segunda-feira, 6 de maio de 2013

ALEXANDRE LYRIO- CANUDOS- Com a estiagem, cidade de Canudos volta a aparecer após 17 anos


                                                             
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Conheçam este delicado e requintado trabalho do Jovem Jornalista Alexandre Lyrio, jovem estudioso , dono de uma capacidade de síntese vista em poucos profissionais. 

Autor de várias obras, dentre elas , a vida do Grande  médico baiano Juliano Moreira , obra que deveria ser estuda em todas as Escolas Médicas ou não Médicas do país. 

Neste trabalho sobre Canudos, o Alexandre faz um resumo e coloca tudo que o brasileiro precisa saber, numa linguagem entendível, que embala o leitor. 

Eu , como simples leitor cativo , apenas agradeço o volume de conhecimentos adquiridos ao mergulhar nesta fascinante narrativa. 

                Professor Alexandre Lyrio, obrigado.

 


NO FIM DA MATÉRIA , ESCUTEM( GUERRA DE CANUDOS) DO ALDO SOUZA, UM  COMPOSITOR BAIANO DE RESPEITO   NA VOZ DE CAROLINA RIMOLLI, UMA CANTORA BRASILEIRA QUE HOJE MORA NA BÉLGICA E PORTUGAL, UMA CANTORA QUE NOS ENCHE DE ORGULHO.
CONHEÇAM ESTAS FERAS, VALORIZEM O QUE É NOSSO.

Iderval Reginaldo Tenório

Com a estiagem, cidade de Canudos volta a aparecer após 17 anos

Seca fez o Açude do Cocorobó, construído em 1968, baixar o seu nível em nada menos que 11 metros, fazendo aparecer ruínas de Canudos

05.05.2013 | Atualizado em 05.05.2013 - 08:24
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Alexandre Lyrioalexandre.lyrio@redebahia.com.br
 - Que desgraça de tanto tiro... Simbora daqui, pelo amor de Deus!   
São as balas das espingardas bate-bucha zunindo nos ouvidos da volante. Na terceira investida do Exército sobre o Arraial de Canudos, o coronel Moreira César é atingido mortalmente. 
Apesar de armados com fuzis, os 1,2 mil soldados do governo sucumbem à fé e à fúria da jagunçada e, ante a perda do seu comandante, resolvem debandar como diabos fugindo da cruz. É nesse momento que o Coronel Tamarindo, que assume a tropa, profere a frase famosa.  
- É tempo de murici... Cada um cuida de si...
Mais de cem anos depois, detalhes daquela fuga, um dos capítulos mais marcantes da Guerra de Canudos - entre novembro 1896 e outubro de 1897 - são relatados com entusiasmo pelo poeta e guia turístico José Américo Amorim, 47 anos. Desta vez, o poeta está especialmente empolgado. Não é todo dia que se tem a oportunidade de contar essa história estando com os dois pés sobre o território da  Canudos Velha, a pouco mais de 400 quilômetros de Salvador. Estamos no local exato onde, após uma quarta investida, o povoado construído por Antônio Conselheiro foi dizimado.

O poeta e todos que nas últimas semanas transformaram aquelas ruínas em local turístico devem essa experiência rara à seca. Foi ela que fez o Açude do Cocorobó, construído em 1968, baixar o seu nível em nada menos que 11 metros. Dos 245 milhões de metros cúbicos d’água (245 bilhões de litros), restam apenas 20%. A perda fez aparecer ruínas de duas Canudos: a Canudos conselheirista, que viveu as batalhas, e a Canudos pós-conselheirista, ambas inundadas pelo açude. 
A última vez que algo parecido aconteceu tem pelo menos 17 anos, na seca entre 1996 e 1999. Com a nova seca, emergiram da primeira Canudos a base do cruzeiro defronte às duas igrejas do arraial, parte do cemitério onde estariam os restos mortais de alguns dos combatentes e a base de um canhão, uma matadeira de fabricação alemã. Da segunda Canudos, reconstruída no mesmo local, aparece hoje boa parte das ruínas de uma terceira igreja, edificada após a morte de Conselheiro, e uma ponte que dava acesso à cidade. 
“Apesar dos vestígios mais evidentes serem da Canudos pós-conselheirista, a segunda Canudos foi construída na mesma área. Estamos pisando no centro da guerra”, diz José Américo. Do lugar, na margem esquerda do rio Vazabarris, é possível enxergar o Alto da Favela, na margem oposta. Ali ficava a campanha mais próxima que o Exército conseguiu estabelecer antes da matança final, a 300 metros do Belo Monte, também se chamava o arraial. 

