A
TRISTE PARTIDA
Do poeta Patativa do Assaré, o Cearense do Século
e do Imortal Luiz Lua Gonzaga , O Pernambucano do
Século
LUIZ GONZAGA O MAIOR ARTISTA BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS.
LUIZ GONZAGA O MAIOR ARTISTA BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS.
A História
da Música
A TRISTE PARTIDA
da Música
A TRISTE PARTIDA
Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga
Brasil 1964 Ditadura Militar.
O Brasil passava por um entrave político, saia da Presidência da República o Juscelino Kubitschek, entrava o Jânio Quadros no dia 31 de
janeiro 1961, renunciando no dia 25 de agosto de 1961, governou por sete meses.
Em agosto de 1961, assumia interinamente, o
Presidente da Câmara, o Dep. Federal por São Paulo, Ranieri Mazzilli por 14 dias, uma vez que o vice, João
Belchior Marques Goulart(JANGO) encontrava-se na China a convite do governo
chinês, ao chegar assumiu no dia 08 de setembro 1961 e governou até 01 de
abril de 1964, quando foi deposto pelo golpe militar, articulado pelo alto comando.
Voltou à presidência, mais uma vez, o Deputado Federal Ranieri Mazzilli, do dia 02 de abril de 1964 até o dia 15 de abril, por 13 dias, quando em definitivo o General cearense
Humberto de Alencar Castelo Branco sentou na cadeira até 15 de
março
de 1967. O país fervia com os comandos das forças armadas e o início de uma ditadura
militar.
No sertão do Ceará, terra de grandes poetas, ouvia-se
uma música muito penosa, porém realista, cantada por duplas de violeiros, cantadores e
repentistas nas feiras livres das cidades cearenses. Uma verdadeira ladainha
de sofrimento, arrastada e em cantilena. Documentava o desrespeito com o povo, a fome, o êxodo rural e a
procura do pão nas terras do Sul, principalmente São Paulo e Paraná.
Era eu menino
nas terras do Padre Cicero, quando
muitos parentes, romeiros e
trabalhadores,
da minha Serra do Araripe e do Cariri, iam para o Sul do país nas carrocerias de caminhões Pau de Arara. O intento era escapar da seca. Famílias inteiras, tais quais as
asas brancas, partiam em busca de dias melhores.
O poeta Patativa do Assaré, um agricultor auto didata, num
dia de muito trabalho e suor, debaixo do
sol causticante da Serra de Santana, no municipio de Assaré , documentou
na sua mente o que realmente acontecia à época e inteligentemente batizou de A
TRISTE PARTIDA.
A músca com os seus meu Deus, meu Deus, os seus AI, AI, os meses do ano, setembro, outubro, novembro e dezembro..., o sol, o vento, a
peste, a fome, o natá, seu berço, seu lá, os gemidos, as águas dos
óios, a cigarra, o carro de boi, o caminhão, o patrão, a boneca, a roseira,
a menina, a seca, o mês de março, as pedras de sá, a barra, o escravo, o
sul, as caras estranhas, o
norte, a ausência de cidadania, o desprezo, a lama, o paú, o choro, o
milagre, a saudade, o cachorro, meu gato, meu mimi, meu pé de fulô, a
poeira, o meu Ceará, São José, o burro, o cavalo, o galo, a poeira, a
saudade,
a morte, Sum Palo, o feliz fazendeiro,
a vida e o êxodo rural invadia os sert~çoes nordestino num pedido de socorro. O poeta mostrou o BRASIL esquecido, o BRASIL invisível, o Brasil dos abandonados.
O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, já meio triste com a sua carreira em 1964, numa de suas viagens pelo
Sertão ouviu, gostou e perguntou quem era o autor. Os violeiros disseram :
"É de
um agricultor de Assaré, um rapaz muito simples que vive da lavoura, o Antonio
Gonçalves, o Patativa do Assaré."
O Rei Luiz, já famoso, tomou o endereço e foi até Assaré. Uma pequena
cidade na micro região Sul do Ceará, chegando lá se identificou e o poeta Patativa emocionou-se e disse quase em lágrimas:
"Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, na minha casa? O que se assucede?"
Luiz Disse :
"Sim senhor, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga na sua
casa."
Patativa quase em soluço falou:
"E o que quer o senhor, este monstro importante, na
minha casa?"
Luiz disse:
O Patativa deu um pulo da moléstia e falou:
"Como é mesmo seu Luiz? gravar e dizer que a
poesia é sua? qualquê, qualquê seu Luiz,
qualquer coisa, isso jamais, a poesia
seu Luiz é como um filho, só possui um pai e o pai sou eu, não vai gravar."
Seu Luiz rebate:
"Homem, esta
música eu tenho que gravar, é a música mais bonita que já vi na minha
vida e eu tenho que gravar, conta a vida dos nossos irmãos nordestinos, conta a minha e a sua história, é um documentário."
Patativa do Assaré completa
"Só grava se for assim e se colocar o meu nome. Tem
mais seu Luiz, eu não quero nenhum tostão do senhor, sei que vai fazer sucesso."
