quarta-feira, 6 de março de 2024

RELATO DE UMA ARIANA

 

 

Carregando o mundo nas costas? O que podemos aprender com Hércules para  evitar o peso da sobrecarga - Dra. Francis Paciornik

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Eu sou ariana!! . Obrigada por ter me escutado!! Minha história não é a mais bonita, mas é a minha história. Dela eu pude tirar aprendizados como nunca fazer mal a ninguém, principalmente a uma criança (eu só tinha 8 anos) e a pessoa era um homem com mais de 40. Eu já não tinha minha mãe pra me proteger e muito menos um pai ou irmão para me acolher.

Eu tinha uma avó que não tinha tempo pra essas coisas, a única preocupação dela era se teríamos o que comer no dia seguinte. E não estava errada, assim, ela com todas as dificuldades, conseguiu nos sustentar até quando pode. Até meu pai tirar alguns de nós dela, e eu fui me parar na casa de uma tia que eu admirava e amava e que só me fez sofrer, até jogar em minha cara que me fazia um favor. Disse até que meu futuro seria a prostituição quando eu nem conhecia essa palavra. 

Eu conheci a rejeição daqueles que eu via como minha base (irmãos, tias, pai) desde muito cedo, a única pessoa que me amou de verdade, eu perdi aos 6 anos de idade (a minha mãe). Talvez eu fosse uma pessoa melhor do que eu sou hoje se ela tivesse tempo de cuidar mais de mim. Ela não teve esse tempo. Nunca me deu um tapa, também não lembro de abraços porque ela já estava muito doente, mas lembro exatamente de palavras doces que vieram de sua boca, quando minha avó queria nos proibir de chegar perto dela por causa da doença e ela dizendo "deixa eles virem mamãe" e eu fui e me agarrei em suas pernas e ali fiquei paradinha enquanto ela alisava a minha cabeça e a do meu irmão (pai de Samuel) na época tínhamos 6 e 4 anos. Foi a única vez que senti um toque de minha mãe e dias depois ela me deu um adeus que eu nunca consegui apagar da memória. 

Vestido azul, cabelos presos, partido ao meio, e uma mão acenando para mim querendo dizer "filha, estou indo, não deixa de ser feliz e de amar, ainda que as pessoas não façam o mesmo com voce". E foi assim, exatamente assim, que me tornei essa pessoa que sou hoje. Eu não sei fazer outra coisa na vida, senão amar, principalmente os meus, mesmo que não haja reciprocidade. Talvez minha mãe tenha me deixado a missão que ela não teve tempo de cumprir, pois aos 47 anos ela precisou partir.

Ariana da Silva , 50 anos.

 

A Volta da Asa Branca / Asa Branca - Nonato Luiz - YouTube

Nonato Luiz - Baião Erudito - A Música de Humberto Teixeira e Luís Gonzaga (2004)
YouTube · Rodrigo Castro de Mendonça · 1 de dez. de 2013

 

Um comentário:

  1. Que história triste mais ao mesmo tempo bonita pelo legado q a mãe deixou. As lágrimas vieram aos olhos. Sandrinha

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