…) não pode ser cobrado do consumidor o prejuízo do arrendante pela perda da coisa.” A sentença prolatada produz efeitos em todo território nacional segundo a magistrada.
No contrato de leasing, o carro é comprado pela instituição financeira, que o “aluga” para o consumidor. Assim, o cliente pode usar o veículo enquanto paga as parcelas —uma espécie de aluguel. O veículo fica no nome da empresa de leasing até o fim das prestações. Só após pagar todas as parcelas, o consumidor passa a ser dono do carro.
A Justiça considerou que, já que o banco é o real proprietário do veículo enquanto o consumidor paga as prestações do leasing, é a própria instituição financeira quem deve arcar com o prejuízo caso o carro seja roubado.globo