Normalmente, os atuais visitantes avistam a área inundada em que ocorreu a guerra a partir daquele ponto. O mesmo em que Euclides da Cunha se estabeleceu para escrever Os Sertões. “Mas a seca traz a possibilidade da visão a partir de quem estava em Belo Monte e enxergava o acampamento dos soldados. Isso é raro”, observa o poeta. 
Xique-xique As lembranças de quando teve de deixar Canudos Velha seguem firmes na mente e no coração de Maria Antônia dos Santos, 73 anos. Vivia feliz com os pais e irmãos quando souberam da construção do açude. A água da barragem subiu da noite para o dia. Muitos tentaram resistir, inclusive sua família. “Saímos com água no pescoço. Por um lado foi uma tristeza deixar tudo para trás. Por outro, chegou água farta”, conta. 
Ao retornar ao local, as ruínas ainda lhe emocionam. Afinal de contas, foi naquela igreja pós-conselheirista, a terceira construída no lugar, que se casou há mais de 60 anos. Dona Maria explica que as construções em forma de arco são da entrada  da igreja e do altar. “E ali a gente se confessava com o padre”, indica.
Fato é que a seca cria um curioso turismo que só ocorre de tempos em tempos. “É a chance de ver de perto o cenário da guerra. É história, né?”, diz a estudante Janaína Coelho, 23 anos, que veio de Petrolina, em Pernambuco. Mas, além desse turismo histórico, há o turismo afetivo. “Inclusive filhos de Canudos que ganharam o mundo vêm de longe para conhecer parte de suas origens”, diz o historiador Manoel Neto, coordenador do Centro de Estudos Euclides da Cunha, na Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Ainda que a seca continue, há pouco a se revelar da primeira e segunda Canudos além do que já existe. Apenas as bases das duas igrejas conselheiristas, feitas de pedra, ainda resistem abaixo do lodo do açude. Dos casebres do arraial, não existe mais nada. Até porque as construções eram de pau a pique. 
 Se voltar a chover e, como diz o povo canudense, o açude novamente sangrar (transbordar), tudo vai desaparecer. Se bem que, essa cidade tem como essência a resistência. Destruída pelo fogo da guerra, ressurgiu para ser apagada pela água. Reapareceu pela terceira vez em outro local e hoje segue viva. No presente e no passado. E a cada aparição das suas ruínas, aqueles que têm o mínimo de imaginação, talvez consigam ouvir a munição das espingardas bate-bucha zunindo nos ouvidos.
Arqueólogos realizaram estudos na década de 90
Ao fazer ressurgir o Arraial de Canudos, a seca que atinge o Sertão da Bahia mostra que não é só sofrimento. A aparição das ruínas possibilita, entre outras coisas, o estudo do local. 

