sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

AS IDEIAS DO MENINO ZEZINHO PARA A HUMANIDADE

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AS IDEIAS DO MENINO  ZEZINHO PARA A HUMANIDADE

I

Quem eram

Vivia no Sertão um menino chamado Zezinho, morava com os pais e os avós.  Sobreviviam da venda das verduras, frutas,  legumes,  queijos,  leite e dos ovos que  produziam, eram   pequenos agricultores.

A vida no campo era difícil, porém prazerosa, ninguém valorizava os seus produtos. Uma vez por semana   o pai e o avô do Zezinho   madrugavam na cidade   para apurar alguns trocados e comprar produtos que   não produziam, mesmo assim eram  felizes, viviam do suor do próprio rosto.

Para comprar uma barra de sabão, era necessário  um quilo de queijo;  um pacote de café,  cinco litros de leite; um quilo de sabão, duas dúzias de ovos; um litro de querosene custava um balaio de verduras, uma vestimenta quase todo o apurado, por isso aproveitavam as roupas até chegarem ao fim, muitas vezes não dava para comprar tudo que precisavam.  Para o transporte das mercadorias   possuíam uma dupla de burros , não havia estrada , apenas uma vereda íngreme, pedregosa  e estreita, quando chovia era muito  perigoso.

Zezinho ficava encabulado com o que via, pois o seu pai e o seu avô trabalhavam o dia inteiro e quando chegavam da cidade  falavam que as coisas estavam ruins, diziam que havia muitos produtores rurais oferecendo as suas mercadorias  e para não voltarem sem nada, sem nenhum trocado   tinham que vender por qualquer preço, melhor do que jogar fora. 

O que também chamava a atenção do menino era o fato de serem  os moradores da cidade, que não entendiam da lavoura e da criação de animais, quem ditavam os  preços dos produtos. 

Como sabiam ler, escrever, contar e se expressar com desenvoltura mandavam  naqueles que só sabiam trabalhar no pesado, debaixo do tempo,  expostos ao sol causticante, espinhos, ventos, redemoinhos,  poeira, formigas,  bichos de pé, carrapatos , cobras, aranhas e escorpiões.

 Pensava : 

 “ Para o agricultor ganhar o pão de cada dia é muito trabalhoso e arriscado, é   injusto este sistema ” .  

Estes pensamentos não saiam de sua cabeça .

                    II

Qual o Porquê ?

O Zezinho foi crescendo e vendo a diferença entre as pessoas. Os seus pais trabalhavam de sol a sol e dependiam da vontade do tempo.  Quando chovia  pouco a terra nada produzia, as galinhas não punham ovos e nem as vacas davam leite, quando chovia demais muitas plantas se perdiam., morriam   embebidas e encharcadas com tanta água, mesmo assim a produção era grande.   Era bom  para o pessoal da cidade, pois os produtos ficavam  baratos pela grande quantidade, porém,   para os produtores as mesmas dificuldades e os  mesmos sofrimentos. 

 Pensou mais uma vez  : 

 “Com o sol causticante a terra nada produzia, com água demais a produção era  grande e o transporte  difícil, continuava ruim para os produtores. Produtos  agrícolas  em grande quantidade caem os preços”.

  A cabeça do menino mastigava estes pensamentos todos os dias, o Zezinho era uma criança, mas já era um pensador.

O que também chamava a atenção do menino era que , os trabalhadores da cidade ganhavam dos governos e das empresas,  não dependiam da vontade do tempo como  os agricultores, chovesse ou fizesse sol, o ganho era garantido, não havia tempo ruim, recebia os seus salários. 

Voltava a refletir, só para si, quais eram as causas desta diferença entre as pessoas,   pensava em muitas possibilidades, uma delas era a escolaridade e assim refletia: 

"Será que é porque eles têm escolas, lêem livros , jornais  e estudaram?  Será que , se todos estudassem, inclusive os homens da roça,  teriam as mesmas chances? " 

 Com estes pensamentos, o Zezinho exigiu do seu pai que queria acompanhá-lo mais vezes para vender os produtos,   conhecer mais a cidade, os seus moradores e as coisas da vida. 

