quinta-feira, 7 de agosto de 2025

ZEZINHO O DIÁLOGO NO MERCADO.

 





Zezinho dialoga com uma feirante sessentona.

                              "Tú é índio menino"?

_Não senhora, sou gente. Sou filho de dona Jovem, sou gente.

_E o qui faiz aqui na fêra sozim, cum  deiz anos de idade minino?

_Comprar carne de porco, peixe salgado, alho, cebola, tomate, pimentão e laranjas da Bahia, aquelas que tem um grande umbigo e são as mais  doces.

_Adonde você mora?

_Na praça da Igreja N.S do  Socorro, perto do tiro de guerra, no bairro do  socorro.

_Já está na escola?

_Sim senhora, no grupo escolar padre Cícero, minhas irmãs são professoras lá, e meus irmãos mais velhos estudam no Salesiano.

_ Nasceram aqui mesmo?.

_Não senhora, nascemos na Serra do Araripe, só os dois mais novos nasceram aqui.

_Tá bom minino, vá pra casa, a sua mãe precisa fazer o armôço.

_Tá minha senhora, vou primeiro no mercado, esqueci que tenho que comprar uma lata de banha de coco lá em seu Gentil, a mercearia dele fica dentro do Mercado Municipal, vou lá agora.

Com a cesta de carnaúba na mão direita e com o corpo troncho, devido o peso só de um lado, tomou o rumo do mercado pra comprar a banha, de lá o caminho de casa. 

No caminho para casa, pára na rua São Pedro, defronte a uma grande loja de utensílios domésticos. Passa meia hora, de pé, ouvindo o cego Oliveira e a sua rabeca artesanal a entoar o bendito da Beata Mocinha:

 "Meu Padim fez uma viagem e  deixou Juazeiro sozinho". 

 

O documentarista, músico, cantor, compositor e pedinte, cego Oliveira, no final deste romance, dá uma pausa e explica para a sua pequena plateia: 

"Este foi o bendito da Beata Mocinha. Feito em 1898, quando meu Padim foi a Roma falar com o Papa Leão XIII "

Esta pausa, além de ser para o descanso do mestre Oliveira, era para ouvir o tilintar das moedas na sua surrada vazilha, uma lata  de embalagem de flandres, de um  famoso doce da região. 

Lata velha, arredondada, amassada de tanto uso e quase sem as cores originais, vencidas pelas grossas mãos do gênio sem valor, quase oculto, um cidadão invisível como todos os pedintes de RUA, quase sem cidadania.

 

Zezinho joga  um níquel nesta lata, ao ouvir o tilintar, o cego a recolhe. Pelo tamanho e peso da moeda, o tamanho  e os números em alto relevo, sabe de imediato o valor. Guarda  no seu bisaco de couro e volta a entoar um novo bendito,  geralmente para uma nova plateia, constituída de curiosos, de idosos, analfabetos, romeiros do meu Padim e da mãe das Dores. Finalmente o menino entra da rua da Conceição e toma o caminho de casa.

_É quage  dez horas menino, por que atrasou tanto? Vá catar o feijão e cortar o toicim. Reclama a  sua mãe.

_Fiquei conversando com a velha que vende jatobá e depois parei para ouvir o cego Oliveira tocar alguns benditos na  sua rabeca.

_Tá bom. Cate o feijão, corte o toicim e depois vá estudar, enquanto eu ajeito os outros alimentos, depois almoce e vá pra escola.

A casa do Zezinho, além dos móveis, possuía muitos livros. Os seus pais sempre falavam que no futuro, os conhecimentos, os livros, os lápis, os cadernos  e as leituras seriam os instrumentos para se ganhar vida. As enxadas, enxadecos, carros de mão e foices seriam utilizadas apenas pelos que não estudaram. Diziam os  pais de Zezinho: 

" No futuro nem os animais irão pegar peso. Os homens irão utilizar máquinas e motores para pegar peso, eles vão usar o cérebro."   