Na última seca, na década de 90, uma equipe de arqueólogos trabalhou nas ruínas durante 20 dias. Era preciso aproveitar a chance antes que voltasse a chover. Na época, foram desencavadas ossadas, cartuchos de balas, estilhaços de granada. Foram retiradas a lama e o entulho que cobria alguns monumentos. “É a Teotihuacan sertaneja”, disse à revista Veja na época, referindo-se ao sítio encontrado na Cidade do México, o arqueólogo Paulo Zanettini. 
Na década de 80, já havia sido criado o Parque Estadual de Canudos. Hoje, no parque, há preservados vestígios da guerra não submersos, como quatro trincheiras conselheiristas que tentaram barrar a aproximação das volantes.
‘Inundação de Canudos foi um equívoco’, dizem historiadores
O ressurgimento das ruínas da velha Canudos serve para demonstrar o equívoco que foi a construção do Açude do Cocorobó, que inundou a área onde aconteceu a guerra. Pelo menos é essa a visão de historiadores que estudam o fato. Para Manoel Neto, coordenador do Centro de Estudos Euclides da Cunha da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a submersão da cidade foi um erro tanto histórico quanto econômico.
Histórico porque coloca sob as águas vestígios da memória de um episódio importante. “Toda vez que essas ruínas ressurgem é uma oportunidade de rediscutirmos como a memória popular é tratada no Brasil. Jamais inundariam aquele lugar se ali existisse um antigo palácio ou um monumento militar”, critica Manoel Neto. 
Mas, acredita, o açude também é um erro econômico. “A renda que o turismo poderia trazer para a região seria maior que os benefícios do açude, que, aliás, é subutilizado”. Eldon Canário, que foi morador da velha Canudos e escreveu cinco livros sobre o tema, concorda. “A seca continua. O problema da água ainda tá lá. Enquanto isso uma parte da história segue apagada. Para nós que nascemos lá, fica a frustração”, diz Canário. “Esse açude foi mais uma forma de encobertar a vergonha nacional que foi a guerra”, emenda o pesquisador e espécie de guia turístico oficial da cidade, José Américo Amorim. Ele diz que a seca entre 1996 e 1999, mais intensa, revelou mais do que a atual. “Por enquanto. Porque a tendência até novembro é piorar”. Naquela época, além da base do cruzeiro, do cemitério, da base do canhão e da igreja pós-conselheirista, emergiram ruínas das duas primeiras igrejas, ponto de maior resistência do conflito. 
Na frente da Igreja de Santo Antônio, também conhecida como Igreja Velha, edificou-se um cruzeiro – um pedestal com uma cruz. No pedestal havia uma placa onde se lia: “Edificada em 1893. A.M.M.C”. O A.M.M.C são as iniciais de Antônio Mendes Maciel Conselheiro. A placa e a cruz de madeira foram retiradas do local às vésperas da inundação e hoje estão guardadas no Memorial Antônio Conselheiro, na Canudos de hoje, a 10 quilômetros de distância da  Canudos Velha, para onde foi transferida a população.


  1. GUERRA DE CANUDOS - ALDO SOUZA - BRASIL - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=7awFa1AaGi0

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  2. Aldo Souza guerra de canudos - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=Bqd55bmogpU

    14/08/2011 - Vídeo enviado por Nivaldo0305
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A DESESTRUTURAÇÃO DA FAMILIA A Família e as mudanças de paradigmas




                                    


A Família e as mudanças de paradigmas

O exercício exacerbado e conturbado da cidadania vem colocando em cheque a autonomia da família, fazendo com que  esta entidade aos poucos vá perdendo a sua força e à proporção que vai vagarosamente sangrando, mergulha  numa famigerada falta de controle, deixando os genitores totalmente atordoados.

Inicio abordando a perda da autonomia da família  no tocante a religião, era inadmissível que no mesmo núcleo familiar um dos seus membros por qualquer motivo mudasse de religião, principalmente sendo um dos filhos,uma vez  o tronco católico ou protestante,  seria necessário um fato muito marcante e relevante para haver mudanças na trajetória religiosa dos seus descendentes. Com o exercício da cidadania, o livre arbítrio e uma sociedade laica, houve uma mudança radical do comportamento, sendo muitas famílias no que toca à religião  uma verdadeira torre de babel, cada membro segue caminhos religiosos  diferentes, gerando divergências, quando no passado a crença religiosa era fator de união e de  convergência.

No item  educação e cultura  , poucas são as famílias que conseguem implantar nos seus descendentes o produtivo legado familiar, os bons costumes e as tradições sem  serem contaminadas pelo necessário progresso e a indispensável atualização.

Acontece que  na grande maioria, os núcleos familiares perderam para os veículos de comunicação, veículos que em mais de 90% do tempo são deseducadores,  e  substituem  os éticos ensinamentos familiares por  mais básicos que sejam  por ensinamentos jurídicos e burocráticos linearmente ,deixando a  família apenas com a responsabilidade financeira . Muitos são os deveres e poucos os seus direitos . 

