segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O VELHO CAVALO


                                          O VELHO CAVALO
                                        .
                                Foi no meado de 1915 no sertão do Ceará quando das chuvas, nem prenúncios.
                              
                               Relata minha avó , que nos sertões do Ceará havia um almocreve de meia idade, negociava nos cafundós e nos grotões da esturricada Serra do Araripe,  divisa do Ceará com o Estado de Pernambuco, para o ganho do pão de cada dia utilizava como meio de transporte uma parelha de animais, um belo eqüino e um musculoso muar.

                              Grandes eram as distancias a percorrer e belos os lugares visitados, o muar para as cargas e o eqüino para os passeios junto ao patrono, sempre nas festas, nos namoros, nas comemorações e nas grandes corridas, era com orgulho que o belo animal desfilava naqueles sertões, bem tratado, bem alimentado, bom capim, boa alfafa, excelente milho e muitas vezes tortas de resíduos de caroços de algodão, era uma vida de rei, cheio de arreios e ornamentos, manta vermelha, sela nova, peiteira de couro com uma bela estrela de metal no centro, rédeas do puro couro curtido, alforjes do macio couro de carneiro, rabicho trançado  com fio de seda, boqueira do melhor metal, estribos de pura prata, polidos, encerados e bem conservados, vivia época de glórias, se orgulhava ,  quando nas paragens recebia preço, recebia avaliação, elogios  e jamais o seu dono pendia para negociação, era um animal orgulhoso e cheio de brios, na sua garupa as mais belas donzelas, as mais macias das nádegas, era  motivo de festas aonde chegava com o seu baixo, com o seu galope, trotando, chispando ou com os seus admiráveis  passos sempre a esquipar demonstrando a sua bela marcha, qualidades estas que lhe credenciavam a cruzar semanalmente com uma diferente e bela égua, com uma formosa e elegante asinina, todo faceiro, todo pabo. 

                             O muar, coitadinho, a subir ladeiras, a cortar caminhos, dois a três sacos na pesada cangalha encastoada no lombo, cabresto de cordas de croá, rabicho de agave e umas puídas viseiras laterais de couro cru, impedindo, tapando, obstruindo, abortando, escurecendo a visão lateral, pendurado no pescoço o seu crachá: um pesado chocalho bovino para a sua identificação, nos fins de semana os sacos são substituídos   por quatro cambitos  para o carregamento de lenhas e à noite por dois caçoas no transporte  de  frutas , garrafas ou feixes de canas caiana muito apreciadas naquela redondeza, como pastagem ,  capim seco, algumas relvas nos arredores e monturos das casas, não sabia se vivia para comer e trabalhar ou só teria comida se trabalhasse.

                             Longas eram as conversas  entre os dois animais nos seus encontros, um peado nas duas patas direitas, as vezes triste a lamentar  , mas sempre conformado por lhes sobrar a vida e o trabalho ; o outro , solto pelos terreiros, falante, garboso, risonho; discutiam as suas vidas, as injustiças e quão ingrata era a vida para um deles, a diferença era exorbitante, era de fazer pena e foi assim durante muitos anos, foi assim, um sempre  sorrindo, a gargalhar; e o outro... o outro só Deus.

                             Como o tempo  é o pai, o aconselhador e o diluidor dos sofrimentos como a água é diluidor  universal e a esperança a mãe de todos os animais,  uma década se passou , e os dois viventes sempre a dialogar, com a falta de chuvas foram escasseando as vendas, os compradores cotidianamente caindo, motivo mais do que suficiente para o almocreve diminuir os momentos de festas e de alegrias, primeiro se desfez dos belos arreios, diminuiu as compras de alimentos  especiais e necessitava  aumentar o volume das cargas para suprir as suas despesas azeitando a sua sobrevivência. O belo e orgulhoso eqüino passou a andar na vala comum lado a lado com o muar, a sela foi substituída por uma cangalha e  dois sacos, um de  cada  lado e por ser um exímio esquipador o dono escanchado no meio, desta vez subindo e descendo ladeiras, pulando grotas, na  ida produtos da lavoura para a venda e na volta especiarias para abastecer as bodegas da região: como querosenes, peixes salgados, açúcar, café e outros mantimentos, com a idade desapareceram as belas éguas, as formosas asininas e os manjares nos terreiros dos esturricados sertões.

                               O muar continuou a sua batalha, agora como coadjuvante,  apenas como complemento de carga, quando o produto era pouco ficava a pastar, a perambular pelas capoeiras à procura de uma relva  mais hidratada pensando na sua atual e inútil vida, costas batidas, boca mucha, dentes amarelos, desgastados, bicheiras nos ombros, espinhaço pelado, cascos rachados, juntas calcificadas, perambulando caatinga adentro. E lá ia o velho eqüino, dois sacos, o dono escanchado no meio da cangalha, o filho na garupa, subia e descia os penhascos do Araripe, já não possuía belas boqueiras, o rabicho de cordas a cortar a borda anal, as cilhas de couro cru com suas grosseiras fivelas a lhes causar mossas na barriga caindo pelo vazio e a traumatizar os bagos aposentados, força era agora a sua maior virtude, força para não sofrer com as esporas que tangenciavam os órgãos genitais, muitas vezes ferindo-os quando desacertava os passos, a vida endureceu e trouxe à memória os momentos vividos ao lado do amigo muar nos tempos das bonanzas, das vacas gordas, das grandes chuvas, das farturas e dos grandes bailes, olhava para os lados e não mais enxergava os pomares verdejantes do caminho, pois os tapa olhos laterais do muar agora se encontravam na sua cabeça, vedando os seus olhos, a visão agora era limitada, uma visão de subserviência, não mais participava dos acontecimentos, agora, apenas um animal de cargas, vivia puramente para comer e para o trabalho, não tinha direito a pensar, seguia a dura e pétrea regra, para viver só lhes restava a obediência sem contestação, seguia os puxavancos do puído e velho cabresto que dava duas voltas na focinheira cortando a pele entre os dois orifícios de sua moída  venta, vivenciava a mais espúria entidade criada pelo dominador, o mais baixo golpe sofrido por um ser vivo, obedecer sem contestar, simplesmente a mais velada forma de escravidão.

