terça-feira, 17 de novembro de 2015

Fim do monopólio dos Correios significa falência de seu papel social, avalia secretário de federação


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Fim do monopólio dos Correios significa falência de seu papel social, avalia secretário de federação

14/06/2005 - 14h05
Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em entrevista coletiva, o secretário de Administração e Finanças da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect), Roberto Prado avaliou que a quebra do monopólio postal da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) prejudicaria principalmente a população. "O que está em jogo amanhã é a falência dos Correios, principalmente o seu papel social" disse.
Os ministros do STF devem se reunir amanhã (15) para julgar ação contra o monopólio postal da estatal, ajuizada pela Associação Brasileira das Empresas de Distribuição (Abraed). Pelos cálculos do secretário, se a iniciativa privada passar a atuar no setor, cerca de 70% do total de municípios brasileiros deixariam de ter acesso ao serviço postal. Segundo ele, as empresas privadas atenderiam basicamente as capitais e as regiões metropolitanas.
"A população que reside nos locais de difícil acesso corre o risco de não ter garantido o seu serviço postal, haja vista que a iniciativa privada vai buscar mais setores no mercado que dão lucro verdadeiramente, o filé mignon, enquanto as localidades mais distantes vão ficar sem o serviço de Correios, porque a empresa vai quebrar no dia seguinte."
A possibilidade de demissão em massa de funcionários dos Correios é outra preocupação do secretário. "Também ficam comprometidos os empregos diretos e indiretos e os familiares dos 109 mil trabalhadores dos Correios, que dependem desse julgamento amanhã, da permanência do monopólio postal para terem seus empregos garantidos".
Para Prado, o fato de o julgamento da ação no STF ocorrer num momento de crise política, iniciada com denúncias de corrupção nos Correios, não é coincidência. "Nós achamos que tem plena ligação. Achamos que é uma investida principalmente da iniciativa privada, daqueles que defendem a quebra do monopólio postal para que a imagem dos Correios seja jogada abaixo perante a opinião pública e assim facilitar o julgamento".

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