sábado, 14 de outubro de 2017

O CASAMENTO INFANTIL- O QUE PODE LEVAR AO INFANTE, PRINCIPALMENTE SE FOR MULHER.

O CASAMENTO INFANTIL- O QUE PODE LEVAR AO INFANTE, PRINCIPALMENTE SE FOR MULHER.

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CASAMENTO INFANTIL


A autora do estudo
 Paula Tavares

"Se houver consentimento dos pais, por exemplo, as meninas podem se casar a partir dos 16 anos. 
 “Um dispositivo ainda comum em todo o mundo é a permissão do casamento infantil – e em geral sem limite de idade – se a menina estiver grávida. Esse é o caso do Brasil”.
Segundo ela, o país também não prevê punição para quem permite que uma menina se case fora dos casos previstos em lei, nem para os maridos nesses casos. 
“Na América Latina, 24 países preveem pena a quem autorize o casamento precoce, mas o Brasil não está entre eles,
” observou.
Segundo o documento do Banco Mundial, a cada ano, 15 milhões de meninas em todo o mundo se casam antes dos 18 anos. Em muitas culturas, o casamento precoce muitas vezes é visto como uma solução para a pobreza, por famílias que acreditam que assim terão uma boca a menos para alimentar. No Brasil, os principais motivos incluem gravidez na adolescência e desejo de segurança financeira."
 A autora do estudo
                                          Paula Tavares 
                                       

                                       O QUE TENHO A FALAR



Muitos são os males causados pelo casamento infantil, o mais importante é o estancamento da  cadeia educacional, o abortamento da escola na vida do infantil, principalmente se  for do sexo feminino. 
 Com a falta da primordial educação, a mulher não consegue conquistar uma profissão  ,  passa a ser mais subserviente e dependente do cônjuge,  perde a chance de ser realmente uma cidadã, passa a ser uma coisa, um trofeu ,  propriedade de um senhor ou de um carrasco. 

Fator também de grande relevância é a perca da infância, da adolescência e da juventude, nestas  fases da vida  o ser humano ganha os conhecimentos a serem aplicados durante o resto da sua existência, nestas fases acontecem  a interação, a socialização e a definição profissional,   com o casamento infantil tudo será prejudicado e desce pelo ralo da vida a alimentar a ignorancia.
Do ponto de vista biológico,  nestas fases a mulher encontra-se imatura tanto do ponto de vista sexual,  psíquico, emocional e neurológico,  apesar de possuir a carga hormonal, de possuir os desejos sexuais e  para que pense que  seja uma adulta, continua sendo criança do ponto de vista social.

Nestas fases a gravidez é de grande risco e pode leva-la à morte, chega-se à conclusão que o casamento infantil só traz prejuízo ao cônjuge infantil, podendo ser considerado do ponto de vista moral um crime. Apesar de ser permitido em várias sociedades inclusive no Brasil, é quase a decretação de um dos modos de escravidão em pleno século XXI.

Com o casamento infantil o adeus a escola acontece em mais de 95%, a mulher passa a ser uma eterna subserviente, um zero à esquerda, grandes são os riscos na gravidez e peremptoriamente acontece o envelhecimento precoce, perde-se as boas  , importantes e necessárias  fases da vida,  o que se chama de juventude roubada.

Seja contra a este evento, seja um aconselhador e salve pelo menos um ser humano desta armadilha.
 O ser humano tem o direito de viver cada fase da sua vida com muita satisfação, deve viver com tudo que cada fase pode lhe oferecer, desde que não lhe traga prejuízo moral e não arranhe de morte o seu futuro.  
Viva a cidadania como um todo e deixe o outro viver, não contribua para o atraso da humanidade, principalmente para a escravização social da mulher em todos os seus vieses, isto é, no educacional, cultural, político, econômico e familiar .  

Diga sim à vida , diga sim à liberdade com responsabilidade.
Iderval Reginaldo Tenório

Merece destaque o que falou com muita propriedade 
o grande Professor Estacio Ferreira Ramos.


  Muito pior que tudo aí elencado é a violência contra a inocência ,  a coisa mais linda do universo,
que é a consequência sobre a psique da criança. 

