sábado, 9 de novembro de 2024

Resenha do Filme Getúlio p/Iderval Reginaldo Tenório

 Getúlio Vargas - Dibrarq

 

Resenha do Filme  Getúlio

Carla Camurati, João Jardim e Walter Carvalho

Estrelado por Toni Ramos, como Getúlio e  Drica Moraes, como Alzira Vargas

Não existe dúvida que apesar de ter sido um ditador confesso, inclusive relata que rasgou duas constituições Federais, o Getúlio Dorneles Vargas, mentor maior da revolução de 1930, que anulou a eleição do Júlio Prestes e destituiu o presidente da República Washington Luiz, foi e continua sendo o mais amado político brasileiro.

Presidiu a nação com mão de aço de 1930 a 1934, foi reeleito indiretamente em 1934,  e em 10 de novembro de 1937, com o apoio das forças armadas, num Golpe de Estado, instituiu o  Estado Novo  e implantou a ditadura Vargas até 1945, quando foi deposto por outro   golpe  militar.

Com a sua queda, foi eleito o Eurico Gaspar Dutra, que governou de 1946 a 1951.  O seu governo, viceralmente aliado aos EUA,  inaugurou o período da Quarta República Brasileira e ficou caracterizado pela perseguição aos movimentos de trabalhadores e aos comunistas.. Em 1951 o Getúlio foi reeleito, voltou nos braços do povo, encerrando seu mandato em1954 com o seu suicídio.

Foi popularizado devido as suas ações.

1)Consolidação das leis trabalhistas  e o Salário Mínimo.

2)  O primeiro Código Eleitoral  do Brasil em 1932 e o voto para as mulheres no mesmo ano.

3)Criou os Ministérios dTrabalho, da Saúde  e da Educação.

4)Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Vale do Rio Doce, Petrobrás e a  Hidrelétrica do São Francisco. Estes atos o tornou   o mais amado e popular político brasileiro, sendo chamado de: O pai dos pobres.

o Filme não fala destes episódios. Inicia com uma  voz relatando todos os seus feitos, documenta  o seu último governo de 1951 a 1954, relatado pelo mesmo de uma Democracia. Apesar de ser um ditador confesso, falou e insistiu que  não iria rasgar mais uma Constituição Federal.

O que se assiste  é uma perseguição por segmentos militares, políticos, econômicos e de intelectuais, muitos foram os seus opositores, dando a entender que poderia ser desencadeado mais  um  golpe, tal qual aconteceu em1964.

Na formação do seu governo, nomeou como a sua principal  assessora, uma mulher, a sua filha Alzira, que muito fez pelo seu governo, isto foi uma afronta aos  conservadores políticos e aos de fardas  da época. Foi uma grande assessora e lhe orientava em todos os seus passos, foi a mais próxima figura do seu governo.

No longa, a cineasta  Carla Camurati e o Diretor João Jardim foram felizes no enredo, no elenco,  nas fotografias e  no cenário. 

Conseguiram mostrar a falsidade, a corrupção e como se comportavam os homens que ocupavam cargos de confiança, cargos de sustentação pela governabilidade e até a sua  segurança pessoal.

 Atenção para a sua fala  com a assessora, sua filha: "Eu não sabia que tinha, para a minha segurança pessoal, mais de 80 homens, eu só vejo e conheço menos de 15 homens".  Inclusive só conhecia de perto o chefe da segurança, aquele que sabia  de tudo e foi   o elo do seu suicídio. Um chefe corrupto, mentiroso e arteiro com um padrão de vida superior aos  proventos,  envolvendo inclusive a sua própria esposa em vários episódios de  corrupção, como logista e proprietária de terrenos.  Foi o seu maior traidor.

O filme mostra que foi armado um esquema para incriminar o Presidente da República e que até hoje encontra-se em aberto os mandantes. O combinado com o seu chefe de segurança pelos contratantes, é que fosse assassinado,defronte ao Palácio do Catete, o seu maior desafeto, o jornalista e deputado Carlos Lacerda. O plano foi abortado, foi morto um militar e o Lacerda sofreu um tiro no pé. Saindo  vivo desencadeou todo o movimento para a derrubada do Getúlio.

