segunda-feira, 26 de maio de 2025

O "economicismo" e a manutenção de privilégios no Brasil

Economicismo. Por definição, o capitalismo organizado pelo Estado
envolveu o uso do poder político público para regular (e em alguns casos,
substituir) os mercados econômicos. Esta foi em grande parte uma questão de
gestão da crise no interesse do capital. Todavia, os Estados em questão derivaram
muito de sua legitimidade política de suas pretensões em promover inclusão,
igualdade social e solidariedade entre classes. No entanto, estes ideais foram
interpretados de um modo economicista e classecêntrico. Na cultura política
do capitalismo organizado pelo Estado, as questões sociais foram estruturadas
principalmente em termos distributivos, como assuntos relativos à distribuição
equitativa de bens divisíveis, especialmente renda e empregos, enquanto as divisões
sociais foram vistas principalmente pelo prisma de classe. Assim, a injustiça social
perfeita era a distribuição econômica injusta, e sua expressão paradigmática era
a desigualdade de classes. O efeito deste imaginário classecêntrico e economicista
era marginalizar, se não completamente obscurecer, outras dimensões, locais e
eixos de injustiça

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