sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

LUIZ GONZAGA- HISTÓRICO DO NORDESTE EM QUATRO ETAPAS.


Uma homenagem e um presente ao  povo do mundo.

Luiz gonzaga, hoje completaria 112 anos de vida, como jamais morrerá, hoje é  um imortal.

Iderval Reginaldo Tenório

 

                                 HISTÓRICO DO NORDESTE EM QUATRO ETAPAS.

  A Asa Branca e a sua trajetória cultural

Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Zé Dantas, João Silva e José  Marcolino. Lendas que ajudaram a tirar o nordeste  da invisibilidade

                                                  PARTE I- 1947.  

                                                     O ÊXODO.

                                                   ASA BRANCA

                                   HUMBERTO TEIXEIRA E LUIZ GONZAGA

O Nordeste Brasileiro,  região  esquecida e vilipendiada pelos poderes públicos por mais de cinco séculos, guarda muitos segredos culturais  e riquezas  para o mundo. 

Caatinga cinzenta é o seu piso e  o azul celeste o seu teto.    Região eternamente  sapecada, escaldada, desidatrada e  queimada pelo causticante sol,  varrida e sacudida pelas  lufadas dos ventos quentes a refletir os raios solares como miragens, mimetizando lagoas à distância, a conformar o legítmo homem do sertão e os animais não humanos, que trazem na mente todos os anos, por repetidas vezes:

                          "No ano que vem, terá inverno".

Bioma   maestralmente documentado em  O Quinze,  de Raquel de Queiroz, ao reviver o seu torrão natal, Fazenda Não Me Deixes, no município de Quixadá no  Ceará na seca de 1915 e em Vidas Secas, do alagoano Graciliano Ramos, nascido em Quebrangulo e prefeito da cidade de Palmeira dos Índios quando retratou a seca de 1932. 

O bioma nordestino guarda  muitos mistérios do desconhecimento  humano, como reverberaram   o carioca Luiz Carlos Pereira de Sá, o , e o  baiano, da cidade de Barra, Guttemberg Nery Guarabyra Filho,  o Guarabyra, em 1977, no clássico  O Sertão Vai Virar Mar, da dupla  Sá e Guarabyra.

Luiz Gonzaga, pernambucano do Exu  e Humberto Teixeira, cearense do Iguatu, os genitores  do baião,  fizeram um enlace matrimonial com a humanidade pela cultura  e para documentar o nordeste brasileiro. Queriam um símbolo fidedigno que representasse a alma de um povo sofrido, e que o orientasse  na seca, na fome, nas cheias  e na  fartura. Estavam  comprometidos e jurados, pelo destino,  a compor uma obra músical, que fosse irretocável e reverberasse  aterninamente  para  todo o globo terrestre. 

Mentalmente sintonizados pelas mesmas propriedades e fenômenos naturais, pensaram  qual seria a figura viva  nordestina  que  poderia ser o seu símbolo e quais os acordes a serem  entoados. Não foi difícil para os dois gênios. Em um estalo celestial, o descamisado  pernambucano, da cidade do Exu, Luiz Gonzaga, explanou para o experiente advogado, o cearense da cidade de Iguatu, Humberto Teixeira: 

" Dos seres vivos da flora e da fauna nordestina,  é o pássaro ASA BRANCA,  o animal que prevê e foge da seca, e sabe quando ela terminará. Foge do sertão nas épocas ruins e volta nas grandes aguadas.  Foge da fome, do tédio e da tristeza, retorna nas chuvas, na alegria e na fartura, é o maior orientador deste povo. Luta pela sobrevivência,  para este animal não existe  o último soluço, o seu lema é a vida e o seu torrão o maior orgulho". 

Foi prontamente aceito, e com água nos olhos se abraçaram. 

