quarta-feira, 23 de abril de 2014

NO CAMINHO COM Maiakóvski

No caminho com Maiakóvski de Eduardo Alves Costa
Vladimir Maiakovski (1893-1930)
Este poema todas as vezes que é recitado diz o recitador :de Maiakóvski quando  na verdade é de um brasileiro chamado:

 Eduardo Alves Costa.
Eduardo Alves da Costa é um poeta e dramaturgo carioca e está vivo. Vladimir Maiakovski foi um poeta russo, panfletário, que morreu em 1930. Um mal entendido liga estes dois seres humanos há quase 40 anos. Eduardo escreveu um poema, na década de 60, que se transformou em um hino na luta contra a ditadura militar, no Brasil. Chama-se “No Caminho, com Maiakóviski”. Eis o trecho mais conhecido:Costa graduou-se no curso de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1952.[2] Organizou, em 1960, noTeatro de Arena, em São Paulo, uma das mais instigantes atividades culturais do período, as Noites de Poesia, em que eram divulgadas as obras de jovens poetas.[1] Participou do movimentoOs Novíssimos, da Massao Ohno, em 1962
 

              O BLO0G É CULTURAL


  
No caminho com Maiakóvski 
Eduardo Alves Costa.


Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite,

já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.

No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor e o que vejo
e acabo por repetir não mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.

A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.

Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.

Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,o coração grita
- MENTIRA!

ACESSEM O BLOG 


http://www.iderval.blogspot.com

Mesmo que já estejamos em contexto bem diferente daquele em que foi composto, vale a pena passear pelos versos e mensagem ainda muito atuais. 
                    Iderval Reginaldo Tenório


  • Belchior - Populus - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=1XsheARH2-M

    17/10/2012 - Vídeo enviado por Marcos Pessoa
    Belchior - Populus CORAÇÃO SELVAGEM De Belchior "Populus,meu cão... O escravo, indiferente ...
  • Tudo Outra Vez - Belchior - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=xXoOHwllx7U

    05/06/2011 - Vídeo enviado por Naucruz
    Meu cachorro ligeiro. Sertão, olha o Concorde Que vem vindo do estrangeiro. O fim do termo "saudade .

  • terça-feira, 22 de abril de 2014

    A MULHER , O CARNAVAL E O BRASIL


    Carnaval 2008 - Candidata a Peladona na Avenida: Viviane Castro
    O Carnaval

    De longe e muito longe não é hoje o carnaval como o de antigamente, quando naquela época era o carnaval uma manifestação popular dos populares, uma manifestação espontânea e pueril  dos não populares , uma festa de responsabilidade administrativa dos gestores e dos organizadores. O carnaval era dos amantes, dos sonhadores, das crianças, dos velhos, dos palhaços, dos tristes, dos alegres, dos homens, das mulheres, do sol , da lua , dos índios, dos transviados, dos cabeludos e dos inocentes.

    Hoje o carnaval é uma vitrine para os políticos lançarem e sedimentarem os seus nomes para cargos  eletivos futuros com o erário publico, é o carnaval a maior peça publicitária para o mal, onde escancara e incentiva o consumo do álcool  em todas as idades  , em todos os recantos da nação . Os mentores expõem as suas peças publicitárias em todos os portais visíveis, nas telas das televisões,  nas paginas dos jornais, nas ruas e nos nichos receptores dos foliões de posses, os aeroportos e os hotéis  numa verdadeira enxurrada de desinformação, destruindo todos os ensinamentos postos pelos pais e pelos professores durante o ano que antecede a momesca festa, por puro interesse de poder, político, econômico  e de dominação de castas.