Os pais passaram em sua maioria a serem obsoletos, sendo trocados pelos grandes ícones, na sua maioria sem as mínimas condições de servirem como espelhos( os cantores, os artistas, os colegas e os computadores).

Nas escolas, os alunos, os professores, os funcionários, os coordenadores, os pais e os diretores perderam totalmente  a propriedade do diálogo, sendo necessário convênios com a polícia, com as pequenas causas e o ministério público, uma vez que, conflitos que eram resolvidos em família ou na escola , agora precisam da intermediação da justiça.

Outro ponto que merece muita atenção é a divergência no próprio lar com referencia à alimentação. Com   o advento e a popularização da televisão, das grandes empresas que só pensam no lucro ,  dos  elaborados  comerciais que promovem uma verdadeira lavagem  cerebral e que  promovem uma verdadeira colonização pelo  sabor, está a nova geração se afastando dos tradicionais e milenares pratos, substituindo os costumes e a nutritiva culinária regional por comidas rápidas,  produzindo verdadeiras diásporas familiares.

 Levantamento mostrou,  que o país cresceu em população o dobro nos últimos 40 anos e o consumo total do clássico: feijão com arroz , continua a mesma tonelagem de 1970, mostrando que em nada cresceu o seu consumo, no seu lugar  foram incrementados o consumo dos produtos industrializados de outras nações como-pizzas, hamburguês e outras guloseimas artificializadas, apagando os costumes familiares transferidos de geração para geração, desagregando a família pelo paladar.

Na convivência com a sociedade, mudanças aconteceram nas vestimentas, na  vida sexual, na desvalorização dos antepassados, no folclore, na música, na semântica, nos tratamentos, nas saudações , como  na arcaica e arraigada vida rural. 

Com este comportamento, o  jovem  se afasta do convívio com a  vida simples de sua região, sofistica as suas vontades e  incorpora os costumes e a cultura  de outros povos. Perde a família o direito e o dever de repassar para os seus componentes os segredos, os ensinamentos e  as grandes experiências, passando a ser apenas uma mera espectadora, sem voz, sem palavra e sem a liberdade de conduzir os seus membros. Perde a oportunidade de repassar os bons costumes da raiz geradora daquele núcleo familiar.

 A família vai aos poucos perdendo a sua autonomia, vai paulatinamente morrendo e sendo substituída pelos poderes públicos, poderes estes  desprovidos de sentimentos, de amor , de respeito e de responsabilidade familiar, poderes galgados na fria interpretação das leis, leis  encastoadas nos diversos regimentos, nos múltiplos estatutos e nos enviesados códigos vigentes da nação. 
A família pede socorro.

                             Iderval Reginaldo Tenório
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domingo, 5 de maio de 2013

Panorama: Medicina na Bolívia

                       Panorama: Medicina na Bolívia 

VEJAM  QUAIS OS MOTIVOS DE TANTA LUTA  DAS ESCOLAS BRASILEIRAS E DOS MÉDICOS QUE AQUI ATUAM.

ENTENDAM O VIÉS POLÍTICO E O VIÉS  ECONÔMICO. MEGULHEM NA QUALIDADE E NA FACILIDADE DE CURSAR A MEDICINA.

 FAÇAM UMA LEITURA CRÍTICA.    

  O POVO BRASILEIRO NÃO PODE FICAR CALADO DIANTE DESTE DESMANDO .

 ENTENDAM UM POUCO O GRANDE PROBLEMA E A GRANDE LUTA.

LEIAM ESTA MATÉRIA     



         

bolc3advia-medicina

Panorama: Medicina na Bolívia

Sob o pretexto de que há falta de médicos no interior do Brasil e com o discurso de repatriação de brasileiros que cursaram medicina em outros países, a flexibilização do REVALIDA seria um descaso com a saúde da população e uma afronta a meritocracia e as instituições médicas brasileiras.
É grande o número de brasileiros que cursam medicina fora do país. É muito pequeno o número de estudantes brasileiros estrangeiros que realmente falam de forma aberta e não apaixonada sobre o assunto.
Buscando maior esclarecimento, entramos em contato com essa reportagem especial da Revista Ser Médico do CREMESP ( a qual tivemos autorização para reprodução), que mostra a realidade que 20 mil brasileiros se sujeitam para tentar conseguir realizar o sonho de se tornarem médicos.
Essa é uma das únicas matérias disponíveis na internet que buscou junto a estudantes e autoridades brasileiras, bolivianass uma caracterização do cenário. Não foi achado material adicional na internet para fazer um contraponto. Tivemos acesso a alguns relatos e comentários de estudantes que estudam naquele país, mas não os reproduzimos neste momento por achar inoportuno.
Confira a seguir a matéria: 