_Tá bom mamãe.

Vai se aproximando a hora do almoço.

É Zezinho estudando, gente chegando para visitar sua mãe, outras para pedir alguma coisa emprestada, geralmente um caldeirão, um serrote, um martelo, uma vara de espanar e até o ferro de passar roupa. Nada tira sua atenção. Perto do almoço escuta a voz de sua mãe.

_Vá lá em dona Mocinha e compre uma penca de bananas com 12 unidades, da boa e da casca amarela.

Mais do que depressa, pega a mesma cesta e corre para a casa de dona Mocinha. No caminho sempre encontra um ajudante,  este sabe que vai comprar as doces bananas. 

Maria, a filha de dona Mocinha, sempre doa duas ou três bananas das pequenas, de agrado,  para o pequeno Zezinho e o seu colega. Os dois voltam alegres e saltitantes, saboreando as gostosas bananas nanicas. 

Como era bom a vida das crianças dos sertões do Ceará, principalmente a convivência com os grandes injustiçados culturais como o Cego Oliveira, muito são estes injustiçados  que recebiam a alcunha de MENDIGOS,  classificados como ESMOLÉS. 

Para muitos, naquela época, Zezinho não era gente, Zezinho era índio. Índio cariris, xucurus ou tupinambá, Zezinho era um COREMA.

Um COREMA que furou a grossa bolha social, frequentou a escola, sorveu o máximo em aproveitamento e foi aos limites humanos da alfabetização interiorana, sem chegar ao artificialismo da vida. Não deixou ser atingido pelos modismos e nem pelos afastamentos da sua ancestralidade. A alfabetização foi um instrumento para conhecer  as coisas do mundo, uma ferramenta para socializar-se num mundo moderno, um equipamento para desvendar e usufruir de muitos fatos negados aos excluídos.

O Zezinho se transformou em  gente, um cidadão indígena, um cidadão com direitos e deveres, inclusive o de votar e de ser votado. Não saia de sua cabeça uma célebre frase dos seus pais: 

                    "Viva do suor do seu próprio rosto".

O Zezinho hoje é um cidadão indígena e não foi contaminado pelos pensamentos mesquinhos, maldosos, falsos e oportunistas  dos líderes mundiais e regionais. Apesar das agruras, Zezinho não perdeu a sua essência e diariamente ovaciona, valoriza e se orgulha de sua ancestralidade.

Zezinho é um cidadão de raízes fortes, tronco robusto, fronde ampla, seguras  e muito difícil de idolatrar.   Traz na mente outra frase  repetida por seus pais: 

"Não baixe a cabeça e nem  idolatre nenhum comedor de feijão aqui na terra, se comem meu filho,  também evacuam".

 A sua personalidade é muito resistente aos pensamentos deletérios dos pesados líderes da atualidade. 

                    O Zezinho é um CIDADÃO.

                  Salvador, 18 de Março de 2025

                    Iderval Reginaldo Tenório


ESCUTEM O CEGO  OLIVEIRA E SINTAM A DEFINIÇÃO DE SUA RABEQUINHA. É ELA, JUNTA AO SEU TALENTO DADO POR DEUS, QUE LHE PROPORCIONA UMA VIDA DIGNA.  VIVE DIGNAMENTE DO SEU PRÓPRIO SUOR

 Iderval Reginaldo Tenório

Cego Oliveira - MINHA RABEQUINHA - repente de Cego Oliveira. Álbum: Cego Oliveira - coleção Memória do Povo Cearense - volume II.
YouTube · luciano hortencio · 10 de nov. de 2019

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Carta aos jovens brasileiros. Síndrome do consumo compulsivo.

.

Aos jovens.

"Os jovens têm que saber onde pisa e conhecer o melhor caminho para um  futuro promissor."

Iderval Reginaldo Tenório


Jovens olhem para a escola , olhem para o futuro.