     Agora o mais grave é a exposição demasiada da mulher, a transformado numa mercadoria, as mais bem dotadas  de corpos, bumbuns, coxas, cinturas  e seios artificiais, as de plásticas  esculturais e  mulheres  midiáticas , com os seus nus em eternas sessões de manutenção, para as quais existem os mantenedores,  são maquiadas e transformadas em estrelas inatingíveis  com a finalidade de se  replicarem em milhares de adolescentes imaturas em todas as classes sociais, principalmente nas camadas mais  baixas, utilizadas como mercadorias depois de ensopadas de álcool etílico e das frenéticas músicas enxertadas  de  coreografias obscenas.
    É este carnaval onde os homens se manifestam, se vestem de mulheres e num crescente vão caricaturando  os seus desejos , suas  vontades e os seus gestos, é neste carnaval que mergulhados no som, na multidão e na liberdade os seres humanos manifestam  as suas preferências  sexuais, os homens e as mulheres se beijam, se entrelaçam, se expõem e  se revelam ao público como a comunicar as suas preferência sexuais embutidas até aquela data, é no carnaval onde se descobrem as  suas diretrizes que desinibidas  circulam pelo mundo de cada um.

    O carnaval passou a ser a gaiola dos loucos, dos inibidos, dos enrustidos, dos políticos, dos grandes que sabem  armar arapucas para aprisionarem  um  povo inofensivo e inocente.  O carnaval deixou de ser a maior festa popular criada para extravasar as mágoas, a solidão, o sofrimento e o sentimento de desigualdade social, passando a ser um poderoso instrumento de criador de famosos, de ricos, de mandantes políticos  e de musas(os)  de areia , de gelo ou de fumaça que servem de formas para o fabrico de uma juventude frágil, superficial e mais distante da realidade do torrão em que vive.

    O carnaval precisa voltar a ser carnaval , não precisa ser arcaico, melancólico, saudoso e nem depressivo. O carnaval precisa e deve voltar a ser apenas um carnaval. Alegria, alegria , alegria , jamais uma fabrica de loucos, um carnaval privatizado e excludente.

    Iderval Reginaldo Tenório



    Ednardo- Longarinas [Berro- 1976] - YouTube

     
     
     
     


    EDNARDO - PAVÃO MISTERIOSO - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=p5rsMmgivAQ

    15/05/2009 - Vídeo enviado por Rocir Santiago
    De autoria não bem conhecida, Pavão misterioso é com uma destas sagas de amor similares a Romeu e 

    domingo, 20 de abril de 2014

    Por que Eduardo Campos se mudou para São Paulo


    Por que Eduardo Campos se mudou para São Paulo
     
    20/04/2014 às 14:45
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    Após oficializar pré-candidatura a presidente, o ex-governador de Pernambuco deixou o seu Estado como parte da estratégia para ganhar votos no maior colégio eleitoral do país. (Foto: Clemilson Campos/JC Imagem/Folhapress)

























    A tradicional família Arraes está representada em São Paulo por uma ponte no bairro da Penha e por uma escola encravada na favela de Paraisópolis. Ambas se chamam Miguel Arraes, em homenagem ao advogado e economista que se tornou um dos principais líderes políticos do Nordeste no século XX. A ligação dos Arraes com São Paulo não vai muito além disso. A partir desta semana, a família estreita significativamente seus laços com os moradores da metrópole. Eduardo Campos, pré-candidato a presidente pelo PSB, passa a morar num pequeno apartamento em São Paulo, perto do aeroporto de Congonhas.

    Campos é neto de Arraes e seu herdeiro político. Ele entregou o cargo de governador de Pernambuco, que ocupou por sete anos e três meses, na sex­ta-feira, dia 4. Deixou a chave do Palácio das Princesas com o vice, João Lyra. Depois de passar uma semana descansando com a mulher, Renata, e com os cinco filhos do casal, Campos espera oficializou a pré-candidatura a presidente na segunda-feira (13), em Brasília. Logo depois, se mudou para São Paulo. Num primeiro momento, sozinho. Depois, levará a família inteira.

    A decisão de mudar a base eleitoral para São Paulo foi estratégica. Além de ser o maior colégio eleitoral do Brasil, São Paulo é um desafio para o PSB. O Estado, berço do PT, é governado pelo PSDB desde 1995, quando a polarização entre petistas e tucanos começou a aumentar nas disputas eleitorais. Segundo os cálculos do PSB, Campos terá de quebrar essa polarização em São Paulo se quiser chegar ao segundo turno. Portanto, é natural que ele concentre suas agendas e algumas ações de campanha em São Paulo, onde vivem 22% do eleitorado.