Ao mesmo tempo,  o Humberto matutava o outro tema, quais os acordes, qual a melodia. Fechou os olhos, apurou o cérebro, foi fundo na mente  e falou para o Luiz: 

"Existe uma música  folclórica, de domínio  popular, cantada  há mais de 300 anos e a melodia  continua viva na memória do povo, e é transmetida de geração em geração". 

Cantaralou em  gemido e boca fechada o que havia  encravado na sua mente, e  lá do fundo da garganta mostrou   ao rei a força da memória dos seus seis anos de idade, o gemido da música estava encravada no privilegiado  cérebro iguatuense.

O Luiz cerrou os olhos e viajou no tempo, foi  fundo na mémoria, ouviu como se fosse naquele dia, o cantarolar gemido  humhumhumhumhumhum de  Dona Santana por mais de uma vez,  e  resgatou  das secas de 1915 e 1932 os episódios hibernados na sua mente, quando saboreava um mingau feito da massa da mucunã e rebatia com a saborosa massa do jatobá para saciar a fome no cume da Chapada do Araripe.  O abraço foi reforçado e os lenços foram insuficientes para enxugarem as lágrimas dos dois sobreviventes, genuínas  Asas Brancas.

Oficializada a ASA BRANCA, como  a representante do nordeste, e a centenária melodia com os seus gemidos e  lamentos, alí era gerada a música Asa Branca, considerada a alma do nordeste.

Em pleno ano de sofrimento e dificuldades, 1947, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, autor de Baião, Juazeiro, Respeita Januário e Meu Pé de Serra  conseguiram documentar o  êxodo do Nordestino  para o Sul, utilizando como símbolo a Asa Branca e as suas propriedades meteorológicas.  Como pano de fundo,  os acordes da velha e folclórica melodia temperada com o gemido humhumhumhumhumhum. Foi tocado, balançado e degustado o âmago de cada um, e aos prantos documentaram com fidedignidade a pérola  ASA BRANCA. Com o Luiz, o Humberto e a Asa Branca nascia um mistério real, mostrando para a eternidade  o sofrimento, o labutar, a coragem e o quanto é forte  o homem do nordeste brasileiro.

                              PARTE II -1950- O RETORNO

                                        A VOLTA DA ASA BRANCA

                                       JOSÉ DANTAS E LUIZ GONZAGA 

O tempo passou, as chuvas voltaram, o capim, as babujas renasceram, os pássaros cantaram, os sapos e as rãs coaxaram,  e a   Asa Branca ouvindo o ronco do trovão, retornou ao seu lar numa salva de alegrias,  bucho cheio, água em abundância e muita esperança. Com este cenário, o médico pernambucano, de Carnaíba e dos sertões do Pajeú, José  Dantas, autor de Xote das Meninas, Acauã, Sabiá, Riacho do Navio,  Samarica Parteira e Vozes da Seca   escrevinhou A VOLTA DA ASA BRANCA. Tudo verde, tudo belo e muita fartura na Chapada do Araripe, na Chapada da Borborema,   nos sertões do Pajeú, do Seridó, no  Cariri Cearense, no Cariri Paraibano, nos cafundós das Alagoas e  em todos os recantos nordestinos.

Isto foi em 1950, para 02 anos depois, a Asa  Branca anunciar mais um período de seca, mais um período  para  esturricar o sertão e iniciar mais um êxodo à procura do  DICOMÊ. Sabe o sertanejo que um ano de seca consome  dez anos de fartura, está aí a segunda fase do Rei Luiz a cantar o seu sofrido povo e a sua esturricada terra

 

                                          PARTE III- 1983 

A IRRIGAÇÃO, A ÁGUA PARA O NORDESTE.