Dona Ivone Lara - Sorriso Negro - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=xVtowndTTiE
6 de jan de 2011 - Vídeo enviado por BrazilGoodMuzik
Prezada Nivea Araujo, o dia da Consciência Negra, é uma homenagem ao grande líder negro, Zumbi ...
ra as Asas Sobre Nós - Mestre Marçal Sambas-enredo de todos os tempos ...

LIBERDADE, LIBERDADE! ABRE AS ASAS SOBRE NÓS! - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=C4NjaDyGax0
13 de nov de 2012 - Vídeo enviado por sotrilhasonora2
Samba enredo da Imperatriz Leopoldinense - 1989 Niltinho Tristeza - Preto Jóia - Vicentinho e Jurandir ...

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

OS VELHOS ABANDONADOS DO FUTURO: OS JOVENS DE HOJE, A AUSENCIA DA CIDADANIA.

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OS VELHOS ABANDONADOS DO FUTURO: OS JOVENS DE HOJE,  A AUSENCIA DA CIDADANIA.


Este Texto foi produzido em 1989.  

Preocupado com o destino dos  idosos , foi matutado numa   cabeça interiorana, que  ainda no final do século XX,   o ser , O HOMEM  NA ESSÊNCIA DA PALAVRA,  perderia a contenda  para o ter, O POSSUIR NA LINGUAGEM MÍNÚSCULA DA VIDA.

 À proporção que ocupações importantes fossem embutidas nas vidas dos  filhos mais capacitados, filhos mais estudados,  filhos   educados às custas de muitos sacrifícios , resignação e  humildade  dos seus genitores, educação simples  com ênfase no SER, NO HOMEM,  e nos princípios humanos, mesmo assim o SER  sairá perdedor, a pressão criada pela cabeça do homem global, moderno e consumista é gigantesca, vale  o montante  dos cifrões.
 
Foi imaginado  um mundo repleto de casas de idosos e os filhos,  quando bons , custeando até mesmo com às custas  do idoso,  mesmo assim   muitos  seriam abandonados , como medida de segurança , o matutador enviou aos poderes públicos uma carta,  perguntando quais seriam as providencias a serem tomadas para o futuro,   seria criado um manual, um regimento, um estatuto para proteger os desprotegidos do futuro? ou os idosos do amanhã,  os jovens de hoje , ficariam no limbo da sociedade como sonambulos nas avenidas, zumbis nas encruzilhadas  ou inclausurados em pequenos quartos , pequenas pocilgas, regado a pão e água?  

O matutador   ainda fala  para todos que lhe escutam , que no futuro,  além dos menores abandonados , serão milhares de idosos no abandono, brevemente o Brasil será habitado por cidadãos  acima dos 60 anos .

Neste interim foi  informado que,  tramitava no  Congresso o estatuto do idoso e o estatuto do adolescente, o matutador ficou  mais tranquilo, apenas mais tranquilo, matutou outra vez , tem alguém pensado nos futuros abandonados, será que será coisa séria ou mais um fenômemo eleitoreiro?, mais um enganoso pulo do mau  gato.

               Iderval Reginaldo Tenório
            o blog é cultural



O FILHO QUE NÃO PROSPEROU

Numa roda de amigos foi abordado o quanto era importante o olhar, o cheiro , os conselhos e a presença dos pais.

Num caloroso e contagiante momento,  contou um dos amigos a seguinte história.

Relatou que na sua cidade havia um bom senhor oriundo de classe social baixa ,  que  apesar do seu analfabetismo, porém  rico de uam  vasta cultura existencial e do abençoado  suor do seu próprio rosto,  conseguiu educar os seus 14 filhos.

O tempo passou, os filhos cresceram, alguns galgaram postos importantes na sua nação e o bom senhor à proporção que ganhava conhecimentos, foi envelhecendo, minguando na vida , perdendo as forças.

Envelhecendo com saúde, com dignidade, com cidadania e com o respeito de todos os que lhe rodeavam.

Como é peculiar à família e aquela não fugira a regra,  anos após anos, procuravam os filhos através de encontros familiares lembrar ao velho carvalho o seu incalculável valor , a sua importância e o quanto era cabal a sua existência para a sua prole.