    Campos procura também um local na capital paulista onde possa montar um estúdio para gravar os programas do horário eleitoral gratuito. Existe até a possibilidade de, num segundo momento, ele se mudar para uma casa maior, onde essa estrutura possa ser montada. Campos e família morariam, assim, dentro do próprio Q.G. eleitoral. Em São Paulo, o PSB também cogita montar o centro responsável pela campanha na internet. A Rede, o partido de Marina Silva coligado a Campos, mantém seus serviços de mídia digital na capital paulista. Toda essa estrutura deverá ser administrada por um pool de marqueteiros, já que Campos não pretende escolher um único nome para a função. No esforço para conquistar São Paulo, ele não pretende descuidar de sua base – o Nordeste. Quer visitar a região a cada 15 dias, pelo menos.

    'Dilma não pode fugir à responsabilidade', diz ex-presidente da Petrobrás-Gabrielli

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    'Dilma não pode fugir à responsabilidade', diz ex-presidente da Petrobrás
    Para Gabrielli, presidente tem de assumir sua parcela de ônus no caso Pasadena

     

    SALVADOR - Presidente da Petrobrás à época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, José Sergio Gabrielli admitiu em entrevista ao Estado sua parcela de responsabilidade no polêmico negócio, mas dividiu o ônus com a presidente Dilma Rousseff.
    Segundo ele, o relatório entregue ao Conselho de Administração da estatal foi "omisso" ao esconder duas cláusulas que constavam do contrato, mas Dilma, que era ministra da Casa Civil e presidia o conselho, "não pode fugir da responsabilidade dela".

    Gabrielli defende a compra da refinaria conforme as circunstâncias da época e alfineta sua sucessora, Graça Foster, ao afirmar que a Petrobrás não foi construída nos dois anos de gestão da atual presidente da estatal. De acordo com ele, a queda do preço das ações da estatal não se deve a Pasadena, mas à conjuntura externa, afetada pela crise financeira global de 2008, e à política do governo de manutenção artificial dos preços da gasolina no Brasil abaixo do mercado internacional. Política que, segundo Gabrielli, está contaminada pela disputa eleitoral.
    O senhor se considera responsável pelo relatório entregue ao conselho administrativo da Petrobrás antes da compra da refinaria de Pasadena?

    Eu sou responsável. Eu era o presidente da empresa. Não posso fugir da minha responsabilidade, do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho. Nós somos responsáveis pelas nossas decisões. Mas é legítimo que ela tenha dúvidas.
    O relatório é falho e omisso como disse a presidente Dilma?
    Acho que não (foi falho). Ele foi omisso. Sem dúvida nenhuma foi omisso porque as duas cláusulas mencionadas (Put Option, que obrigou a Petrobrás a comprar a outra metade da refinaria, e Marlim, que compensaria a então sócia Astra por possíveis prejuízos) não constavam da apresentação feita aos conselheiros.

    O conselho teve acesso à totalidade dos documentos antes de aprovar a compra da refinaria?
    Não teve acesso a essas cláusulas. Mas isso não é relevante, a meu ver, para a decisão do conselho. O que é relevante é se o projeto é aderente tecnologicamente e estrategicamente ao que você faz e ter dado rentabilidade com os pressupostos daquele momento. Essas três condições fariam a decisão do negócio.

    Se o Conselho de Administração da estatal soubesse dessas cláusulas no primeiro momento teria aprovado a compra da refinaria?
    Eu acho que teria aprovado porque o objetivo naquele primeiro momento era a possibilidade de ter um negócio nos Estados Unidos em uma refinaria que tinha preços adequados ao mercado. E poderia ser uma entrada forte nossa nos Estados Unidos, o mercado que mais crescia no mundo na época. Continuo achando que foi um bom negócio para a conjuntura de 2006, um mau negócio para a conjuntura de 2008 a 2011 e voltou a ser bom em 2013 e 2014.