A realidade precária dos cursos de Medicina particulares

Os 20 mil alunos – número que cresce anualmente – estudam Medicina em faculdades particulares da Bolívia. Falta de locais para o ensino da prática médica, docentes sem preparo e vagas ilimitadas, sem qualquer processo seletivo, formam um cenário preocupante.
Após anos de estudo em faculdades bolivianas, brasileiros terão dificuldade para revalidar o diploma e trabalhar no Brasil
 Reportagem e texto: Fátima Barbosa; Fotos: Osmar Bustos; Fonte: Revista Ser Médico do CREMESP
 Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. Pela manhã, milhares de estudantes brasileiros preparam-se para as aulas em alguma das cinco faculdades privadas de Medicina da cidade. A mesma cena se repete em Cochabamba e, em menor grau, em La Paz, Cobija, Oruro, Potosi e Sucre. São jovens e adultos cujo sonho de ser médico encontram nos preços irrisórios e nas vagas ilimitadas, sem vestibular, um caminho fácil para o diploma, mas que não garante uma formação adequada. A falta de ensino prático e muitos professores sem a habilitação necessária são problemas graves que repercutem no Brasil. Praticamente todos os estudantes querem voltar e exercer a profissão aqui.
O que fazer para que egressos sem o preparo  adequado entrem no mercado de trabalho? A posição do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) é clara: apoiar o Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras). Entretanto, rumores a favor da flexibilização dessa prova  – com o objetivo de preencher vagas de médicos em lugares longínquos – adicionam mais combustível ao debate.
Ressalte-se que a preocupação do Cremesp com a qualidade do ensino não se restringe aos egressos de escolas estrangeiras, mas também aos das faculdades de Medicina brasileiras. Para isso, defende uma avaliação nacional dos recém-formados no Brasil. Dando o exemplo, tornou obrigatório, a partir deste ano, o Exame do Cremesp no Estado de S. Paulo. Portanto, a exigência de uma melhor formação vale para todos os médicos que queiram trabalhar no Brasil, sejam procedentes de escolas brasileiras, da Bolívia, ou de qualquer outro país. “O que está em jogo é a saúde da população”, esclarece o presidente do Cremesp, Renato Azevedo. Com essa preocupação, a Ser Médico foi até Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, na Bolívia, conferir o ensino médico naquele país. Leia a reportagem especial nas próximas páginas.
”Quer estudar Medicina na Bolívia e não sabe por onde iniciar? Aqui estamos para lhe ajudar”. “Faça Medicina sem vestibular. Inscreva-se agora mesmo em nosso site”. “Seu diploma validado, agora você pode”. “A hora de ser médico chegou!”
Assim começa o caminho para estudar na Bolívia. Na internet, inúmeras agências que se denominam de intercâmbio ou de assessoria seduzem jovens e adultos. As baixas mensalidades e o custo de vida irrisório, aliados à ausência de vestibular, são os principais chamarizes.
Atraídos pelas facilidades, milhares de brasileiros de todas as idades chegam, anualmente, à Bolívia, para estudar em escolas médicas particulares. O preço delas é, em média, de US$ 130 a US$150 (entre R$ 270 e R$ 312, conforme o câmbio de novembro último). Apenas duas cobram cerca de US$ 300. É possível gastar – entre escola, habitação, alimentação, transporte e lazer – cerca de R$ 1,5 mil por mês.
“É muito mais barato aqui. A mensalidade da escola fica em, aproximadamente, R$ 300. Além disso, tem aluguel e alimentação. Quase não uso transporte porque moro perto da faculdade. No total, gasto R$ 1,4 mil, por mês, incluindo um pouquinho para o lazer”, conta Kelly de Vasconcelos, de 23 anos, que juntamente com o marido, Antero Vieira, estuda na Universidad Privada Franz Tamayo (Unifranz)/unidade de Santa Cruz de la Sierra.
Com 1,76 milhão de habitantes, Santa Cruz é o destino preferido dos brasileiros. Maior e mais populosa cidade da Bolívia, é considerada o motor econômico do país. Tem cinco universidades particulares com cursos de Medicina: Unifranz, Universidad de Aquino Bolívia (Udabol), Universidad Católica Boliviana (Católica), Universidad Cristiana Boliviana (Ucebol) e Universidad Nacional Ecológica (UNE, mais conhecida como Ecológica), além de uma estatal, a Universidad Autónoma Gabriel René Moreno. As públicas têm pouquíssimos estudantes brasileiros, em geral não mais que 20.