                             Os três entes aos poucos foram minguando, o muar sem trabalho foi sumindo, esquecido, menosprezado,esquálido e abandonado, até o dia em que foi  requisitado pelos  produtores de charque. O belo eqüino agora não mais belo, sem a força da juventude, com a estima em baixa,  caiu na desconfiança, calda imóvel a proteger o fim dos intestinos com compressões periódicas ao menor grito do seu condutor, olhos sempre para o chão, dentes puídos rentes  às gengivas, desgastados, musculatura minguada, pelos ásperos, relinchos abafados; sem força, sem brio, sem pernas foi substituído por sangue novo, mergulhou na solidão, não mais requisitados ao trabalho  se embrenhou nos carrascos das matas que ainda existiam e nunca mais soube do seu paradeiro.
                           O dono caiu numa crise de desgraça, envelheceu sem os seus maiores amigos, engolido pelo bafo do progresso trazidos pelos bulidos dos motores de dois tempos nos velhos aviamentos e nos transportes  das poucas mercadorias, mergulhou no esquecimento, no solitarismo da vida, os dias ficaram mais longos, a falta de afazeres lhe consumiram os brios e de resto os deseducados  filhos, os sofridos netos e sobrinhos alimentando as grandes metrópoles com a sua prole na construção e desconstrução de uma nação que continua sem rumo, sem prumo e sem um paradeiro ou porto seguro para os que nela batalham e lutam. Os três se foram, continua a condescendência e as condutas sem uma instituição sustentada, sem nenhuma criação institucional que traga garantias futuras para um povo sofrido que trabalha até os setenta e depois vaga pelos valados da vida, basta vê os liberais e autônomos de ontem, hoje  abandonados, como os de hoje os abandonados do futuro.  Hoje na mesma serra do Araripe, nos mesmos grotões do Nordeste ainda vagam muitos Três Entes à espera do mesmo futuro.    

                        O Mundo gira e com ele a repetição, mostrando que na natureza nada se constrói, tudo se transforma, apenas o tempo como diluidor  universal é quem dita e conduz o destino de cada um, pedindo  que   viva a vida como o seu único patrimônio.
                         Iderval Reginaldo Tenório   2010


BLOG – boa leitura

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domingo, 30 de janeiro de 2011






AMIGOS

LEIAM E FAÇAM CRÍTICAS, COMENTEM E MANDEM SUGESTÕES. ESTES ARTIGOS FAZEM PARTE DE UMA COLETÂNEA DE MINHA AUTORIA  E PRECISO SABER COMO VÃO.

UM ABRAÇO 

 IDERVAL REGINALDO TENÓRIO
              071-33419630
         driderval@bol.com.br

O CUIDADOR- O PAI QUE GOSTA CUIDA

                                      O PAI QUE SE SACRIFICA PELOS FILHOS

                                                  O CUIDADOR

              Conta a minha mãe , que tempos atrás, uma menina de 12 anos chega em casa vindo da escola e estranha a ausência do seu querido e amado pai na hora do sagrado almoço, vai até a mesa, senta, levanta, vai até a porta da rua, olha para um lado, estica o pescoço para o outro e nada do genitor, vai até a cozinha, descobre as panelas e quase que engasgada indaga para genitora por onda o seu pai. 

Recebe como resposta um balançar da cabeça como uma lagartixa e uma esperança que está a caminho de casa, a espera foi em vão, veio a tarde e nenhum paradeiro do humilde  trabalhador.

               A filha previdente vai até o seu trabalho e lá foi informada,  que até aquele momento  o seu pai não tinha comparecido e já havia levado falta pelo apontador da obra e  pela cara do homem,   perderia o seu abençoado emprego , pois é inadmissível que numa segunda feira, o primeiro dia da semana um trabalhador falte ao serviço. 

  A filha não esmoreceu, procurou os familiares mais próximos, rodou os hospitais, os postos de saúde,f oi até a rodoviária, compareceu ao cemitério e nada do seu  amado pai. 

A sua última cartada, a sua última visita, mesmo contra a sua vontade,  pois jamais imaginaria o encontrar naquele lugar,  foi à delegacia,   ao chegar encontrou o seu pai na única cela que existia, sala pequena, escura,  com menos de  8 metros quadrados, uma alta janela de meio metro, uma lata velha de querosene como latrina, uma portão de ferro gusa, meia dúzia de pregos como cabides, cinco ou seis buracos na parede para colocar os pertences e mais 06(seis) brutamontes, nus da cintura para cima cobrindo apenas as partes pudenda.

           As lágrimas  vieram ao inocente rosto da bela pequena, não conseguiu chegar ao pai, a sua idade não permitia dantesca cena, foi ao delegado e quis  saber qual o pecado contra a sociedade praticado pelo genitor, o delegado foi até o livro de ocorrência, até o caderno de queixas e falou.
  