    O que mudou na Petrobrás de Lula para Dilma?
    Não acho que houve mudança. É bom lembrar que saí em fevereiro de 2012 e o acordo de Pasadena é de junho de 2012. Enquanto estive lá, a partir de 2008, só fiz disputar judicialmente com a Astra. Não fiz nenhum acordo com a Astra.
    Então a mudança foi de Gabrielli para Graça Foster?
    Eu não disse isso. A gestão da presidente Graça deu continuidade aos planos estratégicos desenvolvidos pela diretoria anterior. Não vejo ruptura entre mim e Graça. É uma presidência de continuidade.
    Pelo menos em um ponto importante vocês divergem. Graça diz que a compra de Pasadena foi um negócio ruim e o senhor diz que foi bom.
    Nós não divergimos. Graça disse de forma explícita que hoje ela não faria o negócio mas que na época foi um bom negócio. Portanto nós não temos divergência. Na época eu faria a mesma coisa. O negócio depois ficou ruim e hoje está melhor outra vez.
    Existe uma tentativa de responsabilizar a sua gestão por um negócio que não deu o resultado esperado?
    Cheguei na Petrobrás e a empresa valia US$ 15 bilhões. Comigo a Petrobrás foi a US$ 350 bilhões e quando eu saí ela estava valendo US$ 180 bilhões. Essa é a realidade no mercado. A empresa vinha num processo de esvaziamento, de quebra da unidade operacional, sendo fatiada. Havia várias iniciativas para vender as refinarias em pedaços. Saímos da situação de uma empresa acuada na área de gás e energia para nos transformarmos no principal ator produzindo hoje um volume superior talvez à energia de Itaipu. Isso não se fez nos últimos dois anos.

    As dúvidas sobre negócio de Pasadena são uma mácula à sua gestão?
    Não posso aceitar isso. Posso falar da minha gestão em termos de resultados. Posso falar de uma empresa que saiu de ter duas sondas de perfuração para ter 69, que saiu de 33 mil pessoas trabalhando para 85 mil, que foi nesse período que se descobriu o pré-sal e se atingiu a autossuficiência. Na minha gestão a companhia teve os maiores lucros da história e realizou a maior capitalização da história do mundo em termos de venda de ações no mercado. Não posso dizer que foi uma gestão equivocada. Desafio quem quiser discutir sem xingamento a dizer que foi uma má gestão.

    Qual sua opinião sobre a declaração da presidente Dilma de que estariam tentando atingir a Petrobrás?

    A oposição faz uma campanha irresponsável contra a Petrobrás. A Petrobrás é um patrimônio nacional extremamente bem gerido, com uma competência instalada extraordinária. O ataque só pode ser entendido por interesses eleitoreiros combinados com alguns interesses muito mais complicados.
    Quais?
    Interesses na área financeira de redução dos valores da Petrobrás para poder viabilizar operações no mercado de ações e ameaçar o papel histórico da empresa de desenvolver o pré-sal brasileiro. Quando nós mudamos o marco regulatório do pré-sal em 2010 com a introdução da partilha de produção que altera as formas de apropriar o futuro e com isso vai viabilizar mais recursos para a educação brasileira, isso teve uma oposição muito grande. É quem hoje está atacando a Petrobrás. Quem hoje ataca a Petrobrás também ataca o modelo da partilha e o conceito de que a companhia deve ser a operadora do pré-sal.

    Como o senhor explica a grande desvalorização da empresa apesar da descoberta do pré-sal?
    Em dezembro de 2002 uma ação da Petrobrás em Nova York custava US$ 3,67. No dia 1.º de agosto de 2008 chegou a US$ 55,31 e hoje está a US$ 13,50. Esse período pós 2008 deve ser explicado por dois fenômenos. Primeiro, pela crise financeira mundial que reduziu a demanda de petróleo dos EUA. Segundo, pela queda do preço de petróleo e do mercado de ações. No Brasil tem um componente importante que está penalizando as ações da Petrobrás que é o ajuste dos preços da gasolina e diesel no mercado nacional abaixo dos preços praticados no exterior.

