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Desenvolvimento infantil: o que observar até os 5 anos?
Afinal de contas, o que são marcos do desenvolvimento infantil?
São comportamentos e atitudes que crianças de cada faixa etária devem manifestar. Funcionam como referências para identificar seu avanço e crescimento.
Esses marcos foram elaborados e periodicamente revistos pelo CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), que é uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
É comum que esses marcos não ocorram exatamente nos períodos indicados, porque isso depende do desenvolvimento individual da criança.
Conhecê-los, no entanto, é importante, pois atrasos significativos podem indicar problemas. Além de observar atentamente os marcos do desenvolvimento infantil, é primordial fazer o acompanhamento com um pediatra.
Isso por que existem linhas de direção, que orientam a respeito do “esperado” em cada fase. No entanto, vale lembrar, cada criança é única e tem um tempo diferente de desenvolvimento. Prematuros, por exemplo, podem demorar muito mais para atingir esses marcos.
Dito isso, conheça abaixo os marcos na vida das crianças, do momento em que nascem até completarem cinco anos. E saiba o que esperar de cada uma dessas etapas.
NOS PRIMEIROS 6 MESES
DESENVOLVIMENTO MOTOR
- Com 1 mês, consegue levantar a cabeça;
- Com 2 meses mantém a cabeça erguida por períodos curtos;
- Com 3 meses consegue segurar firmemente a cabeça, leva a mão à boca, sugar os dedos e consegue segurar objetos com firmeza por períodos curtos;
- Aos 4 meses, junta as mãos e bate nos brinquedos e já consegue segurar os objetos e esticar-se para tentar pegá-los; apoia o peso da perna e consegue se virar deitado;
- Com 5 meses leva objetos à boca e senta com apoio;
- Aos 6 meses rola nas duas direções deitado.
MANTER A CABEÇA E VIRAR
Uma das primeiras conquistas do bebê é conseguir segurar a cabeça firmemente. Depois que consegue fazer isso, ele passa a fortalecer os músculos para se preparar para as próximas etapas.
Se aos 3 meses você notar o pequeno fazendo uma espécie de flexão, levantando a cabeça e os ombros, e usando os braços como apoio, não se assuste, isso é ele treinando para mais tarde conseguir se virar. Conseguir virar é uma etapa importante da locomoção, mas nem todo bebê passa por ela. Alguns vão pular essa fase, e ir direto para o engatinhar ou andar. O marco de conseguir se virar sozinho acontece, geralmente, entre o 5° e 6° mês.
Quando se preocupar?
O mais importante na hora de avaliar se há alguma coisa errada no desenvolvimento motor, é verificar se o bebê tenta se locomover. Caso contrário, se ele não tenta virar em nenhuma direção, e não demonstra interesse em se mover, é importante consultar um especialista para fazer uma avaliação mais precisa.
AUDIÇÃO
A audição do bebê se desenvolve muito rápido e está completamente formada ao final do primeiro mês. Aos 3 meses, o lobo temporal – responsável pelo gerenciamento da memória – do pequeno fica mais receptivo e ativo, e com isso a audição, a linguagem e o olfato passam a se aprimorar ainda mais.
Nessa fase, o bebê já segue os sons que ouve. Vale lembrar que a audição é uma importante etapa para o desenvolvimento da fala, por isso é essencial ficar de olho ao que é esperado e quando você deve se preocupar.
O bebê até os 6 meses deve ser capaz de:
- Reagir ao som com 1 mês;
- Sorrir “socialmente” com 2 meses;
- Virar a cabeça na direção dos barulhos com 3 meses;
- Virar na direção de barulhos novos com 5 meses;
- Virar na direção de sons e vozes com 6 meses.
Quando se preocupar?
Caso o bebê não reaja aos sons, nessa fase, ou não se assuste, por exemplo, com barulhos altos ou repentinos, é importante conversar com um especialista. Se existirem casos de problema auditivo na família é necessário informar ao médico e ficar atento às alterações.
Bebês prematuros podem ter mais problemas auditivos que os que nascem a termo.
VISÃO
A visão do bebê, ao nascer, é um pouco embaçada. Não à toa, os recém-nascidos apresentam um leve estrabismo, o que é normal. Embora enxergue desde o nascimento, conseguindo distinguir formas, luzes e movimentos, a visão do pequeno estará bem aperfeiçoada, parecendo com a de um adulto, entre 6 e 8 meses de vida.
O fato do bebê ser um pouco estrábico quando nasce acontece por que ele não consegue focalizar os dois olhos ao mesmo tempo, o que só vai acontecer aos 2 meses. A visão é essencial também para o desenvolvimento da coordenação motora.
