sábado, 4 de setembro de 2010

AS GARGALHADAS DE SEU MOCIM

As Gargalhadas de seu Mocim.


Ao adentrar não agüentou a decoração, os enfeites da estante , os diversos quadros mostrando a família, os painéis de informações e nem mesmo as estátuas do Padre Cícero e do Frei Damião escaparam , se desmanchou em risos, não conseguia olhar nos olhos do médico, era um olhar de realização, de superioridade, da desforra, do esvaziamento das mágoas, era o olhar da vitória. A cada detalhe, mais risos, ficou exausto de tanto riso.



__Doutor há muito tempo que não tenho dado um único riso, só sofrimentos, só mesmo o senhor para me fazer rir, obrigado doutor e mais uma vez se desmanchou em intermináveis gargalhadas.

Se refez, olhou para o médico, perguntou qual era seu interior e onde havia se formado. Começou a fazer comentários da inusitada sala. Falou que o ambiente estava mais para museu do que para consultório, mais para o passado do que para o presente ou futuro, perguntou se aquele rádio de 1930 funcionava, lembrou muito do seu avô , do seu pai e ficou assombrado quando no toque de um dos botões surgiu um som grave de uma viola pantaneira, depois um som aconchegante do velho Gonzagão, não se conteve, se levantou enconstou as orelhas na parte frontal do aparelho, abaixou e elevou o som, ficou impressionado,era igualzinho ao do seu avô .

__Doutor me lembro até da voz do meu avô:



Não conseguiu se calar, pegou um candieiro que estava sobre o rádio e pronunciou o nome de sua vó, riu ao avistar uma máquina de costura e veio na mente a sua tia Cotinha, tão boa, tão caridosa, tão atenciosa, era a mais velha , inclusive Deus já levou. Não conseguiu calar quando avistou um fruto nordestino, um jatobá; vieram as lágrimas, pois no seu sertão quando menino, era o único bocado a lhe matar a fome quando perambulava à caça de alguns nambus , preás e juritis. Caiu em prantos

__Ah! doutor como era bom , tudo era alegria.

Os risos foram desaparecendo e aos poucos a razão foi se aproximando e junto com a emoção o homem começou a falar de sua vida, a explicar à filha como foi a sua infância nos cafundós da Paraíba, a raridade da água, a seca de 32, os conselhos do Pe Cícero e o quanto importante foram os seus antepassados e que há muito não se lembrava das pessoas como também do seu velho torrão. Contemplando o ambiente, sentou na cadeira do paciente,pregou os olhos num quadro 100 X 150 mostrando uma velha estação, uma serra lá no fundo, os trilhos envelhecidos,  um trem cambaleante e uma criança esquálida no batente de uma choupana, olhou, balançou a cabeça, mirou a face do médico .

___Doutor: valeu, só esta visita valeu, mesmo que não fique bom de minha doença, valeu, mas valeu mesmo.Viajei no tempo e no espaço. Valeu.

Iniciei a consulta, perguntei por suas origens, do seu Estado natal, profissão, dos seus pais,avós, das brincadeiras na infância,  das namoradas,das festas juninas e de fim de ano, se havia tomado banho de rio, se morou em casa de sopapo, se falou e andou na época certa, se já teve sarampo ou catapora , falei dos seus filhos do seu trajeto como ser humano, e da dureza de hoje se encontrar com 85 anos , vivo,l utando, brigando , muitas vezes desvalorizado, incompreendido e injustiçado uma vez que na vida só fez mesmo foi trabalhar, trabalhar para educar os filhos.

Neste momento notei mudanças no seu semblante.

Após este preâmbulo indaguei por sua saúde detalhe por detalhe, ponto por ponto, sintomas por sintomas.Olhei todos os seus exames, trazia na lapela um diagnóstico sombrio de péssimo prognóstico, era uma doença maligna em avançado estado, inclusive com ascite e disseminação para outros órgãos, não agüentava mais procurar médicos e sem solução.De posse dos seus dados esbocei um rascunho do aparelho digestório, localizei a origem do seu problema, martelei didaticamente órgão por órgão,para que servem, o que fazem e como se encontravam,explanei a sua evolução. Expliquei que o homem no país vive em média até os 68anos e ele com 85 já havia ultrapassado 17 anos, mandei que o mesmo relembrasse os seus amigos de infância, coloque em uma única mão contando nos dedos quantos estavam vivos, quantos ainda saboreavam um feijão com toucinho e farinha. Ele não se conteve e disse:

___E bem vividos doutor, bem vividos, o senhor esqueceu da rapadura .

Completei:

___vividos no trabalho,no respeito,na honestidade e com seriedade, não como muitos que se dizem importantes e só servem para subtrair o pouco dinheirinho do povo.