    O preço da gasolina no Brasil deve aumentar?
    Deve aumentar. Não precisa ser instantaneamente mas tem que haver um aumento gradual para permitir uma mínima aproximação do preço doméstico com o preço internacional. Não há como a Petrobrás manter permanentemente uma diferença entre o preço doméstico e o internacional. Tem que ter um processo de convergência e no dia que acontecer isso as ações da Petrobrás voltam a crescer.
    A política sobre os preços da gasolina também está contaminada pelo debate eleitoral?
    Claro. Acaba sendo afetada, influenciada.
    Houve US$ 530 milhões de baixas contábeis da Petrobrás por causa de Pasadena. Existe possibilidade de a companhia recuperar esses valores?
    Não sei os números de hoje, mas a presidente Graça diz que o lucro é de US$ 58 milhões em janeiro e fevereiro de 2014. Se multiplicar US$ 58 milhões em 10 meses ela recupera os US$ 530 milhões. É uma conta linear.
    Existe algum conflito ético na indicação do seu primo José Orlando para o cargo de presidente da Petrobrás América?
    O Zé Orlando entrou na Petrobrás em 1978. Quando cheguei, em 2003, era conhecido como primo de Zé Orlando. Não ele (conhecido como) meu primo. Quando a indicação para presidência da Petrobrás América chegou, eu tinha as seguintes opções: veto porque é meu primo ou aceito porque é a pessoa mais correta. Aí resolvi comunicar à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) porque não é justo vetá-lo por ser meu primo. Enquanto ele esteve lá nós só fizemos disputa judicial. Não teve nenhum pagamento à Astra

    GABRIELLI DESCARREGA CONTRA A DILMA E A GRAÇA FOSTER

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    'Dilma não pode fugir à responsabilidade', diz ex-presidente da Petrobrás

    Para Gabrielli, presidente tem de assumir sua parcela de ônus no caso Pasadena

     

    SALVADOR - Presidente da Petrobrás à época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, José Sergio Gabrielli admitiu em entrevista ao Estado sua parcela de responsabilidade no polêmico negócio, mas dividiu o ônus com a presidente Dilma Rousseff.
    Segundo ele, o relatório entregue ao Conselho de Administração da estatal foi "omisso" ao esconder duas cláusulas que constavam do contrato, mas Dilma, que era ministra da Casa Civil e presidia o conselho, "não pode fugir da responsabilidade dela".

    Gabrielli defende a compra da refinaria conforme as circunstâncias da época e alfineta sua sucessora, Graça Foster, ao afirmar que a Petrobrás não foi construída nos dois anos de gestão da atual presidente da estatal. De acordo com ele, a queda do preço das ações da estatal não se deve a Pasadena, mas à conjuntura externa, afetada pela crise financeira global de 2008, e à política do governo de manutenção artificial dos preços da gasolina no Brasil abaixo do mercado internacional. Política que, segundo Gabrielli, está contaminada pela disputa eleitoral.
    O senhor se considera responsável pelo relatório entregue ao conselho administrativo da Petrobrás antes da compra da refinaria de Pasadena?

    Eu sou responsável. Eu era o presidente da empresa. Não posso fugir da minha responsabilidade, do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho. Nós somos responsáveis pelas nossas decisões. Mas é legítimo que ela tenha dúvidas.
    O relatório é falho e omisso como disse a presidente Dilma?
    Acho que não (foi falho). Ele foi omisso. Sem dúvida nenhuma foi omisso porque as duas cláusulas mencionadas (Put Option, que obrigou a Petrobrás a comprar a outra metade da refinaria, e Marlim, que compensaria a então sócia Astra por possíveis prejuízos) não constavam da apresentação feita aos conselheiros.