Até os 6 meses, o bebê deve:
- Olhar fixamente para os rostos com 1 mês (nessa fase ele só enxerga objetos muito próximos, entre 20 e 30 centímetros);
- Seguir objetos com o olhar aos 2 meses;
- Reconhecer o cheiro e voz das pessoas mais próximas aos 3 meses;
- Perceber mais claramente a diferença de tonalidade das cores, entre 2 e 4 meses;
- Saber quando algo está longe ou perto, aos 4 meses;
- Enxergar objetos pequenos aos 5 meses.
Quando se preocupar?
Caso o bebê não consiga fixar o olhar ou seguir um objeto com os dois olhos aos 3 ou 4 meses, vale uma consulta com um especialista.
Aqueles que continuam estrábicos aos 5 meses também devem passar por uma avaliação. Assim como ocorre com a audição, bebês prematuros também podem apresentar mais facilmente problemas visuais, como miopia e estrabismo.
INTERAÇÃO/COMPREENSÃO
Recém-nascidos tendem a passar a maior parte do tempo dormindo, e isso é normal e essencial para eles, nesse inicio. No entanto, quando estão acordados eles estão sempre observando tudo o que acontece à sua volta. Conforme o sistema neurológico fica mais aperfeiçoado, os bebês vão captando ainda mais coisas.
Nesse começo, eles entendem as coisas muito mais pelos sentidos, também por isso é importante receberem afeto, atenção e cuidado. Isso só ajuda ainda mais no pleno desenvolvimento deles.
Espera-se que até os 6 meses, os bebês consigam:
- Desenvolver choros diferentes para cada necessidade com 2 meses;
- Agitar-se com brincadeiras e músicas aos 3 meses;
- Darem o primeiro sorriso de verdade entre os 2 e 3 meses.
FALA
A fala, evidentemente, demora um pouco para se desenvolver, pois é extremamente complexa, e envolve, como mencionado, uma audição saudável, interação, entre outras coisas.
No entanto, bebês se comunicam o tempo todo pelo choro. Essa é a forma de linguagem deles, e deve ser entendida como tal. Um bebê que chora está solicitando algo, e deve sempre ser ouvido.
Para o desenvolvimento da linguagem, a criança primeiro aprende as regras da linguagem e como funciona a comunicação, para depois começar a falar.
Até os 6 meses, ela deve ser capaz de:
- Fazer sons como “agu” e “arru” aos 2 meses;
- Dar gargalhadas e gritos aos 3 meses;
- Responder aos sons que ouve aos 4 meses;
- Tentar imitar os sons que ouve aos 6 meses.
ENTRE 7 E 12 MESES
DESENVOLVIMENTO MOTOR
- Com 7 meses o bebê senta sem apoio e tenta se arrastar,
- Aos 8 meses transfere objetos de uma mão para outra, engatinha, aponta e atira objetos no chão;
- Com 9 meses já fica de pé segurando em algo, usa movimentos de pinça para pegar objetos pequenos e bate objetos uns contra os outros;
- Aos 10 meses anda segurando nos objetos e mostra o que quer com gestos,
- Fica de pé sozinho por alguns segundos aos 11 meses,
- Fica de pé por mais tempo aos 12 meses.
SENTAR
Antes de conseguir sentar como “gente grande”, o bebê vai precisar de muito apoio, literalmente. Do contrário, vai tombar para o lado sempre.
Sentar não é tão fácil quanto parece, e envolve o bebê descobrir que para manter o equilíbrio, quando sentado, deve conseguir fazer algumas coisas, como inclinar-se um pouco para frente e apoiar os braços.
Esse importante marco vem depois, evidentemente, que ele consegue segurar bem a cabeça e ocorre quase ao mesmo tempo que o marco de se virar sozinho, e isso acontece por volta dos 8 meses.
Quando se preocupar?
Se o bebê não consegue sustentar a cabeça com 6 meses e não demonstra esforço para fazer apoio com os braços, é importante procurar um médico. Mas vale lembrar que cada criança tem seu tempo, e o essencial é que ela esteja avançando nas etapas, ainda que lentamente.
ENGATINHAR
Nem todo bebê engatinha, alguns preferem pular de fase e andar direto, e outras engatinham de um modo todo peculiar.
Quando os músculos ficam mais fortes, e o bebê já consegue sentar sem apoio, ficando de quatro, sem cair no chão, tudo está preparado para que ele consiga engatinhar, o que ocorre, entre 6 e 10 meses. Até 1 ano de idade, o bebê já domina completamente essa forma de locomoção.
