quinta-feira, 19 de junho de 2025

O QUE É O NORDESTE

 Programação especial de aniversário da morte do Rei do Baião

marineis - Turismo João PessoaTurismo João Pessoa

Dia do Nordestino 8 de Outubro | Amigos Nordestinos

Quem são os escritores do Nordeste? | Estados Literários | Check-in Virtual

111 anos de Patativa do Assaré é celebrado com festival e condecoração de  personalidades – Badalo

Num debate sobre o Nordeste, lá no Recife, fui provocado a defini-lo.

De supetão, sem uma escrita prévia, com a ajuda de Deus, do meu Padim Ciço do Juazeiro, da minha mãe e do meu passado  iniciei o meu prosear. 

Diante de uma plateia seleta com artistas, escritores  e outros nordestinos de valor,  olhando para cada um assim me pronunciei.

No fim do arrazoado  e para a minha surpresa o organizador falou: 

" Ficou gravado, vamos transcrever e enviaremos  para o senhor"    

Três meses depois recebo pelos correios este texto, achei  incompleto, porém como sou corajoso resolvi publicar neste blog. 

Boa leitura.

Iderval Reginaldo Tenório 


                                       O QUE  É O NORDESTE.

Olhei para os participantes, fileira por fileira, cadeira por cadeira, nome por nome, cidade  por cidade, origem por origem e pensei, ficou fácil.  O Nordeste está na minha mente e parte dele está sentado à minha frente. 

Fui olhando, falando, apontado para cada um dos nobres nordestinos da plateia e saiu estas palavras.

 

O QUE É O NORDESTE

                 O Nordeste é poesia,  realidade e   ilusão,  o Nordeste é seca,  chuva e chão, é a fome e a razão.

                 O Nordeste é o homem forte,  a mulher guerreira,  a Paraíba e o sertão. O Nordeste  é Juazeiro do Norte, Caruaru, Exu, Vitória da Conquista, Palmeira dos Índios, Salvador, Fortaleza, Feira de Santana, Itapebi, Paramirim, Piranhas, Bom Jesus da Lapa,  Crato, Canudos, o Pacto dos Coronéis e   a Guerra de Sedição. 

É a Chapada do Araripe,  da Diamantina, o Raso da Catarina, a  Serra do Sincorá, o  Rio São Francisco, o Delta do Parnaíba, os Lençóis Maranhenses, a Serra da Capivara  e o Vale do Capão. 

                 O Nordeste é o Padre Cícero, a Beata Mocinha, a Beata Maria de Araújo e o milagre do Juazeiro.  O Padre Ibiapina, Antônio Conselheiro, o Beato Zé Lourenço, Dr. Floro Bartolomeu,   a Irmã Dulce e  o Frei Damião. 

                 É a Bahia,  Pernambuco,   Ceará,  o Cariri,  o horto e o sertão. O Nordeste  é  Aroiras, é Dudé,  José,  Damião e o Patativa do Assaré. É o João Silva, o João Gonçalves, João do Pife, Xico Bizerra, Zabé da Loca,  o Dominguinhos, o Genival Lacerda, o Onildo Almeida  e Luiz o  Rei do Baião. É o  Chico Anysio,   Xangai, Raymundo Sodré, Elomar, João Gonçalves, Bule Bule e Riachão.

              O Nordeste   é Luiz Vieira, Nonato Luiz, Dorival Caymmi, Capiba, Gilberto Gil, Caetano, Fagner, Ednardo, Elba, Zé Ramalho,   Luiz Fidelis,  Santana o Cantador, Alcimar Monteiro, Jackson do Pandeiro, Marinês, Geraldo Amâncio, Otacílio Batista, Zé Praxedes,  Pedro Bandeira de Caldas e Rosário Lustosa. É Augusto Miguel, Rosangela Tenório,  Raquel de Queiroz,   o Luiz Jacinto Silva (o inesquecível Coronel Ludugero) e o seu escudeiro Irandir Costa( o Otrope), é o Belchior e o seu medo de avião. 