     III 

AS OBSERVAÇÕES DO ZEZINHO

Ficava  impressionado com as vestimentas do povo da cidade. Os homens bem vestidos  , bem  calçados, muitos usavam gravatas, chapéus de massa e só fumavam cigarros finos, cigarros mansos. As mulheres  roupas, lenços, meias n  e calçados finos  . As crianças fardas escolares, sapatos pretos, bolsas de couro  e sacolas coloridas com pães, sucos,  doces, bananas e biscoitos para a merenda , todas saltitantes a caminho da escola, enquanto ele com a mesma idade  já ajudava os pais na lida da roça. Lutava sujeito  a  todos os maus-tratos da lavoura, ora   no cabo da enxada, ora na irrigação, ora na colheita  e ora na contagem dos ovos, pois  em matéria contas , na sua idade, era um gigante.

No campo o que possuía de  bom era a  natureza , a liberdade e os animais . Para o Zezinho os animais e as árvores  eram verdadeiros amigos. 

O menino  era tão pensativo que sabia muitas coisas sobre o tempo. Quando era lua nova, lua cheia, quarto crescente, quarto minguante e  quando ia chover.  Sabia das horas pela inclinação do sol , a idade de um cavalo examinando os seus dentes e  pelo cantar dos pássaros se haveria inverno.   Conhecia muitas constelações e o nome de  estrelas, pois à  noite todos iam para o alpendre da casa e os mais velhos contavam todas as histórias que sabiam, muitas eram  antigas, dos tempos dos grandes Reis, principalmente as contadas pelos seus avós.

IV

O QUE IMPRESSIONAVA O ZEZINHO

Ficou tão impressionado com a situação , com as dificuldades dos seus pais   que um dia sem sentir, sem querer e sem saber o porquê as lágrimas caíram no rosto e molharam a sua face. O Zezinho não entendia tamanha injustiça e imaginou só para si, para ninguém saber, só para si.

 “Aquilo era uma injustiça, aquilo estava errado, não poderia continuar assim” .

Passava o dia pensando.

O estopim foi quando o Zezinho soube de outras coisas que lhes soaram  muito estranhas.

Soube que todos os anos os moradores da cidade recebiam um salário a mais e passavam 30 dias sem trabalhar, isto  é , sem fazer nada e recebiam os salários sem faltar um centavo. 

Depois de pesquisar  soube que eram o 13º salário e as férias remuneradas. Os seus pais nem de longe sonhavam com este verdadeiro milagre, aquilo não lhe conformava, lhe deixava impaciente e pensativo, achava tudo muito estranho. 

 Matutou mais uma vez ,  era um pensador , não queria que  ninguém soubesse dos seus pensamentos , com os olhos a  marejar pensou: 

"Se todos são trabalhadores , todos deveriam receber estes benefícios, não existia dúvidas, deveria ser assim. Queria saber quem pagava estes benefícios e como pode receber sem trabalhar.

Na roça até os animais trabalham. As vacas dão leite, as plantas dão frutos, as galinhas põe  ovos e os burros carregam os produtos nas costas, a vida é dura, até ele, que ainda era uma criança,  tinha que ajudar em vez de ir para a escola e brincar, uma vez que todas as crianças têm que brincar. É brincando e estudando  que se aprende, já dizia vovó  DIDI”.

Neste dia o menino não dormiu, veio à mente que no futuro a força motora iria perder totalmente o valor , tudo seria produzido e transportado por máquinas, até mesmo os animais iriam ficar sem os seus empregos, como iriam sobreviver?  Pensou:

" A vida no futuro será  mais fácil para os cidadãos que estudarem, que possuírem uma profissão e utilizarem o cérebro para ganhar o pão, enquanto mais estudado maiores serão as chances de uma vida melhor." 

Concluiu que o homem do futuro para ganhar a vida só precisará do cérebro, mesmo  com deficiência física, porém com    cérebro sadio,  poderá crescer na vida,  pois ganhará a vida sentado  numa carteira, dando palestras, escrevendo, ensinando , comandando um grupo de pessoas ou operando uma máquina  .  Sedimentou na sua cabeça que o homem é o cérebro e as outras partes são acessórios, o importante é o cérebro. 

                                           V

                       AS IDEIAS DO ZEZINHO

O pensador  teve uma ideia e  achava que era muito boa, queria justiça entre os povos, não podia continuar assim.

