Uma reflexão entre os povos.

 

 

       

  

 

Uma reflexão entre os povos.

 

Muitos são os brasileiros que morrem de orgulho pelos povos da Europa  e enchem-se de gáudio  quando fazem as suas viagens  aos países do velho continente.

Quando voltam,  chegam radiantes , deslumbrados e carregados de elogios pelos povos da Península Ocidental da Eurásia.

Retornam encantados e admirados pela beleza,  riqueza, cultura, culinária , bebidas , limpeza e o rigor educacional. O que chama mais a atenção é como voltam os letrados, os da classe média , os que se acham cultos , os artistas  e os políticos do país. Por lapso de memória, por ignorar a história , por  subserviência  colonial ou por se sentirem superiores  aos mais sofridos da nação  esquecem das atrocidades, das maledicências , dos assaltos realizados pelos europeus  em todas as nações invadidas , e o quanto foram desrespeitadores  para com os seus povos, os autóctones.

Não precisa  trazer à baila tudo que aconteceu, porém  é de bom alvitre lembrar que a culinária, a cultura e as riquezas da Europa , grande parte,  são oriundas das suas antigas colônias, tanto do velho como do novo mundo.

Toneladas de ouro, pedras preciosas , fósseis , especiarias diversas, relíquias animais  , vegetais e minerais   foram subtraídas das Américas, da Ásia , da África , do Oriente , da Oceania e hoje  fazem parte do arsenal histórico e do patrimônio daquelas nações  . Estes fatos elevam a renda per capta , proporcionam melhorias sociais , propiciam o esbanjamento de riquezas  , geram  demonstração de superioridade e do refinamento humano . A vida nababesca da Europa é proporcional a vida de penúria das nações periféricas.

Relembrem as ações de Portugal, Espanha, Holanda, França, Itália, Alemanha e principalmente da Inglaterra nas suas colônias que,  como aspiradores de riquezas acionaram as  suas turbinas e transportaram ininterruptamente tudo que poderiam  sugar dos povos conquistados , muitos até o direito à vida, foi o que aconteceu literalmente com a Tasmânia, não sobrando autóctones  para contar a história com a invasão inglesa .

 

"Entre os anos de 1769 e 1770, o navegador inglês James Cook foi até a Austrália e a Nova Zelândia e reivindicou estas terras para a coroa britânica. Cem anos depois haviam dizimado 90% da população local. Pior fizeram na Tasmânia, ali do ladinho. Exterminaram 100%. O cadáver do último tasmaniano só foi enterrado em 1976, depois de permanecer por décadas a ser dissecado para estudos e exposiçõe"

   Pedro Stiehl- 12/10/2017 às 22:00.

 

Quantas civilizações foram dizimadas , quantas línguas, culturas, costumes e religiões  foram anuladas  pelos colonizadores  em nome do progresso e  da modernidade quando na verdade tudo foi executado pela hegemonia política,  econômica,  usura e pelo domínio imperial.

Leiam sobre a Tasmânia, Austrália,  Nova Zelândia ,   Índia e as barbaridades executadas pela Inglaterra quando invadiu aqueles povos, conheçam o que  fizeram os espanhóis  e os portugueses na América do Sul e na América latina.

Vejam o que as nações da Europa fizeram no continente africano, depois olhem para dentro de si e sintam no sangue os sofrimentos  dos seus antepassados .

Pensem nas riquezas subtraídas  de suas casas e vejam se vale a pena se orgulhar destas nações   que ainda hoje sugam o sangue das nações subdesenvolvidas e acham-se donas do globo terrestre.

Não se orgulhem destes povos, tudo que sobra na Europa falta por aqui, fruto dos cinco séculos de subtração, arrogâncias, maldade e  falta de respeito  para com as nações invadidas  em nome da colonização.

Tenham orgulho  do Brasil e não valorizem mortalmente os exploradores deste claudicante e vilipendiado país, sejam mais  brasileiros.

Conheçam o velho continente e lá reivindiquem mais respeito e a devolução de parte daquilo que levaram das nações colônias, precisamente do Brasil . 

É salutar conhecer , analisar e refletir como chegaram ao patamar que se encontram. Claro que não se deve olvidar as grandes contribuições para a humanidade, contudo tem ser centrado, racional e  abominar a idolatria. 

Em pleno século XXI, o que não é admissível, é a distribuição das riquezas do mundo para poucos povos. 

O luxo, o glamour,   os descartáveis e o  que se joga no lixo   nas plagas desenvolvidas são alguns dos fatores que contribuem para o empobrecimento e a fome  das nações  do terceiro mundo.

Comidas rápidas com  sabores e aromas artificiais e de nomes complexos , roupas e quaisquer outros produtos com insignias europeias  significam status e sucesso.

Não havendo mudanças neste modus operandi, o  Brasil continuará no submundo por mais um século.

Iderval Reginaldo Tenório