Servidores do Senado protestam contra extinção do serviço médico
DE BRASÍLIA
GABRIELA GUERREIRO
GABRIELA GUERREIRO
Cerca de 200 servidores fizeram um protesto nesta quarta-feira (27) contra a extinção de parte do serviço médico do Senado. Os profissionais de saúde devem ser transferidos para o SUS (Sistema Único de Saúde).
De mãos dadas e adesivos simulando uma "mordaça" na boca, os servidores se vestiram de branco e percorreram os principais corredores do Senado.
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Renan Calheiros transfere médicos do Senado para o SUS
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O protesto, silencioso, teve início no prédio do serviço médico. Os servidores deram um "abraço simbólico" no edifício, que fica localizado na área externa do Senado.
Eles cantaram o hino nacional e seguiram para dentro do prédio principal da instituição.
Lula Marques/Folhapress | ||
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A "mordaça", segundo os manifestantes, representa o fato de não terem sido ouvidos pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em sua decisão de encerrar os trabalhos do serviço médico.
O protesto terminou em frente ao gabinete de Renan, que não os recebeu.
O senador decidiu extinguir o serviço médico na semana passada, quando anunciou uma reforma administrativa que prevê uma economia de R$ 262 milhões por ano.
Pressionado por movimentos anticorrupção para deixar o cargo, Renan prometeu adotar medidas de "transparência" e cortes de gastos na instituição.
Por sugestão do ministro Alexandre Padilha (Saúde), o senador pretende colocar os cerca de 130 médicos e outros profissionais da área à disposição do governo do Distrito Federal.
A ideia de Padilha é transferi-los para o SUS (Sistema Único de Saúde), em locais que ainda serão definidos em conjunto pelo Senado e o governo do DF.
Renan anunciou que o serviço médico será mantido apenas para casos de emergência. Além de médicos, o serviço de saúde do Senado conta com dentistas, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, entre outros.
Os salários dos profissionais concursados, segundo o senador, vão continuar a ser pagos pelo Senado --o que, na prática, não representa economia para a instituição.
O pemedebista, porém, classificou de "absurdo" o fato de o Senado manter um serviço uma vez que parte dos servidores tem plano de saúde custeado pela instituição.
O Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo) prometeu ingressar hoje com mandado de segurança na Justiça do Distrito Federal para tentar suspender a decisão.
O presidente do sindicato, Nilton Paixão, disse que a reforma administrativa de Renan foi implantada de forma ilegal.
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