           O PROJETO ASA BRANCA

  JOSÉ MARCOLINO E LUIZ GONZAGA 

Em 1978, indicado pelo Presidente Ernesto Gaisel, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Dr. Marcos Maciel,  conduziu   o  Estado  de Pernambuco como governador biônico. Ao sentar na cadeira do Palácio do Campo das Princesas,  prometeu a  Luiz Gonzaga, água para o povo sofrido da Chapada do Araripe e criou o Projeto Asa Branca.  Para homenagear e documentar o fato,  o Luiz, junto ao  paraibano de Várzea Paraíba, distrito de São Tomé,  hoje município de Sumé, José  Marcolino Alves, autor de Numa Sala de Rebôco, Cacimba Nova, Quero Chá, Cantiga do Vem-vem e Pássaro Carão,  lançaram em 1983 a música  PROJETO ASA BRANCA.

                       

                                      PARTE IV. 1984 -

                            UMA ESTRADA ASFALTADA PARA O EXÚ, 

                                                   BODOCÓ E OS SEUS SERTÕES.

A RODOVIA ASA BRANCA,  DO  CRATO, Ce A BODOCÓ, Pe.

JOÃO SILVA E LUIZ GONZAGA

João Silva, pernambucano de  Arcoverde,  autor de Nem se despediu de mim, Tá Danado de Bom, Pagode Russo, De fiá Pavi, Viva meu Padim e do bolero apracatado, segundo Luiz Gonzaga, Pra não morrer de Tristeza e  considerado  o maior parceiro do velho Lula da fase moderna. Era pós êxodo, era de um  Brasil jovem, urbano e Universitário, um compositor dedicado  e que vivia ao seu lado, resolveu junto ao Rei, documentar a chegada do asfalto na terra de seu  Luiz. 

Dos anos de 1984 a 1986, o Governador do Ceará, LUIZ GONZAGA DA FONSECA MOTA e o  Governador  de Pernambuco, Roberto Magalhães Melo resolveram pagar uma dívida ao maior símbolo  musical do Nordeste e ao seu povo. 

Para este intento decidiram asfaltar o trecho que vai  da Cidade do Crato, no Ceará,  ao Exu em Pernambuco, mais de 80 quilômetros, cortando a Chapada do Araripe, hoje patrimônio da humanidade. A esta estrada deram o nome- RODOVIA ASA BRANCA e coube a João Silva compor a música Rodovia Asa Branca, imortalizada na voz mais nordestina dos nordestinos, o filho de seu Januário e de dona Santana, Luiz Gonzaga do Nascimento.

 Estes episódios mostram, que a    arte é  uma das melhores maneiras de documentação desde os primórdios do mundo. Não é leal  esquecer,  que foram os cordelistas, os repentistas e os pequenos escritores que documentaram mais de mil anos da história da humanidade. Vide o cangaço, o Padre Cícero, as grandes batalhas e os diversos fatos que hoje são resgatados com precisão. 

Conheça  o Otacilio Batista, Geraldo Amâncio, Pedro Bandeira de Caldas, Bule Bule,  Ivanildo Vila Nova, Patativa do Assaré (o cearense do século)   e outros monstros do repente nordetino pulverizados em suas plagas.

Luiz Gonzaga e os seus parceiro foram os maiores documentaristas  dos fatos brasileiros, notadamente do Brasil esquecido. O Brasil está retratado nas suas obras. Cada episódio, cada povo, cidade, amigos e costumes  estão salpicados e reverberados na mais equilibrada e suave voz do Brasil, a do imortal  LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO.

Cinco imortais, Luiz, Zé Datas, Humberto, João Silva  e Marcolino. Dentre eles, um gênio,  filho da cidade do  Exu, adotado de corpo e alma pelo  Crato e Juazeiro do Norte, as terras do Padre Cícero, terra do meu padim, o santo dos sertões, pois o padre nasceu no Crato e foi o fundador de Juazeiro. Gênio que resgatou a cidadania de um povo, o tirando da invisibilidade da vida, Luiz Gonzaga do Nascimento, o pernambucano do século.

