terça-feira, 29 de março de 2022

Malhação zero, efeito máximo: cientistas estão desenvolvendo pílulas que imitam os benefícios da atividade física Giulia Vidaleo

 

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Malhação zero, efeito máximo: cientistas estão desenvolvendo pílulas que imitam os benefícios da atividade física

Suplementos poderão induzir a produção de substâncias geradas durante os exercícios

 

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SÃO PAULO — Poucas áreas na medicina são tão conhecidas quanto os benefícios da atividade física regular em todo o organismo humano. Do emagrecimento ao bem-estar, da prevenção de doenças à promoção de ossos mais fortes e de uma mente mais afiada. Entretanto, nem todo mundo consegue cumprir os 150 minutos semanais de exercício aeróbico moderado, recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que boa parte dos efeitos se concretizem. Seja por preguiça, falta de tempo ou incapacidade física. Mas e se fosse possível obter esses benefícios sem precisar se movimentar? Pois o que seria o sonho de muita gente está cada dia mais perto de se tornar realidade.

Nos últimos cinco anos, pesquisadores de diversos laboratórios ao redor do mundo descobriram uma séria de substâncias benéficas liberadas durante ou após a prática do exercício físico, que vão desde um hormônio que queima a flacidez até uma proteína que aumenta a memória. Agora, eles buscam encapsular esses compostos. Pílulas, a depender da substância, impactariam no ganho muscular, na queima de gordura ou no aumento da capacidade pulmonar, portanto.  

— Essa área está caminhando depressa. O exercício produz estímulos para a produção de determinados compostos que até muito pouco tempo não eram conhecidos— diz o educador físico Gustavo Cardozo, diretor técnico-científico do Centro de Medicina do Exercício DECORDIS (Brasil). 

Dois dos mais recentes avanços foram feitos por pesquisadores americanos e australianos. No primeiro deles, uma equipe da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriu uma pro­teí­na chamada clusterina. Esse composto anti-inflamatório é liberado em maiores quantidades quando nos exercitamos e ajuda a deixar a mente - em especial, a memória - mais afiada. Animais que se exercitaram apresentaram níveis 20% mais altos de clusterina no sangue do que os sedentários. O trabalho foi publicado na prestigiosa revista científica Nature. 

 

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