          ___ Atentado contra o menor, o seu pai infringiu o regimento,o estatuto do adolescente e deve pagar por este crime.

          A menor insistiu no que significava, o que o seu pai havia feito, qual o seu crime.

O delegado sem medir as palavras,   informou que aquele homem havia surrado uma criança  naquela manhã , fora denunciado por um vigilante e cuidadoso vizinho, o vizinho da casa  68,  e antes que chegasse ao trabalho a viatura o prendeu , inclusive  já tem a ordem de envia-lo para a capital para cadeia de segurança máxima.            

A criança caiu em prantos.

        ___Quem vai pagar as contas lá de casa, quem vai pagar a luz, a água, a minha escola, o meu pão, o remédio de vovó, quem vai consertar a casa de titia, a carroça dop Tadeu , quem vai pintar a fachada da igreja do bairro, ,quem vai capinar a roça do vovô nos domingos e feriados, com quem eu vou para a igreja aos domingos à noite agradecer a Deus a felicidade de estar viva, com saúde, de barriga cheia e vendo meu pai  cumprindo com o seus deveres de cuidador, de preocupado e provedor?

       ___O que houve seu delegado, o que houve hoje não foi uma agressão de  um homem para com um menor e sim o cuidado de um zeloso pai para com um desobediente filho, o que aconteceu foi que,  ao acordar ,eu não queria ir para a escola, eu estava cansada, pois fui dormir muito tarde e tinha combinado com uma colega que quando meu pai saísse,  nós iríamos para a beira do rio tomar banho com três garotos que ela conheceu no parque, todos da capital, dois eram  maiores de idade e prometiam muitas coisas boas para nós e fiquei curiosa. 

O meu pai todos os dias me acorda, vai na padaria, mãe faz o café, depois pai me deixa na escola e vai para o seu trabalho, neste dia depois de muita insistência e recusa por minha parte, ele perdeu a paciência , acredito que ,mandado por Deus , puxou as minhas orelhas e disse que só a escola salva o pobre, só o saber é capaz de tirar o homem da miséria, só o estudo é capaz de melhorar o seu nível social, só ele é quem sabe o que está passando por ser analfabeto. 
Neste momento, provavelmente,  o vizinho do 68, pai de minha amiga, um homem  que nada faz, vive bebendo e olhando para as vidas dos outros veio e sem saber o que estava dizendo,  pois nada viu, fez esta queixa.  
Seu delegado o meu pai não me bateu, ele apenas fez o que qualquer pai de juízo faria, ele aplicou um corretivo, puxou uma das minhas orelhas e graças  a este alerta eu não caí naquela armadilha, meu pai foi atencioso, foi eficaz e fez o papel daquele que gosta, daquele que se preocupa com o futuro da família, ele fez o papel de  cuidador, porque quem cuida ama, quem cuida gosta, quem cuida espera um futuro melhor para com os seus filhos, meu pai seu delegado é um herói, solte este batalhador , ele cumpriu com a sua obrigação, feliz é o filho que tem um pai igual ao meu, feliz.


            O Delegado diante de tão efusivo apelo, não conteve as emoções, abraçou aquela criança, lembrou do seu velho pai que muitas sovas havia lhe dado, pensou no hoje ser um grande delegado, um homem de respeito e tudo devia ao seu duro pai, ao seu abnegado genitor, muitas vezes incompreendido nas horas das correções, mas que valeu apenas. 

Não contou conversas, antes do anoitecer foi lavrado um termo de soltura e antes do por do sol, foi até a cela, retirou o humilde e cabisbaixo cidadão, entregou os ínfimos pertences, o abraçou, pediu desculpas e juntos, delegado, pai e filha,  no carro particular da autoridade    fizeram questão de comparecer ao serviço do pai, colocado em pratos limpos o acontecido e tomaram o destino do humilde e aconchegante seio familiar.

Esta história  minha mãe contapara mostrar que o diálogo é a melhor maneira de educar, para mostrar que deve os pais insistirem na civilidade até o extremo , porém , uma vez falhado o diálogo, tem que partir para uma medida mais enérgica , uma conduta concreta e nem sempre um castigo é crime ou é pecado, muitas vezes é o norteador de um brilhante futuro, muitas vezes é a salvação de uma família. 

Cabe ao filho entender, cabe ao filho enxergar aquela atitude dura, aquele momento difícil, muitas vezes mais  para o pai do que para o filho  e que na grande maioria, detestada no presente  e só se enxerga no futuro o quanto era importante as sábias palavras do vigilante mestre, do preocupado pai, só  quando na mente brota e prolifera   um sentimento de  lamentação , um sentimento de impotência que não volta mais ,:

SE EU TIVESSE ESCUTADO OS MEUS PAIS!  AH! SE EU TIVESSE ESCUTADO, TENHO CERTEZA QUE A MINHA VIDA SERIA OUTRA.



Iderval Reginaldo Tenório
  12 de dezembro de 2000

Mamãe, muito obrigado.

O MENINO E A DELEGACIA

                                   HISTÓRIA  QUE MINHA MÃE CONTA



         Conta a minha mãe, que numa delegacia encontrava-se preso um jovem de 18anos de idade e que este levava surras diariamente,diziam os seus algozes que eram surras corretivas,surras necessárias para aqueles que se apoderam do que é dos outros.

           Certa manhã após a mais nova leva de surras,chamou o delegado e pediu encarecidamente , suplicante ,a presença de seus pais, principalmente da sua mãe.O delegado após relutância resolveu atender o seu pedido.Providenciou e fez chegar até o presidiário os seus genitores.