__Pura verdade doutor, pura verdade ,eduquei todos os meus filhos com o salário da leste, com o suor do meu próprio rosto, eu só tenho o ABC, mas conseguir educar os meus filhos: hoje um é engenheiro da Petrobrás, outro é Professor e o outro é Medico, médico numa cidade do interior, muito procurado pelos seus pacientes, não é porque é meu filho não doutor, mas é um bom médico, todo mundo gosta dele, desde pequeno que é muito estudioso, toda semana me telefona e ainda manda uma coisinha todo mês. Sei que está difícil, mas não esquece de mim e nem da sua velha mãe.Esta que é a caçula, estudou para Assistente Social.

Complementei:

___ Seu Mocim é de pessoas como o senhor que o Brasil precisa, aliás foi o senhor quem construiu este país,naquela época sem estrada, sem luz, sem telefone. Nem geladeira existia e se existia só os ricos, só os mangangões, só aqueles que mandavam, só os coronéis possuiam, o resto era sofrimento, existindo a comida já estava bom demais.

__Êta que doutor danado, era isso mesmo doutor, era assim mesmo.

E mais uma vez os olhos marejaram.

Foi realizado um minucioso exame físico o que confirmou a gravidade do caso,explicado ao paciente que se tratava de uma doença que não necessitaria de cirurgia, que ele poderia comer o que quisesse desde quando não prejudicasse a sua saúde,que poderia passear, ir à praia ,visitar os seus parentes na Paraíba, trazer um bom queijo coalho para o seu médico e que não deixasse de comparecer à clínica nestes próximos 15 dias. Aos familiares informado que se tratava de um caso inoperável devido as metástases .

De pronto a filha disse:

___Doutor , nós queríamos ouvir mais uma opinião e pai disse que se fosse para operar ele não aceitaria.

A conversa continuou por mais alguns instantes, o abraço da despedida foi mais efusivo do que o da chegada,foi um abraço mais forte, do desprendimento,da conquista, o abraço de dois velhos amigos que há muitos anos não se viam, o abraço da compaixão e da liberdade.

Termino informando que o paciente passou a ser um grande amigo, o consultório começou a fazer parte de sua vida sempre que necessário, muitos foram os momentos de alegrias, de puro entretenimento e muitas histórias recuperadas, passei a freqüentar a sua casa e conhecer todos os familiares.

Usufruir de bons papos , enriquecedoras prosas e saborosas relíquias da culinária brasileira passaram a ser rotina, seus filhos me consideram irmão.

Como o tempo não perdoa e o criador sabe o que faz o amigo foi se familiarizando com seu quadro, tomou conhecimento da sua enfermidade, comentava que o homem é um ser mortal e que todos tem o seu dia para falar mais de perto com Deus e alegre como um menino foi plantando alegria , foi aproximando os familiares com as suas mensagens até o dia de sua audiência maior com o Criador. E exatamente 360 dias depois foi realizado a missa de 7º dia em homenagem ao o meu querido amigo que muito riu,dançou, cantou e me abraçou no humilde, simples e singelo consultório que muitas alegrias trouxe. Nos seus últimos dias, na cabeceira do leito, ou melhor, na cabeceira de sua cama, rodeado de familiares e amigos, olhava e dizia:

___Amigo, valeu, valeu e como valeu.



Convicto de que daqui há muitos e muitos anos, quando me encontrar quase que irreconhecível pelos janeiros acumulados e ao chegar onde muitos já estão não serei um estranho no ninho, contente e cônscio da missão cumprida , sinto que lá, LÁ, ONDE DEUS MORA e se for merecedor, serei muito bem recepcionado. Foi assim que ganhei mais um amigo e foi assim que aumentei a minha família.

