sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Joaci Góes China, Venezuela, Brasil Tribuna da Bahia, Salvador


                                                        
Joaci Góes
China, Venezuela, Brasil

                                 Tribuna da Bahia, Salvador
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Joaci Góes
China, Venezuela, Brasil

Tribuna da Bahia, Salvador 11/08/2017 07:36 | Atualizado há 11 horas e 50 minutos
   


Agora é oficial. O PT assumiu, ostensivamente, apoio à ditadura bolivariana na Venezuela.  Alguns dos seus próceres se deslocaram ao infeliz país vizinho para expressar de viva voz solidariedade incondicional às ações liberticidas que aí se praticam, para desgosto da consciência democrática planetária.

O entusiasmo da velha e carcomida esquerda nacional pelos golpes baixos do fronteiriço Nicolas Maduro, contra os valores da democracia, é da mesma natureza e intensidade com que repetiram o mantra do golpe contra Dilma para ilaquear a boa-fé das massas ingênuas e incultas, incapazes de refletir sobre questões de mínima complexidade, atraindo-as para engrossar o coro vociferante da insensatez coletiva que reage como mulher de malandro: beija os pés de quem a maltrata.

A infelicidade do povo venezuelano - destino de que só nos livramos porque o PT não conseguiu submeter nossas Forças Armadas ao domínio do marxismo cultural que tem desgraçado a universidade pública brasileira -, poderá durar mais tempo do que supõem as percepções mais otimistas, tendo em vista a decisão da China de colocar a pátria de Simon Bolívar como um satélite político, no estilo do que a antiga União Soviética fez com a Cuba dos irmãos Castro, que só se manteve de pé, graças aos elevados subsídios patrocinados pelo Kremlin que, por sua vez, era subsidiado pelas nações europeias, como explica Jean François Revel em seu conhecido livro Como terminam as democracias. Como sustenta Revel, elencando cifras, os partidos socialistas europeus condicionavam o apoio ao partido no poder a polpudas transferências de recursos para financiar os sucessivos déficits soviéticos, decorrentes da improdutividade da economia socialista. Com a implosão do Império Vermelho que, além de absoluta ineficácia, custou quarenta milhões de vidas humanas, ceifadas por Stalin, o segundo maior assassino da História, depois de Mao Tsé-Tung, as fraturas expostas do socialismo cubano levaram a pobre ilha caribenha, tão próspera até 1958, à mendicância internacional em que hoje se encontra.

A Venezuela deve à China cerca de 50 bilhões de dólares, passivo que aumentará, a cada ano, em montante suficiente para financiar mais uma fracassada experiência socialista em que a transformou a sanguinária ditadura bolivariana chavista. Uma dimensão dessa aliança espúria interessa diretamente ao Brasil, na medida em que parte dos recursos transferidos pela China para a Venezuela será destinada a financiar as ações do PT e seus nanicos partidos satélites, seus aliados na América Latina, em substituição aos recursos obtidos com o ominoso e sistemático assalto que seus líderes praticaram contra as grandes empresas públicas brasileiras e o uso licencioso dos fundos sindicais, alimentados pelos trabalhadores, extinto, agora, com a providencial reforma trabalhista, criticada pela ignorância militante, isoladamente, ou de mãos dadas com a má-fé. 

A lengalenga, em curso, dos aloprados petistas et reliqua com o objetivo de desqualificar a histórica ação da Lava Jato, em geral, e do juiz Sérgio Moro, em particular, é parte do desesperado projeto de conferir às esquerdas brasileiras um significado que as valorize como satélites de importância monetária aos olhos da China, o novo patrão do socialismo, mundo afora. Não é difícil imaginar Lula e Zé Dirceu, dentro de algum tempo, repetindo Prestes relativamente à Rússia, sustentando que ficarão do lado chinês, numa eventual guerra contra o Brasil. A diferença é que Prestes era movido por ideais, ainda que equivocados. 

Para os desavisados, Zé Dirceu e Lula não se topam. Nunca se toparam. Por conveniência mútua, toleram-se. De acordo com o testemunho de quem conviveu intimamente com os dois, Lula invejava o refinamento social e intelectual de Dirceu que o considera um grosseirão, embora útil, transitoriamente, por sua identidade com as massas, daí apoia-lo. Só o interesse pelo poder os unia e une. Convém, portanto, num gesto de generosidade com os dois, não os confinar na mesma cela quando, muito em breve, forem encarcerados.

Um dos fatos mais intrigantes da política corrente, fonte de desafio de analistas de todos os naipes temáticos, é a indisposição das massas de ir às ruas pedir pelo afastamento do Presidente Temer, usufrutuário de índices baixíssimos de popularidade, paralelamente ao enfrentamento de denúncias da maior gravidade. A explicação que nos acode é que estamos diante de um caso raro de intuição coletiva, englobando todos os níveis sociais, em que se chega à conclusão de que, mesmo admitindo-se como verdadeiras as acusações formuladas contra o Presidente, ruim com ele, pior sem ele. Os crimes a Temer imputados fazem dele um trombadinha diante da monstruosidade dos praticados sob o comando ou diante da omissão conivente de Lula e Dilma. Além disso, quando baixar a poeira das emoções, o Governo Temer será reconhecido como dos mais fecundos, tendo em vista as reformas estruturantes que vem liderando. A Reforma Trabalhista, isoladamente considerada, se provará como uma das medidas mais importantes para nosso avanço econômico e social, e uma das iniciativas mais benéficas aos trabalhadores. Como, aliás, aconteceu com tudo a que nossa atrasada esquerda se opõe, como a eleição de Tancredo, a Constituição de 88, o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei da Ficha Limpa e, agora, a Operação Lava Jato.

Já não é sem tempo. O povo brasileiro parece haver despertado para a busca de novos caminhos que o conduzam à paz e à prosperidade.

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