Na cidade o povo tem tudo e não precisa trabalhar com a terra, a lavoura ,  os animais e nem com o perigo dos animais peçonhentos   para ganhar o pão, muitos ganham a vida  sentados numa carteira, mexem com papeis, canetas, lápis e relatórios. Trabalham na sombra e com todas as garantias,  inclusive com este tal de 13º salário e férias remuneradas. Na cidade   todas as crianças  vão para a escola, particular ou pública , porém vão para a escola . Vestem-se bem, comem  bem e brincam muito, enquanto no campo com a  mesma idade as crianças têm que  trabalhar para ajudar a família. 

 

Não saiam  de sua cabeça algumas perguntas:Quem pagava este 13º, estas férias que os citadinos têm direito? era uma injustiça com os homens da lavoura.  Outro entrave eram os preços das mercadorias. Se o agricultor  é quem planta e colhe, por que não dita os preços? isto não estava certo, era uma injustiça com quem trabalha na terra com todos os sacrifícios que existem, era sim uma grande injustiça, o menino não parava de pensar. Já informei que o Zezinho um pensador, é um sociólogo nato.

Ficou mais indignado quando soube que muitos  não trabalhavam mais e recebiam os seus salários, queria saber este mistério, seria milagre?. 

Foi até a Prefeitura falar com o Prefeito e disseram a ele que estes recebiam o nome de aposentados. Pessoas que trabalhavam até certa idade e depois ficavam em repouso para o resto da vida, era uma garantia para quem trabalhou até a velhice, inclusive os que ficavam doentes também tinham este direito.  Veio à sua cabeça o seu avô que apesar de velho ainda ajudava na lavoura, nunca deixou de trabalhar e fazia questão de ir para a lida diária, acordava antes do sol nascer. 

O Zezinho entrou em parafuso, quem pagava  estas contas se ninguém trabalhava com  a terra que dá os frutos que alimenta o homem ?, pois  quem sustentava os seus avós ,  os seus pais  e toda  a sua prole  era   o pequeno terreno da família,  isto  é : era a  mãe terra .

 Dizia o seu avô que aquele sítio era herança do seu pai, o seu bisavô, que há muito tempo vivia daquela terra plantando e criando alguns animais . Veio à tona o pensamento da escola:

" Será que o meu bisavô frequentou a escola? será? tudo indica que não" 

                                            VI

                        AS SUAS DESCISÕES

Ao chegar ao sítio convocou todas as crianças filhas dos lavradores, contou tudo que viu, o que pesquisou e como funcionava a vida na cidade, foi um alvoroço total. 

Os pais não estavam entendendo tantos encontros e tantas reuniões secretas entre as crianças da roça, era muito estranho, o que estavam articulando?  sabiam que quando muitas crianças se reúnem estão planejando alguma travessura, pois as crianças são cheias de artes e sabem de muitas coisas que os adultos nem imaginam.  As crianças raciocinam e muito, são cheias de ideias, tem a mente limpa e nova, aprendem tudo com muita facilidade, são atentas e antenadas  em tudo, são muito inteligentes, deveriam ser mais escutadas pelos adultos.

                                         VII

                            IDEIAS EM PRÁTICAS

Noventa  dias depois,  após muitas idas e vindas à cidade, os meninos constituíram uma comissão. Foram  ao Prefeito, juiz, Vereadores, Professores , Padre e por último aos pais.  Falaram que tinham tomado uma decisão e  estavam convocando todos para uma grande assembleia na qual apresentariam  um plano desenvolvido nestes noventa dias .

Todos gostaram dos comunicados, das sugestões  e das medidas que poderiam proporcionar justiça para todos os trabalhadores,  principalmente para os do campo, os deficientes físicos,  os analfabetos,  os pobres e os mais necessitados.

 As crianças chegaram à conclusão que o  mundo é de todos e não deveria existir castas muito distantes uma das outras. Os  salários dependerão da capacidade, dos esforços e  da escolaridade de cada um, desde que todos  tivessem  as  mesmas oportunidades e ensino com  isonomia.   Tudo  iria depender das ações dos gestores públicos, daqueles que estão com as rédeas do poder e das exigências da sociedade organizada. 