Salvador, 30 de julho de 2006

Iderval Reginaldo Tenório

ACESSEM O SITE http://www.iderval.com.br SOBRAMES- Ba

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

HISTÓRIA DE UM VERDADEIRO PAI


No inicio de minha vida profissional fui plantonista de um sério pronto atendimento.

Nestes plantões eram lotados dois médicos , os atendimentos eram para pacientes emergenciais, os casos mais graves , eram transferidos e recebidos com todo prazer pelos plantonistas da unidade Hospitalar que davam suporte a este pronto atendimento.

Era discutido naquela época como nos dias atuais, o que é um atendimento de urgência,o que deve o médico atender, até que ponto é ético o médico dizer este caso não é emergência e não deve ser atendido nesta casa e sim por outra unidade, unidade esta que neste complexo existia e muitas vezes com especialistas.

Era domingo,03h30min da manhã,chovia e a cidade estava deserta, não me recordo o motivo, a pediatria se encontrava desativada , recomendado cautela.Os pacientes eram atendidos alternadamente .Até a meia noite era intenso o movimento,depois caia consideravelmente. Chegou um senhor de uns 40 anos de idade,trazia embalado nos braços envolto num grosso lençol uma crianças de 4 a 5 anos , foi até a recepção , disse que o filho estava com febre e dor na garganta .A recepcionista explicou que não se tratava de uma emergência e que deveria procurar o outro serviço logo que o dia clareasse .Humildemente o senhor sentou numa cadeira defronte a televisão que passava a noite ligada,pensou,refletiu ,voltou para a recepcionista,tentou explicar e sem sucesso. Solicitou que lhe mostrasse quem eram os médicos, queria falar e solicitar pelo o amor de Deus que atendessem o seu filho,o médico da vez respondeu que aquele caso não configurava uma emergência e poderia muito bem esperar até o amanhecer.Pensou: amigdalite às 3:30h da manhã, era brincadeira,porque não levou o garoto durante o dia no ambulatório apropriado, resmungou para si,amigdalite às 3 e 30,é demais .

Ao ver a cena e sentir naquele pai um semblante de diminuição,de inferioridade e de desvalorização como cidadão,chamei o colega,solicitei que atendesse , foi irredutível.Não pensei duas vezes,mandei fazer a ficha ,solicitei que colocasse o pai e o filho no consultório,chamei o colega e frente a frente,iniciei a consulta,não uma consulta médico-clínico,mas uma consulta médico-social. O pai revelou que morava na periferia,que saíra de casa às 06horas da manhã,trabalhava numa empresa encostada noutra,nem mais era terceirizada, o transporte era uma casinha adaptada sobre a carroceria de um caminhão,não tinha alimentação,nem garantia de emprego e era o último a chegar em casa no subúrbio ferroviário,depois de uma peregrinação por toda a cidade,devido o despejo dos seus pares que moravam em pontos diversos.

