terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

ZEZINHO E O DIÁLOGO COM A NATUREZA

Os meninos brincando perto de uma cachoeira, com árvores frutíferas, animais silvestres e flores   

ZEZINHO E A NATUREZA  

 

   CAPÍTULO I

     O MENINO

Zezinho ,7 anos de idade,  mora  no campo e ainda não frequenta  as escolas do imaginário humano . Sonha com este dia, porém  é PhD  na linguagem dos seus maiores amigos: a terra, a chuva, o sol, a lua, a noite, o dia , a água  , o fogo ,  os ventos,  as plantas, os animais domésticos,  os  silvestres, os  pássaros , os insetos e até os répteis , ó Menino fala a linguagem da natureza.

Diz  a neurociência,   que na primeira infância, só existe uma longuagem, a  do amor , respeito e  sinceridade.  Com o passar dos tempos, o homem vai desmontando  pilar por pilar, pedra por pedra  para construir os templos  do artificialismo da vida, muitos verdadeiros cabrestos.

O menino é poliglota , etólogo,  ambientalista, sociólogo , ecologista, veterinário, vaqueiro, motorista, biólogo, agricultor, pecuarista e tudo quanto a sua mente imaginar,  só não sabe  as leituras desenvolvidas pelo imaginário humano, demandas seletivas , excludentes,  idealizadas   para estudar os fenômenos universais  materiais e filosóficos,  e ao mesmo tempo  prover os mecanismos  de estratificaçao da sociedade.   É uma  Educação  importantíssima e obrigatória para não continuar no limbo ou na base da pirâmide  social   criado pelos humanos. O Zezinho tem a sede do saber e olha para o futuro. 

                                                          CAPITULO II

                                              O DIÁLOGO COM O SOL

Conta  Zezinho, que tem conversado com os seus amigos de infância, todos têm queixas contra o comportamento dos seres  humanos, principalmente dos povos mais desenvolvidos. 

 Diz que o  Sol  é a principal peça do sistema solar  , alimenta  a terra sem distinção,  preconceitos  e nada pede em troca, sabe da sua tarefa  , de sua importância e  anda  preocupado com a atuação dos humanos .   Tem observações e  reclamações a fazer. 

Afirmam, os homens,  que eo sol causa câncer de pele,   resseca o solo, evapora as águas dos rios, oceanos, lagos, córregos e açudes e o  acusam de ser um  dos responsáveis pela desertificação do planeta. Esquecem  que estes  atos fazem parte de sua função , são necessários para os ciclos  da vida. Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma não pode e nem deve    mudar o seu comportamento,   é o seu ofício. Faz este trabalho há 5 bilhões  de anos  e ainda tem mais 5 bilhões para atuar. Refere que os seus raios,  na velocidade da luz, 300 mil quilômetros por segundo , gastam 8,5 minutos e viajam 150 milhões  de quilômetros para chegar à   terra lhes dando vida.

Reforça que as árvores   recebem   os raios solares , fazem a fotossíntese, produzem  frutos, grãos e   tubérculos  que alimentam os homens. Os  animais herbívoros consomem os vegetais , compondo a cadeia alimentar   multiplicam-se e são consumidos pelos  homens e pelos  animais carnívoros. 

Lembra que compondo o equilíbrio da natureza, existem os decompositores, os produtores e os consumidores, todos estão sob a sua batuta.

Afirma  que  arroz, milho, feijão, soja, trigo, lentilha, ervilhas e as favas são  energia solar concentrada em forma de grãos, da mesma forma  que são todos os tipos de carnes que alimentam os homens e  os carnívoros.  É peremptório  em afirmar  que é  a mais importante fonte de energia  ,  de  vida  e de   saúde  para toda a natureza, inclusive para o  humanos. Relata  que ,  o que os seres vivos  comem,   nada mais é do   que  energia solar                                                                                                         

CAPITULO  III

OS RIOS

O Sol, líder do grupo,  traz diversas queixas dos seus componentes e afima.

