quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Maria Quitéria, a heroína do 02 de julho, Bahia, Brasil.

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Maria Quitéria

Militar brasileira
Por Dilva Frazão

 Maria Quitéria

Maria Quitéria (1792-1853) foi uma militar brasileira, heroína na luta pela independência. Maria Quitéria teve atuação destacada em lutas importantes. Foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul.

Infância e Juventude

Maria Quitéria de Jesus nasceu na fazenda Serra da Agulha, na freguesia São José de Itapororocas, (hoje Feira de Santana), na Bahia, no dia 27 de julho de 1792. Filha do português Gonçalo Alves de Almeida e de Joana Maria de Jesus, que morreu quando a filha tinha dez anos.

Após a morte de sua mãe, Quitéria assumiu a casa e cuidou de seus dois irmãos. Seu pai casou pela segunda vez, mas logo ficou viúvo. Casou novamente e teve mais três filhos. Sua nova esposa não apoiava o comportamento independente de Maria Quitéria.

Alistamento

Maria Quitéria não frequentou a escola. Dominava a montaria, caçava e manejava armas de fogo. Deflagradas as lutas de apoio à independência em 1822, o Conselho Interino do Governo da Bahia, defendia o movimento e procurava voluntários para suas tropas.

Maria Quitéria, interessada em se alistar pediu permissão ao seu pai, mas seu pedido foi negado. Com o apoio de sua irmã Tereza Maria e seu cunhado José Cordeiro de Medeiros, Quitéria cortou o cabelo, vestiu-se de homem e se alistou com o nome de Medeiros, no batalhão dos "Voluntários do Príncipe Dom Pedro".

O Soldado

Em fins de 1822 figurava Maria Quitéria entre os soldados do batalhão dos Voluntários do Príncipe D. Pedro, e que depois foi incorporado à “Primeira Divisão de Direita”. É esse mesmo batalhão que recebe mais tarde o nome de “Periquitos” - por serem de cor verde as suas fardas. No dia 31 de março de 1823, Maria Quitéria, já então cadete, recebe uma espada e seus acessórios.

Depois de duas semanas, Quitéria foi descoberta pelo pai, mas o major José Antônio da Silva Castro não permitiu que ela fosse desligada, pois ela era reconhecida pela disciplina militar e pela facilidade de manejar as armas. Maria Quitéria seguiu com o Batalhão para vários combates. Participou da defesa da Ilha da Maré, da Pituba, da Barra do Paraguaçu e de Itapuã.

No dia 2 de julho de 1823, quando o “Exército Pacificador” entrou na cidade de Salvador, Maria Quitéria marchava com o seu batalhão, sendo saudada e homenageada pela população. Tornou-se exemplo de bravura nos campos de batalha.

Condecoração

Terminada a campanha, Maria Quitéria foi para o Rio de Janeiro. Sua presença na corte causou grande agitação: o seu curioso uniforme militar, calça, saiote de lã, fardeta, quepe e espada, e o distintivo dos Voluntários, e a fama que logo se espalhou de sua coragem e de seus feitos, tudo atraia a atenção dos habitantes da Capital do Império. Foi condecorada com a “Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul”, em uma audiência especial onde recebeu a medalha das mãos do próprio Imperador Dom Pedro I. Foi promovida a Alferes de Linha.

Últimos Anos

Reformada com o soldo de alferes, Maria Quitéria voltou para a Bahia com uma carta do Imperador, dirigida a seu pai, pedindo que ela fosse perdoada pela desobediência. Casou-se com um namorado antigo, o lavrador Gabriel Pereira de Brito, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição.

Quando ficou viúva, Maria Quitéria mudou-se para Feira de Santana, para tentar receber parte da herança do pai que havia falecido em 1834. Com a morosidade da justiça, Quitéria desistiu do inventário e foi com a filha para Salvador.

Maria Quitéria faleceu em Salvador, Bahia, no dia 21 de agosto de 1853. Morreu quase cega e em total anonimato. Seus restos mortais estão sepultados na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento no bairro de Nazaré em Salvador.

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