Naquele dia havia deixado a fábrica às 22 hora,rodara por mais de 150 quilômetros , ao chegar em casa,sem almoço e sem jantar,sem banho e possuído pelo cansaço,foi avisado pela esposa que o menino estava com febre e esperava o pai para levá-lo ao médico , matou a sede,encostou a mochila e a marmita,embalou a criança e debaixo de chuva,andou a pé três mil metros,pegou o trem suburbano que se conectava com o ultimo ônibus e depois de rodar 30 quilômetros atingiu o fim de linha,um turístico logradouro,desceu a pé um íngreme ,enladeirado ,longo e deserto percurso da grande praça ao longínquo serviço de urgência.Na solidão do caminho,na escuridão da noite,sob o frio da úmida e torrencial chuva,arriscando as suas vidas,mergulhou na realidade .Na cabeça um turbilhão de pensamentos,todos de baixa estima:pobre,não bonito,suburbano,pertencente a uma categoria sem valor,afro descente,cansado,naquele dia sem se alimentar,foi tomado pelo desânimo,porém,tinha um filho,possuía um rei,possuía uma das razões que justificava viver,que justificava todo e qualquer sacrifício,aliás,levar o seu filho a um médico,não era sacrifício,era um prazer e pensava no seu trabalho,na sua família, no seu pai,via e sentia naquela hora,naquele momento como era difícil a vida,como era dura,como era insignificante diante do mundo, ainda bem que existia o médico,este sim me compreendia,este sim era homem de coração bom,este sim atendia a toda hora,atendia em todos os momentos, nos momentos de necessidades e sempre alegre,sempre rindo,ainda bem que existia o médico, deste mundo só o médico,somente o médico era verdadeiramente humano,quem era ele para ser atendido,para receber a atenção daquela espécie de homem,homem estudado e importante,inclusive por ele ser um simples operário era condição suficiente para não ser atendido, ainda assim ,o médico atendia,.Atendia porque era humano, porque era bom,porque era gente ,apesar de médico era gente e foi assim que veio pensando em todo o seu longo e difícil trajeto,imaginava encontrar um amigo,um amigo que lhe escutasse,que lhe desse atenção,que lhe desse socorro,ainda bem que existe o médico.Disse também que saiu preocupado como voltaria,com que carro, com qual dinheiro e para ir ao trabalho no outro dia,sem dormir,sem comer ,sem condições de faltar e se fosse demitido?porém,nada disso era mais importante do que aquele filho,nada tinha mais importância do que a saúde do seu filho. O colega frente a frente ,escutava silenciosamente .Aquele depoimento era mais um desabafo, um desabafo social,um desabafo para com ele mesmo,um desabafo quem sabe,talvez para com DEUS, e o colega escutava calado, silencioso,olhar perdido,o colega estava noutro mundo bem distante,não sei aonde,num lugar longínquo;cabisbaixo. Repentinamente,com os olhos marejados , voz trêmula, rompeu o silencio ,abraçou o guerreiro pai e balbuciou:PAI,AH SE TODOS OS PAIS FOSSEM ASSIM! COMO SERIA DIFERENTE.

Pegou as rédeas do atendimento,arranjou energia não sei aonde,atendeu,conversou,riu,ofereceu o seu lanche noturno e o café da manhã para aquele pai exemplar ,alimentou a criança ,pediu-me que passasse o plantão pela manhã e com a criança medicada,a bolsa cheia de amostras e muita disposição foi conhecer na periferia onde morava um homem, onde morava um cidadão ,onde morava um verdadeiro pai e saíram os três na mesma condução .

Ainda hoje, nos encontros da vida escuto do nobre e gentil colega:__meu amigo, muito obrigado, a medicina não é só conhecimentos técnicos é muito mais. A medicina é o social,é o humanismo, é a ética,é o altruísmo,a medicina é a essência da cidadania ,a medicina é uma das representantes fiel de Deus.Ser médico enfim, é ser um misto de tudo quanto é de bom,ser médico é ser provedor,acolhedor e compreender os encontros e os desencontros do homem ,ser médico é apenas ser Médico.APENAS. Iderval Reginaldo Tenório
IDERVAL TENÓRIO MEDICO CIRURGIÃO



LOGO DA CLINICA DR IDERVAL ETC ETC.





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APELO DE UM BRASILEIRO

Iderval Reginaldo Tenório



Apelo de um brasileiro preocupado com o baixo índice de leitura da literatura brasileira ora substituída pelos dejetos literários de outras nações. As livrarias, as bancas e os mercados estão abarrotados de obras estrangeiras deseducadoras.

É verdade que a literatura estrangeira é muito rica, do teatro à poesia é inegável o seu valor, porém a fatia que chega aos tupiniquins, aos subservientes periféricos é uma vergonha. Se faz necessário uma sacudidela. O Brasil espera por todos. Não esqueçam que o futuro já chegou.

Não deixem a cultura Brasileira morrer. Reproduzam as histórias das vovós para os seus filhos e amigos, falem da bravura do homem brasileiro para que os jovens se orgulhem dos seus heróis, dos seus caipiras e de suas ocupações, para que esses mesmos jovens não se envergonhem do seu povo, principalmente dos antepassados. Enalteçam as batalhas, as lutas e esclareçam quem são os verdadeiros heróis da nação. Não deixem a televisão atropelar, matar e sepultar a cultura do seu povo e que não sejam massificados pela cultura contaminada do além mar que enchem os lares por intermédio da Internet, livros, cds, DVDs e a industria cinematográfica.

Tenho notado que os jovens vêem se inteirando de uma literatura vazia insípida e que mostra o que de pior existe do besteirol do mundo civilizado. Esta literatura invade os lares, as escolas, os cinemas, as livrarias e a mídia simplesmente pelo mercantilismo, publica, vende e espalha por todos os recantos.

