14 de Março, Dia Nacional da Poesia
Doutor, inté outro dia. Zé Praxedes. Poesia
DOUTOR INTÉ OUTRO DIA
Zé Praxedes
Doutor inté outro dia
basta você precisar
um criado às suas ordens
na Serra do Jatobá
Pros almoço tem galinha
tem quaiada pro jantar
água cheirosa de tanque
pra vosmecê se banhar
Leite quente ao pé da vaca
quando o dia amanhecer
café torrado no caco
de quando invez pra você
Aguardente potiguar
caso goste de beber
capim mimoso verdinho
pra seu cavalo comer
Pra vosmecê fazer lanche
mel de abelha com farinha
tem da fonte milagrosa
água fria na quartinha
Pra vosmecê se deitar
uma rede bem arvinha
leve tombém sua muié
proque lá só tem a minha
JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN). Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto. Aos sete anos de idade foi matriculado na Escola do povoado Recanto, do mesmo município, onde sua família passou a residir. Com 16 anos foi internado no Colégio Pedro II, hoje Ruy Barbosa, na capital do estado.
Durante as férias ele retornava à Recanto, onde se dedicava, de corpo e alma, a vida do campo. Nas vaquejadas era alvo da admiração e orgulho dos vaqueiros; contava em versos a vida do homem sertanejo.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em
1941, e geraram José Praxedes Filho. Em 1950, como quase todo nordestino
fazia à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e
desembarcou no Rio de Janeiro. No ano de 1960 publicou o livro “O
Sertão é Assim”; posteriormente, em 1970, foi publicado “Meu Siridó”,
que teve uma 2ª edição em 1979, pela editora Clima.
Um dos seus
trabalhos, mais importantes foi o livro “Luiz Gonzaga e Outras Poesias”,
que é a primeira biografia sobre o Rei do Baião, inclusive, toda
escrita em versos matutos, com o prefácio de Luís da Câmara Cascudo,
editado em São Paulo no ano de 1952.
Leite quente ao pé da vaca é bom demais 👏🏼👏🏼😊
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