           Chegaram.Foram até à sala do delegado,houve a identificação e por último adentraram à cela do infeliz adolescente.A mãe trazia à cabeça um lenço florido,um pacote de frutas,um  de biscoitos e uma garrafa de mel.O pai de mãos vazias. Em respeito aos pais  ,o delegado informou que se retiraria para um melhor diálogo familiar, quando de repente, num rompante incompreensível disse o jovem ao delegado que aquela atitude não era a desejada, inclusive queria que o delegado convocasse todos os seus algozes para ouvir e presenciar aquela visita, e assim foi procedid
   

       Quando todos se encontravam na sala,o presidiário começou o seu relato
Sentado , voz trêmula e baixa, os olhos em lágrimas,moralmente abatido,lamentou a sua atual situação, o seu estado educacional,a sua personalidade e os conceitos sedimentados em sua mente,aprendidos e praticados durante toda a sua existência.


           Quando de repente,mais do que de repente,levantou-se,arregalou os grandes olhos,trancou a cara e com o dedo em riste apontado para os pais, vociferou:

           
            __ Velhos moleques,velhos safados,descarados,desonestos,irresponsáveis,vejam como me encontro hoje.

 O delegado fez menção de  intervir, o jovem retrucou.

_          ____Não seu delegado,não senhores soldados, eu preciso falar,eu preciso dizer alguma coisa. Vejam o filho que os senhores botaram no mundo e como criaram,vejam como hoje me encontro,preso como se fosse um bicho selvagem e alheio à socialização.


 Velhos levianos o que os senhores faziam quando eu chegava em casa com carrinhos e brinquedos não comprados pelos senhores,com bolas que o senhores nem sabiam de onde vinham.O que faziam quando eu saía e dizia que ia estudar e os senhores nunca,nunca  foram até a minha escola,não queriam saber como estavam as minhas notas,nunca foram conversar com os professores,nem sabiam onde eu estudava, aliás nunca se sentaram para me orientar. Depois com 14 anos,quando não dormia em casa , dizia que dormia nas casas dos amigos e os senhores nunca questionaram quem eram,onde moravam,o que faziam,quem eram os seus pais.Comecei a trazer para casa  bicicletas, relógios ,roupas bonitas e produtos alimentícios que os senhores comiam satisfeitos,enchiam as panças e não perguntavam de onde vinham,  como eram adquiridos.Assistiam tudo quanto era porcarias na televisão e achavam que eram corretos,filmes de assaltos,roubos,sexos e falcatruas . Votavam em homens conhecidamente desonestos ,muitas vezes desmascarados pela mídia e também achavam que este comportamento era normal.

Quantas e quantas vezes chegavam os cobradores e os senhores diziam:__ diga que não estamos, que estamos trabalhando, que não sabe a hora que chegaremos.

          ___Seu delegado eu nunca esqueço de um fato muito  vergonhoso:  um dia cheguei em casa já com   os meus 14 anos, quando minha mãe me disse.

        ___Filho,pule o muro de seu Idelfonso,o  vizinho e  pegue   aquela galinha.

O Velho logo retrucou:___ cuidado, bote uma mão no bico e a outra nas asas para não fazer zoada
.E eu seu delegado,tirei  a minha sandália e pulei aquele muro como se fosse um gato.Peguei a galinha silenciosamente,para não perturbar as outras,voltei para casa, mãe e pai já estavam com a água no fogo para pelarem a galinha, pelaram ,botaram as penas num saco  e mandaram  jogar lá do outro lado da rua,lá embaixo,bem longe,para que não houvesse nenhuma desconfiança por parte do vizinho.Comemos a galinha e no outro dia, seu Idelfono foi até a minha casa, estava eu,meu pai e minha mãe,indagou se haviam visto  uma  galinha e eles de imediato,na bucha foram logo dizendo.

            ____Nem de galinha nós gostamos,aqui há muito não se come galinha, e eu fiquei impressionado com tamanha mentira,fiquei de boca aberta e achava que  era certo.



        ___Seu delegado,eu mereço apanhar, eu mereço surras e mais surras, pois naquela época se os meus pais tivessem boas atitudes,  me corrigido, puxado as minhas orelhas, me dado umas boas correções, corretivas surras, se falassem a verdade tenho certeza que não seria o indivíduo que sou hoje.Hoje eu sou um moleque, um safado,ninguém me respeita,hoje não compreendo o que é  ética,vivo à margem.Seu delegado pode bater,eu mereço .E aos senhores velhos desequilibrados, vou perdoar ,porém sumam de minhas vistas, desapareçam,puxem de minha vida velhos irresponsáveis.


             O delgado e os soldados após este relato,foram abaixando as cabeças,foram diminuindo de tamanho,atônitos e pálidos levaram os lenços até os olhos,enxugaram os prantos, alguns foram saindo e o delegado em voz trêmula disse:


            ___Soldados, o homem tem cura,o homem não é tão ruim como se pensava, o garoto tem jeito, não foi bem  orientado, o problema foi no seio familiar.Menino a partir de hoje tu terás um pai, uma mãe,irmãos e  uma família,  terás um lar.

Esta história foi minha mãe que me contou para justificar muitas vezes os tratamentos duros que muitos pais  dão aos seus filhos, para a formação do homem,principalmente no seio familiar e para que os pais não fiquem traumatizados diante dos modernos conceitos psicológicos impostos aos pais e que muitas vezes são insuficientes ,proporcionando o desvio de comportamentos,condutas e éticas do jovem de hoje.

