sexta-feira, 7 de abril de 2023

ANIMAIS SILVESTRES, ANIMAIS DOMESTICOS E ANIMAIS HUMANOS

                ANIMAIS SILVESTRES, ANIMAIS DOMÉSTICOS E OS ANIMAIS  HUMANOS

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Animais Domésticos:
 Zoonoses  e /ou   Terapias?

Diversos são os estudos a respeito da  convivência de animais  humanos  com animais não humanos. Comprovação de como é salutar e quantas são as  melhoras na qualidade da vida , notadamente  para  crianças,  idosos,  solitários e alguns portadores de doenças com debilidades neurológicas e mentais são mostradas em multiplas pesquisas.

Sendo o homem  um ser social, sempre procura no seu setor de atruação atingir  a liderança.  É inegável que,   independente  da classe social,  procura um lugar de destaque  onde atua. Pode ser   na economia, no intelecto, no esporte,  no amor, na política, na vida militar, na família ou na  força motora.
 
Exemplo maior, é o desejo milenar de possuir um ser vivo eternamente amigo e submisso, elemento que seja comandado em todas as circunstancias ou condições. Mesmo que seja maltratado, passe fome ou viva no relento não arrede o pé da submissão. Veja como os que ocupam as mais baixas camadas sociais preocupam-se  em possuir um cão amigo, um animal sem pedigree, saúde,  teto ou  comida, porém fiel,  amigo e obediente.
 
Este descamisado  não manda em nada e  nada possui,  porém o seu cão continua aos seus pés, obediente e em contínua lambição.  Lambe os pés, os dedos, a boca, a pele, lambe o homem. Esta é a função milenar do verdadeiro subserviente, motivo mais do que suficiente para que se sinta contemplado.  Lamber o seu mentor intelectual e defendê-lo com todas as suas forças é a principal missão do submisso.
 
O que dizer dos que vivem solitariamente nas grandes mansões, nos pequenos casebres, nas descuidadas  ruas? o que esperar de  famílias pequenas, filhos sem pais, pais sem filhos, famílias sem crianças, netos,  bisnetos,  amigos e muitas  com sobra do vil metal?  

Sem  os importantes animais humanos, os animais não humanos passaram a ser as melhores e as vezes as únicas  companhias. 
 
O homem conversa com os animais não humanos  como se estes fossem da mesma espécie, parte para verdadeiros bate-papos e os tratam como semelhantes. Aplica todas as propriedades da sua espécie, oferece confortos, problemas  psíquicos, orgânicos e  de relacionamentos, levando a estes animais os mesmos trajetos que passam os humanos, como ansiedades, obesidade, psicoses, depressões e uma infinidade de doenças da modernidade, tudo pelo poder sobre aquele subserviente, obediente, dedicado, submisso e amigo animal.
 
No passado, o mundo  era rural,  abrigava todas as espécies no mesmo espaço. As paredes eram imaginárias , o teto era o céu e os  animais  viviam de acordo com as propriedades de cada espécie .  Os animais não humanos  faziam parte da rotina, caça, transporte,  trabalho,  segurança,  entretenimento e diversas outras  atividades, sempre em benefícios  dos animais humanos. 
 
O Homem foi civilizando-se e para a sobrevivência agrupou-se  em comunidades, evoluiu para as modernas   cidades  sem se separar dos animais não humanos. O perfil do comando foi mantido em muitos. A necessidade  de liderar algo ou alguém no seu convivio passou a ser uma regra em todas as camadas sociais. Como  solução,  nada mais justo do que continuar o relacionamento com os animais não humanos.  As funções de caça, trabalho e de defesa  ficaram obsoletas, foram substituídas por outras, como entretenimento, companhia, a alegria e a ligação entre os compontes de uma família  e como terapia.

Com este preâmbulo, volto aos animais domésticos,  principalmente aos cães  e aos gatos que habitam o meio urbano.
 
Levantamento efetuado nas   cidades mostra, que para cada 10 humanos existe em média 01 animal doméstico,  o que corresponde a 10%. Para uma população de 1,0 milhão de habitantes são 100 mil animais, muitos soltos nas ruas  e logradouros, apenas 20% possuem tutores com cidadania.
 