              É o meu primo Lunga, o Guilherme Machado, o menestrel Marcos Sales  e o  embaixador do Ceará na Bahia(o amigo Zé Leite). O Nordeste  é Zé Miguel e dona Tonha,  minha mãe, meu pai e  meus irmãos,  é a Serra do Araripe, os padres salesianos e o meu torrão.

              O Nordeste  é o Chico,  o Francisco,  o cabeça chata, o Zé Marcolino e seu    Pássaro Carão.   É Campina Grande,  a cabeça de galo e o pirão. É o amigo,  o padre,  o cantor e  o irmão, é a reza, o batismo, o compadre, a comadre, a fogueira   e  a renovação.

              O Nordeste é  Suassuna,   Perfilino Neto,   Daniel Walker,   Casimiro,   Frederico Pernambucano de Melo,   Israel Filho,  Lenine e Assisão, é o Alceu Valença, os Calixtos,  Byron Sarinho, Humberto Teixeira, Zé Dantas,  Jorge Amado e sua Gabriela, é Antônio Nóbrega, José de Alencar, Ruy Barbosa,  Dom Helder Câmara, Antônio Costa, Dr. Odílio Camilo e José Reginaldo Tenório, Herberto Sales e o seu cascalho, é a Bárbara de Alencar, Raquel de Queiroz, Dona Federalina Lima,
  Maria Bonita, Corisco, Volta Seca, Dadá e Lampião.

                 O Nordeste   é o jumento esperto, o cabrito que berra,  o carneiro  valente,  o bode e  o pai de chiqueiro. É  o burro velhaco,  a mula que trota,     a  égua  esquipadeira e   o cavalo alazão.

                É a vaca parida,  a novilha bonita,  o bezerro apartado, é o boi com careta e  o boi cambão, é o cavalo de corrida,  o vaqueiro encourado,  o macho valente e  a festa de apartação.  É a vaquejada,  o feijão de corda,  o queijo de coalho, a carne de sol,   o baião de dois e a carne de  sertão.  É a galinhada, a buchada de bode,  a cabocla bonita,  a sanfona solta e  a exposição.

              O Nordeste é poeira, garrancho, jiquiri, caatinga, maniçoba,  pedra e chão.  É o Paraíso, é a Asa Branca,  a Juriti, o mocó, o calango verde, o Teiú,   o preá,  a cascavel, o anum, o carcará, o urubu rei e   o Gavião. 

              É o verde, o mandacaru, o aveloz,  o espinho, a cabeça  de frade, o homem e o  bicho furão.

             O Nordeste é o céu,  o inferno, o purgatório, o pecado, Deus e muitas vezes  o nordeste é o cão.


            O Nordeste é  brega,  forró,  xote, axé, bolero, valsa,   xaxado, samba apracatado, a oito baixos, o triangulo, o melê, o zabumba, o baião e o frevo. O Nordeste é o repente, o cordel,  o desafio, a embolada, a sanfona, a xilogravura,  o pandeiro,   a festa da padroeira,  são Pedro, Santo Antônio  e a festa de São João.

              O Nordeste é isso e  isto, o Nordeste é nosso, é cultura, sol e   poeira, é a viola e  o violão, é a rabeca, o chifre de boi, o rapé, o cigarro de palha, o cachimbo e o artesão.  É o maneiro pau, a Dança de São Gonçalo, o Bigode, Meu Mano, Nair Silva, o reizado,  a lapinha,  a força, a coragem  e  a razão.

               O Nordeste é a currulepe, a cangalha, o cambito, o borná,  a baladeira, o arco e flecha,  a garrucha, o bacamarte e  a lazarina, é o cachorro pé duro, a cachorra magra, o cabra, o coiteiro, o jagunço e o cangaceiro,  a gruta de angico, a cabroeira, o chapéu de couro, a cartucheira, a volante,  a faca e o punhal,  o coroné, o coiteiro e    o patrão.