Enfatiza  minha mãe,primeiro o diálogo,depois o dialogo,por último o diálogo, na sua ausência ,o amor dos genitores :corretivos mais duros.Um dia os filhos agradecerão e como agradecerão.



Iderval Reginaldo Tenório

  


 

APELO DE UM BRASILEIRO

                                                        APELO DE UM BRASILEIRO
                                                         Iderval Reginaldo Tenório

                           Apelo de um brasileiro preocupado com o baixo índice de leitura da literatura brasileira ora substituída pelos dejetos literários de outras nações. As livrarias, as bancas e os mercados estão abarrotados de obras estrangeiras deseducadoras.
                           É verdade que a literatura estrangeira é muito rica, do teatro à poesia é inegável o seu  valor, porém a fatia que chega aos tupiniquins, aos subservientes periféricos  é uma vergonha.  Se faz necessário uma sacudidela. O Brasil espera por todos. Não esqueçam que o futuro já chegou.
                           Não deixem a cultura Brasileira morrer. Reproduzam as histórias das vovós para os seus filhos e amigos, falem da bravura do homem brasileiro para que os jovens se orgulhem dos seus heróis, dos seus caipiras e de suas ocupações, para que esses mesmos jovens não se envergonhem do seu povo, principalmente dos antepassados. Enalteçam as batalhas, as lutas e esclareçam quem são os verdadeiros  heróis da nação. Não deixem a televisão atropelar, matar e sepultar a cultura do seu povo e que não sejam massificados pela cultura contaminada do além mar que enchem os lares por intermédio da Internet, livros, cds, DVDs e a industria cinematográfica.
                           Tenho notado que os jovens vêem se inteirando de uma literatura vazia insípida e que mostra o que de pior existe do besteirol do mundo civilizado. Esta literatura invade os lares, as escolas, os cinemas, as livrarias e a mídia simplesmente pelo mercantilismo, publica, vende e espalha por todos os recantos.
                        O apelo que faço é que as escolas, os pais, e os homens de uma maneira em geral, passem aos brasileiros a  necessidade de conhecer a sua literatura. Através dela o ser humano passa a conviver com cada região do seu país e entender a diferença brutal entre os seres que habitam a mesma nação. Existem autores que descrevem a nação do nascedouro aos dias atuais, uns os pampas do sul brasileiro, outros pormenorizam o centro oeste e um grande grupo o Norte e  Nordeste. Falam das secas,das florestas,dos cerrados,da caatinga,dos animais ,do cangaço,do clima e dos costumes, fundamentando as diferenças, demonstrando a diversidade de cada comunidade.
                     Lendo os autores brasileiros se faz um passeio vivo irmanados com a história, será contaminado pelos costumes e passará a entender a formação deste povo batalhador, só com esta atitude os brasileiros poderão resgatar a auto-estima, só desta maneira tornar-se-ão verdadeiramente brasileiros, sem sentir vergonha ou menosprezo por qualquer que seja a nação que procura de uma maneira ou de outra substituir da mente a cultura  raiz. Os brasileiros deveriam fazer uma campanha de valorização dos seus ícones, sua cultura, sua música, sua literatura, seu povo, seus artistas, seus poetas, seus escritores, seus caipiras e seus trabalhadores.
                    Leiam José de Alencar,Machado de Assis,José Lins do Rego,Graciliano Ramos,Euclides da Cunha,Guimarães Rosas,Patativa do Assaré,Zé da Luz, Drumond de Andrade,Josué Montello , Castro Alves,Augusto dos Anjos,Lima Barreto,Darcy Ribeiro,Fernando Henrique ,Walfrido Moraes,João Cabral de Mello,Gilberto Freie,João Ubaldo e outros de igual valor.Escutem Luiz Gonzaga,Gilberto Gil,Caetano Veloso,Chico Buarque,Dona Ivone Lara,Clementina de Jesus, Belchior,Luiz Vieira ,Vila-Lobos e outros ícones.
                    PROCUREM  SABER SOBRE-TIRADENTES, FELIPE CAMARÃO, PADRE CÍCERO, FLORESTAN FERNANDES, ANTONIO CONSELHEIRO, FREI DAMIÃO, DOM HELDER CÂMARA.  PROCUEREM LÊ SOBRE AS DIVERSAS GUERRAS SOCIAIS E ANTROPOLÓGICAS COMO-A GUERRA DO CONTESTADO, O CANGAÇO NO NORDESTE, GUERRA DOS FARRAPOS, REVOLTA DOS ALFAIATES, GUERRA DOS MASCATES E DEZENAS DELAS QUE ACONTECERAM NESTE PAÍS. PROCUREM SABER A VERDADE SOBRE A ESCRAVIDÃO DO INDIO, DO NEGRO E DO BRANCO NO BRASIL.
                       Após passarem por estas cabeças, acreditem, nada poderá desvirtuar o sentimento de brasilidade, pois, quando as raízes são fincadas e penetram no solo pátrio, todas as outras culturas independentes de suas origens  virão para somar e jamais para substituir a cultura mãe, e mais, sempre com  o  crivo da consciência e da razão.  Neste caso só ficará a de boa procedência e não os dejetos que contaminam as pueris e desprotegias mentes.                         .
                         Leiam as publicações diárias e semanais da imprensa brasileira, acessem os grandes debates, participem do cotidiano da nação, sejam fiscais dos dirigentes, procurem eleger homens comprometidos com ideais democráticos e  comunitários, que pensem no coletivo, façam cobranças aos seus representantes, lutem por justiça nas aplicações das verbas públicas. Vejam que tem muito para se aprender e com certeza mudarão os seus pensamentos, o jeito passivo de aceitar as coisas que permeiam a entregação do país, eu disse entregação
                       Tenham orgulho do torrão brasileiro, gritem bem alto os nomes dos antepassados, neles se encontram as armas da  sabedoria popular, as raízes para a soberania e o sonho de toda a nação, a independência de um povo.  Viva a plural e rica cultura brasileira. Tenham orgulho dos seus pais.
Iderval Reginaldo Tenório   autor. 1998                     driderval@bol.Com.br


EXISTE VIDA NOUTRO PLANETA?