Os  Rios andam assombrados e perplexos com o futuro, encontram-se  exaustos e não aguentam as atrocidades praticadas pelos humanos. Cortam as árvores das suas margens, constroem habitações nos seus trajetos, desviam aleatoriamente as suas águas e jogam dejetos de todos os tipos  nos seus leitos, especificamente orgânicos,  químicos, metais e os tóxicos. Reclamam que um dia poderão não suportar  tais agressões  e poderão perecer antes do tempo. A promoção   da vida é  função de todos.

Lembram que nas suas águas vivem diversos tipos de vidas e por onde passam alimentam milhares de outras vidas, tanto vegetais como  animais.

 Relatam que são as artérias da terra, transportam muitos nutrientes na suas águas e juntos  aos oceanos, lagos, córregos, lagoas, açúdes e trajetos subterrâneos   levam vida para todos. 

Enfatizam que a Terra é  viva e nunca para de se transformar, vive em metamorfose, depende das suas águas e dos nutrientes que nelas se encontram.

Apontaram um grave crime que os humanos praticam contra os peixes, os  seus maiores moradores.   

Os peixes vivem felizes nas suas águas,  suprem a cadeia  alimentar , inclusive os  humanos . São peças  importantes nas complexas  propriedades  da vida e para todas as espécies que habitam a terra.  

O que  é inadmissível, é o fato dos humanos pescarem  para o entretenimento, dizem que pescam pelo lazer. Enquanto se divertem, riem, se vangloriam,  maltratam os inocentes peixes.

Os Rios não  entendem como um homem pode se sentir feliz em prender  um peixe pela boca. Veja o  relato vivido por um dos rios:

“Os homens usam anzois de metal  camuflados com   fragmentos de carne, o peixe  pensa que é alimento e tenta engolir para matar a fome. O pontiagudo ferro encrava na sua boca, o animal passa  horas  brigando para se livrar  e não consegue. Sem forças    e exausto é vencido , os homens  ficam felizes, pulam   de  contentamento por este satânico e criminoso ato. Não se resignam e nem se comovem com as dores, o sofrimento e o pânico que passa aquele animal. Depois o expõe   ao público ridicularizando e o envergonhado.  Em seguida  o solta  na mesma água com avarias na cabeça, ferimentos na boca, nos olhos, barbatanas, no queixo, nas guelras ou na garganta,  moralmente  destruído”Os Rios acham isso uma afronta à vida.

 

CAPÍTULO IV

AS FLORESTAS

As Florestas constituídas de diversos tipos de vidas, tanto animal como vegetal, dizem que estão sendo destruídas. Nas nações desenvolvidas da Europa praticamente não existem mais, os humanos daquela região em  500 anos já acabaram com as suas  florestas e com quase todos os recursos naturais.

Das matas nativas restam poucas. Na Europa as matas são artificiais, monoculturas,     frutos do reflorestamento por lei, geralmente  coníferas.

Alegam este povos que, para se tornarem desenvolvidos tiveram que danificar todo o ecossistema, consumindo os recursos minerais, a flora e a fauna.

Hoje estes povos gastam fortunas para o plantio de milhões de árvores, porém sem a diversidade das florestas originais. O mais estranho é que todo o planeta chama este ato de civilização desenvolvida, porém, para  a ntureza  um verdadeiro contra senso, um absurdo, um crime socioambiental. Não satisfeitos estão invadindo e tomando  os recursos naturais das nações periférica das  Américas, África , Ásia , Oceania e Oriente  em busca de matérias primas para o fabrico de tudo que consomem, nodatamente minerais e vegetais destruíndo todos os biomas.

Queixam-se as Florestas que as suas   árvores estão sendo derrubadas para a fabricação de móveis, papel, fazer fogo, pastos e   agricultura .