Um pássaro, a Asa Branca, uma chapada, a do Araripe, as secas, as chuvas, uma estrada e depois a irrigação. Estes fatos acontecidos no Nordeste Brasileiro foram documentados  com o  nome ASA BRANCA por cinco nordestinos de valor, considerados pelos mesmos, verdadeiros   sobreviventes. 

Iderval Reginaldo Tenório

 

                                                 Posfácio


Luiz Gonzaga e os seus parceiros  foram os maiores documentaristas  das cincos regiões mdo Brasil, o país está retratado nas suas obras.  Mais de 1000 músicas gravadas, mais de 100 LPs próprios, participação em mais de 1000 de outros artistas.  Cada episódio, cada cidade, cada amigo, cada momento e cada povo está salpicado, ovacionado, registrado, imortalizado e reverberado na mais ouvida e suave voz do Brasil, LUIZ  GONZAGA DO NASCIMENTO, o imortal rei do baião, um gênio que nunca desafinou.
  

" Vai, boiadeiro, que a noite já vem

Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem"

Klecius Caldas / Armando Cavalcante

 

ESCUTEM AS QUATRO FASES

Asa Branca
Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
 
 
Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
 
 
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
 
 
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
 
 
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão





Luiz Gonzaga - Asa Branca (Rei do Baião) - YouTube

www.youtube.com/watch?v=cWiJL0_yj9c
26 de out de 2009 - Vídeo enviado por Breno Alves
Asa-Branca é uma canção de choro regional (popularmente conhecido como baião) de autoria da dupla ...


Luiz Gonzaga - A volta da asa branca - YouTube


Letras
 
Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação
 
 
A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador
 
 
Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza
 
 
Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.
 
 
Fonte: Musixmatch
Compositores: Luiz Gonzaga / Ze Dantas
www.youtube.com/watch?v=whKGCQiD7iY
17 de mai de 2009 - Vídeo enviado por didiloureiro
essa musica como as demais de Luiz Gonzaga são obras- primas dignas de figurarem em todos os ...

Rodovia Asa Branca

Luiz Gonzaga

COMPOSIÇÃO -JOÃO SILVA


Eu vi um dia
Dois homens fazer um trato
De ligar Exu ao Crato
Pernambuco ao Ceará
O homem de cá
Trabalhou chegou primeiro
E o de lá também ligeiro
Num dançou eu chego lá

Olha o homem aí
É gente da gente
Olha o homem aí
Alegre e contente

Olha os homen aí
É o povo que diz
Olha os homen aí
Juntos com Luiz

Roda, rodada
Rodando, roda rodeia
Rodovia, Asa Branca
Tá todinha prá você

Olha o homem aí..
..

Rodovia Asa Branca - YouTube

www.youtube.com/watch?v=4l6FdSyAzBY
17 de mar de 2012 - Vídeo enviado por Pedro Macedo
Música Rodovia Asa Branca com Luiz Gonzaga. ... Asa Branca no aniversário de 75 anos de Luiz ...

Projeto Asa Branca - YouTube


www.youtube.com/watch?v=NHkL54Gugjc
17 de mar de 2012 - Vídeo enviado por Pedro Macedo

 

Projeto Asa Branca

Luiz Gonzaga/ ZÉ MARCOLINO

Ainda não temos a cifra desta música.

Louvado seja Deus
Abençoada a canção
Louvado seja o homem
Que dá água pro sertão

Bendito foi o momento
De divina inspiração
Quando feita a conclusão
De um grande planejamento
Dia onze de dezembro
Do ano setenta e nove
Vem à tona e se promove
Uma idéia rica e franca
Marco Antonio Maciel
Criou o Projeto Asa Branca

Dia vinte e um de março
Data marcante, ano oitenta
Maciel num tempo escasso
Prevendo a seca cruenta
Na cidade de salgueiro
Promoveu o lançamento
Para o engrandecimento
Da terra em sua mensagem
Consagrou esse projeto
Pra salvação da estiagem