Quanto ao  13° salário , férias e aposentadoria  entenderam que os benefícios são pagos  pela  força de todos os trabalhadores , cada um, durante a vida  de luta ,   recolhe uma parcela  proporcional aos ganhos,  para depois passar a receber   um benefício. 

Muitas foram as ideias, sugestões  e soluções.

Foi da mente do menino Zezinho que muitas medidas foram tomadas para melhorar a vida  de muitos seres humanos, foram elaboradas as leis trabalhistas, planos de aposentadorias e férias remuneradas para todos. 

 Os pequenos agricultores foram orientados a  formarem grupos que tinham poderes sobre as plantações, o transporte e os seus preços.

  Os homens do campo passaram a figurar nas estatísticas como importantes cidadãos e  para as  crianças a escola passou a ser obrigatória .  Todas passaram a frequentar  diversos cursos e  a alimentar o cérebro.   Concluíram que só a escola , só a educação era capaz de proporcionar a igualdade social e retirar os mais vulneráveis  do fosso no qual se encontram. 

VIII

UM TRABALHO CIDADÃO

Para uma pessoa  trabalhar numa  fazenda, loja  ou na casa de outra pessoa   foi criado a carteira profissional , todos passaram a ter direito a saúde e aposentadoria por um sistema de seguridade público.

Graças ao Zezinho o mundo dos agricultores  melhorou, as  pessoas passaram a  ser chamadas de cidadãos e  ficaram sabendo de onde vem o dinheiro para o  13º salário, férias remuneradas e aposentadoria.  Graça ao seu esforço todos passaram a ter os mesmos direitos , no campo ou na cidade, o importante era trabalhar dignamente .

O Zezinho continua  plantando justiça e formando  milhares de Zezinhos , pensando    num  mundo melhor . Afirma que  sem esta interação a vida não tem sentido, diz em voz alta que o remédio é crescer sem destruir , crescer  com cidadania e respeito .  

Crescer preservando e recuperando  a natureza, o caminho  é lutar.

Iderval Reginaldo Tenório

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

O JOGO POLÍTICO, COMO E O PORQUÊ DE SABER JOGAR

   A Beleza do Congresso Nacional | Fato Político

                             Novo Congresso dos EUA assume às vésperas de semana decisiva | Exame                               

Copa da Rússia: Moscou, a capital do futebol em 2018 | Placar - O futebol  sem barreiras para você 

                                                        Casa Branca – Wikipédia, a enciclopédia livre

                              O JOGO POLÍTICO, COMO E  O PORQUÊ DE SABER JOGAR.

Pessoal , este negócio de ser Presidente e político influente é um risco para o resto da vida.

Todos quando assumem o poder entram numa ciranda  de negócios de estarrecer qualquer cidadão.

Todos fazem tudo e de tudo para se manterem no poder até as ultimas gotas de possibilidade.

Qualquer deslize é cadeia, depressão e morte.  Veja a interina da Bolivia, o Videla na Argentina, o Barak , o Sadan e outros, inclusive o Lula que passou uma temporada no xadrez.

A coisa é seria e muitas coisas acontecem por debaixo dos tapetes que nós mortais jamais saberemos.

Isto acontece com ministros, senadores, deputados e outros cargos relevantes, todos fazem tudo e de tudo para não perderem os privilégios e as suas imunidades  .

Fazem tudo para enganar todos os eleitores, tanto o de esquerda como o de direita, tanto os pobres como os ricos, como os estudados e os analfabetos.

Todos  estão defendo a vida e a vida dos seus.

Enquanto mais desonesto for , maior o risco de ser trancafiado após perder a imunidade, neste caso  fazem de tudo para permanecer no poder. Fazem conchavos até com o maior inimigo, este é o jogo político e a defesa da vida.

Nós, dos bastidores e da realidade,  não sabemos de nada, somos sempre os enganados.

Eles sabem construir os seus exércitos de seguidores e como mante-los fieis.

O eleitor é sempre o bobo.

