quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Animais Domésticos: Zoonoses / Terapias/ Responsabilidade

Dia Mundial dos Animais de Rua - 04 de abril | Petlove

     
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Animais Domésticos.  

Mais um membro da família

Cuidado com as Zoonoses

 I

Diversos são os estudos a respeito da  convivência de animais  humanos  com os animais não humanos, os cães; e  o quanto é  salutar para   ambas as espécies, notadamente para as crianças,  idosos, solitários  e portadores de doenças  neurológicas e  mentais.

Sendo o homem  um ser social, vive em busca de uma  liderança.  Independente  da classe social procura um posto de destaque nas diversas demandas de relacionamentos: no exercício profissional, na economia, no intelecto, na religião, no esporte,  no amor, na política, na vida militar, na família, na força motora  e no ócio social.

É  milenar o desejo de possuir um ser vivo eternamente amigo e submisso. Um ser que, mesmo sendo maltratado, passe fome ou viva no relento não arrede os pés da submissão. Estas propriedades são mais do que suficientes para  satisfazer o ego do dominante, o animal humano . 

Muitos humanos, até os   das mais baixas camadas sociais, possuem um cão amigo,  geralmente sem pedigree, saúde,  teto e sem  alimentação, porém fiel e obediente.  Alguns   nada possuem em  nada mandam,  porém o seu cão está ao seus pés  em contínua lambição.  Lambe os pés, mãos, boca e a pele, enfim lambe o homem; esta é a função milenar do verdadeiro subserviente, lamber o seu mentor intelectual e vorazmente defendê-lo.

O que dizer dos solitários humanos  nas  mansões, nos casebres e  nas descuidadas  ruas? O que esperar de  famílias pequenas, pais sem filhos, famílias sem crianças, netos,  bisnetos e sem amigos? Estes modelos  de famílias,    com a rarefação dos  animais humanos, adotam animais não humanos e estes  passam a ser as melhores ou as  únicas  companhias. 

O homem conversa e dialóga com os animais não humanos  como se  fossem da mesma espécie  e os tratam como semelhantes. Outorga muitas   propriedades humanas, como  confortos modernos, as vezes  inacessíveis a muitos  seres humanos; responsabiliades, rotinas, hábitos, diretrizes, ordenamentos psíquicos, orgânicos e  de relacionamentos. Estas propriedades propiciam ansiedades,  psicoses, depressões obesidade e uma infinidade de doenças da modernidade, tudo pelo poder sobre o subserviente, dedicado e submisso animal. Muitos  passam a ser  membros  secundários ou de destaques da família e vivem  todas as suas adversidades. Como  têm deveres psícológicos na família,  merecem usufruir de  alguns dos seus  direitos.

No passado, o mundo  era rural,  abrigava todas as espécies no mesmo espaço, porém não compartilhavam a sala, a mesa e nem a    cama. As paredes eram concretas,  o teto era o céu, para alguns, e   a convivância era  de acordo com as propriedades de cada espécie.  Os animais não humanos  faziam parte da rotina na caça, transporte,  trabalho,  segurança,  entretenimento e em diversas outras  atividades, sempre em benefícios  dos animais humanos. 

O Homem foi civilizando-se e para a sobrevivência agrupou-se  em comunidades, vilas e evoluiu para as modernas   cidades, todavia  sem perder a companhia dos animais não humanos. Apesar de perdurado o perfil de comando e reforçada a  de  liderança, surgiram novos paradigmas nesta convivência e sempre em evolução.  Nos dias atuais, com a humanização e elevação vertiginosa    do estatus dos animais  não humanos, vivencia-se mudanças neste relacionamento, chegando ao ponto de em alguns núcleos familiares existir dúvidas de  quem realmente manda nesta relação, se o humano  ou o não humano.  As funções de caça, trabalho e de defesa  ficaram obsoletas e foram substituídas pelo entretenimento, companhia, alegria, terapia e o elo entre os componentes de uma família.