Parabéns sertão e agreste
Pela graça que hoje alcança
Com a cor da esperança
Toda a região se veste
Tantas obras preventivas
Por ele realizadas
Açude, barragem, estrada
Para comunicação
Prendendo as águas dos rios
Pela perenização

 

“Sobradinho” (Sá & Guarabyra) - YouTube

Comments15 · Roque Santeiro, por Sá e Guarabyra · & Guarabyra - Sobradinho (O sertão Vai Vira Mar) - Imagens e áudio em HD - Legendado.
YouTube · Sá & Guarabyra Oficial · 18 de nov. de 2020

 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Medicina investigativa de povos que vivem em isolamento. Observação da urina.

 

43.700+ Urina fotos de stock, imagens e fotos royalty-free - iStock

Urografia excretora: como é este exame? - Exames e Procedimentos > AbcMed

Sistema urinário. A anatomia do sistema urinário

            Medicina investigativa  de povos que vivem em isolamento, tanto medicina humana como veterinária.

 

 

Pode ser uma imagem de texto que diz "Exame de urina rápido. Vá até uma árvore, urine e observe. Atraiu formigas: Diabetes Secou rápido: muito sal Cheiro de carne: colesterol alto Não achou a árvore: catarata Esqueceu de abrir a calça: Alzheimer Não acertou a árvore: Parkinson Não sentiu cheiro: Covid Curtid"

O ANCIÃO MERECE RESPEITO

casal de idosos sentado no sofá em casa. casal de idosos aposentados  apaixonados. avós família, avó e avô amigos felizes sentados no sofá  6922292 Vetor no Vecteezy

Idosos at David Arioch – Jornalismo Cultural


 

 O ANCIÃO MERECE RESPEITO

A mente começa a falhar,  apagões acontecem com mais freqüência, desconhecer os seus e o seu ambiente passa a ser  a regra. Quedas nos neurotransmissores, falhas nas  sinapses e lacunas nos dendritos é o cotidiano.
Nestes momentos imperam a insônia, o medo, o pânico, a insegurança, o sentimento de solidão e de abandono; o cérebro do cuidador  geneticamente atrelado entra em colapso, sai dos trilhos e mergulha numa zona de conflitos, lapso na razão e a desconexão neuronal mimetizam um ringue.
A incompreensão e a raivosidade bilateral  predominam, o equilíbrio se esvai ao mesmo tempo em que se exacerbam o medo, o pânico e a insegurança no idoso, neste ponto sedimenta-se a ausência total da memória no senil encéfalo e a impregnação do cortisol na mente do cuidador, por fim, instala-se o caos emocional.
Com o ancião em pânico e em  desespero, os cérebros entram em conflitos, no senil  compreende-se, fruto  de quase um século de atuação ininterrupta, todavia, o ainda em frutificação  e atrelado à genética,  não se encontra plausível fundamentação.
 A noite é longa e custosa, janelas hermeticamente seladas, luzes acesas e um silêncio   ensurdecedor, o lapso de memória é  total, o reconhecer entra no clímax, a incompreensão trogloditiana beira o humanóide.
Desfeito o imbróglio, tudo volta à paz, a memória repescada vem à tona,  momentos de catarses, alguns acertos e todos caem nos braços de Morfeu para um despertar alegre, feliz e  muitos sorrisos.
A preservação da memória, o compreender  a mente senil, o  respeito as cãs dos  antessessores e  o aceitar a evolução natural dos seres vivos, são propriedades sine qua non para um bom viver em harmonia.
O homem é apenas o cérebro, um dia entrará em desconexão e  necessitará do encéfalo dos seus descendentes, basta viver acima da média  com saúde orgânica, para que o encéfalo cansado, calcificado e em desativação entre em colapso, colapsos transitórios e  naturais.
O cérebro e o tempo  não perdoam. A valorosa, cuidadosa   e insubstituível família, deve ser o porto seguro  para compensar o natural desequilibrio da mente senil. Ao cérebro descendente, cabe voltar ao fenômeno da fecundação e reviver minuto a minuto a sua trajetória até o dia atual, o idoso merece respeito.  
Iderval Reginaldo Tenório

Suzamar - Terra Querida (1986) • Clipe apresentado no Canta ...

www.youtube.com › watch
Suzamar - Terra Querida (1986) • Clipe apresentado no Canta, Meu Brasil em 2011. 14K views · 9 months ago ...more ...
 