PARTICIPANDO DE UM DEBATE NA ANTIGA ESCOLA DE MECICINA COM UM SELETO GRUPO DE PROFISSIONAIS E ACADÊMICOS ,FUI ABORDADO SOBRE ESTE TEMA ,FALEI O MEU PENSAMENTO E AO CHEGAR EM CASA DESENVOLVIR ESTE TEXTO E ACHEI IMPORTANTE POSTAR PARA VOCÊS.

                                                                           Iderval  Reginaldo Tenório

Existe Vida noutros Recantos do Universo?

                                É comum alguém perguntar se existe vida noutros planetas, se a vida é apenas privilégio da terra . Quando perguntam se existe vida ,na verdade é para saber se existem humanos ou humanóides noutros planetas.

                                Ao ouvir o clássico I DREAMED A DREAM (eu sonhei um sonho) nas maviosas vozes de duas grandes cantoras- Susan Boyle e Elaine Paige numa varanda a céu aberto e olhando para o manto celeste salpicado de  estrelas algo me fez refletir sobre esta empolgante e simples pergunta, o homem com todo o seu cabedal de conhecimentos é muito pequeno para responder ,diria que o homem é um nada diante de tanta grandeza, diante deste vasto e infinito universo.

                              Como já estudado o sol surgiu há mais de 5 bilhões de anos e terá ainda de vida mais 5 bilhões , como  é sabido o sol faz parte de uma galáxia e corresponde a  um duzentos bilhões de avos da via Láctea, é quase um nada, mesmo assim esta  galáxia (a Via Láctea)em forma de espiral compreende a cem mil anos luz  de extensão e trinta mil anos luz de altura, possui quatro grandes pás ou braços  e duas  outras menores que giram ao redor de um núcleo como se fossem cata-ventos, num destes braços menores Orion se encontra o sol,a sua distância para o centro Galáctico é de 27mil anos luz ,tal qual  a Terra que leva 365 dias para dar uma volta ao redor do Sol,este astro rei leva 280milhões de anos para efetuar uma volta completa ao redor deste núcleo.Com a sua insignificância o sol domina um minúsculo sistema chamado Sistema Solar constituído do próprio sol e mais 09 ou 10 planetas com as suas luas que gravitam todos ao seu redor, ao computar a massa do sistema solar o astro rei sozinho constitui 99,8% de toda a massa, ficando 0,2% para a formação do resto do sistema os 09 ou 10 planetas e seus satélites .Compilando o sistema solar  e girando ao seu redor, os planetas cada um numa determinada distância  como as divisórias de músicas em um disco vão girando sem sair daquele anel invisível ,evoluindo nesta órbita circular surgem  mudanças na sua constituição modificando a situação climática propiciando o aparecimento de novos fenômenos misteriosos que a ciência procura explicar.

                                Faço a mesma pergunta, existe vida noutros recantos do universo?  A vida é privilegio apenas da Terra? Como responder?

                               O sol é o centro do sistema solar, é do sol que emana toda a energia que alimenta a Terra, é o sol que alimenta todos os outros componentes do seu sistema e a vida depende das condições gerais de cada planeta, a sua temperatura, a existência da água em estado líquido , gases diversos  e o precioso oxigênio. A distância do planeta em relação ao sol é quem dita esta condição, se estiver muito perto é incandescente e se estiver  muito longe é incalculavelmente  frio e neste minúsculo e estudado sistema foi a terra o planeta que caiu e gira na circunferência  formada pelo  terceiro anel solar onde as condições da vida são favoráveis, nem longe e nem perto, caiu numa distancia ideal, mesmo assim persiste a pergunta que continua sem respostas. Para melhor reflexão deu para notar que a pergunta efetuada não sai do âmbito do sistema solar, não sai deste diminuto feudo, pois só em pensar que  o sol é apenas uma das 200bilhões de estrelas coirmãs  que fazem parte da Via Láctea e que segundo os Cientistas a  Via Láctea nada mais é do que também uma das 200bilhões de Galáxias coirmãs que constituem o Universo,isto é nada mais ou nada menos do que  400seistilhões de estrelas iguais ao sol ,cada uma constituindo o seu próprio sistema com os seus planetas e os seus satélites, será que ainda perdura a pergunta?Pense na insignificância do sistema solar e da pobre e diminuta Terra diante desta infinita incógnita,fica a resposta no ar.

                              Ao olhar para o céu a olho nu o homem enxerga milhares de estrelas de um universo de bilhões, o homem enxerga apenas uma diminuta parte das duzentas bilhões de  estrelas de uma das galáxias, a via Láctea  que é infinita. Outras Galáxias existem, muitas centenas de vezes maiores do que a Via Láctea,onde lá se encontram não bilhões de estrelas e sim trilhões .Galáxias com 8 milhões de anos luz de extensão com mais  de 5milhões de anos luz de altura, é infinito, é incalculável,é um Universo irraciocinável.