Quando se preocupar?
Consulte um especialista, caso o bebê chegue a 1 ano, sem interesse em se locomover, de nenhuma forma. Caso ele não tente fazer movimentos sincronizados com os braços e pernas para tentar sair lugar, peça ao médico para avaliar o caso.
FALA
Entre 7 e 12 meses, o bebê já é capaz de fazer as seguintes coisas:
- Imitar sons da fala aos 7 meses;
- Falar “papa” e “mama”, mas sem especificar aos 8 meses,
- Fazer combinação de sílabas para produzir sons aos 9 meses;
- Entender o significado de “não” aos 10 meses,
- Aos 11 meses é capaz de dizer “papa” e “mama” para a pessoa certa;
- Com 12 meses diz mais palavras e faz sons parecidos com palavras.
INTERAÇÃO/COMPREENSÃO
- Por volta dos 7 meses pode começar a sentir medo de estranhos;
- Consegue reconhecer a própria imagem aos 9 meses;
- Dá tchau aos 10 meses;
- Aos 11 meses participa de brincadeiras e imita os outros;
- Entende as instruções simples aos 11 meses;
- Entende e cumpre instruções simples aos 12 meses;
- Começa a “testar” os pais.
ENTRE 1 E 2 ANOS
ANDAR
Quando nasce, o bebê tem um reflexo primitivo, que some aos 12 meses. Se colocado em pé, segurando-o pelos braços, ele vai fazer um movimento, como se fosse querer andar. Isso é normal e esperado, chama-se “Reflexo da Marcha”.
A partir do momento que o bebê consegue sentar sem apoio, engatinhar com bastante destreza, ele passa a perceber que pode segurar nos móveis, por exemplo, para ficar de pé. Isso ocorre, normalmente, por volta dos 10 meses.
Daí em diante é só questão de confiança e equilíbrio para ele começar a dar os primeiros passos, o que acontece, geralmente, entre os 9 e os 12 meses.
A maior parte deles vai andar bem com 1 ano e 3 meses, mas outros podem demorar um pouco mais. Os primeiros passos costumam ser na ponta dos pés e com os pés voltados para fora, o que costuma resultar em um andar bastante peculiar, por sinal.
Quando se preocupar?
Caso o bebê não ande com 1 ano e 3 meses, avalie se ele está avançando e tentando se locomover. Algumas crianças demoram mais a andar, e podem só fazer isso depois de 1 ano e 5 meses. O importante é que tenha interesse em se locomover e evolua, ainda que lentamente.
FALAR
Como visto anteriormente, o processo da fala começa com o bebê descobrindo que consegue fazer sons com a boca, com a língua, com os dentes. Essa descoberta leva então a uma série de vocalizações, que depois vão parecer palavras, e posteriormente vão tornar-se palavras reais.
Entre 1 ano e meio e 2, a maioria das crianças já consegue falar cerca de 200 palavras. O mais importante, desde que o bebê nasce, é conversar muito com ele, justamente para ele ter bastante contato com a linguagem e assimilar como funciona.
Entre 1 e 2 anos, a criança já consegue formar frases curtas, com duas ou três palavras.
Quando se preocupar?
Bebês que param de balbuciar com 6 meses podem ter problemas de audição. Se nessa fase, o pequeno não fizer nenhum som ou reagir a eles, é importante consultar um especialista. Mais para frente, por volta de 1 ano e 3 meses, crianças que não falam nenhuma palavra compreensível também devem ser avaliadas.
COMPREENSÃO/INTERAÇÃO
Nessa fase, o pequeno vai deixando de ser bebê para se tornar uma criança. Por isso muita coisa muda, entre o 1° e o 2° ano de vida.
Ele já reage bastante, por exemplo, se brigarem com ele, ou o elogiarem. Por meio da construção de frases curtas, a criança vai se comunicando com mais eficiência e descobrindo conceitos, que antes não fariam o menor sentido, como ação e reação, o que são formas geométricas, como montar um quebra cabeças.
Nessa fase a criança também reconhece o próprio nome e partes do corpo, presta atenção em histórias pequenas e já tem senso de humor.
ENTRE 2 E 3 ANOS
COORDENAÇÃO MOTORA
Nessa etapa, a criança já tem bastante domínio da coordenação motora, embora episódios de quedas e tropeços ainda sejam frequentes. Entre 2 e 3 anos, ela já consegue fazer coisas, como:
- Tirar os sapatos;
- Chutar a bola sem perder o equilíbrio;
- Dançar;
- Vontade de mexer em tudo que encontra pela frente.
