domingo, 17 de fevereiro de 2013

A ECONOMIA BRASILEIRA. ELA VAI BEM ?

             A ECONOMIA BRASILEIRA VAI BEM                 

"Governo elabora programa para repatriar brasileiros qualificados que trabalham no exterior

Especialistas dizem que não há como dimensionar o déficit de mão de obra especializada no Brasil, em um momento em que grandes obras de infraestrutura, logística e construção civil estão em andamento. No país, os profissionais mais demandados são engenheiros e técnicos nas áreas de petróleo, gás e tecnologia. Só que a legislação em vigor cria muitas dificuldades. Se um estrangeiro que está no Brasil com visto de turista, por exemplo, for convidado a trabalhar em uma empresa aqui instalada, ele terá de voltar a seu país e seguir todos os trâmites exigidos."

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      Amigos do blog cultural, mais uma vez me deparo com uma manchete espetacular, mais uma manchete que incute na cabeça dos brasileiros que o país vai bem. 


      Vejam que a matéria fala em trabalho na área de serviços e na construção civil, e não na de produção  , sinal de aumento do consumo, sinal de movimentação da economia  interna, mais um sinal de não priorizar a  produção industrial . 

    Uma vez repatriados , os brasileiros  encontrariam  trabalho no setor de serviços e não no de  produção, que seria o ideal , nos serviços  incrementariam o número de consumidores internos , proporcionando mais divisa  a ser enviada para os países produtores, mais carros, mais sapatos, roupas, equipamentos e tudo que for importado.
  
       É  vontade do G8  apadrinhar estas condutas, só assim as suas fábricas matrizes receberão os gordos lucros de suas filiais pelo mundo afora e eles importariam menos alimentos , menos  produtos dos tigres asiáticos e dos países continentais, celeiros do Universo.         
     Consequentemente não perderiam os seus dólares ou euros para os seus fornecedores de commodities. 

    Tudo que aqui acontece é da lavra do G8 e não da vontade dos gestores brasileiros, são obrigados a obedecer os ditames dos dominantes.




                         Ao assunto.

         Amigos, gosto de expor algumas considerações sobre os assuntos que interessam e interferem na Nação, hoje falarei sobre a economia.   

         Muito badalada pelos estudiosos e passado ao público intencionalmente sem muita clareza, o assunto  ECONOMIA é palpitante, cheio de controvérsias e toca diretamente em cada brasileiro, mexe com o  bolso.

        É até cansativo e vergonhoso ouvir das autoridades e dos colunistas do ramo, que o Brasil vai muito bem, que para este mortal  não configura a verdade, vejam o que está acontecendo.

       O mundo na atualidade se encontra globalizado, os povos se entrelaçam, as culturas se misturam e a economia dança de acordo com a vontade dos dominantes, dos donos do capital , das marcas e das patentes.

         Existem duas maneiras de conduzir a economia de uma nação na ageração de empregos, no enriquecimento e na distribuição da renda per capta . 

       Uma no  setor de produção, com o seu parque industrial  localizado em pontos estratégicos e o setor de serviços, este  espalhado por todos os recantos do país, onde existir gente haverá consumo de serviços, haverá aumento de consumo interno sem gerar riquezas na macroeconomia, uma vez que o setor serviço apenas gira a economia interna e consome produtos na grande maioria importados, desequilibrando a balança comercial. 

         O setor de Produção, vai desde  o fabrico de um chinelo ao fabrico de pequenas e  grandes maquinas que movimentam a nação, da  produção de alimentos, dos complicados e sofisticados programas de computadores e de inteligências com cursos técnicos dirigidos para a produção .

         Por sua complexidade,  perpassa pelo  extrativismo vegetal e mineral, na agricultura mecanizada na produção dos  alimentos  ( grãos,  hortifrutigranjeiros e carnes) e no seu refino, no fabrico de  manufaturas de uma maneira em geral, na produção e exportação de produtos com agregação de valores, na química fina, na industrialização de máquinas  genuinamente nacionais e não apenas aqui  montadas, enfim , o setor de produção é a chave para o crescimento de um povo,  um país que não  fabrica , é um pais que não produz e não cresce, pois só cresce numa economia globalizada, aquele pais que vende o que produz ou o que sobra,  após retirado o seu consumo interno, muitos nem consomem o que produz, apenas exportam.

        Só produzindo e exportando é que entra divisa limpa para a nação. E  só possuindo um parque fabril , que manufature as suas suas riqueza naturais  agregando valores ao produto final , é que se gera divisa. O Brasil faz parte das nações que exportam apenas os produtos brutos, sem acabamentos, sem agregação de valores (Carne verde, ferro bruto,  soja in natura e em forma de carnes, madeiras e outros minerais nobres)  , isto é, o pais exporta para o mundo civilizado as suas commodities,  que depois retornam como produtos finos de 10 A 1000 vezes  mais valorizados em forma de maquinas, televisores, celulares e etcs.
 Foram agregados valores. Os valores da inteligencia do importador da matéria prima, esta é a maneira de receber divisas limpas e legítimas.