                               Concluo que não é muito bom e nem é salutar para a mente humana ficar pensando nestas perguntas de fáceis  respostas, pois imaginando a grandeza do verdadeiro Universo seria muita pretensão que um simples mortal ousasse responder tão misteriosa dúvida. Faça uma reflexão sobre o Universo,o número de galáxias,o número de estrelas , a quantidade de sistemas semelhantes ao Solar e os seistilhões de planetas que ocupam nos seus sistemas as circunferências que são favoráveis  à vida, logo chegará a uma conclusão, não existe resposta . O que se sabe é que , diante de tanta grandeza a vida é um mistério e o homem   quase  um nada. Olhe para o céu,mire cada estrela visível,se transporte para a sua superfície , de lá olhe para o sistema solar e encontre a sua resposta, faça esta reflexão e passe a viver a vida com mais afinco junto daqueles que constitui o seu Universo,lembre-se que a única certeza  é que o Homem (você) faz parte deste complexo infinito no qual  a morte é uma certeza e a vida em todos os seus ângulos , um verdadeiro mistério, só Deus pode explicar,só Deus..

                              Salvador, 23 de Dezembro de 2009.

                              Iderval Reginaldo Tenório



5 ANOS DEPOIS OS CIENTISTAS PUBLICAM ESTA MATERIA CORROBORANDO OS MEUS PENSAMENTOS.

RIO - Cientistas descobriram dois planetas do tamanho da Terra orbitando uma estrela fora do sistema solar, um sinal encorajador de que pode haver vida em outros lugares. De acordo com Francois Fressin, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, isto comprovaria não apenas a existência de planetas deste tipo, mas ates taria que eles podem ser detectados

domingo, 16 de janeiro de 2011

INICIAREI ESTE BLOG COM ALGUNS TEXTOS.

APELO DE UM BRASILEIRO.
AS GARGALHADAS DE SEU MOCIM.
HISTÓRIAS QUE MINHA MÃE  CONTA.

 SÃO TEXTOS  DE NARRAÇÕES EFETUADAS POR MINHA MÃE COM O INTUITO DE MOSTRAR PARA OS FILHOS  COMO OS PAIS LUTAM PARA OFERECER DIAS MELHORES PARA OS SEUS REBENTOS.

COLOQUEI TAMBÉM ALGUNS FATOS VIVIDOS POR ESTE SIMPLES MORTAL DURANTE A SUA FORMAÇÃO PROFISSIONAL.

POR DERRADEIRO AGRADEÇO  A OPORTUNIDADE DE SER VISTO POR VOCÊ QUE HOJE ABRIU ESTE BLOG.

AMIGO MUITO OBRIGADO E ESPERO POR CRÍSTICAS E  UMA BOA AULA DE PORTUGUÊS .
 SEI QUE O AMIGO É CAPAZ DE OFECERER.

DIVULGUEM ESTE BLOG PARA OS CONHECIDOS E AMIGOS.          http://iderval.blogspot.com
IDERVAL REGINALDO TENÓRIO
driderval@bol.com.br

IDERVAL TENÓRIO0 comentários
PARA A LEITURA DESTE BLOG É MUITO FÁCIL.

ARQUIVO AO LADO DA PÁGINA.

OS ARTIGOS MAIS NOVOS ESTÃO NA SUA FRENTE  E OS OUTROS BASTA  UMA SINALIZAÇÃO NO FIM DA PAGINA ONDE  SE LÊ,POSTAGENS MAIS ANTIGAS, NO RODA PÉ À DIREITA.


E LÁ ESTÃO MUITOS ARTIGOS.

Façam comentários e entrem também nos LINKS  links   links links


UM ABRAÇO.   
IDERVAL REGINALDO TENÓRIO 

IDE

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O MEU PRIMO LUNGA- JOAQUIM RODRIGUES TENÓRIO

Adicionar legenda

AQUI FALO UM POUCO DO MEU PRIMO LUNGA. O HOMEM DO JUAZEIRO DO NORTE, O FOLCLORICO  LUNGA.

ANEDOTÁRIO DO CARIRI (23/12/2007)

Lunga no imaginário popular

 Twitte
              
Joaquim Rodrigues dos Santos, conhecido como seu Lunga, em sua sucata na Rua Santa Luzia, em Juazeiro do Norte
ANTÔNIO VICELMO
23/12/2007
A maneira rude de ser de seu Lunga já ficou conhecida em todo o País, tanto que existem piadas sobre ele
Crato. Aos 80 anos, o comerciante Joaquim Rodrigues dos Santos, mais conhecido como “seu Lunga”, não consegue apagar a imagem de “ homem rude, grosseiro, ignorante” criada pelo imaginário popular e alimentada pela literatura de cordel. As piadas sobre suas respostas engraçadas e intempestivas estão nas mesas dos bares, na conversa entre amigos e programas de humor.

O único que não ri deste arsenal de anedotas é o próprio Lunga que atribui “estas mentiras” à gente que não tem o que fazer. “Só acontece isso, porque no Brasil não tem justiça”, afirma. A maior injustiça, segundo afirma, é o grande número de deputados, “são mais de 500 vivendo às custas do povo. Este Renan Calheiros já ganhou dinheiro que gente besta não conta. Mesmo assim, quer iludir o povo”, diz Lunga, demonstrando a sua indignação com a política.