Apurado foi encontrado  o assassino, porém os mandantes ficaram em aberto até os dias atuais. Ficou claro que o chefe da segurança da guarda presidencial foi contratado para executar  o Carlos Lacerda, este foi baleado.

Vivo, magoado, cheio de ódio, sendo o maior desfeto do presidente e com a mídia nas mãos, conseguiu  mobilizar os militares, os políticos, as rádios e os jornais  de todo o Brasil pedindo a renúncia do Presidente, culpando-o como o articulador do fatídico episódio. 

O movimento foi tão grande que a marinha, a aeronáutica, o exército, empresários, intelectuais,  professores, ministros, parte da população, os jornais  e até o vice presidente, Café Filho, foram conquistados. Do seu lado ficaram poucos: a sua assessora, parte do povo e alguns ministros, dentre eles o Tancredo Neves, o mais fiel dos fiéis.

Depois do fatídico dia do atentado, a vida do Getulio virou um martírio. Sono perdido, pesadelos constantes, pensamentos de prisão e de  suicídio passaram a fazer parte do seu cotidiano.

A pressão foi tão grande, que numa madrugada o Presidente marcou uma reunião com a cúpula  do seu governo e deu o ultimato, disse que não renunciaria, que resolvessem a situação e só sairia do Palácio morto, pois  ao renunciar configuraria como o mandante do crime, caso não resolvessem já teria a solução.

O longa mostra o amor do Getúlio pela família em diversos episódios: confissão à sua assessora,  sua filha; ao filho mais velho, o que foi delatado como mandante, pelo o seu chefe de segurança; ao seu médico, também um dos filhos, inclusive numa cena descontraída, após uma avaliação cardíológica, o Getúlio pergunta: "Onde fica o Coração, aqui no tórax, meu filho?", a resposta foi de chofre:  "Fica à altura do peito esquerdo meu pai, dois centímentros  à sua direita", ali o pensamento de suicídio foi articulado.  O presidente sofria muito com a morte do seu filho, Getúlio Vargas Filho, o Getulinho,  que morrera aos 23 anos de idade em 1943.

A cineasta e o diretor foram felizes ao  documentarem o que pensam os políticos e como seguem ipsis litteris o italiano Nicolau Maquiavel em o Principe, editado em 1513. Mostrou que quando um político  perde a força de comando, cai em desgraça e inicia o seu  fritamento, todos os que estão ao seu redor somem,  vão à procura dos que poderão assumir o poder, antes  adversários e não inimigos, no caso do Getúlio, até o seu vice( Café Filho) o traiu, ficando do seu lado e  de grande importância apenas o Tancredo Neves. 

O filme é sobre fatos reais, quase um documentário. Bem narrado e estudado, levando ao conhecimento  do povo brasileiro  o que levou o Presidente Getúlio a praticar o suicídio.  

Traz à tona, uma faceta marcante da política brasileira, ocorrida em 1954. É um filme  bem atual, basta constetualizar com a posse do Michel Temer, ao torcer diuturnamente pela queda da Dilma Rousseff tal qual o Café Filho, que ao sentir a queda do titular,  torceu e lutou pela sua renúncia de olho  na cadeira presidencial.  Neste caso, o desfecho foi pior,  culminou com a morte  do Getúlio, o pai do pobres.   Nada de  mais aconteceu, além da comoção nacional após a morte, a vida política continuou e  o Café Filho assumiu.  Foi realizada uma nova eleição em 1955, sendo eleito o médico mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira, que governou de 1956 a 1961. Foi o construtor de Brasília, trazendo a capital para o centro do país. Ficou marcado pelo desenvolvimentismo e um dos maiores endividadores do Brasil.

Carla Camurati, a cieneasta; João Jardim,  o diretor; Walter Carvalho, o diretor de  fotografias e   de câmeras; Toni Ramos, no papel do Getúlio;  Drica Moraes, como Alzira Vargas e todo o eleco  estão de parabéns pela documentação cinematografica de tão importante episódio da vida brasileira.