Tenho visto muitas crianças até os 16 anos, com elevadíssima  sede pelo consumo exacerbado, que é uma doença para os humanos e um desastre para a natureza. Querem comprar o que os olhos veem, o que o nariz cheira, o que as propagandas mostram e  o que a compulsão manda  e fixa na   mente.

Jovens que abrem a boca e falam, "eu não gosto de comer isso ou aquilo", jovens   de todas as classes sociais, notadamente das  média e baixa da pirâmide social, aqueles  que convivem no nosso meio. 

Querer consumir produtos caros e  de grifes,  sem olhar para dentro de casa, sem observar a força que os pais fazem para manter o mínimo necessário para uma vida digna(Escola, alimentação, água, luz, aluguel, condomínio, IPTU, transportes, emplacamento do carro, seguro e combustíveis), não deixa de ser uma agressão às finanças da família, uma vez que os jovens não são  geradores de  renda e sim consumidores.

Falo para os mesmos, que grande parte dos homens e mulheres, que brilham na sociedade por esforço próprio e persistência, notadamente no Brasil, vêm das classes média e baixa do país, e que a  vida atual  é bem diferente da vida dos seus pais, que ganharam a vida na enxada, foice, roçadeira e peso nas costas. Não conheciam água encanada, geladeira, liquidificador,  micro-ondas, telefone, fogão a gás, transporte coletivo e nem Escola.

Reforço que os seus pais para chegarem aonde estão, lutaram muito e seguiram as orientações  dos pais.

Acreditaram nos seus pais e enxergaram a força em ganhar a vida. Mesmo sem direito à escolaridade, fizeram de tudo para educar os seus filhos, foi esta a ferramenta utilizada para sair do fosso no qual nasceram. 

Tiveram na família o seu porto seguro, pois somente a família está do seu lado  em todas as horas, notadamente os pais, os avós, os tios  e os irmãos, já os demais são apenas parentes. Tem exceções, alguns amigos atuam tal qual   a família, coisa    rara, porém  existem, vai depender do seu comportamento para com eles durante  a  convivência.

Reitero que o homem não faz, veste   e nem come o que gosta, o homem  come e veste o que tem, mora na casa que pode e compra  as coisas de acordo com o  nível social, exatamente  para não se endividar.

Lembro que muitos  ricos já nascem ricos, porém  para não descer  na escala da pirâmide socioeconômica, têm que  saber se comportar com as finanças e a escola.

Enfatizo que  para realizar os sonhos  de vestir, comer, morar, viajar e constituir uma família equilibrada, tem que priorizar a Escola e os conhecimentos em todos os níveis. Seja técnico,  superior  ou seguir os ensinamentos dos pais numa profissão, muitas vezes passada de pais para filhos, de geração em geração, porém  sem se esquecer da Escola, pois só e somente só a escola pode proporcionar conhecimentos capazes de mudar para melhor  a condição de vida de toda a família.  

Lembro que noutros modos como no esporte, na música e nas artes só prosperam as exceções, mesmo assim os mais   escolarizados conquistam melhores espaços. Nada impede que tenham uma profissão de nível técnico  ou superior  para que, em concomitância ou no fim da carreira principal, possam  atuar na mesma ou noutros segmentos com sucesso, conhecimento e equilíbrio.  

Em relação aos amigos, reforço que as exigências devem ser com esmero, reciprocidade   no respeito  e cumplicidade nos atos construtivos.   

Atentar bem para a Escola, esta é  a continuidade  do  lar, os professores  os  substitutos  dos  pais e  cada colega, mais do que um amigo,  um irmão. Os jovens só terão esta confirmação quando na fase adulta relembrar cada colega da infância, adolescência, início da fase adulta e da formação profissional. 

Finalizo dizendo que, para uma vida próspera e bem sucedida, é primordial uma boa escolarização,  respeito aos pais e aos professores. Deve-se plantar o bem sem olhar a quem para angariar bons amigos, colegas de escola e de trabalho. 

