Peixes, répteis, plantas, frutos, dinossauros e insetos – Tudo está gravado nas rochas dessa região a mais de 140 milhões de anos.
Localizada na divisa entre Ceará, Pernambuco e Piauí, a bacia do Araripe hoje é reconhecida internacionalmente como um dos mais completos e ricos depósitos de fósseis do planeta. Plantas, sementes, frutos, anfíbios, insetos, répteis e dinossauros. Tudo está ali, gravado na rocha há centenas de milhões de anos, representando o mais raro patrimônio paleontológico do país.
Quem vê tal riqueza não imagina que esta região sofreu um dos maiores desastres ecológicos já estudado. As primeiras pesquisas realizadas na região aconteceram em 1840, quando o botânico escocês George Gardner coletou fósseis de peixes e entregou para análise de especialistas.
Por volta de 145 milhões, ali havia um grande lago de água rasa, alimentado constantemente pela água do mar. O lugar passou a ser então um refúgio para diversas espécies de animais que buscavam comida em suas margens. Mas quando aconteceu a separação dos continentes, as águas do oceano invadiram toda a área, aumentando a salinidade do lago matando os seres ali existentes, e consequentemente, auxiliando no surgimento dos fósseis . Estes fósseis desenterrados no Araripe apresentam grande similaridade com os encontrados em bacias do norte da África, o que reforça a teoria do intercâmbio biológico.
Embora seja imensa a quantidade de fósseis encontrados na Chapada do Araripe, não foi apenas isso que fez a região do Cariri cearense ganhar o posto de berço da paleontologia nacional. A preservação de tais vestígios também a fez ser reconhecida. Muitas vezes, por meio de fotografias obtidas com microscópio eletrônico, é possível observar as células musculares dos peixes fossilizados. Já em outras ocasiões, até mesmo o conteúdo do aparelho digestivo é visível. Sabe-se, por exemplo, qual teria sido a última refeição de um peixe antes do acidente.
Vale lembrar que não é apenas na área da paleontologia que a Chapada do Araripe se destaca. A região, na verdade, é um imenso oásis em meio à secura do sertão nordestino. Afinal, quem pensa em sertão espera encontrar por ali só mandacarus e outras espécies típicas de caatinga, mas se surpreendem ao se deparar com a primeira Floresta Nacional criada no Brasil, um verdadeiro tapete verde com 160 quilômetros de extensão por 50 quilômetros de largura, abrigando diversas espécies vegetais e animais, além de centenas de fontes de água cristalina, grutas e sítios arqueológicos cheios de pinturas rupestres ainda pouco estudadas.
Esplêndido!
ResponderExcluirNosso CARIRI é rico em tudo( paleontologia, Flona-1.reserva florestal do país, cultura, história e religiosidade)!
Um Estado de Graça!