terça-feira, 13 de julho de 2021

Clamor à Liberdade

 

 

Dom Cavati - Grilhão de Açoitar Escravos -ipatrimônio

 

Clamor à Liberdade 

Iderval  Reginaldo Tenório

 

Liberdade, liberdade, por onde andas?

Liberdade, liberdade, que tardou e ainda tarda para o oprimido,

Por que ainda não veio para o povo como um todo?

 

Liberdade, liberdade, onde moras?

Por onde andas? Apressa-te, por favor!

 

Por ti esperar, muitos ainda choram.

Aprochega-te! Oferece a tua face ao mundo, com fervor.

Atenta para o mais oprimido, libertando-o do opressor.

Zela por todos os filhos da Terra como se fossem teus.

 

Liberdade, liberdade, por que não olhaste com fervor para todos os nossos ancestrais?

Protegeste os mais fortes, os mais sábios, os mais dinâmicos?

Abandonaste os subsaarianos e aos Europeus os entregaste?

Liberdade, liberdade, permitiste que levassem os filhos da mama África?

 

– Oh, Liberdade, liberdade!

Todo o povo do Planeta clama por ti e pede a Justiça verdadeira!

Liberdade, liberdade, o planeta Terra chora pelas correntes que ainda prendem os explorados.

Os abutres e águias com bicos afiados, olhos com fóveas mais profundas e convexas, asas grandes e garras cortantes, dilaceraram e ainda dilaceram costas e mentes dos povos mais frágeis.

O mundo ainda é muito desigual, enquanto o lixo é lixo para um povo, poderia ser o pão para o outro, matando a fome e salvando vidas, a morte de um significa vida para outro, assim é a peleja diária da presa com o seu predador.

 

A natureza brada por liberdade, respeito e isonomia pelo consumo dos seus bens que são de todos, universais.

Liberdade, liberdade, por onde andas? Por onde ecoam os teus gritos destinados à mente de todos os humanos? Que deveriam estar encravados na vida de todos os povos deste Planeta vasto, torrão, dividido por mares, morros e mentes, num verdadeiro e milenar Apartheid mundial?

Liberdade, liberdade, vem, revela-te!

Faze uma faxina e reformula o pensar, o agir e o dirigir dos hegemônicos povos, os verdadeiros opressores da tua existência!

Liberdade, não descure os teus filhos sofridos que em todos os recantos habitam.

Ouve este clamor!

Liberdade, liberdade, por onde tu andas?

 

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