               O Nordeste é o Salesiano, o Diocesano, os Franciscanos e os intermunicipais. É   amor,  canção,  Maria,  José e  João, é o milho, o doce coco,  a canjica e o pão, é o choro,  a tristeza,  a alegria e o perdão. É  dia,  noite,   lua,   sonho,  pesadelo e a emoção,  é o sol,  o vento, o mormaço, a miragem, a incerteza, a dúvida   e a razão.

 O Nordeste  é o meu pai, é a minha mãe e os meus irmãos, é Tia Joventina e  tio João, é o seu pai, a sua mãe, sua família e o seu rincão.

 O Nordeste é  a  UFBA, a  FAMED  e a Turma  82, é o Hospital das Clinica Edgar Santos, o Hospital Getúlio Vargas e Hospital Roberto Santos. 

O Nordeste  é o Dr. Álvaro Fernando Pereira Silva, Dr. Eutímio Martins Brasilo Professor Augusto Márcio Coimbra Teixeira, o Nordeste  é respeito e união. 


O NORDESTE  É FOGO,  FRIO,

LUTA  E  PAIXÃO.

O NORDESTE, meus conterrâneos, somos todos nós, com muito orgulho    e muita  paixão.

Amigos, nós somos o Nordeste, o Nordeste somos nós . 

                                      08 de outubro de 2002

Iderval Reginaldo Tenório.

Juazeiro do Norte

 

Music video by Luiz Gonzaga performing Asa Branca/A Volta Da Asa Branca (Pseudo Video). (C) 1972 Sony Music Entertainment Brasil Ltda.
YouTube · luizgonzagaVEVO · 13 de jul. de 2024

Belchior "Fotografia 3x4", 1974. - YouTube

www.youtube.com › watch
Belchior canta "Fotografia 3x4" em um trecho do programa "MPB Especial", da TV Cultura ...
3 de jan. de 2017 · Vídeo enviado por Marcelo Sauaia

NECROPOLITICA- ACHILE MBEMBE- RESUMO DA TESE DO IDERVAL R.TENÓRIO- UFBA

 


NECROPOLITICA- ACHILE MBEMBE

 



   Apartheid na África do Sul: o que foi, como funcionava e como terminou


Hitler ria quando o nazismo era confundido com a esquerda
Eu tenho um sonho": há 55 anos, Martin Luther King | Política


28.573 Escravidão Stock Photos, High-Res Pictures, and Images - Getty Images


Garimpeiros, fazendeiros e madeireiros ameaçam os últimos indígenas  isolados | National Geographic

               PREFÁCIO 

NECROPOLITICA-   ACHILE MBEMBE

Nascido no dia 27 de julho  1957, em Otélé, Camarões, Mbembe é historiador e filósofo político. Obteve o seu doutorado em história na Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne) e foi professor em diversas universidades ao redor do mundo, incluindo a Universidade de Columbia, a Universidade de Harvard e a Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. É um dos mais  influentes intelectuais contemporâneos no campo dos estudos pós-coloniais e da teoria crítica.

Na sua obra Necropolítica (2003), explora como o poder moderno se manifesta na capacidade de decidir quem pode viver e quem deve morrer, oferecendo uma extensão crítica da teoria de biopolítica de Michel Foucault. Além de Necropolítica,  escreveu Crítica da Razão Negra (2013) e Políticas da Inimizade (2016), que influenciam debates acadêmicos e políticos sobre racismo, colonialismo e a condição humana no mundo globalizado.

Nasceu em Camarões, África, quando ainda era colônia francesa e teve todas as dificuldades de um povo dominado pelos colonizadores, só em 1960 Camarões conseguiu se emancipar da França.

Na sua trajetória mostrou o quanto é importante a educação. Conseguiu  viajar para Paris para continuar os estudos, colou  grau,  construiu o seu alicerce para a  vida acadêmica, depois foi para os Estados Unidos, onde sedimentou e fortificou as suas bases filosóficas. Hoje é um dos principais pensadores e um estudioso das consequências coloniais e do racismo ao redor do mundo.