 
 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

O MUNDO VIOLENTO E COM TANTOS CRIMINOSOS.

 

 

 

Roupas formais masculinas, saiba como diferenciar e usar


Diário do Comércio
MC Rodson - Os bandidos de verdade roubam de terno e gravata ♫ | Facebook

O mundo é desigual, urge medidas sociais e tecnológicas aplicadas para todos, principalmente na geração de emprego para corrigir com trabalho esta desigualdade crônica e criminosa.

Num futuro próximo os animais domésticos, a indústria da beleza, a indústria dos supérfluos e do entretenimento consumirão mais de 80% da economia mundial, desbancando  a saúde, a educação e o monstro criado pelo próprio homem, a insegurança, uma vez que, não investir na educação da raiz  até os 18 anos, significa  adubar a insegurança.

Além dos investimentos na Educação,  urge honestidade, seriedade e lisura nos espelhos seguidos pela população: Os homens dos quatro poderes que conduzem a NAÇÃO,  o executivo, o legislativo, o judiciário e o midiático.

Como ser honesto numa nação,  onde  os principais crimes noticiados são praticados contra o patrimônio público pela alta cúpula dos quatro poderes e os seus  corruptores?  

Qual a ética  seguir?  a Moral ou a política? com a palavra o Nicolau Maquiavel, em o Principe, 1513 e os poderosos do mundo.

No dia em que a mídia mostrar os motivos da marginalidade no país e quem os criminosos da raia baixa imitam, o Brasil será melhor.

 

                            Iderval Reginaldo Tenório

 

OS ASTROS ABANDONADOS E INVISÍVEIS DE JUAZEIRO DO NORTE, Ce.

                                                        Nenhuma descrição de foto disponível.

     
Quando criança,  na minha cidade natal, Juazeiro do Norte,  Sul do  Ceará, ficava impressionado e sempre que podia passava horas e horas a observar os descamisados da Capital da Fé,  chamados pejorativamente de  esmoles.

Todos que pediam eram colocados no mesmo saco, no mesmo balaio, bastava um defeito físico, visual ou mental, eram tachados de  esmoles, outros sofriam de doenças genéticas.

Depois de adulto, o sujeito passa a entender o quadro sociológico daqueles humanos, conclui-se que  eram pacientes psiquiátricos, neurológicos e ortopédicos abandonados pelas frágeis famílias e pelos podres poderes públicos. 
 
Muitos eram  os doentes e os  alcoolistas crônicos, o comum era  que  viviam abaixo da linha da pobreza, faziam parte injustamente da escoria social, considerados desprezíveis, sem valor, sem educação, cultura ou formação, eram invisíveis para a sociedade, viviam sem eira nem beira, sem recursos  materiais e sociais. 
 
Muitos eram verdadeiros gênios invisíveis do sofrido nordeste,  artistas natos, ícones do regionalismo e das tradições milenares dos povos que viviam  na região, descendentes de índios e dos fugitivos europeus  que  deram origem aos habitantes do Cariri cearense. 
 