Um filme para a eternidade e para a história, tal qual como  disse o Getúlio Vargas que   jamais renunciaria. 

                                        Assim se expressou: 

"SAIO DA VIDA PARA ENTRAR NA HISTÓRIA" 

Getúlio Dornelles Vargas

Presidente do Brasil

Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954

Iderval Reginaldo Tenório

 

FILME COMPLETO

Filme - Getúlio

O filme percorre a intimidade dos 19 últimos dias de vida de Getúlio Vargas ... Filme completo dublado em portugues. Ligue o filme•672K ...
YouTube · OLHAR DEMOCRÁTICO · 14 de out. de 2023

 

DOCUMENTÁRIO COMPLETO

Getúlio do Brasil - Documentário Completo


  

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Aos perpetuadores do humanismo. Iderval Reginaldo Tenório

O DOMÍNIO DO HOMEM SOBRE A MULHER-Heleieth Saffioti

 

 

 

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                                          Iderval Tenorio

 
                                             Quando nascemos, recebemos diferentes missões.

 O DOMÍNIO DO HOMEM SOBRE A MULHER

As relações de gênero, raça/etnia, classes e as suas conexões formam um nó e que juntos constituem o alicerce do domínio do homem sobre a mulher. Nó dificil de ser disfeito, apesar de  frouxo, exatamente para proprocionar a flexibilidade da situação.  

Estas três propriedade se entralaçam, se embricam e fortalecem-se segundo a Heleieth Saffioti, acrescenta ainda:   

"Reforçado pelo  sistema Patriarcal".

O sistema Patriarcal interfere diretamente nas relações sociais da sociedade, uma vez que domina o setor econômico e o gênero por dupla propriedade:  A exploração de classe e a dominação de genero, induzido e aplicado por centenas de anos, principalmente aqui no Brasil, desde o tempo da colônia. 

Durante séculos, os   meninos eram forjados para serem homem no falar, andar, nas brincadeiras, nas atitudes, para seren chefes e substituírem os pais como as cuminheiras da família, enquanto as mulheres para serem donas de casa, cuidar dos filhos e servirem ao homem da casa. Este era um sistema de dominação, de subserviência e de anulação total como cidadã. Exemplos fidedignos são os coronéis do gado,  do café e da Cana-de-açúcar.

A Heleieth Saffioti, socióloga marxista, professora, estudiosa da violência de gênero e militante feminista brasileira, é uma das teóricas do campo do feminismo que vai na contramão dessa tendência, pois ao mesmo tempo que absorve o conceito de gênero, insiste na utilidade do patriarcado para análise das relações entre homens e mulheres.

"O patriarcado deve ser situado historicamente e pensado como uma forma específica de relações de gênero dentro de um sistema", segundo a autora. 

"Na base do julgamento do conceito como histórico reside a negação da historicidade  do fato social. Isto equivale a afirmar que por trás desta crítica esconde-se a presunção de que todas as sociedades do passado mais próximo e do momento atual comportaram-se/comportam-se a subordinação das mulheres aos homens "(SAFFIOTI, 2015,
p. 111).


Para Saffioti (2015) o conceito de gênero não explicita, necessariamente a desigualdade entre homens e mulheres; assim como o patriarcado, da forma como foi cunhado, não pressupõe uma relação de exploração. Para a autora estas duas dimensões constituem faces de um mesmo processo de dominação-exploração ou exploração-dominação. Isso porque para Saffioti a dimensão econômica do patriarcado não repousa apenas na desigualdade salarial, ocupacional e na marginalização dos importantes papéis econômicos e políticos, mas inclui o controle da sexualidade e a capacidade reprodutiva das mulheres. Por isso, o abandono do uso do patriarcado é inconcebível e Saffioti argumenta da seguinte forma:


Por que se manter o nome patriarcado?  "Sistematizando e sintetizando o acima exposto, porque: 

1) Não se trata de uma relação privada, mas civil; 

2) Dá direitos sexuais aos homens sobre as mulheres, praticamente sem restrição. 