É primordial compreender que o homem é um ser social, que o bem coletivo suplanta o individual e que para  o pobre, o melhor caminho é   a escola, e sem perder o foco. Não deixe ser enganado pelas  tentações no seu trajeto, que são muitas e provocantes. 

Este artigo não é para ensinar, é para mostrar o quão importante é a vida e o quão  importante é saber que na raça humana, filho de gato não será sempre  gatinho e nem filho de peixe,  peixinho. Esta propriedade se aplica aos irracionais, onde um gato jamais será um leão ou um lambari jamais uma baleia,  porém nos racionais, filho de lavadeira, engomadeira, pedreiro, carroceiro, porteiro, pequeno agricultor, motorista, professor primário, gari ou carteiro poderá galgar postos altos na sociedade, basta não perder o foco e nem atuar com subserviência.

Salvador, 10 de Agosto de 2025

Iderval Reginaldo Tenório


Carta aos jovens brasileiros. Síndrome do consumo compulsivo.


Aos jovens.

"Os jovens têm que saber onde pisa e conhecer o melhor caminho para um  futuro promissor."

Iderval Reginaldo Tenório


Jovens olhem para a escola , olhem para o futuro.

Tenho visto muitas crianças até os 16 anos, com elevadíssima  sede pelo consumo exacerbado, que é uma doença para os humanos e um desastre para a natureza. Querem comprar o que os olhos veem, o que o nariz cheira, o que as propagandas mostram e  o que a compulsão manda  e fixa na   mente.

Jovens que abrem a boca e falam, "eu não gosto de comer isso ou aquilo", jovens   de todas as classes sociais, notadamente das  média e baixa da pirâmide social, aqueles  que convivem no nosso meio. 

Querer consumir produtos caros e  de grifes,  sem olhar para dentro de casa, sem observar a força que os pais fazem para manter o mínimo necessário para uma vida digna(Escola, alimentação, água, luz, aluguel, condomínio, IPTU, transportes, emplacamento do carro, seguro e combustíveis), não deixa de ser uma agressão às finanças da família, uma vez que os jovens não são  geradores de  renda e sim consumidores.

Falo para os mesmos, que grande parte dos homens e mulheres, que brilham na sociedade por esforço próprio e persistência, notadamente no Brasil, vêm das classes média e baixa do país, e que a  vida atual  é bem diferente da vida dos seus pais, que ganharam a vida na enxada, foice, roçadeira e peso nas costas. Não conheciam água encanada, geladeira, liquidificador,  micro-ondas, telefone, fogão a gás, transporte coletivo e nem Escola.

Reforço que os seus pais para chegarem aonde estão, lutaram muito e seguiram as orientações  dos pais.

Acreditaram nos seus pais e enxergaram a força em ganhar a vida. Mesmo sem direito à escolaridade, fizeram de tudo para educar os seus filhos, foi esta a ferramenta utilizada para sair do fosso no qual nasceram. 

Tiveram na família o seu porto seguro, pois somente a família está do seu lado  em todas as horas, notadamente os pais, os avós, os tios  e os irmãos, já os demais são apenas parentes. Tem exceções, alguns amigos atuam tal qual   a família, coisa    rara, porém  existem, vai depender do seu comportamento para com eles durante  a  convivência.

Reitero que o homem não faz, veste   e nem come o que gosta, o homem  come e veste o que tem, mora na casa que pode e compra  as coisas de acordo com o  nível social, exatamente  para não se endividar.

Lembro que muitos  ricos já nascem ricos, porém  para não descer  na escala da pirâmide socioeconômica, têm que  saber se comportar com as finanças e a escola.

Enfatizo que  para realizar os sonhos  de vestir, comer, morar, viajar e constituir uma família equilibrada, tem que priorizar a Escola e os conhecimentos em todos os níveis. Seja técnico,  superior  ou seguir os ensinamentos dos pais numa profissão, muitas vezes passada de pais para filhos, de geração em geração, porém  sem se esquecer da Escola, pois só e somente só a escola pode proporcionar conhecimentos capazes de mudar para melhor  a condição de vida de toda a família.  