Este foi o histórico diálogo.
Depois de muitos acertos, gargalhadas e selado
as pazes, o Luiz disse ao Patativa que a música era muito bonita, porém
não poderia gravar seca e sacudida, ao pé da letra, era muita ofensa ao sul, tinha que modificar algumas coisas, foi quando o
Patativa se irritou ainda mais, fechou a cara e ficou turrão.
O Luiz tomou uma
cachaça e um café com o poeta, sentou-se
no pátio, fez uma pequena
modificação e assim se justificou ao mestre Patativa diplomaticamente. O
rei não era rei à toa, o Luiz Gonzaga era um visionário, nasceu para
ser o que foi e continuará sendo a maior expresssão da música
brasileira. LUIZ GONZAGA, O IMORTAL.
Assim o Rei se pronunciou ao gigante e também imortal Patativa do Assaré, o Antonio Gonçalves da Silva ( Nascido em Assaré, 5 de março de 1909 — Falecido em Assaré, 8 de julho de 2002):
Assim falou o Luiz Gonzaga
"Patativa me diga uma coisa, quando o mestre fala na
estrofe 10, no último verso rimado, só se aplica ao seu Ceará ou se
aplica a todos os nordestinos que vão escapar em São Paulo?
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu CEARÁ
Se aplica ao Pernambucano, ao Baiano, ao
Paraibano, ao Potiguar, ao homem do Piauí, do Maranhão e de outros recantos
secos do Brasil? ou é só para o Ceará? Só para o sofredor cearense?"
O Patativa reforça que pode ser para qualquer
nordestino que deixa a sua terra, pode ser usado para todos os que saem de sua terra natal e vão escapar no
Sul.
Então Luiz , com a sua educação e sabedoria diz ao
poeta:
"Então Poeta, em vez de gravar como o mestre criou, eu
vou fazer a seguinte modificação, veja se o mestre concorda.
O rei modificou o último verso da décima estrofe que
dizia:
............................
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu CEARÁ
e modificou para
..............................
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Partido de pena
De longe acena
ADEUS MEU lugar.
Antes do Patativa
fumar o segundo cigarro de palha o Luiz disse:
"Tem mais poeta, nos
últimos versos da última estrofe, o poeta diz que o nortista vai
ser escravo e vai sofrer no sul. O poeta não acha que ele sofre mais aqui do que
lá? pelo menos lá ele come, trabalha e terá um fio de
esperança, enquanto aqui ele sofre, não come e morrerá no abandono. Então ele
sofre cá e sofre lá, mais cá do que lá, então eu queria fazer esta
simples modificação ".
Assim o poeta Patativa escreveu no original:
" Faz pena o nortista
Tão forte e tão bravo
Viver como escravo
Tão forte e tão bravo
Viver como escravo
Nas Terras do Sul."
"Eu queria fazer esta
pequena modificação, porque se não fizer, eu , você e o retirante, nós todos
juntos estaremos fazendo uma injustiça com o Sul e
sendo muito ingrato. Poeta Patativa , a gratidão é uma das virtudes do homem, principalmente com
os Estados de São Paulo e do Paraná que nos acolhem muito bem,
acredito que não receberão bem a música e será um fiasco."
O Luiz, o Rei do
Baião, apresentou a seguinte modificação. Modificou de "Nas Terras do Sul" para "no norte e no sul"
Faz pena o nortista
Tão forte E tão bravo
Viver como escravo
Tão forte E tão bravo
Viver como escravo
No norte e no sul
No fim do encontro,
choro e abraços, o Patativa disse ao Rei:
"Seu Luiz, pode
colocar o seu nome, estas modificações deram vida e alma ao poema e à música, era isso que eu queria falar, uma música de paz e de socorro."
Assim foi selado uma parceria de respeito- A Triste Partida de Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga.
A Triste Partida foi
imortalizada pelo Rei e muitos outros ícones.
Considerada pelo próprio Luiz Gonzaga do Nascimento
a sua mais importante música sem se esquecer da ASA BRANCA.
Durante
muitos anos
chovia de direitos autorais alguns trocados na conta do Antonio
Gonçalves, o mestre Patativa do Assaré, que pessoalmente me disse , que
foi o Raimundo Fagner quem mais lhe enviou
recursos para a sua subsistência financeira sem se esquecer que o Rei Luiz também mandava.
E assim falou o PATATIVA
"o Fagner é um grande
homem"
Patativa do Assaré.
Iderval Reginaldo
Tenório
Livros do Patativa da Editorta Vozes-
1- Cante Lá que eu canto cá.
2-Espinho e Fulô
e outros
PESQUISEM - PATATIVA DO ASSARÉ.
Livros do Patativa da Editorta Vozes-
1- Cante Lá que eu canto cá.
2-Espinho e Fulô
e outros
PESQUISEM - PATATIVA DO ASSARÉ.
A TRISTE PARTIDA - PATATIVA DO ASSARÉ
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Um retrato da alma nordestina. Música de Luiz Gonzaga e Poema de Patativa do Assaré.
YouTube · senhorincrivel · 25 de jun. de 2009
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