Nas últimas décadas do séxulo XIX e início do século XX, fruto da busca da salvação e dos milagres do Padre Cícero Romão Batista, o fundador da Meca do Cariri (Juazeiro do Norte), que depois  do estouro do milagre da hóstia em 1889, a vila passou a ser o reduto dos necessitados de todo o nordeste brasileiro.  Por serem deficientes físicos, auditivos ou visuais   utilizavam-se das artes,  oferecidas por Deus, para as suas  sobrevivências. Tocavam flautas, pífanos, pandeiros, lâminas de serrotes, cítaras,  rabecas, safonas diversas, inclusive a  pé de bode, triângulos, berimbaus, melês, violões e diversos outros instrumentos,  às vezes simultaneamente.

Depois  de consciente e adulto, agradeço as horas perdidas, horas que  de perdidas  não tinham nada,  foram as horas mais achadas da minha infância, momentos  gravados na minha mente e importantíssimos para a minha formação humana, social   e cultural.

O que mais apreciava eram as histórias cantadas nas sua características vozes, muitas vezes choradas, anasaladas,  gemidas e arrastadas, muitos foram os clássicos e os benditos gravados na minha mente, hoje repitidas espontaneamente, fruto das observações destes guerreiros Caririenses.

Obrigado abnegados e injustiçados gênios do meu Cariri, de minha serra do Araripe, da minha  Juazeiro do Norte, do meu abençoado Ceará. Ao Cego Oliveira e a todos os cantadores de rua, obrigado pelas aulas não valorizadas na época e que hoje cora de vergonha as faces daqueles  que  viveram, nada fizeram e não souberam valorizar aqueles professores das artes desta e das civilizações passadas. 

Viva os nossos gênios tão maltratados, porém admirados por uma leva de inocentes  que fariam de tudo para voltar a conviver com todo aquele universo cultural,  e se Deus assim permitisse,  bradaria em voz alta para todo o mundo escutar. 

Obrigado meus professores da vida e salve esta bela  e democrática cultura, viva os ícones que ficaram no esquecimento e que brotam de vez em quando das nossas mentes. 

       Muito obrigado meus eternos professores.

                                                    Salvador,12 de Março de2012
                                                        Iderval Reginaldo Tenório

Noites Brasileiras

YouTube · Melhores Musicas Gonzaga Music
Mais de 18,2 mil visualizações · há 3 anos
Provided to YouTube by Altafonte Noites Brasileiras · Luiz Gonzaga Meu Baiao ℗ 2021 aires de brasil Released on: 2021-10-07 Composer: Luiz ...
 


Cego Oliveira - Na porta dos cabaréis - YouTube

www.youtube.com/watch?v=wRsFRTjwd7s
27/10/2007 - Vídeo enviado por Carlos M.
Trecho do documentário "Nordeste: Cordel, Repente E Canção (produção de Tânia Quaresma, 1975)" onde ...

  • Cego Oliveira - Minha Rabequinha - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=hdA9lvKUF6E
    26/10/2007 - Vídeo enviado por Carlos M.
    Trecho do documentário "Nordeste: Cordel, Repente E Canção (produção de Tânia Quaresma, 1975)" onde ...

  • cego oliveira, no sertão do seu olhar on Vimeo

    vimeo.com/52188803
    25/10/2012
    CEGO OLIVEIRA, NO SERTÃO DO SEU OLHAR. Beta NTSC 17'20” 1998 Investigação poética da visão ...
  • domingo, 8 de dezembro de 2024

    CRODINEY VERSUS ROSIVELTINO .A LUTA PELA VIDA EM DUAS CLASSES SOCIAIS.

     


    Metamorfose Acadêmica - cursos para universitários, acadêmicos ...
      
    A LUTA PELA VIDA EM DUAS CLASSES SOCIAIS.
        CRODINEY  VERSUS  ROSIVELTINO
         RUMO À UNIVERSIDADE

    Crodiney mora na periferia, trabalha como empacotador de um supermercado, os pais  são assalariados, a mãe é domestica e o pai serviços gerais.