Iderval Reginaldo Tenório

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

CHACINA NA SERRA DO ARARIPE

                                                        Portais - Brasões - Aldrabas - Tranquetas - Taramelas - Batentes -  Caravelhos - etc...: Almocreve - Profissão em extinção ou já desaparecida                                                

                                         Chacina em bar deixa 6 mortos em Rio Branco; na mesma noite outro foi morto  e um ficou ferido | Acre | G1                           

                                  

                                         Uma das vítimas da chacina de Maranguape foi morta com golpes de foice

                                          DOLETHES: O ALMOCREVE

                     CHACINA NA SERRA DO ARARIPE


                 Madrugada do dia 24 para 25  de junho de 1928, um  desconhecido estrategista  chegou sorrateiramente, sem  dúvida e remorso metralhou toda uma família de dezoito componentes, dos mais velhos ao mais novos dos Pereiras e alguns serviçais, vasculhou todos os aposentos, conferiu cada um dos corpos, montou no seu alazão, arrumou a  sua geringonça e sumiu  estrada afora.

              Ao nascer do sol, os caseiros que moravam nos recantos mais distantes ,  jamais imaginariam que aqueles estrondos de fogos de artifícios, na noite de São João,  fossem balas da mais afamada metralhadora nordestina,  apelidada de   "  A costureira".   
 
                 Dizimando toda a família patronal, o autor não deixou pistas, não deixou um único rastro da autoria do  crime , em nada mexeu, a mesa continuou posta, cadeiras caídas, sangue salpicados nas paredes, corpos debruçados sobre a mesa, animais domésticos circulando pelo ambiente à procura de restos, panelas no fogão de lenha , algumas com os alimentos esturricados,  potes e barricas aos cacos, água ensopando os corpos e estes com vários orifícios transpassando os seus tórax na altura dos peitos, todos, todos sem vida.


                                             O AMANHÃ


                 Na Serra do Araripe  não ficou um só cristão que não tomasse conhecimento da fatídica tragédia, quem era aquele forasteiro? porque aniquilou toda uma família que até aqueles dias se mostrava pacata, trabalhadora e honesta? não possuía inimigos num raio de 50 quilômetros, os Pereiras eram respeitados naquela redondeza. 
 
                 O ano  era 1928 , Lampião e o seu bando já se encontravam pelos lados da Bahia, naquele arrebol  reinava a paz.  Muitos núcleos familiares se expandiam com os casamentos consanguíneos .   Moravam em casas equidistantes  desde quando uma avistasse a entrada , a lateral ou a saída da outra, era uma maneira de um proteger o  outro.


             A dúvida tomou conta da pequena população, "quem foi o forasteiro que cometeu tão sanguinário crime?"   Os familiares distantes apareceram, os corpos foram contados, muitos não possuíam documentos, os serviçais só tinham apelidos.  Todos foram sepultados em covas rasas enfileiradas nos aceiros da velha estrada e fincado uma cruz na cabeceira de cada monte de terra, primeiro o chefe , depois os outros por ordem de importância.


           A polícia foi informada, compareceu timidamente . Pelo pequeno contingente de  três soldados, dois cabos, um sargento , pouca munição e seis mulas esquálidas foi a primeira a fugir com receio de ser atacada de surpresa pelo o assassino ou os assassinos dos Pereiras, nunca mais apareceu ou tomou conhecimento dos fatos a partir daquela data. 

             A sede da Fazenda ficou abandonada , os moradores mais antigos aos poucos foram se acostumando com o acontecido, os parentes mais distantes voltaram para os seus distritos, ficaram  as indagações sobre o horrendo crime. Quem teria motivos para tal desventura ? roubo não foi, só poderia ser vingança, a melhor maneira de cobrar dos desafetos os males cometidos em datas anteriores, só poderia ser vingança, não haveria outra explicação, só poderia ser vingança, no nordeste é assim, fez mal a alguém um dia o mal será devolvido, muitas vezes com juros e correções.
 


                                        O PASSADO


                  Conta o velho Malaquias, do alto dos seus 90 anos, que  tempos atrás, lá pelos meados de 1871, quando um jovem padre, de 27 anos de idade,  assumiu a capela do povoado Tabuleiro Grande no Sul do Ceará, hoje Juazeiro do Norte, duas famílias de Alagoanos foram morar na  região para ajudar o jovem missionário.  Com as duas famílias completas o jovem Padre aconselhou aos amiguinhos que fossem morar na Serra  do Araripe, fossem criar caprinos , ovinos  e  suínos, plantar mandioca,  feijão de corda, de arranca e  feijão de pau, este último conhecido como  ANDÚmuito apreciado em toda aquela Chapada.