De todos os seus filhos  um havia voado mais alto e galgado postos estratégicos na sua República, o tempo passava ,  de todos os filhos , aquele nunca estava presente devido a sua importância perante a nação , muitas  vezes nomeava prepostos, as vezes  irmãos e até mesmo amigos para lhe substituir nos encontros familiares, jamais negara ajuda financeira quando solicitado , era  sempre influente nas questões decisórias da família, a sua presença era pecuniária.

O tempo passou, o ancião foi perdendo as forças, os músculos foram minguando, os cabelos ficaram ralos , a mente foi ficando curta, murchando e o bom homem foi paulatinamente perdendo a memória, perguntava onde estava, muitas vezes perguntava até mesmo quem ele era.

A  grande e tradicional família continuava as suas comemorações, anos após anos, e anos após anos o filho que prosperou era substituído por outro irmão, um secretário ou por um dos seus amigos, até o dia em que foi convocado, até o dia em que foi intimado a comparecer ao 99o- aniversário do patriarca por todos os componentes daquela feliz e honesta família.

Ao chegar, entrou no quarto do seu genitor, se aproximou e disse :

__A bênção pai.

O velho imobilizado nada respondeu, Repetiu mais alto:
__ A bênção pai , a  bênção pai.

O  velho abriu os olhos, mexeu com o pescoço de um lado para o outro, fez esforço para levantar a cabeça , mirou o rosto do seu filho e com a voz trêmula balbuciou:

__Quem é você? DE ONDE VOCÊ VEIO ? ONDE VOCÊ MORA? QUEM É O SEU PAI? .

O filho parou, pensou, baixou a cabeça e disse :

__ A BENÇA PAI, EU SOU O SEU FILHO, o seu filho do meio, é que faz mais de 20 anos que não vejo o senhor, faz mais de 20 anos que não venho na nossa terra, eu trabalho no Ministério, trabalho no governo.

O pai mais uma vez falou:

__Quem é você, de onde você veio, onde você mora, você é filho de quem, quem é o seu pai? Eu te abençôo mas não sei quem é você, se você diz que é meu filho é porque é o meu filho,  porém eu não me lembro de você.

Desencantado pelo vasto tempo que havia visto o seu pai , com a amnésia paterna e decepcionado com o que presenciara não conseguira entender o que se passava, quando mais tarde  , soube por intermédio dos outros irmãos, que o seu pai num processo fisiológico fora perdendo paulatinamente a capacidade de memorizar, de verbalizar e de locomoção, passando a lembrar apenas dos fatos repetitivos, dos rostos do seu cotidiano das pessoas que de mais perto convivera nos últimos dias,  do seu cachorro e dos utensílios de primeira necessidade, o banheiro, os penicos , a televisão sempre ligada e as sandálias.


Numa onda de culpa e de irresponsabilidade entendeu , que o pai devido a sua ausência , havia apagado da mente quaisquer resquícios ou lembranças de sua existência, havia apagado de sua mente até mesmo a legitimidade paterna, entendeu também que foi a sua ausência , a sua distância e o seu descaso para com o velho e bondoso pai que apagara toda a sua existência como filho.

Desconfiado, deprimido e solitário partiu para a conquista, para luta, para a briga, se esforçou, porém o velho e bondoso senhor aos poucos foi apagando da mente os dados e imagens cerebrais , aos poucos foi esquecendo , esquecendo, esquecendo... até o dia em que não mais lembrava nem de si, até o dia em que entrou em vegetação.

Com os fatos presenciados,  o filho passou a entender que o seu pai precisava era de abraços, de carinho, de respeito e de sua presença  e não de ajuda financeira, de gestos pecuniários, estes jamais substituirão um simples abraço e o calor que emana de cada corpo.

Foi-se o velho, com ele foi sepultado todas as suas memórias e conhecimentos, restando as boas lembranças e os seus ensinamentos.

Para o filho ficou a certeza que foi 20 anos atrás o ultimo dia em que o seu pai lhe viu, ficou gravado na sua memória que os seus filhos não eram netos do seu pai e mais claro ainda,  que o homem é a mente, o homem é a comunicação , o homem é fruto de sua raiz, o homem é o cérebro.