No Brasil, a convite de muitas academias e institutos, tem dado palestras e participado de congressos nas pautas que domina.

Achile Mbembe, 67 anos de idade,  um pensador contemporâneo que trará reflexões  e criará novos horizontes para a humanidade.

O maior episódio que mostra a necropolítica na atualidade, é a  chacina de Israel sobre Gaza e as inimigas do oriente, Cisjordânia, Irã, Síria e outras menores. 

Iderval Reginaldo Tenório

       

Resumo da tese do Iderval Reginaldo Tenório, no curso de graduação Gênero e Diversidade da UFBA 2024.

NECROPOLITICA-   ACHILE MBEMBE


Na sua obra Necropolítica (2003), explora como o poder moderno se manifesta na capacidade de decidir quem pode viver e quem deve morrer, oferecendo uma extensão crítica da teoria de biopolítica de Michel Foucault. Além de Necropolítica,  escreveu Crítica da Razão Negra (2013) e Políticas da Inimizade (2016), que influenciam debates acadêmicos e políticos sobre racismo, colonialismo e a condição humana no mundo globalizado.

Para chegar à   necropolítica, mergulhou na história da humanidade, fundamentou-se  nas obras de grandes pensadores  do século XVII até a atualidade. A leitura de  Hobbes, Agamben e o Foucault foi condições sine qua non para se chegar  à  bandeira  NECROPOLÍTICA.

Estudou o contratualista inglês,  Thomas Hobbes, por intermédio  do Livro  LEVIATÃ, publicado no ano de 1651. O  Hobbes, nesta magnífica obra, informa que   os homens viviam em eternos conflitos  e guerras, não havia segurança, os mais fortes aniquilavam os mais fracos. Viviam em autodestruição, em estado de natureza  como animais selvagens  a defender a vida sem diálogo, com  derramamento de sangue, sem leis e sem ordens.  Propôs na sua obra, LEVIATÃ,  que abdicassem da liberdade individual e  daquele modelo  de vida, uma vez que não havia condições de prosperarem, urgia  a criação de um estado.

Argumentou que fosse    nomeado um gestor para governá-los, isto é,  outorgar a um soberano o poder absoluto em nome da paz e do diálogo. Este exerceria o poder por intermédio de um contrato social, no qual o povo autorizava e apoiava todas as sua atitudes com foco na proteção plena  da vida. Caberia a este soberano a deliberação de atos em busca da paz, da defesa  interna e contra os seus invasores, a finalidade era acabar com as guerras internas  e trazer a PAZ.  

" O “contrato social” em Hobbes é filosoficamente tratado como o ato simbólico dessa cessão de prerrogativas e poderes basicamente absolutos ao soberano, mediante o qual, as decisões e atitudes do soberano  passem a equivaler às decisões e atitudes de todos que supostamente lhe cederam a autoridade. O homem sairia do estado de natureza e passaria a conviver obedecendo critérios sob o comando de um homem ou de uma assembleia. 

“Um Estado é considerado instituído, quando uma multidão de homens concorda e pactua que a um homem ou a  uma assembleia de homens seja atribuído, pela maioria, o direito de representá-los sem exceção, tanto os que votaram a favor, como os que votaram contra, devendo autorizar todos os atos e decisões como se fossem seus, a fim de uma convivência pacifica e com proteção”.

O  regime caminhou até a Revolução Francesa 1789 a 1799, quando a sociedade francesa passou por uma transformação épica, a  evaporaram dos privilégios  feudais, dos religiosos e da aristocracia. O povo vivia num caldeirão  efervescente e lutava por liberdade, fraternidade e igualdade.  Foi às ruas  e derrubou a monarquia absolutista que reinava há anos, inclusive executando o Soberano LUIS XVI em 1792.    

A Execução do Luís XVI, na guilhotina, é um dos acontecimentos mais importantes da Revolução Francesa e foi realizada em praça pública em janeiro de  1793, em Paris.