    O conselho teve acesso à totalidade dos documentos antes de aprovar a compra da refinaria?
    Não teve acesso a essas cláusulas. Mas isso não é relevante, a meu ver, para a decisão do conselho. O que é relevante é se o projeto é aderente tecnologicamente e estrategicamente ao que você faz e ter dado rentabilidade com os pressupostos daquele momento. Essas três condições fariam a decisão do negócio.

    Se o Conselho de Administração da estatal soubesse dessas cláusulas no primeiro momento teria aprovado a compra da refinaria?
    Eu acho que teria aprovado porque o objetivo naquele primeiro momento era a possibilidade de ter um negócio nos Estados Unidos em uma refinaria que tinha preços adequados ao mercado. E poderia ser uma entrada forte nossa nos Estados Unidos, o mercado que mais crescia no mundo na época. Continuo achando que foi um bom negócio para a conjuntura de 2006, um mau negócio para a conjuntura de 2008 a 2011 e voltou a ser bom em 2013 e 2014.

    O que mudou na Petrobrás de Lula para Dilma?
    Não acho que houve mudança. É bom lembrar que saí em fevereiro de 2012 e o acordo de Pasadena é de junho de 2012. Enquanto estive lá, a partir de 2008, só fiz disputar judicialmente com a Astra. Não fiz nenhum acordo com a Astra.
    Então a mudança foi de Gabrielli para Graça Foster?
    Eu não disse isso. A gestão da presidente Graça deu continuidade aos planos estratégicos desenvolvidos pela diretoria anterior. Não vejo ruptura entre mim e Graça. É uma presidência de continuidade.
    Pelo menos em um ponto importante vocês divergem. Graça diz que a compra de Pasadena foi um negócio ruim e o senhor diz que foi bom.
    Nós não divergimos. Graça disse de forma explícita que hoje ela não faria o negócio mas que na época foi um bom negócio. Portanto nós não temos divergência. Na época eu faria a mesma coisa. O negócio depois ficou ruim e hoje está melhor outra vez.
    Existe uma tentativa de responsabilizar a sua gestão por um negócio que não deu o resultado esperado?
    Cheguei na Petrobrás e a empresa valia US$ 15 bilhões. Comigo a Petrobrás foi a US$ 350 bilhões e quando eu saí ela estava valendo US$ 180 bilhões. Essa é a realidade no mercado. A empresa vinha num processo de esvaziamento, de quebra da unidade operacional, sendo fatiada. Havia várias iniciativas para vender as refinarias em pedaços. Saímos da situação de uma empresa acuada na área de gás e energia para nos transformarmos no principal ator produzindo hoje um volume superior talvez à energia de Itaipu. Isso não se fez nos últimos dois anos.

    As dúvidas sobre negócio de Pasadena são uma mácula à sua gestão?
    Não posso aceitar isso. Posso falar da minha gestão em termos de resultados. Posso falar de uma empresa que saiu de ter duas sondas de perfuração para ter 69, que saiu de 33 mil pessoas trabalhando para 85 mil, que foi nesse período que se descobriu o pré-sal e se atingiu a autossuficiência. Na minha gestão a companhia teve os maiores lucros da história e realizou a maior capitalização da história do mundo em termos de venda de ações no mercado. Não posso dizer que foi uma gestão equivocada. Desafio quem quiser discutir sem xingamento a dizer que foi uma má gestão.

    Qual sua opinião sobre a declaração da presidente Dilma de que estariam tentando atingir a Petrobrás?

    A oposição faz uma campanha irresponsável contra a Petrobrás. A Petrobrás é um patrimônio nacional extremamente bem gerido, com uma competência instalada extraordinária. O ataque só pode ser entendido por interesses eleitoreiros combinados com alguns interesses muito mais complicados.
    Quais?
    Interesses na área financeira de redução dos valores da Petrobrás para poder viabilizar operações no mercado de ações e ameaçar o papel histórico da empresa de desenvolver o pré-sal brasileiro. Quando nós mudamos o marco regulatório do pré-sal em 2010 com a introdução da partilha de produção que altera as formas de apropriar o futuro e com isso vai viabilizar mais recursos para a educação brasileira, isso teve uma oposição muito grande. É quem hoje está atacando a Petrobrás. Quem hoje ataca a Petrobrás também ataca o modelo da partilha e o conceito de que a companhia deve ser a operadora do pré-sal.