                                               II

Levantamentos    mostram, que para cada 10 humanos existe 01 animal doméstico,  o que corresponde a 10%. Para cada  1 milhão de habitantes são 100 mil animais, 70% soltos nas ruas  e logradouros, apenas 30% possuem tutores com cidadania, os  que possuem pedigree e servem de ostentação por parte dos proprietários.

Cada espécie animal é portadora de características peculiares e   obedece a  determinadas propriedades: funções  bem definidas, perspectiva de vida, costumes,  visão do mundo e o DNA que a define como tal,  todavia  nada impede que convivam em harmonia no mesmo torrão como espécies distintas,  porém sem agredir o âmago de cada uma..

A humanização  das outras espécies, as  não humanas, é uma afronta antropológica,  trarão mudanças a esta civilização, como novos costumes e maior vigilância. É de cabal importância, que o humano atente  para as doenças pertinentes a cada espécie e que têm a capacidade de migrarem para outras, tanto do homem para os animais e destes para o homem, as  zoonoses domésticas e silvestres.

Para se conviver em comunidade, os  humanos  evoluíram com ajustes providenciais, que anos após anos se modernizam.  

Moradias fechadas, instalações elétricas e hidráulicas,   drenagem dos esgotos e aterros sanitários   foram algumas das propriedades criadas  para   propiciar as mínimas condições de vida  e coibir a proliferação de doenças. 

Para a convivência salutar, os humanos passaram  por períodos  de educação, civilidade e de adaptação ao novo modo, mesmo assim, com a falta de recursos e a não aplicação, dos poucos existentes,  parte da população vive  em  bolsões  à margem  da cidadania, sem esgotos, teto, sem os mínimos serviços e   vulneráveis à proliferação de diversas patologias.  Atrelado a estes problemas sociais, convive-se com os que têm conhecimentos, condições finanaceira e educacional, porém são negligentes ao adotar um apaixonante animal não humano e atuam como disseminadores  de dejetos.

Mais de 70% dos animais   despejam  os seus  excrementos nas calçadas,  ruas, avenidas, praias e logradouros, os outros 30%, os cães humanizados, os criados em apartamentos e casas,  os dejetos  são descartados por seus tutores nos cestos de lixo,  praias, nos jardins da cidade ou nas calçadas dos vizinhos.

Existe, como mencionado, 10 animais para cada 100 habitantes.  Para uma população de três milhões, são 300 mil animais. 

Conclusão: se cada animal produz em média 700 gramas de dejetos por  dia ( fezes e urina), mil animais   produzem    700  kg/dia; 10 mil produzem 7mil kg;   100mil animais,  70mil kg/dia;  300mil, 270 mil  kg/dia. Excrementos  constituídos de   80% de urina, com teor de 95% de água e 5% de sólidos; e 20% de fezes, com o teor de 75% de água e 25% de sólidos. 

São  270 toneladas    de dejetos pulverizados  diariamente na cidade, que  equivale a 27 caminhões pipas de 10 mil kg.  Nestes dejetos existem trilhões  de parasitas,  bactérias e    vírus,  que por diversas maneiras contribuem para a proliferação das temidas zoonoses. 

Reflexão  para uma cidade de 3 milhões de habitantes. São 300 mil animais, produzindo 270 toneladas de dejetos dia,    durante  365 dias.    

270 toneladas vezes 365 dias são exatamente  98 mil 550 toneladas de  fezes e urina por ano. Equivale a 27 carros pipas de 10 mil kg(10 toneladas)  de dejetos  por dia, 810  por mês e  9,8mil  por ano, é de assombrar qualquer cidadão.

O que ameniza é o fantástico poder da natureza. São evaporados 95% da urina e 75% das fezes. A gratidão vai para o solo, os ventos, as chuvas  e  a luz solar, os verdadeiros saneadores sanitários.

Como se livrar de tantas zoonoses,  se a fonte geradora não para de crescer?  Para onde vão os restos placentários após os partos, os animais que vão a óbito e o que se faz com os enfermos portadores de  doenças de  alto contágio?