Após a revolução, o  mundo passou aos poucos de rural para urbano e as nações ocidentais ( europeias) passaram a invadir outros povos:  Américas, África e Ásia em busca de aumentar o seu poderio, para isto invadiam, escravizavam e matavam os povos nativos, que para eles eram atitudes normais, tratava-se de raças inferiores. Achavam que humanos  eram apenas os ocidentais, os demais povos  eram gados ou  animais  selvagens. Não cometiam crimes em eliminá-los  para o  bem dos colonizadores.

Neste contexto  o Mbembe, ja no século XX,  cita o Giorgio Agamben(Filósofo italiano, nascido em Roma no  22 de abril de 1942,  hoje com 82 anos . O Agamben faz um relato do que aconteceu após a primeira guerra mundial,  conflito bélico global centrado na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. Diz o Agamben  que,  com  a industrialização do ocidente,  o mundo virou uma engrenagem industrial e o homem uma máquina de trabalho, um mero   operário que deveria funcionar ininterruptamente por períodos de 12 a 15 horas por dia.

Refere que  após a guerra,  surgiram dois movimentos no continente europeu: 

O Fascismo, ideologia política ultranacionalista e autoritária, de  poder ditatorial, repressor da oposição por via da força, de  forte arregimentação da sociedade e da economia;  e o Nazismo, marcado por defender um nacionalismo extremado, com posturas abertamente antissemitas e contra a democraciamovimentos de segregação racial.

Aduziu AGAMBEN  que existiam  dois tipos de  homens: os cidadãos e os não cidadãos; e vários tipos de raças, uma raça superior, A BRANCA,  e outras   inferiores. 

Negros, Índios, Judeus e Aborígenes eram  vidas sem atributos políticos e que poderiam sofrer quaisquer tipos de opressão e  de não proteção a vida.  Lembra do holocausto, da escravidão, da invasão dos povos indígenas  e dos povos africanos, que  segundo o Mbembe foram são demandas sociais da mesma estipe. O que aconteceu na Alemanha, o holocausto, teve grande repercussão por se tratar de um  episódio acontecido dentro do território europeu.

Ao conhecer os lógicos   relatos do Giorgio Agamben,  a respeito do  domínio dos opressores  sobre os oprimidos na Alemanha, das chacinas  no continente africano e no americano, quando cita o Apartheid na Africa do Sul,o genocídio de Ruanda,  massacre que  extermínou 70%  da minoria de pessoas dos grupos étnicos tútsis, tuás e até os moderados dos  hútus, massacre realizado pelos Hutus patrocinado pelo governo oficial em 1994.  

Alerta sobre a escravidão no Brasil e em Cuba,  a matança de milhões de indígenas  nos Estados Unidos e no Brasil, fundamentados   com a  outorga soberana de uma  raça branca, superior, o Mbembe  absorveu e entendeu  aquelas medidas como  NECROPOLÍTICA.  

Para esta classificação, utilizou os postulados  do Michel Foucault, que abordava  estas demandas como biopolítica, propriedades   nas quais os brancos, os ricos, as empresas, os políticos  e as elites,  que  para manterem os  lucros nas suas fabricas e  fazendas implantaram cuidados seletivos  para com  os operários.

Como os operários eram a força motriz, implantaram a   propriedade de  seleção dos trabalhadores, escolhendo   os melhores, os produtivos e os que contribuíam para a alta produção. Os fracos, os que adoeciam, os acidentados  no labor e ficavam improdutivos eram  escanteados,  abandonados à própria sorte e esquecidos  nas periferias das cidades e nos campos,  engrossando o universo dos desassistidos. Na Europa, Ásia e nas Américas  as crianças entravam no mercado de trabvalho aos 09 anos de idade ou menos.

O conceito de biopolítica foi introduzido pelo filósofo francês Michel Foucault em (1975-1976). Segundo Foucault o termo surgiu nos séculos XVIII e XIX, focada na administração e regulação da vida das populações.

