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mar maria
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Pés
diminutos na areia. Meus olhos viram quando Maria viu a imensidão.
Diminutos não mais; ganhou velocidade e pronto: o infinito da linha que
dividia o céu e o mar é também ela, na totalidade de seus centímetros.
Parece uma pintura. Mas, diferente da pintura, a corrida de Maria muda o
tempo todo; na incidência solar dos dias dela e nela mesma. É que
afirmo: estou vendo Maria aumentar de tamanho no segundo em que ela se
move da areia para a beira d’água.
Daqui vejo. As canelas no mar gelado a despertaram. Começou a rir; de quê? Só sei que começou a rir, sem dizer motivo. Meus pés na areia não parecem pisar a mesma areia que os pés de Maria pisam. Mistério; mas olhar para ela é ver que não há mistério algum.
Tropeçou. Vai cair! Segura a criança. Vai cair, vai cair... Caiu. De novo. Já está de pé, correndo; a razão outra vez não sei. Está voltando. Me viu. Está vindo. Parece maior; ou nós todos estamos.
Ayla Cedraz
FOI PREMIADA EM ABRIL COMO UMA DAS MELHORES CONSTISTAS DO BRASIL.TEM 13 ANOS.
ESCRITORA MIRIM AYLA CEDRAZ. CONTO :
A ESTRANHEZA
Dando
continuidade ao projeto cultural , do qual faz parte a demonstração
dos escritores mirins da Bahia, publico da Escritora Ayla Cedraz, 14
anos, de Conceição do Coité , este belo CONTO A ESTRANHEZA.
Nesta foto os seus pais e a sua irmã mais velha Jade Cedraz estudante de Medicina.
Nesta foto os seus pais e a sua irmã mais velha Jade Cedraz estudante de Medicina.
Estranheza
Talvez sua alma fosse grande demais para caber no próprio corpo ou
pequena demais para preenchê-lo e controlá-lo. Mas o fato é que o homem
parecia não se adaptar a si próprio, parecia estar desconfortável
consigo mesmo. Caminhava aos tropeços, confundia-se entre os próprios
passos, por não saber exatamente aonde ir. Deixava simplesmente que lhe
empurrassem aos dias e às noites, para que conseguisse exercer a
raridade de estar vivo por inteiro. É que ele não permitia que lhe
tocassem, tinha medo do que é sujo e feio. O
semblante cansado deixava transparecer a desistência em relação aos
seus próprios costumes, aos seus próprios pensamentos e a adaptação de
si mesmo em meio aos outros já adaptados. Jogava-se simplesmente em meio
a tantos outros, príncipes ou não, um corpo como qualquer outro corpo, e
nada mais a declarar sobre o assunto.
Tinha
para si, toda manhã, a arte de deslizar, tão própria de quem tem
escondida uma chama de quem acredita. Era macio e de fácil manuseio,
protegido através da falta de erros. Mais além, através da falta de
tentativas. Queria para si, toda manhã, o poder da descontração.
Imaginava ser a solução de todos os problemas. A sua incapacidade para
adaptar-se às próprias mentiras parecia ser a razão de todo o fracasso
de sua encarnação.
Não
se permitia, em momento algum, sentir. Deixava que, em tantos momentos
que justificariam uma explosão, o ódio morresse. Sobre o amor, mal
ouvira falar. O seu, já se tornara obsoleto. Mas era todo amor, embora
nem desconfiasse. É que tudo era tão incolor, tão insosso, tão reto...
Como podia ele, sentir qualquer alteração? Ainda mais ele, que não tinha
controle do próprio corpo. Carregava às costas o próprio peso
multiplicado por mil, porque não sabia contar. Enchia-se de madeira
velha, de poeira, pano e, o que sustentava tudo, apesar de tudo, poesia.
Nos raros momentos em que não encolhia o peito, percebia-se assim. E,
cansado, não tinha tempo de sentir-se feliz por isso. Era como a sua
peça locomotora. Não se vê. Mas se vai, já nada mais é.
Desmoronado,
volta o homem. O corpo se desmancha em pó, que logo se dispersa pelo
ar. Com a maior facilidade, é possível encontrar seus indícios. Por todo
canto, por todo lado. Basta respirar .
Ayla Cedraz
A
autora é uma jovem estudante secundarista da Cidade de Conceição do
Coité, morou até os 08 anos em Camaçari-Ba, oriunda de uma família
guerreira, de uma família que tem nas suas fileiras o sangue da
intelectualidade, pais comprometidos com a educação e que prezam por
uma formação humanizada.
Diante a sua pequena idade aqui na terra e em pleno vigor, uma vez que ainda não completou os de 16 anos, luta cotidianamente e aos poucos vence barreiras que para muitos seriam desanimadoras, a sua batalha de vida como a de todos que abraçam as artes tem sido árdua .
Ayla Cedraz nasceu com o dom da escrita, da escultura e da pintura, nasceu com as artes e caminharão juntas por muitos e muitos anos a reverberar cultura.
Talentosa, de uma inteligência invejável, conhecimento estarrecedor e de um interesse exacerbado pelas artes do universo, transita espontaneamente e com desenvoltura por todos os séculos garimpando cultura, tem como parceiros os grandes imortais das letras, dos pinceis, dos mármores e das notas musicais.
Esta jovem tem muito o que mostrar para a Bahia , para o Brasil e para o mundo.
O céu é o limite.
Eu se autoridade fosse requisitaria todos estes jovens talentos para um futuro melhor.
Iderval Reinaldo Tenório
Diante a sua pequena idade aqui na terra e em pleno vigor, uma vez que ainda não completou os de 16 anos, luta cotidianamente e aos poucos vence barreiras que para muitos seriam desanimadoras, a sua batalha de vida como a de todos que abraçam as artes tem sido árdua .
Ayla Cedraz nasceu com o dom da escrita, da escultura e da pintura, nasceu com as artes e caminharão juntas por muitos e muitos anos a reverberar cultura.
Talentosa, de uma inteligência invejável, conhecimento estarrecedor e de um interesse exacerbado pelas artes do universo, transita espontaneamente e com desenvoltura por todos os séculos garimpando cultura, tem como parceiros os grandes imortais das letras, dos pinceis, dos mármores e das notas musicais.
Esta jovem tem muito o que mostrar para a Bahia , para o Brasil e para o mundo.
O céu é o limite.
Eu se autoridade fosse requisitaria todos estes jovens talentos para um futuro melhor.
Iderval Reinaldo Tenório
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