                                          III

A população tem o direito de conhecer e  familiarizar-se  com estes pontos para se posicionar.  Um animal não humano é um ser  importante, porém  gerador de demandas  para a comunidade, uma vez que, 70% vivem ao relento e  30%  vivem confinados nos lares dos humanos, muitas vezes dividindo o mesmo quarto, quiçá a  mesma cama.                               

Tutele um animal não humano com cidadania. A ciência tem mostrado,  que além de  amigo apaixanante e que cativa os seres humanos, a sua companhia  ameniza a dor, a solidão, o cansaço e para muitos são verdadeiros apoios pasicológicos, porém gera despesas que pode abalar o orçamento doméstico, levando  muitas familias a desassistirem os seus  membros humanos.

É de bom alvitre atentar, que o primeiro animal de estimação e o maior amigo do homem é o seu cérebro. Alimente-o com sabedoria e respeito, depois deste ato adote um animal doméstico com cidadania.

Nunca esqueça que o seu cérebro lhe acompanhará até o resto da sua vida, como é o seu maior amigo, cuide com todas as suas forças, uma vez que, encontra-se  sempre  aberto aos  conhecimentos e  a seu favor.  

                              Salvador, 20 de Março  de 2023.

           Iderval Reginaldo Tenório 

            Médico de  animais humanos

 

                                              Adendo I

Relembrando o ex-ministro  do Trabalho e da Previdência

 do governo  Collor de Mello, Rogério Magri.

No dia 22/05/1991, o político foi  flagrado dando socorro á sua  cadela, enferma,  numa ambulância da rede Pública Hospitalar em São Paulo,  e assim justificou o seu ato : 

 " A minha Cadela é um ser Humano como qualquer outro"   

  "A cachorra é um ser humano, e eu não hesitei"

 ex-ministro  do Trabalho e da Previdência, 1991.   

    Adendo II

Cuidar dos cães tem a mesma conotação dos cuidados com os seres humanos. 

Os cachorros possuem estruturas localizadas no reto que são chamadas de glândulas anais, e elas exalam um odor bastante específico em cada animal. Sendo assim, quando vemos um cachorro cheirando o rabo do outro é porque ele está tentando conhecer melhor o novo companheiro de quatro patas. Com isso, ele consegue identificar informações como: se é macho ou fêmea, a dieta que o cão segue e até mesmo o estado emocional dele. Esse processo também permite que eles descubram se já se conhecem ou nunca se esbarraram antes.

 

As zoonoses são DEVASTADORAS. 

"A Leishmaniose Visceral Canina (LVC), também conhecida como Calazar é uma zoonose causada por um protozoário do gênero Leishmania, que acomete os cães, os quais são considerados, no ciclo urbano de transmissão, os principais reservatórios, através do qual, o homem pode se infectar. A leishmaniose afeta cerca de 500.000 pessoas em todo o mundo, e tem havido um aumento dramático nos casos de leishmaniose humana reportados, e é potencialmente letal para os humanos, se não for tratada". Listar Informativos para o Veterinário - Leishmaniose canina – desafios diagnósticos, tratamento e prevenção.

Raiva É uma doença transmitida por vírus, que normalmente estão presentes na saliva do cachorro e são passadas através das mordidas. Além dos cães, os gatos, morcegos e guaxinins também podem ser agentes transmissores. 

A raiva humana compromete o sistema nervoso da vítima. Suas manifestações são através de espasmos musculares, salivação intensa e irritabilidade. 

Micose Já a micose é causada por fungos e é transmitida através do contato direto com o pêlo do animal infectado. Seus sintomas são: manchas avermelhadas na pele e coceira intensa. 

Larva Migrans A doença de larva migrans é caracterizada pela presença de larvas no organismo. Elas penetram a pele e provocam sintomas que variam de região para região. Elas são comuns em locais com ocorrências de fezes de cães, como em: praias, parques e jardins.

Os principais sintomas desta infecção por larva migrans são: feridas em forma de caminhos, febre, dor abdominal, tosse e dificuldade para enxergar. 

Leptospirose A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria encontrada na urina e nas fezes de animais, como: ratos, gatos e cachorros. Seus principais sintomas são: dor nas pernas, no corpo, dor de cabeça e comprometimento do fígado

 


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