.QUANDO AFLORA O MANDACARU.
.OS HORMÔNIOS SEXUAIS E A VIDA.
O belo e meigo sorriso, com o aflorar dos hormônios, vão vagarosamente perdendo a inocência e misteriosamente tomando um ar de superioridade, de irreverência e de domínio próprio, entra em metarmofose. O olhar pueril se embaça e o rosto angelical se desfaz dando lugar a um novo olhar, o das descobertas e da afirmação do caráter .
A sagacidade, o espírito de competitividade e a propriedade de domínio afloram, é o apagamento e a morte de uma criatura primária, é o surgimento de mais um adulto, de mais um ser dotado de ambições, revoltas, raivas, conflitos e de disputas, mais um à procura do seu espaço. Nesta fase nasce um adulto, que impregnado com o estrógeno ou a testosterona trilha o seu caminho.
Este ser deixa a criança inocente, meiga e cheia de sonhos para trás e incorpora um novo homem, este vai à campo, à procura de arquitetar o seu futuro.
As
gônadas sexuais, senhoras titulares e absolutas do grupo que
contribui para a evolução da humanidade, ensopam o novo ser e fazem
brotar os seus desejos. Nasce mais um homem com a sua vasta e
discutida complexidade.
Os hormônios sexuais orquestralmente
comandam as transformações neste novo ser. A testosterona é atraída pelo
estrógeno e vice-versa. Guiados por fatores genéticos, involuntários
, normais e atrelados à dimensão social e cultural,
passam a atrair ou ser atraídos pelo hormônio do mesmo sexo, a
definir a sua preferência sexual. É o cio
que aflora, é a definição do gênero sexual de cada um; e que
caminha camuflado e em paralelo até a quebra dos conflitos internos, barreiras
culturais, exercícios da cidadania, independência econômica
e amarras sociais.
O toque na pele, o contato mucosa com mucosa e
as novas funções surgem dando vida àquele
corpo. Os espinhos invisíveis e
conflitantes o distancia dos mais próximos e surge um
novo núcleo, é mais um a participar com toda a força do ecossistema universal.
Os pais perdem o controle, urge parcimônia e compreensão nos rompantes desejos
até a maturidade, muitos são os dilemas, as dúvida , as incompreensões e as
divergências na sua socialização.
Alguns andam e muitos
desandam, lembrem-se que, dos mil ovos postos pelas tartarugas,
apenas 03 chegam à idade adulta, os outros 997 são postos apenas
para a perpetuação da cadeia alimentar e são devorados pelos
predadores no próprio ninho ainda dentro do seu pequeno e limitado mundo.
Os que eclodem e vão em busca das suas realizações, são consumidos por
outros predadores no trajeto difícil da vida. Muitos não conseguem chegar às
águas dos oceanos e mesmo lá serão combustíveis para os dominantes. Poucos
chegam a conhecer a plenitude da vida. Com o ser humano não é diferente.
Quando eclode o Mandacaru, nasce mais um para
lutar pela vida. São os hormônios, a família, o meio ambiente e as
agruras da vida a conduzirem mais um ser pensante.
Iderval Reginaldo Tenório
Escutem do médico ginecologista pernambucano José Dantas, na voz do Rei do baião Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei Luiz.
Luiz Gonzaga O xote das meninas Mandacaru quando fulora ...
Belchior - Saia do Meu Caminho - YouTube
DR JORGE PELEGRINO . Bela crônica! Mesmo assim eu penso um pouco diferente, principalmente quando diz que "os pais perdem o controle". Nós seres humanos, assim como computadores, "somos bem ou mal programados" para a vida, na convivência (educação) familiar. Se aprendemos a ser respeitosos com os mais velhos, com as mulheres, com a vida, com a natureza, desde pequenos, se nós, pais, damos bons exemplos disso, se formos motivo de orgulho pelos filhos, ao chegarmos à fase (hormonal) adulta, dificilmente essa educação será suplantada pela inundação hormonal ou maus exemplos do cotidiano. O grande problema é que nem todo mundo que tem filhos, os tem por querer ter uma família e se quer estão dispostos a educar ou mesmo serem exemplos para os filhos, aí é fácil sempre atribuir a culpa às más companhias ou à idade e aos hormônios
ResponderExcluirJORGE PELEGRIJO -Entendo, mas assim como você, trabalho com pessoas que vivem em bairros pobres convivendo com traficantes e são pessoas dignas que têm família e são excelentes funcionários. E conheço pessoas de classe alta que têm famílias cheias de problemas. Sabemos que, estatisticamente, nos bairros mais pobres, por falta de estrutura familiar devido à pobreza, os problemas são maiores, mas não é só esse o determinante que faz a diferença. Meu pai veio como retirante do interior, chegou a dormir na rua e mesmo assim formou 5 médicos, 1 dentista e 1 advogado/promotor público, mas nós éramos uma família, aí está o "x" da questão. O problema é muito complexo e tem muitas variáveis, eu reconheço, mas para mim, a família é o alicerce de tudo mais.
ResponderExcluir