Ficou claro e evidente   que o núcleo familiar jamais esqueça a importância dos seus genitores, estes jamais deverão perder a sua importância, jamais deverão ser substituídos e por mais longe que o homem vá,  as suas raízes serão  fortes e  continuarão firme, continuarão  encastoadas em toda a sua existência, um dia o cidadão sentirá o sabor da sua exigência e lhe abalará, como disse seu Quincó.               "UM DIA A FICHA CAI".

Seja pai dos seus pais.




24 de Janeiro de 1989




Iderval Reginaldo Tenório



OS VELHOS ABANDONADOS DO FUTURO: OS JOVENS DE HOJE, A AUSENCIA DA CIDADANIA.

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OS VELHOS ABANDONADOS DO FUTURO: OS JOVENS DE HOJE,  A AUSENCIA DA CIDADANIA.


Este Texto foi produzido em 1989.  

Preocupado com o destino dos  idosos , foi matutado numa   cabeça interiorana, que  ainda no final do século XX,   o ser , O HOMEM  NA ESSÊNCIA DA PALAVRA,   perderia a contenda  para o ter, O POSSUIR NA LINGUAGEM MÍNÚSCULA DA VIDA.

 À proporção que ocupações importantes fossem embutidas nas vidas dos  filhos mais capacitados, filhos mais estudados,  filhos   educados às custas de muitos sacrifícios , resignação e  humildade  dos seus genitores, educação simples  com ênfase no SER, NO HOMEM,  e nos princípios humanos, mesmo assim o SER  sairá perdedor, a pressão criada pela cabeça do homem global, moderno e consumista é gigantesca, vale  o montante  dos cifrões.
 
Foi imaginado  um mundo repleto de casas de idosos e os filhos,  quando bons , custeando até mesmo com às custas  do idoso,  mesmo assim   muitos  seriam abandonados , como medida de segurança , o matutador enviou aos poderes públicos uma carta,  perguntando quais seriam as providencias a serem tomadas para o futuro,   seria criado um manual, um regimento, um estatuto para proteger os desprotegidos do futuro? ou os idosos do amanhã,  os jovens de hoje , ficariam no limbo da sociedade como sonambulos nas avenidas, zumbis nas encruzilhadas  ou inclausurados em pequenos quartos , pequenas pocilgas, regado a pão e água?  

O matutador   ainda fala  para todos que lhe escutam , que no futuro,  além dos menores abandonados , serão milhares de idosos no abandono, brevemente o Brasil será habitado por cidadãos  acima dos 60 anos .

Neste interim foi  informado que,  tramitava no  Congresso o estatuto do idoso e o estatuto do adolescente, o matutador ficou  mais tranquilo, apenas mais tranquilo, matutou outra vez , tem alguém pensado nos futuros abandonados, será que será coisa séria ou mais um fenômemo eleitoreiro?, mais um enganoso pulo do mau  gato.

               Iderval Reginaldo Tenório
            o blog é cultural



O FILHO QUE NÃO PROSPEROU

Numa roda de amigos foi abordado o quanto era importante o olhar, o cheiro , os conselhos e a presença dos pais.

Num caloroso e contagiante momento,  contou um dos amigos a seguinte história.

Relatou que na sua cidade havia um bom senhor oriundo de classe social baixa ,  que  apesar do seu analfabetismo, porém  rico de uam  vasta cultura existencial e do abençoado  suor do seu próprio rosto,  conseguiu educar os seus 14 filhos.

O tempo passou, os filhos cresceram, alguns galgaram postos importantes na sua nação e o bom senhor à proporção que ganhava conhecimentos, foi envelhecendo, minguando na vida , perdendo as forças.

Envelhecendo com saúde, com dignidade, com cidadania e com o respeito de todos os que lhe rodeavam.

Como é peculiar à família e aquela não fugira a regra,  anos após anos, procuravam os filhos através de encontros familiares lembrar ao velho carvalho o seu incalculável valor , a sua importância e o quanto era cabal a sua existência para a sua prole.

De todos os seus filhos  um havia voado mais alto e galgado postos estratégicos na sua República, o tempo passava ,  de todos os filhos , aquele nunca estava presente devido a sua importância perante a nação , muitas  vezes nomeava prepostos, as vezes  irmãos e até mesmo amigos para lhe substituir nos encontros familiares, jamais negara ajuda financeira quando solicitado , era  sempre influente nas questões decisórias da família, a sua presença era pecuniária.