               As famílias se deslocaram e por manterem vinculos de  parentesco começaram a habitar a mesma gleba de terra,   viviam em paz até o dia  em  que o governo de Pernambuco resolveu legalizar as posses e criar uma escritura, houve desentendimento entre os líderes de cada família e   numa noite escura do dia 23 de junho de 1897, ano em que nasceu Virgulino Ferreira  Lampião, uma das famílias aniquilou  todos os componentes adultos da outra  , todavia, cometeu um grande pecado, não vistoriou todos os aposentos da pequena casa, deixou vivo uma criança de 09 meses que engatinhava por debaixo da cama do  infeliz casal aniquilado .

                A criança sem pais e sem parentes  foi assumida por tropeiros.   Almocreves que  cruzavam a velha serra Pernambucana com destino à mais nova vila  Nordestina no sul do Ceará, a famosa vila do Juazeiro.    Povoado que  crescia com muitos fanáticos religiosos devido o milagre da Beata Maria de Araújo em 1889, quando na comunhão a hóstia saída das mãos do Padre Cícero se transformava em sangue na boca da beata de 28 anos de idade   . 

              A criança foi criada no mais diferente mundo que deveria ser criada, não tinha paradeiros, não tinha endereço fixo. À proporção que crescia tomava conhecimento da grande chacina que aniquilou uma determinada família no topo da Serra do Araripe no idos de 1897, ano que nascera em Vila Bela o facínora lampião, a criança cresceu, virou homem .

              Naquela redondeza  não se conhecia o seu destino, a família que cometera a esquecida e distante chacina   encontrava-se bem instalada e próspera no cume daquela abençoada Serra .  O cangaço que reinava na região estava em baixa devido acordos feitos pelos governadores da época, dando total poderes à polícia a entrar no território do outro Estado  à caça de qualquer desordeiro, principalmente o bando de Lampião, foi a primeira  manobra  para acabar com o cangaço , um dos meios de vida da época. 
 
             Na região só existia quatro maneiras de se viver e de comer, a primeira era ser patrão, chefe político, coroné, latifundiário e   dono do poder , a segunda era ser subserviente, capacho, jagunço, capanga ou pistoleiro,   a terceira era entrar no cangaço ou ser  coiteiro , a quarta era pertencer à sofredora classe de   agricultores de subsistência  ou criadores de pequenos animais: bovinos  pé duro, suinos, caprinos, asininos, ovinos, galináceos, cães e gatos   , eram  os honestos, geralmente  dominados por todos, eram reféns  .
 
               Grassava no arrebol  o sentimento de congraçamento e descontração  devido o grande número de parentes casados entre si, existia calmaria.  A população era constituída dos que mandavam e daqueles que obedeciam.



                                          A VINGANÇA


                O Jovem morava num pequeno sítio, distrito da  então e próspera cidade de  Juazeiro do Norte ,  conhecia muito bem a Chapada do Araripe ,  divisa do Ceará com Pernambuco, grande celeiro fóssil das Americas , hoje fazendo parte do Geopark  do Araripe.


              O jovem procurou  familiarizar-se com os moradores do distrito .  Aos poucos foi mapeando o fatídico acontecimento de 1897 , foi localizando os familiares que junto com os seus pais se mudaram  para a velha serra a pedido do jovem padre em 1871, ficou claro e ciente de cada componente, colheu  a história da época e como mercante compareceu à sede da fazenda e conheceu cada membro.  
 
             Voltou aos seus afazeres  de almocreve e numa noite de são João, quando os fogos de artifícios pipocavam  nos ares da silenciosa serra, o jovem estrategista, na sorrelfa executou o seu vingativo e mirabolante plano, eliminando de uma só vez todos os descendentes dos criminosos da noite de São João do século passado , tomando o cuidado de vistoriar exaustivamente todos os aposentos, todos os  ambientes e arredores  para não cometer os mesmos erros dos autores da chacina de 1897.  Com esta atitude fechou o ciclo do grande ditado do povo nordestino: quem comete um mal um dia será vingado pela vitima, pelo filho da vítima, pelo neto ou bisneto da vítima, um dia o crime será vingado. 
 