COMPREENSÃO/INTERAÇÃO
Praticamente todos os pais devem concordar: entre 2 e 3 anos, aquele bebê gracioso que os fazia derreter-se a cada coisa nova que faziam, some e dá lugar a uma criança que testa a autoridade e os limites o tempo todo.
Nessa fase entra em cena também um certo comportamento autoritário, uma necessidade muito grande de impor as próprias vontades. Isso acontece por que a criança está se descobrindo como indivíduo, amadurecendo, percebendo que é uma pessoa diferente e separada dos pais, literalmente.
No entanto, essa etapa também é cheia de coisas positivas, pois é nessa fase que a criança compreende, de fato, os elementos que compõem os relacionamentos. Tudo que você proporcionou em termos de afeto ela “devolverá” agora, reproduzindo, muitas vezes, a forma como foi tratada. Daí a importância de lidar com as crianças com bastante atenção, cuidado, e amor. Elas retribuirão, pode acreditar.
FALA
Já com uma linguagem mais “refinada”, a criança nessa fase, já faz as seguintes coisas:
- Cumpri ordens, quando solicitada;
- Chama os mais próximos, como os familiares, pelo nome;
- Fala de si mesma na terceira pessoa;
- Aumenta a quantidade de frases faladas e aprende a usar o plural;
- Começa a perguntar coisas, como “cadê?”, “o quê?” e “onde?”.
ENTRE 3 A 4 ANOS
DESENVOLVIMENTO MOTOR
Sabe tirar as próprias roupas;
Já consegue pedalar;
Segura o lápis na posição correta e gosta de desenhar.
FALA
Nessa etapa, a criança já tem um vocabulário mais extenso, conseguindo construir frases com até 6 palavras, além de começar a assimilar as regras gramaticais mais simples. Entre 3 e 4 anos, ela já lembra e conta historinhas.
Quando se preocupar?
Se nessa fase, a criança continuar comendo consoantes, substituindo sílabas ou gaguejando, de modo persistente, converse com um especialista para uma avaliação mais detalhada. Vale lembrar também que não devemos dizer para a criança que é “errado” o jeito que ela está falando, mas sim falar da forma certa, para que ela assimile naturalmente.
COMPREENSÃO/INTERAÇÃO
Entre 3 e 4 anos, a criança já entende coisas mais complexas, como, por exemplo, a rotina. Além disso, já está bem mais sociável e gostar de brincar com outras crianças. Tem interesse nos sentimentos alheios e entende conceitos, como igual e diferente, tamanho e cor.
Quando se preocupar?
Caso a criança não consiga entender ordens simples ou fazer ações, como abrir uma caixa, relate isso a um especialista.
ENTRE 4 E 5 ANOS
DESENVOLVIMENTO MOTOR
Nessa etapa, a criança já consegue:
Usar tesoura;
Pegar talheres com mais destreza;
Segurar a bola com as duas mãos quando está em movimento.
FALA
Entre 4 e 5 anos, a criança já fala bem muitas palavras, gosta de contar e inventar histórias. Já consegue também identificar algumas letras e números.
COMPREENSÃO/INTERAÇÃO
A criança nessa idade já é mais independente, e gosta de tomar as próprias decisões. Sempre que possível, dê autonomia para ela, respeitando o que ela consegue fazer. Além disso, por ela estar mais sociável, é importante ter contato com outras crianças, o que costuma ser fácil, tendo em vista que, nessa fase, a criança, geralmente, já está na escola.
A PARTIR DOS 5 ANOS
Depois dos 5 anos, a criança já começa a ser preparada para o ensino regular. Por isso é essencial acompanhar, desde o começo, o desempenho escolar dela.
Nessa fase, distúrbios auditivos ou de visão, podem ser diagnosticados mais facilmente – e tratados com mais eficiência. Dislexia e problemas de cognição podem ser verificados durante o andamento escolar nos anos posteriores.
Vale lembrar que o acompanhamento da vida escolar da criança deve ser feito sempre, do primário ao ensino médio, não esqueça disso!
FALE ABERTAMENTE COM O PEDIATRA E PROCURE AJUDA ESPECIALIZADA
Qualquer alteração ou dúvida a respeito do desenvolvimento da criança, devem relatadas ao pediatra, sem medo de parecer ignorante ou demasiado apreensivo com o desenvolvimento do próprio filho.
Lembre-se: não existe certo e errado no quesito dúvidas. O errado, talvez seja, não perguntar.
CRÉDITO DA MATÉRIA
Impossível não compartilhar tanta informação importante para os Pais,principalmente os avós única forma de juntos ajudar na formação emocional dos filhos,brilhante sua informação
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