3) Configura um tipo hierárquico de relação, que invade todos os espaços da sociedade; 

4) Tem uma base material; 

5) Corporifica-se; 

6) Representa uma estrutura de poder baseada tanto na ideologia quanto na violência" (SAFFIOTI, 2015, p. 60). 

 

Heleieth Iara Bongiovani Saffioti

                          (Ibirá, 4 de janeiro de 1934 - 13 de dezembro de 2010)

Nasceu no dia quatro de janeiro de 1934 em uma família humilde em Ibirá, na região de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Sua mãe era costureira e seu pai marceneiro. Sua família morava na zona rural, onde à época não havia acesso à escola, fato que a fez, desde cedo, morar longe de seus pais para que pudesse estudar. Primeiramente foi alfabetizada em casa por suas tias professoras até ingressar na escola. Heleieth Saffioti morou com diversos familiares até concluir seus estudos na tradicional Escola Caetano de Campos, em São Paulo, onde se formou normalista.

            No ano de 1956 ingressou no curso de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e se casou com o químico Waldemar Saffioti, de quem herdou o sobrenome. Em decorrência do trabalho de Waldemar, assim que se casou foi morar nos Estados Unidos. Na sua volta ao Brasil, um ano depois, retornou ao curso de Ciências Sociais e se formou no ano de 1960. Dois anos depois de sua formatura, Heleieth Saffioti mudou-se para a cidade de Araraquara, no interior do Estado de São Paulo, para acompanhar Waldemar na formação do curso superior de Química, que mais tarde iria se transformar na Universidade Estadual Paulista. Na mesma cidade também se consolidava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, lugar em que Heleieth Saffioti atuou por 21 anos, tendo começado a lecionar em 1962, a convite de Luis Pereira. Do seu casamento com Waldemar teve um filho, que veio a óbito precocemente, aos 17 anos de idade..

 

ESCUTEM E VEJAM A LETRA. 

ESTA MÚSICA É DE ONTEM E DE HOJE. 

SERÁ DO AMANHÃ?. 

 Iderval Reginaldo Tenório

Martinho da Vila - Mulheres

Martinho da Vila - Mulheres. 2.7M views · 4 years ago ...more. Moacir Simpatia. 427K. Subscribe. 27K. Share. Save.
YouTube · Moacir Simpatia · 30 de mar. de 2020
 
 
Mulheres
Canção de Martinho da Vila
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Letra
Já tive mulheres de todas as coresDe várias idades, de muitos amoresCom umas até certo tempo fiqueiPra outras apenas um pouco me dei
Já tive mulheres do tipo atrevidaDo tipo acanhada, do tipo vividaCasada carente, solteira felizJá tive donzela e até meretriz
Mulheres cabeça e desequilibradasMulheres confusas, de guerra e de pazMas nenhuma delas me fez tão felizComo você me faz
Procurei em todas as mulheres a felicidadeMas eu não encontrei e fiquei na saudadeFoi começando bem, mas tudo teve um fim
Você é o sol da minha vida, a minha vontadeVocê não é mentira, você é verdadeÉ tudo o que um dia eu sonhei pra mim
Já tive mulheres de todas as coresDe várias idades, de muitos amoresCom umas até certo tempo fiqueiPra outras apenas um pouco me dei
Já tive mulheres do tipo atrevidaDo tipo acanhada, do tipo vividaCasada carente, solteira felizJá tive donzela e até meretriz
Mulheres cabeça e desequilibradasMulheres confusas, de guerra e de pazMas nenhuma delas me fez tão felizComo você me faz
Procurei em todas as mulheres a felicidadeMas eu não encontrei e fiquei na saudadeFoi começando bem, mas tudo teve um fim
Você é o sol da minha vida, a minha vontadeVocê não é mentira, você é verdadeÉ tudo o que um dia eu sonhei pra mim
Procurei em todas as mulheres a felicidadeMas eu não encontrei e fiquei na saudadeFoi começando bem, mas tudo teve um fim
Você é o sol da minha vida, a minha vontadeVocê não é mentira, você é verdadeÉ tudo o que um dia eu sonhei pra mim
Fonte: Musixmatch
Compositores: Antonio Eustaquio Trindade Ribeiro