Ele reclama do erro que o cartório cometeu ao registrar o seu nome. Diz que, na verdade, seu nome verdadeiro é Joaquim Rodrigues Tenório. “Meu avô era um homem valente do Estado de Alagoas, parente, portanto, de Natalício Tenório Cavalcanti de Albuquerque, de Palmeira dos Índios”.

Tenório foi um político brasileiro com base eleitoral no Rio de Janeiro, que possuía um estilo político agressivo, muitas vezes violento. Isto rendeu-lhe uma aura de mito. Foi eleito deputado estadual e deputado federal do Rio de Janeiro, tendo quase vencido também para governador do Estado. Sua vida inspirou o filme “
estreado por José Wilker no papel de Tenório Cavalcanti.O Homem da Capa Preta”, filmado em 1986 por Sérgio Rezende e 

Ao mesmo tempo em que critica os divulgadores de seu comportamento inusitado, seu Lunga admite que pergunta besta merece uma resposta à altura. Ele cita como exemplo, o cliente que entra na loja e pergunta. “Este ventilador está funcionando?”. Indignado seu Lunga devolve: “Como é que ele pode estar funcionando se não está ligado?”.

Este tipo de resposta fez de Lunga um personagem folclórico. Já não cabe mais em si, ele já não é mais o resultado das suas peculiaridades, mas a soma das elaborações dos outros. Daí se pode dizer que há modalidades de seu Lunga. Ele é símbolo do sertanejo sincero, que não leva desaforo pra casa.

Mesmo cercado por um grupo de jornalistas, que o entrevistavam, Lunga não tira o olho da porta de sua sucata. Quando percebe que é um freguês, deixa os repórteres de lado e vai atendê-lo com a maior delicadeza. Retoma a entrevista e observa que o produtor do programa de televisão falava no ouvido da repórter, orientando as perguntas. seu Lunga reage dizendo: “Fale alto, aqui não tem segredo não”.

Reclama do assédio da imprensa, justificando que não há motivo para dar entrevista. Afinal, diz, “eu sou um homem normal, não sou cientista, nem sábio”, diz ele.

É este jeito de ser de Lunga que o faz uma pessoa diferente. Afinal, ele nasceu nas brenhas, entre Caririaçu e Assaré, onde passou a infância com os pais e mais sete irmãos. O apelido lhe acompanha desde esta época, quando uma vizinha de sua família, que ele só identifica como “preta velha”, começou a lhe chamar de Calunga, que virou Lunga e pegou. Não se recorda de nenhuma brincadeira de criança. Foi criado na roça, ajudando o pai, de quem é grande admirador.

Mudança para Juazeiro

Foi assim até os 16 anos, quando se mudou para Juazeiro do Norte. A mudança para este município se deu depois que Lunga caiu em uma cacimba e adoeceu, impedindo-o de trabalhar na roça com o pai. Lá ele aprendeu a arte de ourives, e viveu disso por dois anos. Foi neste período que aprendeu a negociar no Mercado Público da cidade, passando depois a trabalhar no comércio com sua loja de sucata na Rua Santa Luzia, Centro da cidade.

Além do comércio, Lunga é dono de um sítio onde cria gado e planta frutas que leva à loja para vender.

Antônio VicelmoRepórter
VIDA

80 anos é a idade do comerciante Joaquim Rodrigues dos Santos, mais conhecido como seu Lunga. Ele mora, atualmente, em Juazeiro

SAIBA MAIS

Piadas atribuídas a Lunga

Seu Lunga estava em casa com sede e manda o sobrinho trazer leite. Daí o garoto pergunta: - No copo seu Lunga? Ele responde: - Não. Bota no chão vem empurrando com o rodo.

Seu Lunga no elevador. Alguém pergunta: - Sobe? Ele: - Não, esse elevador anda de lado.

Seu Lunga fumando cigarro. A pergunta: - Ora, ora! Mas você fuma? - Não, é que eu gosto de bronzear os pulmões...

Seu Lunga, quando jovem, se apresentou à Marinha para a entrevista: - Você sabe nadar? Pergunta o oficial. - Sei não senhor. - Mas se não sabe nadar, como é que quer servir à Marinha? - Quer dizer que se eu fosse pra Aeronáutica, tinha que saber voar!!

Seu Lunga vai saindo da farmácia, quando alguém pergunta: - Tá doente, seu Lunga? - Quer dizer que se eu fosse saindo do cemitério eu tava morto!!!

O funcionário do banco veio avisar: - Seu Lunga, a promissória venceu. - Meu filho, pra mim podia ter perdido ou empatado. Não torço por nenhuma promissória.

O filho do seu Lunga jogava futebol em um clube local, e um dia Lunga foi assistir a um jogo do filho no estádio. O sujeito sentado ao lado pergunta: - Seu Lunga, qual dos jogadores é o seu filho? Seu Lunga aponta e diz: - É aquele ali. - Aquele qual? - Aquele ali! - Não tô vendo. Então seu Lunga ´P´ da vida pega uma pedra, joga em cima de seu filho e diz: - É aquele que começou a chorar!!!
ESTE VÍDEO FOI FEITO NA MINHA CASA EM JUAZEIRO DO NORTE,  POR GABRIEL TENÓRIO.

A verdade sobre Seu Lunga HD - YouTube

www.youtube.com/watch?v=F0_8eiGoUZs
05/09/2011 - Vídeo enviado por Gabriel Tenório
Seu Lunga (Joaquim dos Santos Rodrigues) (Juazeiro do Norte, 18 de agosto, 1927). É um vendedor ...