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Colbert Soares Pinto Jr. Consul Geral do Brasil em Santa Cruz de La Sierra
O número de brasileiros é tão alto nas escolas privadas que em algumas parece que se está no Brasil, tal a quantidade de pessoas falando português. As universidades, contudo, resistem em dar as cifras exatas. Dados fornecidos pelo cônsul-geral do Brasil, naquela cidade, Colbert Soares Pinto Jr., indicam que há, em Santa Cruz, pelo menos 10 mil alunos brasileiros de Medicina, assim divididos: Udabol (5 mil), Ucebol (3,1 mil), Católica (400), Unifranz (400) e Ecológica (1 mil).
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Fernando Vidal – Consul geral do Brasil em Cochabamba
Esse número cresce a cada ano, segundo Soares. “Em 2010, calculávamos, em Santa Cruz, 5 mil estudantes brasileiros. No ano passado, eram cerca de 7 mil e, este ano, subiu para 10 mil, aproximadamente”. Apenas na Udabol, no primeiro semestre de 2012, entraram 1,5 mil novos estudantes brasileiros, informou um funcionário dessa universidade, que não quis se identificar.
Em Cochabamba, estudam, de acordo com o cônsul-geral brasileiro naquela cidade, Fernando Vidal, pelo menos 7 mil brasileiros. Os dados foram repassados a ele pelo Banco do Brasil na Bolívia, que fez uma pesquisa para verificar a viabilidade de instalar uma agência local. O estudo revelou que os estudantes brasileiros estão assim divididos naquela cidade: Universidad del Valle (Univalle) – 1,5 mil; Universidad Privada Aberta Latinoamericana (Upal) – 2 mil; Unifranz/Cochabamba – 2 mil; Udabol/Cochabamba – 500; Universidad Técnica Privada Cosmos (Unitepc) – 1 mil.
 Em La Paz, capital boliviana, o consulado-geral brasileiro local estima o número de brasileiros que estudam Medicina em cerca de 600. Na cidade de Cobija, na fronteira com o Acre, estudam mais 1 mil alunos. Em Oruro, Potosi e Sucre também há brasileiros em escolas médicas particulares, mas o número é bem menor que nas demais.
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Só fachada: prédios de algumas universidades são modernos e espaçosos, mas não têm hospital próprio para aulas práticas
Em família
Os preços baixos e as vagas ilimitadas seduzem tanto que é comum encontrar vários membros de uma mesma família estudando Medicina. A estudante Larissa Caures, 21 anos, de Rondônia, por exemplo, faz Medicina na Ucebol juntamente com sua mãe, Cecília. Luiz Alberto Paschoal Cardoso, do Mato Grosso, que estuda na Católica, tem a companhia de sua mulher, Rubia Bandiera Cardoso, e do sobrinho Luiz Alberto Cardoso Vaz.
Nem todos os alunos, entretanto, permanecem na Bolívia. O número de desistências é alto, principalmente entre os do primeiro ano. “Muitos desistem e voltam ao Brasil”, afirma o relações públicas da Ucebol, Ruben Chávez. Também o decano da Faculdade de Ciências da Saúde da Univalle, Carlos Iriarte, afirmou que de 30% a 40% dos alunos desistem. No caso dessa universidade, considerada “a melhor” entre as particulares, além dos que voltam para o Brasil, muitos transferem-se para outras faculdades mais baratas ou menos exigentes. A transferência de escola é livre e muito frequente.
Em geral, os estudantes são bastante jovens, mas há muitos brasileiros com idade incomum para um curso de Medicina. Segundo Ruben Chávez, há um aluno na Ucebol, Floriano Petri, de 63 anos, que tem dois filhos como colegas de estudo. Outra brasileira, Eva da Anunciação, de 60 anos, está no 5º semestre.
Muitos deles já se formaram em outros cursos no Brasil, geralmente na área da saúde. Rogério Machado Coelho, de 46 anos, por exemplo, era veterinário na cidade de São Paulo, e agora estuda Medicina na Católica. “Sempre quis ser médico, mas como meu irmão estudava Medicina em uma particular, no Brasil, não pude fazer também porque era muito cara. Quando me formar, quero exercer a profissão em Rondônia, onde ele trabalha”. Haroldo Salvador Freire, 38 anos, atuou por 14 anos como enfermeiro, antes de ir estudar na Bolívia, assim como sua mulher. Eles têm um filho de seis anos, que mora com ambos, em Santa Cruz de la Sierra.
Vagas ilimitadas
As vagas ilimitadas fazem com que o número de estudantes cresça a cada ano. Quem chegar com os documentos necessários, inscrever-se e pagar a matrícula, faz o curso, sem qualquer processo seletivo. O objetivo é arrebanhar o maior número possível de alunos.