Cada espécie animal é portadora de características peculiares, para  manter-se viva, obedece a  determinadas propriedades. Cada uma tem funções  bem definidas, todavia  nada impede que viva em harmoniadesde quando cada uma  no seu  mundo, e não perca os conceitos que as definem como tal.
 
A humanização  das outras espécies , as  não humanas, é uma afronta antropológica e  que muitos prejuízos trarão a esta civilização. Nada impede que vivam no mesmo torrão como espécies distintas sem agredir o âmago de cada uma.
 
O Objetivo deste artigo é para se pensar a respeito das doenças pertinentes a cada espécie e que têm a capacidade de migrarem para outras, tanto do homem para os animais e destes para o homem, as  zoonoses domésticas e silvestres.

Para viver em comunidade, os  humanos tiveram que evoluir com ajustes providenciais .  Instalações elétricas, moradias, drenagens fluviais, aterros sanitários, drenagem dos esgotos, dejetos humanos e restos de alimentos, proporcionandos as condições mínima para a não proliferação de doenças peculiares à espécie .  Passou por períodos  de educação e de adaptação ao novo modo de vida, mesmo assim com a falta de recursos e a não aplicação dos poucos existentes em infra-estruturas,  grande  parte da população vive  em  bolsões  à margem  da civilidade, sem teto próprio, sem os mínimos serviços e   vulnerável a proliferação de diversas patologias.
 
Agora  imagine as conseqüências  para os poderes públicos e para a população  ao enxergar os animais na ótica dos que não se preocupam, os humanos desumanos e que não têm compromissos com a comunidade.
 
Imagine as conseqüências: Mais de 80% dos animais   despejam  os escrementos nas calçadas,  ruas, avenidas e logradouros , e  os outros 20%, os cães humanizados, os criados em apartamentos e casas,  os dejetos  são descartados por seus donos nos cestos de lixo ou nos jardins da cidade .
 
Existe, como mencionado, 10 animais para cada 100 habitantes.  Para uma população de três milhões, são 300 mil animais.
 
Chega-se à seguinte conclusão: Se cada animal produz em média 700 gramas/dia  , mil animais   produzem    700 quilogramas/dia;  100mil animais,  70mil quilogramas/dia ,  300mil, 270 mil  quilogramas/dia   de dejetos pulverizados  diariamente na cidade, que  equivale a 27 caminhões pipas de 10 mil quilogramas  por dia.  Nestes dejetos existem trilhões  de parasitas,  bactérias e    vírus,  que de diversas maneiras contribuem para a proliferação das temidas zoonoses. 
 
Faça uma reflexão deste volume para uma cidade de 3 milhões de habitantes . 
 
São 300 mil animais, produzindo 270 toneladas de dejetos dia,   durante  365 dias.   Assim: 270 toneladas vezes 365 dias dão exatamente  98 mil 550 toneladas de  fezes e urina por ano.   Equivale a 27 carros pipas de 10 mil kg(10 toneladas)  de dejetos  por dia, 810  por mês e  9,8mil  por ano. É de assombrar.

Como se livrar de tantas zoonoses  se a fonte geradora não pára de crescer.  Para onde vão os restos placentários após os partos, os animais que vão a óbito e o que se faz com os enfermos portadores de  doenças de  alto contágio?
 
A população tem o direito de conhecer, tem o direito de se familiarizar com estes pontos  para poder se posicionar.  Um animal é um ☝️ ser  importante, porém  gerador de tantos problemas  para a comunidade , uma vez que mais de 20% dos animais vivem confinados nos lares dos humanos, muitas vezes dividindo o mesmo quarto, quiçá a mesma cama.

Tutele um animal não humano com cidadania. 
 
Nunca esqueça do ex-ministro  do Trabalho e da Previdência, do Collor de Mello em 22/05/1991. O político foi  flagrado dando socorro a sua  cadela orça, enferma,  numa ambulância da rede Pública Hospitalar em São Paulo,  e assim justificou o seu ato :
 
" A minha Cadela é um ser Humano como qualquer outro"   

  "A cachorra é um ser humano, e eu não hesitei."  

 ex-ministro  do Trabalho e da Previdência, 1991.
 
           Salvador, 20 de Março  de 2023.
           Iderval Reginaldo Tenório
                    MÉDICO
             

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