Sheikh Hasina, ex-primeira-ministra de Bangladesh, é condenada à morte
Aos 78 anos, líder é considerada culpada por ordenar repressão que deixou mortos durante os protestos que levaram à sua queda em 2024, segundo decisão do tribunal de Daca
Por O Globo, com agências internacionais — Daca
A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina, de 78 anos, foi condenada nesta segunda-feira à pena de morte por crimes contra a humanidade durante a repressão a protestos no país em 2024, que levaram à queda de seu governo. Hasina foi julgada à revelia, porque fugiu para a Índia, onde está em xílio desde agosto do ano passado. Ela nega envolvimento em atrocidades e criticou o processo
A investigação contra Hasina foi aberta em agosto de 2024, em decorrência do assassinato de um homem pela polícia durante manifestações.
Mais de 450 pessoas foram mortas durante as semanas de agitação que antecederam sua queda.
Fuga de helicóptero
Hasina, de 76 anos, fugiu em um helicóptero para a Índia, segundo relatos, quando milhares de manifestantes invadiram sua residência oficial na capital, Daca, em agosto do ano passado.
Em janeiro daquele ano, ela conquistou um quarto mandato sem precedentes como primeira-ministra em uma eleição amplamente criticada por opositores como sendo uma farsa.
Seus 15 anos consecutivos no poder foram marcados por um renascimento econômico de Bangladesh, mas também pela prisão em massa de oponentes políticos e sanções de direitos humanos contra suas forças de segurança.
Os protestos que levaram à queda de Hanisa começaram em julho de 2024, com passeatas lideradas por estudantes universitários contra as cotas de empregos no serviço público, mas logo se transformaram em distúrbios mortais e exigências para que ela renunciasse.
A repressão a manifestantes pela polícia e por grupos de estudantes pró-governo também provocaram condenação internacional.
Filha de um revolucionário que levou Bangladesh à independência, Hasina presidiu um crescimento econômico vertiginoso em um país que já foi descartado pelo estadista americano Henry Kissinger como um "caso perdido" irremediável.
(Com AFP e NYT)
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