Lembro que noutros modos como no esporte, na música e nas artes só prosperam as exceções, mesmo assim os mais   escolarizados conquistam melhores espaços. Nada impede que tenham uma profissão de nível técnico  ou superior  para que, em concomitância ou no fim da carreira principal, possam  atuar na mesma ou noutros segmentos com sucesso, conhecimento e equilíbrio.  

Em relação aos amigos, reforço que as exigências devem ser com esmero, reciprocidade   no respeito  e cumplicidade nos atos construtivos.   

Atentar bem para a Escola, esta é  a continuidade  do  lar, os professores  os  substitutos  dos  pais e  cada colega, mais do que um amigo,  um irmão. Os jovens só terão esta confirmação quando na fase adulta relembrar cada colega da infância, adolescência, início da fase adulta e da formação profissional. 

Finalizo dizendo que, para uma vida próspera e bem sucedida, é primordial uma boa escolarização,  respeito aos pais e aos professores. Deve-se plantar o bem sem olhar a quem para angariar bons amigos, colegas de escola e de trabalho. 

É primordial compreender que o homem é um ser social, que o bem coletivo suplanta o individual e que para  o pobre, o melhor caminho é   a escola, e sem perder o foco. Não deixe ser enganado pelas  tentações no seu trajeto, que são muitas e provocantes. 

Este artigo não é para ensinar, é para mostrar o quão importante é a vida e o quão  importante é saber que na raça humana, filho de gato não será sempre  gatinho e nem filho de peixe,  peixinho. Esta propriedade se aplica aos irracionais, onde um gato jamais será um leão ou um lambari jamais uma baleia,  porém nos racionais, filho de lavadeira, engomadeira, pedreiro, carroceiro, porteiro, pequeno agricultor, motorista, professor primário, gari ou carteiro poderá galgar postos altos na sociedade, basta não perder o foco e nem atuar com subserviência.

Salvador, 10 de Agosto de 2025

Iderval Reginaldo Tenório



terça-feira, 5 de agosto de 2025

JOVENS OLHEM PARA A ESCOLA , OLHEM PARA O FUTURO.

 

JOVENS OLHEM PARA A ESCOLA , OLHEM PARA O FUTURO.

 


                                                                                






Aos jovens.

"Os jovens têm que saber onde pisa e conhecer o melhor caminho para um  futuro promissor."

Iderval Reginaldo Tenório


Jovens olhem para a escola , olhem para o futuro.

Tenho visto muitas crianças até os 16 anos, com elevadíssima  sede pelo consumo exacerbado, que é uma doença para os humanos e um desastre para a natureza. Querem comprar o que os olhos veem, o que o nariz cheira, o que as propagandas mostram e  o que a compulsão manda  e fixa na   mente.

Jovens que abrem a boca e falam, "eu não gosto de comer isso ou aquilo", jovens   de todas as classes sociais, notadamente das  média e baixa da pirâmide social, aqueles  que convivem no nosso meio. 

Querer consumir produtos caros e  de grifes,  sem olhar para dentro de casa, sem observar a força que os pais fazem para manter o mínimo necessário para uma vida digna(Escola, alimentação, água, luz, aluguel, condomínio, IPTU, transportes, emplacamento do carro, seguro e combustíveis), não deixa de ser uma agressão às finanças da família, uma vez que os jovens não são  geradores de  renda e sim consumidores.

Falo para os mesmos, que grande parte dos homens e mulheres, que brilham na sociedade por esforço próprio e persistência, notadamente no Brasil, vêm das classes média e baixa do país, e que a  vida atual  é bem diferente da vida dos seus pais, que ganharam a vida na enxada, foice, roçadeira e peso nas costas. Não conheciam água encanada, geladeira, liquidificador,  micro-ondas, telefone, fogão a gás, transporte coletivo e nem Escola.

