Amigos , o
mundo tem sido ingrato com os grandes compositores e artistas desta terra,
vejam o grande Lúcio Barbosa, baiano de Senhor de Bonfim hoje na sexta década
da vida vivendo em Itapecerica da Serra em São Paulo, de lá aponta para
o Nordeste e para o Brasil com as suas belas canções.
Numa
entrevista com o meu amigo Israel Filho, cantor e memorialista do mais alto
valor, o Israel relembrou o grande Lúcio e que hoje faço questão de
apresentar aos amigos do mundo.
Tal qual o
Adoniram Barbosa e o Aldo Sousa documentaristas do mais fino valor, o
Lúcio Barbosa documenta a saga e o sofrimento do seu povo na sua terra natal ,
como também o imigrante que corre para escapar em São Paulo no sobe
e desce da vida, na construção civil, na cozinha, na direção
dos ônibus, na limpeza das ruas e em tudo que for nobre neste país,
o importante é ganhar a vida com o suor do próprio rosto, está aí a saga
de um povo trabalhador tão bem retratado pelo mestre Lúcio Barbosa, correndo ou
ficando é grande o sacrifício para a sobrevivência.
Israel Filho meu amigo , o mundo
agradece a sua lembrança.
Lúcio Barbosa continue
neste diapasão pois, é o caminho da honra e da vergonha. Nós somos
muito gratos ao seu trabalho.
Deus , parabéns e obrigado
pelos reverberantes cérebros que criastes e colocastes nesta Terra chamada
Brasil.
Para o Lúcio Barbosa ,eu e todos
nós tiramos o chapéu.
Iderval Reginaldo Tenório,
quero a sua opinião
Lucio Barbosa , Compositor Nascido na Cidade de Senhor do
Bonfim no Estado da Bahia,hoje com 63 anos de idade.
Tornou-se conhecido na música
popular brasileira pela composição "Cidadão". Em 1976, foi vencedor
do Festival Simonense da canção realizado na cidade paulista de São Simão, com
a canção "Êxtase", parceria com Antônio Claret Mesquita. Seu grande
êxito aconteceu em 1979, quando sua música "Cidadão" foi gravada pelo
cantor Zé Geraldo no LP "Terceiro mundo", da CBS. Essa composição
conheceu diversas regravações, entre as quais, as de Luiz Gonzaga, Zé Ramalho,
Renato Teixeira, Elymar Santos e, em 1989, tornou-se grande sucesso no sul do
país, na gravação de Wilson Paim. Foi também regravada pelo próprio Zé Geraldo,
entre as quais, no disco "Cantoria 3", lançado pela Kuarup. Em 1992,
a música "Cidadão" foi regravada por Zé Ramalho no disco
"Frevoador" lançado pela Columbia/Sony Music. Em 1994, teve a música
" Vagabundo forçado", gravada por Israel Filho no CD "Amigos pro
que der e vier", do selo Jaboticana. Entre outros eventos, participou do
projeto UMES-Cantarena, em São Paulo. Em 1996, a canção "Cidadão" foi
regravada por Elymar Santos no CD "Elymar mais popular", da EMI
Music. Em 1998, suas composições "Cidadão" e "O profeta"
foram incluídas no CD "20 super sucessos - Zé Geraldo", da Polydisc.
Em 2000, a música "Cidadão" foi regravada no CD "O novo
amanhecer", lançado por Renato Teixeira e Zé Geraldo, e gravado ao vivo em
show que contou com as participações de Chico Teixeira, filho de Renato; e Nô
Stopa, filho de Zé Geraldo.
Um dos seus maiores intérprete é
o seu amigo , o cantor e compositor Pernambucano de Caruaru- Israel Filho
que junto ao mestre Aldo Souza presentearam a Bahia no Memória do Radio
do grande Perfilino Neto,Rádio Educadora FM da Bahia.
ALDO SOUZA -COMPOSITOR BAIANO
Cidadão - Lucio Barbosa
Cidadão
Zé Ramalho
Composição: Lucio Barbosa
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"
Hié! Hié! Hié! Hié!
Hié! Oh! Oh! Oh!
Zé Ramalho
Composição: Lucio Barbosa
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"
Hié! Hié! Hié! Hié!
Hié! Oh! Oh! Oh!