A biopolítica contrasta com a soberania tradicional, que era principalmente o direito de "deixar viver e fazer morrer". Foucault argumenta que a biopolítica é uma característica essencial das sociedades modernas, onde o controle sobre a vida é um componente central do poder político. Ela se manifesta em políticas públicas que buscam otimizar a saúde e o bem-estar da população, como também expressar formas opressivas, como em regimes que monitoram e controlam cada aspecto da vida dos cidadãos. 

Para as elites caucasianas, numa camuflada, separatista  e  velada convivência social  existia uma raça superior, a branca, e outras inferiores, as demais raças, estas eram  propícias ao crime e  à preguiça, e   mesmo sem  comprovação cientifica, ao  não aprendizado por deficiência cerebral,  eram seres  que poderiam ser descartados. Este pensamento  perdurou até os anos 60 e 70  notadamente  nos Estados Unidos das Américas,  vide os movimentos desencadeados por Rosa Parks e Martin Luther King Jr., no   Brasil Abdias do Nascimento e o  Ailton Krenak,  líder indígena de etnia krenaque, ambientalista, filósofo, poeta e escritor, hoje  um imortal da Academia Brasileira de LetrasO Mbembe classificou estes atos cruéis  de  NECROPOLÍTICA, que dava  ao Estado e ao Soberano até  as prerrogativas da morte.

Aqui no Brasil, o país facilitava a entrada de brancos europeus para embranquecer  a raça, uma vez que índios e negros eram raças inferiores.

Clareamento racial  ou branqueamento  é uma ideologia que era amplamente aceita no Brasil,  entre o final do século XIX e início do século XX,  como a solução para o excesso de indígenas, mestiços e negros. Os simpatizantes[acreditavam  que a raça negra iria avançar cultural e geneticamente na nação com a  miscigenação entre brancos e  negros. Esta ideologia ganhou o apoio  do racismo e do Darwinismo Social, imbricada  com o conservadorismo da  elite branca da época, que  acreditava que o sangue ''branco" era superior,  e inevitavelmente iria clarear as demais raças. 

Hoje, no Brasil, o preconceito racial, notadamente aos negros é sutil e camuflado para os que se classificam como brancos, classes média e alta. É agressivo, cruel, ameaçador, claro e  sedimentado na cabeça dos jovens negros, pobres e que moram nos bairros periféricos. Estes seres humanos enxergam os policiais, que deveriam ser protetores,  como  ameaças ao seu ir e vir,  principalmente em épocas     de policiamento ostensivo. Esta população sente-se ameaçada no período noturno ao retornar para casa após a jornada de trabalho, as aulas noturnas, as festas e até mesmo nos encontros com amigos nos seus logradouros, muitos sucumbem ao contestar as abordagens policiais.                Depoimento de alunos da UFBA

A  propriedade da necropolítica se destaca por proporcionar um novo quadro teórico para analisar as questões de soberania, guerra, racismo e exclusão social. Isto fez com que Mbembe desvendasse  as agruras da  escravidão, do colonialismo e das invasões europeias em nome do progresso, perpetrado  por cruéis colonizadores durante séculos.  

Mbembe atiçou fogo na fogueira da liberdade,  da verdadeira colonização e o poder inumano  dos ocidentais em busca da hegemonia no planeta.  

O sociólogo clareou fatos históricos, racistas,  sociais  e antropológicos, e   alavancou o verdadeiro estudo do racismo em todas as Universidades  pelo mundo.

                                               Iderval Reginaldo Tenório

 

Era um Garoto, Que Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling ...

Provided to YouTube by RCA Records Label Era um Garoto, Que Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones · Engenheiros Do Hawaii O Papa É ...
YouTube · Engenheiros do Hawaii - Topic · 11 de ago. de 2015

 

Engenheiros Do Hawaii - Era Um Garoto Que Como Eu ...

Engenheiros Do Hawaii - Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones Musicalidade. caráter, qualidade ou estado do que é ...
YouTube · Musicalidade · 2 de nov. de 2022