Grandes áreas são reservadas para a construção de cidades,   exploração dos minerais nobres e tudo  que o homem necessita. Os homens desenvolvidos  estão devastando as florestas em todo o planeta. 

A velocidade de destruição é maior do que a de recuperação, estes danos trarão grandes mudanças na natureza.

O Sol trouxe graves reclamações da própria terra.

Relata que os seus morros, chapadas, montanhas, serrados e as  planícies  por possuírem diversos minerais: pedras preciosas, muita água, terra raras e combustíveis fósseis estão sendo dilapidadas.  Jogam explosivos, destroem as suas entranhas, abrem os seus corpos  em busca destas riquezas; estas atitudes fulminam muitos tipos de vida e o meio ambiente. Contaminam as águas dos rios, mares, subterrâneas e o lençol freático, acabam com o ecossistema.

                                                           CAPÍTULO V

                                                           AS ABELHAS

O Líder trouxe queixas de quase todos os grupos, muitas inacreditáveis, mostra o que as abelhas lhe falaram.

 As abelhas falaram que os humanos roubam o mel que produzem, que é com  aquele mel  que alimentam a sua rainha e os seus irmãos  da colméia, deveriam deixar parte  deste manjar para o  enxame, os produtores. Lembram  que uma abelha vive pouco,    de 40 a 60 dias , que cada uma produz em  média de 2 a 4  gramas de mel durante toda a sua existência, visita de 10 a 12 flores por minutos, faz 40 voos por dia , pousa em até  40mil flores ao dia em busca do néctar, poliniza todas as plantas visitadas,  safasta-se até 2  mil metros   de sua casa e  se orienta pelos raios solares. A vida de uma  abelha é dura, não se reproduz, não tem descisão própria, apenas trabalha, é uma  verdadeira operária.  

Refere que os humanos chegam  e roubam os  alimentos da sua família. Pergunta : por que não se contentam com o trabalho gratuito de polinizar as flores ? serviço este responsável pela geração dos frutos  que lhes matam a fome . Ratifica  que esta tarefa já seria de bom tamanho, já seria suficiente, já seria uma nobre e impagável atitude, porém os homens querem mais, querem tudo, até o própolis e a cera das paredes, eles levam. Além de furtarem o mel, matam muitas abelhas, envenenam e intoxicam outras  com fumaças, promovem verdadeiros incêndios ao redor da colméia.  Os homens são  perversos com os outros animais, só pensam neles e acham que o mundo foi feito só para eles.

                                                       CAPITULO VI

                                                  QUEIXAS GERAIS

O Sol deu uma pausa e trouxe à tona  acontecimentos inaceitáveis com os animais .

Citou as maldades das vaquejadas, touradas, brigas de canários,   cães e galos, as grandes  cargas colocadas nos jumentos, burros , cavalos e nos bois de tração,  além do uso das esporas, cabrestos,  rabicho, boqueira, esmaga-bagos  e dos chicotes . 

Falou dos furtos do leite das vacas e das cabras, dos envenenamentos dos insetos no campo para proteger a lavoura. Esquecem que estes insetos, juntos às abelhas,  estão em busca da sobrevivência, ao mesmo tempo que comem, polinizam as flores e são os alimentos para muitos outros animais , os pássaros por exemplo.  Ao serem envenenados, em  cadeia, diminuem as polinizações, eliminam milhares de pássaros, sapos e repteis, desequilibram o ecossistema.

Disse também que tem seres humanos que retiram totalmente as vestes das ovelhas, isto é, tosam toda a sua lã, a sua proteção. Ferem a sua pele e as deixam nuas, expostas ao frio, sol, relento  e entregues ao mundo.  

São  muitas as  crueldades em nome do progresso e do desenvolvimento. Prendem milhares de pássaros em gaiolas  e lhes tiram a liberdade, a maior propriedade que um ser vivo possui,  que é viver livre na natureza. Frisa que todos os animais nascem alforriados. É como os humanos, não existem homens escravos, existem homens escravizados .