    Crodiney  estuda no Colégio Estadual  Clemente Cipó, as aulas só começaram 60 dias depois de iniciado o ano letivo, das 08 disciplinas 03 não têm professores, foi assim os três últimos anos do resistente Crodiney.
    A sua casa fica numa pirambeira, dois anos atrás uma chuva quase derruba a sua morada. A alimentação do jovem é à base de macarrão e refresco, poucas são as proteínas, Crodiney é um jovem que pensa no futuro.
    Rosiveltino mora no centro da capital,  Bairro Ouro do Sucesso, no cobertura da Mansão Ponte do Diamante, não trabalha, vive de casa para a escola, para o clube e o curso de inglês, os pais têm nivel superior, o pai é Engenheiro tal qual o avô  e a mãe uma  Médica oncologista.
    Rosiveltino estuda no Colégio Pan-Europa do Futuro, as aulas foram pré-anunciadas com um curso preparatório  15 dias antes do início do ano letivo. Das 08 disciplinas, 06 são ensinadas por professores PhD e mestres,  a rotina do aluno nos últimos três anos foi estudar em boas escolas. O menino é um bom aluno e sonha em seguir o caminho dos pais, estuda inglês numa boa escola extra curricular.
    O país que eles moram não prioriza os ensinos infantil,  fundamental e nem o  médio, notadamente na Escola Publica. 
    Os ricos estudam em boas escolas, os pobres ocupam as vagas nas escolas publicas ou privadas de péssima qualidade, é o aluno pelo aluno, nada é feito para melhorar o ensino até os 18 anos, fica por conta das famílias, cada uma trilha o seu caminho.
    O país possui a sua Universidade Federal, algumas Escolas Superiores Particulares de boa        qualidade e uma centena de escolas pagas de péssima qualidade, verdadeiras empresas sugadoras dos recursos da população, muitas sem professores, planos de ensino, sedes e sem sustentabilidade, apenas com o intuito de ocupar o horário vazio dos jovens desamparados da nação.

    Para ingressar nas Escolas Federais,  gratuitas,  em vez do vestibular Escola por Escola, Região por Região,  o governo criou o ENEM, um sistema no qual,  com a mesma prova o aluno escolhe a escola que quiser cursar, vai depender de sua nota. 
    É possível o aluno da escola pública, de qualidade duvidosa,  concorrer com o aluno das caríssimas escolas  preparatórias particulares?
    Com as melhores,  o aluno pode escolher em qualquer lugar do  país onde estudar, o sistema olvida completamente a formação dos jovens nos cursos básicos.  
    O pobre já entra perdendo, a sua formação até o curso médio vem com avarias, é como  a  disputa dos 100   metros rasos, um dos concorrentes já entra de perna quebrada,  só um milagre ou uma genialidade para ingressar nos principais cursos e nas principais Escolas  FEDERAIS .

    Quem vencerá esta batalha? Os milhões de Crodineys ou as centenas  de Rosiveltinos.

    Viva o Brasil, um país democrático, um país que pensa em todos, um país que educa os seus filhos, um país que olha para os seus jovens e os apoiam em todas as circunstâncias  . 
    Acorda Brasil, acorda, olhe para os jovens das camadas mais baixas, eles pedem socorro, eles clamam por educação de qualidade. 
    Existem muitos Crodineys por este Brasil em busca de dias melhores, socorra estes heróis, eles sonham com um futuro melhor e muitos são predestinados ao sucesso, só precisam de uma boa formação educacional até os dezoito anos.
     Pedem isonomia no ensino infantil, fundamental e médio, pedem apenas igualdade e as mesmas chances para o futuro.

    IdervalReginaldo Tenório
     
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    IBGE | Biblioteca | Detalhes | [Conjunto Habitacional de Cidade Alta] : Rio  de Janeiro (RJ) 
    Nos Jardins e em Moema, a maior concentração de prédios de luxo - Notícias  de decoração, mercado imobiliário e muito mais | Blog Imovelweb 

    Belchior - Populus

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    YouTube · Alfredo Pessoa · 2 de out. de 2010