O tempo passou, o ancião foi perdendo as forças, os músculos foram minguando, os cabelos ficaram ralos , a mente foi ficando curta, murchando e o bom homem foi paulatinamente perdendo a memória, perguntava onde estava, muitas vezes perguntava até mesmo quem ele era.

A  grande e tradicional família continuava as suas comemorações, anos após anos, e anos após anos o filho que prosperou era substituído por outro irmão, um secretário ou por um dos seus amigos, até o dia em que foi convocado, até o dia em que foi intimado a comparecer ao 99o- aniversário do patriarca por todos os componentes daquela feliz e honesta família.

Ao chegar, entrou no quarto do seu genitor, se aproximou e disse :

__A bênção pai.

O velho imobilizado nada respondeu, Repetiu mais alto:
__ A bênção pai , a  bênção pai.

O  velho abriu os olhos, mexeu com o pescoço de um lado para o outro, fez esforço para levantar a cabeça , mirou o rosto do seu filho e com a voz trêmula balbuciou:

__Quem é você? DE ONDE VOCÊ VEIO ? ONDE VOCÊ MORA? QUEM É O SEU PAI? .

O filho parou, pensou, baixou a cabeça e disse :

__ A BENÇA PAI, EU SOU O SEU FILHO, o seu filho do meio, é que faz mais de 20 anos que não vejo o senhor, faz mais de 20 anos que não venho na nossa terra, eu trabalho no Ministério, trabalho no governo.

O pai mais uma vez falou:

__Quem é você, de onde você veio, onde você mora, você é filho de quem, quem é o seu pai? Eu te abençôo mas não sei quem é você, se você diz que é meu filho é porque é o meu filho,  porém eu não me lembro de você.

Desencantado pelo vasto tempo que havia visto o seu pai , com a amnésia paterna e decepcionado com o que presenciara não conseguira entender o que se passava, quando mais tarde  , soube por intermédio dos outros irmãos, que o seu pai num processo fisiológico fora perdendo paulatinamente a capacidade de memorizar, de verbalizar e de locomoção, passando a lembrar apenas dos fatos repetitivos, dos rostos do seu cotidiano das pessoas que de mais perto convivera nos últimos dias,  do seu cachorro e dos utensílios de primeira necessidade, o banheiro, os penicos , a televisão sempre ligada e as sandálias.


Numa onda de culpa e de irresponsabilidade entendeu , que o pai devido a sua ausência , havia apagado da mente quaisquer resquícios ou lembranças de sua existência, havia apagado de sua mente até mesmo a legitimidade paterna, entendeu também que foi a sua ausência , a sua distância e o seu descaso para com o velho e bondoso pai que apagara toda a sua existência como filho.

Desconfiado, deprimido e solitário partiu para a conquista, para luta, para a briga, se esforçou, porém o velho e bondoso senhor aos poucos foi apagando da mente os dados e imagens cerebrais , aos poucos foi esquecendo , esquecendo, esquecendo... até o dia em que não mais lembrava nem de si, até o dia em que entrou em vegetação.

Com os fatos presenciados,  o filho passou a entender que o seu pai precisava era de abraços, de carinho, de respeito e de sua presença  e não de ajuda financeira, de gestos pecuniários, estes jamais substituirão um simples abraço e o calor que emana de cada corpo.

Foi-se o velho, com ele foi sepultado todas as suas memórias e conhecimentos, restando as boas lembranças e os seus ensinamentos.

Para o filho ficou a certeza que foi 20 anos atrás o ultimo dia em que o seu pai lhe viu, ficou gravado na sua memória que os seus filhos não eram netos do seu pai e mais claro ainda,  que o homem é a mente, o homem é a comunicação , o homem é fruto de sua raiz, o homem é o cérebro.

Ficou claro e evidente   que o núcleo familiar jamais esqueça a importância dos seus genitores, estes jamais deverão perder a sua importância, jamais deverão ser substituídos e por mais longe que o homem vá,  as suas raízes serão  fortes e  continuarão firme, continuarão  encastoadas em toda a sua existência, um dia o cidadão sentirá o sabor da sua exigência e lhe abalará, como disse seu Quincó.               "UM DIA A FICHA CAI".