 E foi assim que se desenrolou a grande chacina de 1897.
 
        Salvador,12 de Janeiro de 2008

            Iderval Reginaldo Tenório 
 
Lampião e Luiz Gonzaga | CNL | #388 - YouTube

2:44

Enviado por: O Cangaço na Literatura, 17 de out. de 2019
370 mil Visualizações · 14,9 mil Curtidas
Uma homenagem ao canal Causos de Cordel, vejam aqui https://www.youtube.com/channel/UCzHPIGqsPuguYI2EiBNAflA
 
 
 
    ESCUTEM UM BELO RELATO DE LUIZ GONZAGA  SOBRE A VISITA DE LAMPIÃO AO JUAZEIRO DO PADRE CÍCERO. A MINHA CIDADE.


3,1 mil visualizações há 2 anos

A CHAPADA DO ARARIPE E AS SUAS RIQUEZAS.

 

Peixes, répteis, plantas, frutos, dinossauros e insetos – Tudo está gravado nas rochas dessa região a mais de 140 milhões de anos.

 

Calda de Dinossauro

Calda de Dinossauro

A pedido do MPF, Brasil vai repatriar fósseis de dino de 100 milhões de  anos | Brasil: Diario de Pernambuco


Localizada na divisa entre Ceará, Pernambuco e Piauí, a bacia do Araripe hoje é reconhecida internacionalmente como um dos mais completos e ricos depósitos de fósseis do planeta. Plantas, sementes, frutos, anfíbios, insetos, répteis e dinossauros. Tudo está ali, gravado na rocha há centenas de milhões de anos, representando o mais raro patrimônio paleontológico do país.

Quem vê tal riqueza não imagina que esta região sofreu um dos maiores desastres ecológicos já estudado. As primeiras pesquisas realizadas na região aconteceram em 1840, quando o botânico escocês George Gardner coletou fósseis de peixes e entregou para análise de especialistas.

Por volta de 145 milhões, ali havia um grande lago de água rasa, alimentado constantemente pela água do mar. O lugar passou a ser então um refúgio para diversas espécies de animais que buscavam comida em suas margens. Mas quando aconteceu a separação dos continentes, as águas do oceano invadiram toda a área, aumentando a salinidade do lago matando os seres ali existentes, e consequentemente, auxiliando no surgimento dos fósseis . Estes fósseis desenterrados no Araripe apresentam grande similaridade com os encontrados em bacias do norte da África, o que reforça a teoria do intercâmbio biológico.

Embora seja imensa a quantidade de fósseis encontrados na Chapada do Araripe, não foi apenas isso que fez a região do Cariri cearense ganhar o posto de berço da paleontologia nacional. A preservação de tais vestígios também a fez ser reconhecida. Muitas vezes, por meio de fotografias obtidas com microscópio eletrônico, é possível observar as células musculares dos peixes fossilizados. Já em outras ocasiões, até mesmo o conteúdo do aparelho digestivo é visível. Sabe-se, por exemplo, qual teria sido a última refeição de um peixe antes do acidente.

Vale lembrar que não é apenas na área da paleontologia que a Chapada do Araripe se destaca. A região, na verdade, é um imenso oásis em meio à secura do sertão nordestino. Afinal, quem pensa em sertão espera encontrar por ali só mandacarus e outras espécies típicas de caatinga, mas se surpreendem ao se deparar com a primeira Floresta Nacional criada no Brasil, um verdadeiro tapete verde com 160 quilômetros de extensão por 50 quilômetros de largura, abrigando diversas espécies vegetais e animais, além de centenas de fontes de água cristalina, grutas e sítios arqueológicos cheios de pinturas rupestres ainda pouco estudadas.

 

... Tomara meu deus tomara Só deixo o meu cariri No último pau-de-arara Só deixo meu cariri No último ...
27 de dez. de 2016 · Vídeo enviado por Centro de Memória Sindical Música e Trabalho
Music video by Zé Ramalho performing Último Pau-de-Arara / Meu Cariri (Pseudo Video). (C) 1991 Sony ...
3 de out. de 2019 · Vídeo enviado por ZeRamalhoVEVO