segunda-feira, 21 de setembro de 2020

ZÉ PRAXEDES-DOTÔ INTÉ ÔTO DIA -Dando continuidade a pagina literária de minha raíz,

 

ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro
                                                                                
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DOTÔ INTÉ ÔTO DIA

      Dotô  inté  ôto dia              
       basta vancê precisá            
     de um criado as  suas orde

na Serra do Jatobá

Pro armôço tem galinha
tem quaiada pro jantá
água cheirosa de tanque
pra vosmicê se banhá

Leite quente ao pé da vaca
quando o dia amanhecê
café torrado no caco
de quando invez pra vancê

Aguardente potiguá
caso goste de bebê
capim mimoso verdinho
pra seu cavalo comê

Pra vosmicê fazê lanche
mé de abeia  cum farinha
tem da fonte milagrosa
água fria na quartinha

Pra vosmecê se deitá
uma rede bem arvinha
Mas leve a sua muié
proque lá só tem a minha
      (Zé Praxedes)
ZÉ PRAXEDES


ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro



Dando continuidade a pagina literária de minha raíz,  postarei uma poesia do grande Zé Praxedes, obra que muito marcou no Cariri Cearense a vida daquela juventude sedenta por saber, ao mesmo tempo faço pequenos agradecimentos aos homens que plantaram  a pura e verdadeira cultura na hora certa e para as pessoas certas.

Acredito que pela pureza destes baluartes do Rádio  Caririense, os mesmos  não tinham  idéia e nem  percepção da importância dos seus atos para o futuro do seu povo  ao recitarem despojadamente, os grande poetas populares do século .

Como  Deus ao lançar a sua luz  para todos do Universo sem distinção, estes baluartes nos seus programas matutinos lançavam esta providencial cultura a todos que tivessem ouvidos e consciência para saborear.


Aproveito o encejo e envio para ser saboreada uma poesia por demais conhecida pelos cancioneiros nordestinos. Nós aí do Cariri ouvíamos todas as manhãs o grande Eloy Teles de Morais plantar e dividir os frutos com todos os privilegiados que tinham acesso à Radio Araripe do Crato .

Acho inclusive que nós do Cariri deveríamos prestar uma homenagem a todos os ícones do Radio Caririense que transmitiam cotidianamente estas pérolas enriquecendo a nossa cultura, não sei se os mesmos tinham a noção da   grandeza , da importância ao transmitir   para o futuro da juventude nordestina aquelas enxurradas de cultura , transmitidas cotidianamente pelas ondas curtas e sonoras das  Radios AM.

A nossa infância e a nossa juventude fazem parte do rol das melhores do mundo, pois nascer na Serra do Araripe ou no seu pé, conviver com Eloy Teles, Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré, Pedro Bandeira de Caldas, João Sobreira( O LAMPIÃO), Alcely Sobreiras, Daniel Walker , Cego Oliveira e uma plêiade de nomes do mais alto cabarito é privilégio de poucos, ainda por cima na terra do Padre Cícero Romão Batista(JUAZEIRO DO  NORTE) por onde peregrinou o grande Frei Damião.

Bela infância, abençoada juventude.

Obrigado a Eloy Teles de Moraes pelas aulas de cultura reverberadas para quem quisesse ouvir.

Um abraço- Iderval  Reginaldo Tenório 



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