Seja pai dos seus pais.




24 de Janeiro de 1989




Iderval Reginaldo Tenório




OS VELHOS ABANDONADOS DO FUTURO: OS JOVENS DE HOJE, A AUSENCIA DA CIDADANIA.

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OS VELHOS ABANDONADOS DO FUTURO: OS JOVENS DE HOJE,  A AUSENCIA DA CIDADANIA.


Este Texto foi produzido em 1989.  

Preocupado com o destino dos  idosos , foi matutado numa   cabeça interiorana, que  ainda no final do século XX,   o ser , O HOMEM  NA ESSÊNCIA DA PALAVRA,  perderia a contenda  para o ter, O POSSUIR NA LINGUAGEM MÍNÚSCULA DA VIDA.

 À proporção que ocupações importantes fossem embutidas nas vidas dos  filhos mais capacitados, filhos mais estudados,  filhos   educados às custas de muitos sacrifícios , resignação e  humildade  dos seus genitores, educação simples  com ênfase no SER, NO HOMEM,  e nos princípios humanos, mesmo assim o SER  sairá perdedor, a pressão criada pela cabeça do homem global, moderno e consumista é gigantesca, vale  o montante  dos cifrões.
 
Foi imaginado  um mundo repleto de casas de idosos e os filhos,  quando bons , custeando até mesmo com às custas  do idoso,  mesmo assim   muitos  seriam abandonados , como medida de segurança , o matutador enviou aos poderes públicos uma carta,  perguntando quais seriam as providencias a serem tomadas para o futuro,   seria criado um manual, um regimento, um estatuto para proteger os desprotegidos do futuro? ou os idosos do amanhã,  os jovens de hoje , ficariam no limbo da sociedade como sonambulos nas avenidas, zumbis nas encruzilhadas  ou inclausurados em pequenos quartos , pequenas pocilgas, regado a pão e água?  

O matutador   ainda fala  para todos que lhe escutam , que no futuro,  além dos menores abandonados , serão milhares de idosos no abandono, brevemente o Brasil será habitado por cidadãos  acima dos 60 anos .

Neste interim foi  informado que,  tramitava no  Congresso o estatuto do idoso e o estatuto do adolescente, o matutador ficou  mais tranquilo, apenas mais tranquilo, matutou outra vez , tem alguém pensado nos futuros abandonados, será que será coisa séria ou mais um fenômemo eleitoreiro?, mais um enganoso pulo do mau  gato.

               Iderval Reginaldo Tenório
            o blog é cultural



O FILHO QUE NÃO PROSPEROU

Numa roda de amigos foi abordado o quanto era importante o olhar, o cheiro , os conselhos e a presença dos pais.

Num caloroso e contagiante momento,  contou um dos amigos a seguinte história.

Relatou que na sua cidade havia um bom senhor oriundo de classe social baixa ,  que  apesar do seu analfabetismo, porém  rico de uam  vasta cultura existencial e do abençoado  suor do seu próprio rosto,  conseguiu educar os seus 14 filhos.

O tempo passou, os filhos cresceram, alguns galgaram postos importantes na sua nação e o bom senhor à proporção que ganhava conhecimentos, foi envelhecendo, minguando na vida , perdendo as forças.

Envelhecendo com saúde, com dignidade, com cidadania e com o respeito de todos os que lhe rodeavam.

Como é peculiar à família e aquela não fugira a regra,  anos após anos, procuravam os filhos através de encontros familiares lembrar ao velho carvalho o seu incalculável valor , a sua importância e o quanto era cabal a sua existência para a sua prole.

De todos os seus filhos  um havia voado mais alto e galgado postos estratégicos na sua República, o tempo passava ,  de todos os filhos , aquele nunca estava presente devido a sua importância perante a nação , muitas  vezes nomeava prepostos, as vezes  irmãos e até mesmo amigos para lhe substituir nos encontros familiares, jamais negara ajuda financeira quando solicitado , era  sempre influente nas questões decisórias da família, a sua presença era pecuniária.