Depois destas informações   fez algumas observações e foi claro. Os homens precisam ter mais cuidado e respeito para com a natureza. 

CAPÍTULO VII

VEIO A NOITE

Veio a noite, tanto o Menino como o sol se recolheram . O Zezinho  foi para casa dormir e o sol viajou para o outro lado da terra conversar com os seus amigos de lá.

O Sol  tem amigos no mundo todo, ele não possui desafeto, não dorme, não descansa e vive sempre a reverberar energia para todos do sistema solar.  Tudo e todos   dependem da sua atuação. Fala todas as línguas da natureza, a dos minerais, dos vegetais e a dos animais, dos mais simples aos mais evoluídos.  O Sol entende  de todos os fenômenos da natureza.                                  

VIII

O OUTRO DIA

No outro dia,  ao abrir a porta, lá estava ele, forte e brilhante. Com os olhos nos olhos do Zezinho falou sério e compenetrado, pausadamente , professoralmente .  Disse que eram   as suas últimas palavras , foi claro, achava que estava abusando da sua paciência e passou este recado:

Amigo Zezinho,  diga aos humanos  que sejam amigos da natureza, assim como você. Ela é mais forte do que todos os animais humanos e não humanos que habitam a terra.

O Globo Terrestre é vivo e destruí-lo é uma tarefa impossível  para os que vivem nele, o Globo vive em eterna transformação.  Cem, duzentos  mil ou milhões de  anos   para a terra,  o Sistema solar e a via láctea  são  fragmentos de tempo insignificantes, lembrem-se que ainda faltam 5 bilhões de anos para o sol fagocitar o planeta, 5 bilhões.

Quem modifica a terra desde a sua criação       são os fenômenos naturais:  eu (o sol),  os rios, os mares,  as chuvas,  os vulcões, as tsunamis, as voçorocas, os terremotos, os raios, os trovões, os relâmpagos, os ventos, as mudanças do clima, a influencia  dos outros  planetas,  as estrelas e outros fenômenos desconhecidos desta civilização. 

 Os humanos jamais a destruirão, no máximo podem modificar o pequeno    mundinho no qual vivem, o fragmento de solo que habitam , no máximo desequilibram o seu pequeno  ecossistema. Eles podem eliminar quem lhes proporcionam    os seus sustentos, dificultando a sua sobrevivência  e todos os tipos de vidas  naquela região. Eles  destroem   os seus biomas.   

Os homens ao explorarem  os recursos naturais dos seus ecossistemas  poluem as águas, destroem morros,  montanhas   e as florestas,  desequilibram   a fauna e a  flora.  Vai chegar o dia em que , o que se ganha em um ano será gasto numa única catástrofe natural ou provocada pelos humanos . Com as suas atitudes quem vai ao fim  é esta civilização. Tal qual as outras que sucumbiram , esta também  sucumbirá, é apenas questão de tempo.

CAPITULO IX

O RECADO

Diga aos humanos, que preservar os recursos naturais ou explorá-los com respeito  é preservar a continuidade da vida. Lembrem  que muitas civilizações já se  foram, esta também irá e outras surgirão, para a terra ainda restam 5 bilhões de anos.

CAPITULO X

FECHAMENTO

O menino Zezinho, de posse destas informações,  e após o diálogo com o sol, elaborou este   ensaio. Pede que todos tomem conhecimento  e   tenham consciência que a terra é propriedade de todos que nela  se encontram, dos animados aos inanimados .  

  A terra é de todos e merece respeito.

O homem não está acima da natureza e  nem acima dos animais não humanos. 

Iderval Reginaldo Tenório

Luiz Gonzaga 1989 Xote Ecológico (Letra) - YouTube

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YouTube · gervasio soares · 14 de abr. de 2021


 

Um comentário:

  1. Belíssimo texto!! Parabéns doutor!No dia que o ser humano aprender a respeitar a natureza, teremos um mundo melhor!!

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