       Outro fator preponderante, é o raciocínio da nação, o pais não raciocina a pleno vapor, uma gama dos seus melhores cérebros são exportados para o setor de produção e de inteligência das  nações hegemônicas, o que leva a estas nações registrarem e garantirem anualmente milhares de novas patentes, exatamente no setor que agrega riquezas e atrai conhecimentos, o setor industrial.
       O que realmente está acontecendo no país, é uma imposição desenfreada e  irracional ao consumo, imposição fundamenta na geração de empregos no setor serviço, muitos  por decretos, puramente desnecessários principalmente no setor público . Outra maneira é na facilitação do crédito, uma vez que está sobrando dinheiro nas mãos dos banqueiros e dos grandes investidores   , por último,  na mais lógica  e humana distribuição de rendas num país que não gera riqueza na produção, método cheio de controvérsias e incógnitas . 

1-Primeiro  melhorando o salário dos já empregados , transferindo dos empregadores para os assalariados,  atravez  das rígidas e esfoliantes leis trabalhistas, dando enfase aos direitos, afrouxando nos deveres. 

2-Segundo, com os grandes programas oficiais do Governo Federal , nos diversos tipos de bolsas auxílio aos que margeiam a economia. Com estas medidas se aumenta e muito o consumo, pois um povo travado , que nunca consumiu vendo estas possibilidades, parte para o suicídio consumista, sem nenhum critério ou raciocínio, comendo o capital principal, corroendo a  sua frágil e suada economia.


      Um país subdesenvolvido,  puramente consumista, que 
não incentiva a industria , que praticamente  não produz com sustentabilidade o que consome , que    mais de 40% de todos os produtos de baixa tecnologia são importados; e 100% das grandes máquinas são de origens estrangeiras,  ou aqui apenas são montadas como verdadeiros quebra cabeças ou legos, nada mais está fazendo do que empobrecer a nação e incentivar o envio de divisas para o exterior , este sistema funciona como um verdadeiro sugador ou aspirador de  pó, onde o aparelho sugador da riqueza fica na matriz e a boca  aspiradora  no pais consumista, enquanto mais cresce o setor de serviço , mais aumenta o envio de divisas para os produtores. 


      Como exemplo, cito as montadoras de veículos, de motos, de grandes máquinas industriais, de eletro eletrônicos, de informáticas e 40% dos manufaturados de média e baixa tecnologia, brinquedos e etcs.  As peças são fabricadas no exterior e chegam ao país apenas para serem montadas recebendo a alcunha de fábricas , em vez de serem chamadas de montadoras   geradoras de   serviços , incrementando o consumo e azeitando o envio de divisas para os verdadeiros produtores.


        O país está girando o seu  dinheiro no mercado interno, no mercado de serviços,
 de consumo.  Se esta demanda de consumo incentivasse a produção interna, seria uma maravilha, seria o ideal, pois o aumento do consumo, significa aumento da produção industrial, o setor que gera riqueza e não o que diminui como  é o de serviço, este setor apenas gira o capital inacional . Enquanto mais ele gira, mais  gera emprego, apenas  circulando e movimentando o dinheiro,  não gera riquezas para a nação e sim despesas com o incremento do consumo.    

     São demandas na maioria das vezes  dispensáveis, produtos de beleza, de academias com o intuito de mudanças  do biotipo,  roupas diversas, calçados em grandes quantidades por pessoa, viagens para o além mar, alimentos industrializados, produtos para o entretenimentos com eletroeletrônicos de vidas curtas, tem mais, todos  os produtos são consumidos até um terço de suas meias vidas, sendo abandonados e ou  substituídos por um mais moderno, basta a mudança das cores ou de uma peça.


    Concluo com este pensamento, enquanto mais se consome o que não se produz, é condição mais do que suficiente para mandar divisas para os produtores, é a mais escancarada forma de enviar dólares  para os donos do capital , das marcas  e das patentes.


      Só cresce aquele que exporta o que produz  , aquele  que a produção é maior do que  o  consumo, aquele que produz mais do que precisa e exporta o excedente com agregação de valores. 


     Aquele que consome em larga escala, consome sem necessidade e com irresponsabilidade,  cotidianamente fica vulnerável. 


    A cada ciclo giratório do consumo  , os produtores internacionais retiram parte do capital  em forma de lucros, em seguida enviam aos  seus países, esta propriedade diminui a força do motor interno, motor que gira esta pesada máquina , que é a economia interna, a economia dos serviços, a economia da importação e da gastança. 


     Com o tempo, o pouco que a nação produz cairá no ostracismo, isto,  devido   o encarecimento da mão de obra, os encargos trabalhistas, a falta de profissionais qualificados , os altos custos na importação das máquinas, o não incentivo aos inventores  e desenvolvedores de projetos industriais autóctones, no profissionalismo e aprimoramento da população no setor serviço.  Os custos dos produtos nacionais dobrarão ou triplicarão os de importação e paulatinamente o setor produção entrará em colapso.


             Resumo.  

   O país pouco produz, as grandes máquinas são importadas prontas ou montadas nos seus parques erroneamente chamados de industriais, que não são industriais, apenas geram serviços com o objetivo de  multiplicar o número de consumidores internos. Com este estratagema, os donos do capital , os proprietários das patentes, das marcas, das tecnologias, dos cérebros pensantes e do dinheiro engordarão ainda mais os seus patrimônios nos países de origens. 

      Um país que não produz , que não insiste em produzir e que já se conformou em ser  o celeiro da humanidade na produção de commodities, é um país fadado ao colapso . O Brasil é forte, grande e tem força para sair desta famigerada patologia.

               Iderval Reginaldo Tenório


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