O tempo passou, o ancião foi perdendo as forças, os músculos foram minguando, os cabelos ficaram ralos , a mente foi ficando curta, murchando e o bom homem foi paulatinamente perdendo a memória, perguntava onde estava, muitas vezes perguntava até mesmo quem ele era.

A  grande e tradicional família continuava as suas comemorações, anos após anos, e anos após anos o filho que prosperou era substituído por outro irmão, um secretário ou por um dos seus amigos, até o dia em que foi convocado, até o dia em que foi intimado a comparecer ao 99o- aniversário do patriarca por todos os componentes daquela feliz e honesta família.

Ao chegar, entrou no quarto do seu genitor, se aproximou e disse :

__A bênção pai.

O velho imobilizado nada respondeu, Repetiu mais alto:
__ A bênção pai , a  bênção pai.

O  velho abriu os olhos, mexeu com o pescoço de um lado para o outro, fez esforço para levantar a cabeça , mirou o rosto do seu filho e com a voz trêmula balbuciou:

__Quem é você? DE ONDE VOCÊ VEIO ? ONDE VOCÊ MORA? QUEM É O SEU PAI? .

O filho parou, pensou, baixou a cabeça e disse :

__ A BENÇA PAI, EU SOU O SEU FILHO, o seu filho do meio, é que faz mais de 20 anos que não vejo o senhor, faz mais de 20 anos que não venho na nossa terra, eu trabalho no Ministério, trabalho no governo.

O pai mais uma vez falou:

__Quem é você, de onde você veio, onde você mora, você é filho de quem, quem é o seu pai? Eu te abençôo mas não sei quem é você, se você diz que é meu filho é porque é o meu filho,  porém eu não me lembro de você.

Desencantado pelo vasto tempo que havia visto o seu pai , com a amnésia paterna e decepcionado com o que presenciara não conseguira entender o que se passava, quando mais tarde  , soube por intermédio dos outros irmãos, que o seu pai num processo fisiológico fora perdendo paulatinamente a capacidade de memorizar, de verbalizar e de locomoção, passando a lembrar apenas dos fatos repetitivos, dos rostos do seu cotidiano das pessoas que de mais perto convivera nos últimos dias,  do seu cachorro e dos utensílios de primeira necessidade, o banheiro, os penicos , a televisão sempre ligada e as sandálias.


Numa onda de culpa e de irresponsabilidade entendeu , que o pai devido a sua ausência , havia apagado da mente quaisquer resquícios ou lembranças de sua existência, havia apagado de sua mente até mesmo a legitimidade paterna, entendeu também que foi a sua ausência , a sua distância e o seu descaso para com o velho e bondoso pai que apagara toda a sua existência como filho.

Desconfiado, deprimido e solitário partiu para a conquista, para luta, para a briga, se esforçou, porém o velho e bondoso senhor aos poucos foi apagando da mente os dados e imagens cerebrais , aos poucos foi esquecendo , esquecendo, esquecendo... até o dia em que não mais lembrava nem de si, até o dia em que entrou em vegetação.

Com os fatos presenciados,  o filho passou a entender que o seu pai precisava era de abraços, de carinho, de respeito e de sua presença  e não de ajuda financeira, de gestos pecuniários, estes jamais substituirão um simples abraço e o calor que emana de cada corpo.

Foi-se o velho, com ele foi sepultado todas as suas memórias e conhecimentos, restando as boas lembranças e os seus ensinamentos.

Para o filho ficou a certeza que foi 20 anos atrás o ultimo dia em que o seu pai lhe viu, ficou gravado na sua memória que os seus filhos não eram netos do seu pai e mais claro ainda,  que o homem é a mente, o homem é a comunicação , o homem é fruto de sua raiz, o homem é o cérebro.

Ficou claro e evidente   que o núcleo familiar jamais esqueça a importância dos seus genitores, estes jamais deverão perder a sua importância, jamais deverão ser substituídos e por mais longe que o homem vá,  as suas raízes serão  fortes e  continuarão firme, continuarão  encastoadas em toda a sua existência, um dia o cidadão sentirá o sabor da sua exigência e lhe abalará, como disse seu Quincó.               "UM DIA A FICHA CAI".

Seja pai dos seus pais.




24 de Janeiro de 1989




Iderval Reginaldo Tenório