quinta-feira, 30 de março de 2017

Ministra pede ao STF mesmo tratamento dado a Adriana para todas as mães detentas

-MAIS UM DOS MOTIVOS DA MARGINALIDADE-
-MARGINAL OBRA DOS HOMENS-
Jornal do Bairro

1-
A presidiária Inocentilda Enganada da Silva , 37 anos, mãe solteira, semi analfabeta, afrodescendete furtou dois pacotes de leite para as suas filhos, possui duas filhas, uma com 02 e a outra com 04 anos de pais diferentes, foi presa  e continua presa faz 12 meses, as filhos estão abandonadas nas casas dos amigos do mesmo naipe.

2-
A presidiária  Necessitilda Precisão  Passafome, 38 anos, ex catadeira de papel, nordestina, sem parentes importantes e vinda do interior, furtou meio quilo de café e meio quilo de batata doce, encontra-se presa há mais de 16 meses, lá ela está mofando, os seus dois filhos , um de 08 e outro de 10 anos entregues aos utilizadores de craquer, vai morrer  na cadeia.

3-
A senhora Vivaldina Sabidulina Afanatilda , 40 anos, casada, nível superior, moradora do bairro Europa, Mansão Diamante Escupido, a familia é muito rica e a do esposo também , os irmãos são juristas, politicos, cantores e muitos amigos importantes e vindo das grandes oligarquias, foi presa porque roubou junto ao marido mais de 800 milhões das escolas, da saúde, da segurança e dos salários do povo, comprou com cobertura de notas fiscais falsas muitas jóias supérfluas , roupas, perfumes, viagens, iates, aviões, apartamentos , sapatos,vinhos  e muitas festas, tem dois filhos, um de 10 e outro de 14 anos, a justiça lhe concedeu prisão domiciliar para cuidas dos seus dois filhos,  mesmo a mesma possuindo muitos ricos irmãos, sogros, tios, amigos e muitos funcionários especializados, além das melhores  escolas para os seus filho .
Isto é a pura e verdadeira justiça.

O povo vendo isso pensa e confirma que o crime compensa e só os descamisados mofam na cadeia.
Brasil, fala sério, fala.

Iderval Reginaldo Tenório

Imagine - John Lennon (Legendado) Excellent !!! - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=bBW8g64Vzf8
8 de dez de 2011 - Vídeo enviado por ByNewsFacts
Imagine que não há paraíso, É fácil se você tentar, Nenhum inferno abaixo de nós, Acima de nós apenas o céu ...

John Lennon - Imagine - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=VOgFZfRVaww
20 de dez de 2012 - Vídeo enviado por Emi Records Italy
OFFICIAL Somewhere over the Rainbow - Israel "IZ" Kamakawiwoʻole - Duration: 3:48. Mountain Apple ...

lowin in The Wind - Bob Dylan - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=3l4nVByCL44
4 de out de 2013 - Vídeo enviado por Naucruz
Blowin in The Wind Bob Dylan How many roads must a man walk down, Before you can call him a man? How ...

Blowing In The Wind (Live On TV, March 1963) - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=vWwgrjjIMXA
11 de set de 2012 - Vídeo enviado por BobDylanTV
21 videos Play all Bob Dylan OFFICIAL GREATEST HITS One Video - 1VDO.COM HD Playlists · Peter ...

Blowin' In The Wind -Bob Dylan - Lyrics - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=G58XWF6B3AA
1 de fev de 2016 - Vídeo enviado por Alex supertramp
Song written by Bob Dylan. ... Blowin' In The Wind -Bob Dylan - Lyrics. Alex supertramp ...

UOL Mais > Bob Dylan - "Blowin' In The Wind"

mais.uol.com.br/view/286784
28 de jul de 2009
Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan, (Duluth, ... consagrou o músico com o hit .

NAVIO NEGREIRO CASTRO ALVES






Navio Negreiro
Castro Alves (1847 — 1871)

 

NAVIO NEGREIRO

CASTRO ALVES 

I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta. 

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro... 

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas... 

Donde vem? onde vai?  Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço. 

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade! 

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa! 

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos! 

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia... 

.......................................................... 
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa! 

Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas. 

 
II
    
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após. 

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão! 

O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir! 

Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
 

III
   
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
 


IV
    
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... 

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs! 

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais... 

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri! 

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..." 

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
          Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!...  

 
V
   
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! 

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?   Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!... 

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos. 

Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . . 

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael. 

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
 
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer. 

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
 
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!... 

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...





Esta, que é a parte mais comovente e intensa do poema "Navio Negreiro" vai aqui declamada com brilhantismo por Paulo Autran para o seu deleite
VI
      
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia? 

Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ... 

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!... 

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!