O DISCURSO DE ÓDIO CONTRA A CLASSE MÉDICA
Os médicos, regra geral, não têm ideologia. Nem a ideologia da burguesia nem a ideologia do proletariado. Os médicos, regra geral, estão preocupados com o ideário de servir, aspiração maior de quem se dedica a cuidar.
Quando a cidadania está em xeque os médicos têm participado da vida política da nação sempre que algo destacável necessita do seu brado. Para a nossa geração podemos lembrar a luta pela redemocratização do país, que alguns “intelectuais” tomam para si a hegemonia desta fase da vida do brasileiro, a derrota do carlismo e, contraditoriamente a derrota do Partido dos Trabalhadores e seus aliados.
Vê-se, portanto, que os médicos não estão alinhados ideologicamente a nenhuma facção, mas exatamente por isso estão livres para pensar e agir, podendo apoiar e retirar apoio, sem que isto requeira participação em cor partidária.
Trazendo para o campo da Bahia, os médicos, regra geral, lutaram para livrar a Bahia do carlismo, foi uma vitória nas urnas inesquecível. Já não era possível conviver com as arbitrariedades, o autoritarismo e a hegemonia de um nome só. Vencido o autoritarismo o poder foi entregue ao Partido dos Trabalhadores e seus aliados, não havia outra alternativa.
O discurso nos enganou. No campo da saúde, a retomada dos hospitais públicos entregues pelo carlismo à iniciativa privada, não só não deixou de existir como foi ampliada. A valorização do servidor público, propondo acabar com os contratos precários, sucumbiu ante interesses que sequer compreendemos.
Em 2013 o Governo Federal nas mãos do Partido dos Trabalhadores e seus aliados, partiu para uma agressão inimaginável contra a classe médica. Foram frases, textos, chacotas e charges humilhantes para aqueles que sempre se dedicaram a mitigar o sofrimento do brasileiro. Assim foi introduzido no país um programa atabalhoado, inconsequente e irresponsável, principalmente para os mais desamparados que seriam e foram atendidos por pessoas que sequer sabia-se a procedência acadêmica.
A presidente conseguiu uma proeza, uniu 400 mil médicos, regra geral, contra o seu governo. A história está aí para contar o resultado.
No Brasil de 2018, tal qual na Bahia de 2006, restava uma única alternativa para livrar o país da saga petista. A Bahia ainda está entregue ao PT e o Brasil ao Bolsonaro. Aguardemos os acontecimentos.
Mas, por que estou escrevendo este texto?
Porque ontem fiquei estarrecido com o discurso de ódio contra a classe médica. Agressão gratuita, abjeta, absurda, ignóbil, rancorosa. O Brasil e o mundo estão clamando por paz, por solidariedade, por empatia, por harmonia, mas as palavras do professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBA soaram justamente no sentido inverso.
Os médicos, regra geral, não podem ser adjetivados como o fez o eminente doutor em filosofia. Os médicos, regra geral, são livres, independentes, não conhecem e nem desejam fazer parte do coro com partidos políticos. O compromisso dos médicos é com a pessoa humana que esteja diante de si, com seu bem estar, respeitando o direito inalienável de decidir pelo melhor caminho para a sua vida.
Não esqueçamos o que disse certa feita Jorge Amado “a ideologia é uma m...”
José Abelardo Garcia de Meneses
Médico Anestesiologista
CRM-Ba 6616
É uma tristeza, ver pessoas querendo envolver a classe médica na política. Querem desfazer de quem botou a cara de frente a Covid para tratar , de forma incansável, eles que criticam. Sem olhar a quem. Nem mesmo sem olhar a própria Família, apreensiva , sem saber se seus entes queridos vão voltar para suas casas.
ResponderExcluirMas ao se tratar da esquerda, não podemos esperar outra coisa, a não ser, o golpe desesperador. O golpe baixo. Prática comum entre eles.
É comédia? Não consegui rir. Só sinto tristeza por descobrir qual de fato é a ideologia geral dos meus colegas, nos últimos 3 anos
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