Reforço que os seus pais para chegarem aonde estão, lutaram muito e seguiram as orientações  dos pais.

Acreditaram nos seus pais e enxergaram a força em ganhar a vida. Mesmo sem direito à escolaridade, fizeram de tudo para educar os seus filhos, foi esta a ferramenta utilizada para sair do fosso no qual nasceram. 

Tiveram na família o seu porto seguro, pois somente a família está do seu lado  em todas as horas, notadamente os pais, os avós, os tios  e os irmãos, já os demais são apenas parentes. Tem exceções, alguns amigos atuam tal qual   a família, coisa    rara, porém  existem, vai depender do seu comportamento para com eles durante  a  convivência.

Reitero que o homem não faz, veste   e nem come o que gosta, o homem  come e veste o que tem, mora na casa que pode e compra  as coisas de acordo com o  nível social, exatamente  para não se endividar.

Lembro que muitos  ricos já nascem ricos, porém  para não descer  na escala da pirâmide socioeconômica, têm que  saber se comportar com as finanças e a escola.

Enfatizo que  para realizar os sonhos  de vestir, comer, morar, viajar e constituir uma família equilibrada, tem que priorizar a Escola e os conhecimentos em todos os níveis. Seja técnico,  superior  ou seguir os ensinamentos dos pais numa profissão, muitas vezes passada de pais para filhos, de geração em geração, porém  sem se esquecer da Escola, pois só e somente só a escola pode proporcionar conhecimentos capazes de mudar para melhor  a condição de vida de toda a família.  

Lembro que noutros modos como no esporte, na música e nas artes só prosperam as exceções, mesmo assim os mais   escolarizados conquistam melhores espaços. Nada impede que tenham uma profissão de nível técnico  ou superior  para que, em concomitância ou no fim da carreira principal, possam  atuar na mesma ou noutros segmentos com sucesso, conhecimento e equilíbrio.  

Em relação aos amigos, reforço que as exigências devem ser com esmero, reciprocidade   no respeito  e cumplicidade nos atos construtivos.   

Atentar bem para a Escola, esta é  a continuidade  do  lar, os professores  os  substitutos  dos  pais e  cada colega, mais do que um amigo,  um irmão. Os jovens só terão esta confirmação quando na fase adulta relembrar cada colega da infância, adolescência, início da fase adulta e da formação profissional. 

Finalizo dizendo que, para uma vida próspera e bem sucedida, é primordial uma boa escolarização,  respeito aos pais e aos professores. Deve-se plantar o bem sem olhar a quem para angariar bons amigos, colegas de escola e de trabalho. 

É primordial compreender que o homem é um ser social, que o bem coletivo suplanta o individual e que para  o pobre, o melhor caminho é   a escola, e sem perder o foco. Não deixe ser enganado pelas  tentações no seu trajeto, que são muitas e provocantes. 

Este artigo não é para ensinar, é para mostrar o quão importante é a vida e o quão  importante é saber que na raça humana, filho de gato não será sempre  gatinho e nem filho de peixe,  peixinho. Esta propriedade se aplica aos irracionais, onde um gato jamais será um leão ou um lambari jamais uma baleia,  porém nos racionais, filho de lavadeira, engomadeira, pedreiro, carroceiro, porteiro, pequeno agricultor, motorista, professor primário, gari ou carteiro poderá galgar postos altos na sociedade, basta não perder o foco e nem atuar com subserviência.

Salvador, 10 de Agosto de 2025

Iderval Reginaldo Tenório


Peço o compartilhamento desta matéria, se achar pertinente.


GONZAGÃO & FAGNER BMG - 1987 ABC DO SERTÃO (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)  no meu sertão pros caboclo lê Têm que aprender um outro ABC O jota ...

 

Luiz Fidelis - Meio dia

Luiz Fidelis - Seis cordas

Luiz Fidelis - Flor do mamulengo