O apelo que faço é que as escolas, os pais, e os homens de uma maneira em geral, passem aos brasileiros a necessidade de conhecer a sua literatura. Através dela o ser humano passa a conviver com cada região do seu país e entender a diferença brutal entre os seres que habitam a mesma nação. Existem autores que descrevem a nação do nascedouro aos dias atuais, uns os pampas do sul brasileiro, outros pormenorizam o centro oeste e um grande grupo o Norte e Nordeste. Falam das secas,das florestas,dos cerrados,da caatinga,dos animais ,do cangaço,do clima e dos costumes, fundamentando as diferenças, demonstrando a diversidade de cada comunidade.

Lendo os autores brasileiros se faz um passeio vivo irmanados com a história, será contaminado pelos costumes e passará a entender a formação deste povo batalhador, só com esta atitude os brasileiros poderão resgatar a auto-estima, só desta maneira tornar-se-ão verdadeiramente brasileiros, sem sentir vergonha ou menosprezo por qualquer que seja a nação que procura de uma maneira ou de outra substituir da mente a cultura raiz. Os brasileiros deveriam fazer uma campanha de valorização dos seus ícones, sua cultura, sua música, sua literatura, seu povo, seus artistas, seus poetas, seus escritores, seus caipiras e seus trabalhadores.

Leiam José de Alencar,Machado de Assis,José Lins do Rego,Graciliano Ramos,Euclides da Cunha,Guimarães Rosas,Patativa do Assaré,Zé da Luz, Drumond de Andrade,Josué Montello , Castro Alves,Augusto dos Anjos,Lima Barreto,Darcy Ribeiro,Fernando Henrique ,Walfrido Moraes,João Cabral de Mello,Gilberto Freie,João Ubaldo e outros de igual valor.Escutem Luiz Gonzaga,Gilberto Gil,Caetano Veloso,Chico Buarque,Dona Ivone Lara,Clementina de Jesus, Belchior,Luiz Vieira ,Vila-Lobos e outros ícones.

PROCUREM SABER SOBRE-TIRADENTES, FELIPE CAMARÃO, PADRE CÍCERO, FLORESTAN FERNANDES, ANTONIO CONSELHEIRO, FREI DAMIÃO, DOM HELDER CÂMARA. PROCUEREM LÊ SOBRE AS DIVERSAS GUERRAS SOCIAIS E ANTROPOLÓGICAS COMO-A GUERRA DO CONTESTADO, O CANGAÇO NO NORDESTE, GUERRA DOS FARRAPOS, REVOLTA DOS ALFAIATES, GUERRA DOS MASCATES E DEZENAS DELAS QUE ACONTECERAM NESTE PAÍS. PROCUREM SABER A VERDADE SOBRE A ESCRAVIDÃO DO INDIO, DO NEGRO E DO BRANCO NO BRASIL.

Após passarem por estas cabeças, acreditem, nada poderá desvirtuar o sentimento de brasilidade, pois, quando as raízes são fincadas e penetram no solo pátrio, todas as outras culturas independentes de suas origens virão para somar e jamais para substituir a cultura mãe, e mais, sempre com o crivo da consciência e da razão. Neste caso só ficará a de boa procedência e não os dejetos que contaminam as pueris e desprotegias mentes. .

Leiam as publicações diárias e semanais da imprensa brasileira, acessem os grandes debates, participem do cotidiano da nação, sejam fiscais dos dirigentes, procurem eleger homens comprometidos com ideais democráticos e comunitários, que pensem no coletivo, façam cobranças aos seus representantes, lutem por justiça nas aplicações das verbas públicas. Vejam que tem muito para se aprender e com certeza mudarão os seus pensamentos, o jeito passivo de aceitar as coisas que permeiam a entregação do país, eu disse entregação

Tenham orgulho do torrão brasileiro, gritem bem alto os nomes dos antepassados, neles se encontram as armas da sabedoria popular, as raízes para a soberania e o sonho de toda a nação, a independência de um povo. Viva a plural e rica cultura brasileira. Tenham orgulho dos seus pais.

Iderval Reginaldo Tenório autor. 1998 http://www.iderval.com.br driderval@bol.Com.br