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Juíza cearense mantém capela em homenagem a Padre Cícero em MG

Juíza cearense mantém capela em homenagem a Padre Cícero em MG

                                                                                   
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ARQUIVO PESSOAL/LÚCIA MAGALHÃES
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Capelinha no jardim de casa
 


Casas costumam ter sala de estar, quarto para dormir, área de lazer. Por que não ter também um lugar para buscar energias, renovar forças, fazer orações, alimentar a alma? Assim a juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque fala sobre a capelinha que ergueu no jardim de casa em Ouro Preto (MG), em homenagem ao Padre Cícero, o “padim” dos romeiros de Juazeiro do Norte.

A cearense, juíza de Direito na Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Ouro Preto, diz ter feito a capela em agradecimento ao religioso: “Queria que ele tivesse um lugar especial na minha casa, pois ele sempre esteve presente de um modo especial em minha vida”.

Lúcia foi para Minas Gerais em 1986. Ela contava 10 anos quando a família enfrentou “muitas dificuldades financeiras”, passando a viver “praticamente da ajuda de parentes”. Tornou-se devota por incentivo da avó, que a aconselhava a sempre recorrer a Padre Cícero quando precisasse. “Alcancei muitas graças, mas jamais prometi construir uma capela. Não faço promessas, coloco os meus anseios e depois agradeço da forma que acho que Ele iria gostar”. Hoje, compartilha a fé com o casal de filhos que, segundo ela, admiram o “padim”. Nas férias, ela diz sempre retornar ao Ceará para encontrar os irmãos.

Construída no ano 2000 com recursos próprios, a capelinha é particular, não sendo aberta ao público. A magistrada trabalha em projetos relacionados ao atendimento ao idoso, à mulher e à inclusão social de jovens. A atuação é inspirada em Padre Cícero que, segundo ela, “sempre buscou proteger os mais humildes”. Segundo a magistrada, é comum serem erguidas capelas em fazendas e sítios mineiro.

Para Lúcia, a santidade de Padre Cícero é inquestionável. “Acredito sem contestar e isso me basta”. Ela defende ainda a reabilitação canônica do religioso. Acusado de forjar milagres, padre Cícero teve o direito ao sacerdócio cassado pela Igreja Católica em 1891. (Gabriela Alencar, especial para O POVO)
 
VEJAM O MAIOR FORRÓ FEITO PARA O JUAZEIRO E O PADRE CÍCERO .AUTORIA DE JOÃO SILVA,O MAIOR FORROZEIRO DO BRASIL , ENTERNIZADA NA VOZ DO REI DO  BAIÃO LUIZ GONZAGA. JUAZEIRO DEVERIA TORNA-LO  UM HINO AO PADRE CICERO.
 
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