    Como o senhor explica a grande desvalorização da empresa apesar da descoberta do pré-sal?
    Em dezembro de 2002 uma ação da Petrobrás em Nova York custava US$ 3,67. No dia 1.º de agosto de 2008 chegou a US$ 55,31 e hoje está a US$ 13,50. Esse período pós 2008 deve ser explicado por dois fenômenos. Primeiro, pela crise financeira mundial que reduziu a demanda de petróleo dos EUA. Segundo, pela queda do preço de petróleo e do mercado de ações. No Brasil tem um componente importante que está penalizando as ações da Petrobrás que é o ajuste dos preços da gasolina e diesel no mercado nacional abaixo dos preços praticados no exterior.

    O preço da gasolina no Brasil deve aumentar?
    Deve aumentar. Não precisa ser instantaneamente mas tem que haver um aumento gradual para permitir uma mínima aproximação do preço doméstico com o preço internacional. Não há como a Petrobrás manter permanentemente uma diferença entre o preço doméstico e o internacional. Tem que ter um processo de convergência e no dia que acontecer isso as ações da Petrobrás voltam a crescer.
    A política sobre os preços da gasolina também está contaminada pelo debate eleitoral?
    Claro. Acaba sendo afetada, influenciada.
    Houve US$ 530 milhões de baixas contábeis da Petrobrás por causa de Pasadena. Existe possibilidade de a companhia recuperar esses valores?
    Não sei os números de hoje, mas a presidente Graça diz que o lucro é de US$ 58 milhões em janeiro e fevereiro de 2014. Se multiplicar US$ 58 milhões em 10 meses ela recupera os US$ 530 milhões. É uma conta linear.
    Existe algum conflito ético na indicação do seu primo José Orlando para o cargo de presidente da Petrobrás América?
    O Zé Orlando entrou na Petrobrás em 1978. Quando cheguei, em 2003, era conhecido como primo de Zé Orlando. Não ele (conhecido como) meu primo. Quando a indicação para presidência da Petrobrás América chegou, eu tinha as seguintes opções: veto porque é meu primo ou aceito porque é a pessoa mais correta. Aí resolvi comunicar à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) porque não é justo vetá-lo por ser meu primo. Enquanto ele esteve lá nós só fizemos disputa judicial. Não teve nenhum pagamento à Astra

    Chocolate corre risco de desaparecer, alerta pesquisador


    Chocolate corre risco de desaparecer, alerta pesquisador


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    Má notícia para os chocólatras de plantão: com as mudanças no solo da África, que responde por 72% da produção mundial de cacau, o chocolate corre risco de extinção.
    Hoje, os produtores estão derrubando outras espécies para plantar apenas cacaueiro, que cresce melhor em florestas, à sombra de árvores mais altas. Dessa forma, a colheita de cacau aumenta a curto prazo, mas o solo acaba empobrecido com a ação do sol e a produção futura é comprometida.
    “Em 20 anos, o chocolate vai ser como o caviar: tão raro e caro que as pessoas não vão poder comprar”, afirma John Mason, diretor do Centro de Pesquisas sobre Conservação da Natureza (NCRC). Atualmente, o Brasil é o 6º maior produtor de cacau do planeta, mas ainda precisa importá-lo.   .
     
     
    JÁ FOI O PRIMEIRO.
     
    HOJE O BRASIL  IMPORTA TUDO- ROUPAS, SAPATOS, MAQUINAS, COMPUTADOR, GUARDA CHUVA, CADERNOS, TINTAS,  A INDUSTRIA BRASILEIRA ESTA SENDO DESATIVADA AOS POUCOS.