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História da África
África,
desenhada pelo cartógrafo antuérpio Abraham Ortelius em 1570.
A História
da África compreende,
tradicionalmente, o período desde o aparecimento do homem até a fundação da União Africana. É conhecida
no Ocidente
por escritos que datam da Antiguidade
Clássica. O homem
passou a estar presente na África durante os primeiros anos da era quaternária ou os
últimos anos da era terciária.
A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram — australopitecos,
atlantropos, homens de Neandertal
e de Cro-Magnon
— em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do
mundo é importante no processo
evolutivo da espécie humana e indica, até, a possível busca das
origens do homem nesse continente. As semelhanças comparáveis da história da
arte que vai entre o paleolítico
e o neolítico são iguais às das
demais áreas dos continentes europeu
e asiático, com diferenças
focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do
continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram
permanentes em estágios do período paleolítico, apesar de a neolitização processada
ter início em 10000 a.C., com uma diversidade de graus acelerados.1
O Norte da
África é a região mais antiga do mundo. A civilização
egípcia floresceu e inter-relacionou-se com as demais áreas
culturais do mundo mediterrâneo, motivos pelas quais essa região foi
estreitamente vinculada, há milhares de séculos, depois que a civilização
ocidental foi geralmente desenvolvida. As colônias pertencentes à Fenícia, Cartago, a romanização, os vândalos aí fixados e o Império
Bizantino influente são os fatores pelos quais foi deixada no
litoral mediterrâneo
da África uma essência da cultura que posteriormente os árabes assimilaram e
modificaram. Na civilização árabe foi encontrado um campo de importância em que
foi expandido e consolidada a cultura muçulmana no Norte
da África. O Islã foi estendido pelo Sudão, pelo Saara e pelo litoral leste. Nessa região, o
Islã é a religião pela qual foram sendo seguidas as rotas
de comércio do interior
da África (escravos, ouro, penas de avestruz) e estabelecidos encraves
marítimos (especiarias, seda) no Oceano Índico.2 Simultaneamente, na África negra foram
conhecidos vários impérios
e estados que aí floresceram.
Estes impérios e estados nasceram de grandes clãs e tribos submetidos a um só soberano poderoso com
características próprias do feudalismo
e da guerra. Entre esses
impérios de maior importância figuram o de Aksum, na Etiópia, que teve sua
chegada ao apogeu no século XIII; o de Gana, que desenvolveu-se do
século V ao século XI e os estados
muçulmanos que o sucederam foram o de Mali (do século XIII ao século XV) e o de Songhai
(do século XV ao século XVI); o reino Abomey de Benin (século XVII); e a
confederação zulu do sudeste africano (século XIX).3 4
Durante o século XV os exploradores vindos da Europa chegaram primeiramente no litoral
da África
Ocidental. O estímulo dado à essa exploração foi uma forma de buscar
novos caminhos para as Índias, após o comércio ser fechado por parte dos turcos
no leste do Mar
Mediterrâneo. Os colonizadores de Portugal, da Espanha, da França, da Inglaterra e dos Países Baixos foram os
competidores do novo caminho a fim de ser dominado por meio de feitorias no
litoral e portos de embarque para comercializar
os escravos. Concomitantemente, foram realizadas as primeiras viagens
científicas que adentraram o interior do continente: Charles-Jacques
Poncet na Abissínia,
em 1700; James Bruce em 1770, procurando o local onde nasce o Nilo; Friedrich Konrad
Hornermann viajando no deserto
da Líbia sobre a garupa de um camelo, em 1798; Henry
Morton Stanley e David Livingstone na bacia do Congo, em 1879.5 6 7 A partir do século XIX, as potências
europeias interessadas política e economicamente representavam estímulo para
que o interior da África seja penetrado e colonizado. As potências europeias
desejavam a criação de impérios que fossem estendidos de litoral a litoral, mas
isso fez com que o Reino Unido
(pelo qual foi conseguida a ocupação de uma faixa de norte a sul, do Egito à África do Sul, além de
demais zonas colonizadas no golfo da Guiné), a França (que estabeleceu-se
no noroeste da África, em parte do equador africano e em Madagascar) e, em
quantidade pequena, Portugal
(Angola, Moçambique, Guiné e uma diversidade de
ilhas estratégicas), Alemanha
(Togo, Tanganica e Camarões), Bélgica (Congo Belga), Itália (Líbia, Etiópia e Somália) e Espanha (parte do Marrocos, Saara Ocidental e encraves
na Guiné) brigassem entre si.
A partilha
da África foi formalmente consumada na Conferência
de Berlim de 1884-1885, na qual firmou-se o princípio da ocupação
efetiva como forma de legitimar as colônias empossadas.8 9
Devido ao regime
colonialista estabelecido no continente, foram destruídas e modificadas
as estruturas sociais, econômicas, políticas e religiosas da maioria do
território da África
negra. As colônias que proclamaram sua independência, processo
emancipatório que iniciou-se após a Segunda
Guerra Mundial e concluiu-se principalmente de 1960 até 1975,
estiveram sob ameaça da gravidade de problemas de integração nacional, que
resultaram das fronteiras
arbitrárias como legado do sistema colonialista, além da pobreza (o rápido
crescimento da população
africana é mais elevado do que o número de alimentos produzidos). Como
dependem econômica e politicamente das antigas metrópoles, a ineficiência da
administração, as tribos e as ideologias conflitantes entre si, todos esses
fatores agravantes fizeram com que a
população das cidades crescesse. Estas são as principais barreiras
que impedem que os novos países desenvolvam-se. Os governos desses países,
majoritariamente com características de forças armadas ou de presidencialismo, têm
tendência à adoção de políticas de socialização que garantem a libertação dos
países das potências estrangeiras. A cooperação coletiva para a solução desses
problemas deu origem a uma diversidade de organizações supranacionais que baseiam-se
na ideia do pan-africanismo,
ou a totalidade dos povos africanos unidos no entorno dos interesses comuns; a
de maior importância é a Organização da Unidade Africana (OUA).10 11
A discussão deste artigo em linhas generalistas é uma referência à história da África. Para uma história
específica dos países em que é dividido o continente, veja os verbetes sobre
cada um deles ou também os verbetes secundários sobre a história de cada nação. Sobre o
papel que a África exerce na atualidade, veja os verbetes Movimento
Não Alinhado, Segunda
Guerra Mundial e História
do mundo.
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