A TATU BOLA, A SUA PROLE E O CACHORRO LEÃO.
.O HOMEM , OS BICHOS E O MEIO AMBIENTE .
Fim de tarde, o cachorro leão aos latidos saiu em disparada , as glândulas
olfativas acusaram tatus no seu reduto, foi atiçado o espírito de predador.
O Sertanejo de bornal a tiracolo, facão na cintura e cordas nos ombros seguiu os rastros do animal, o cão estava acuado com alguma caça.
Ao chegar ao um descampado o cão encontrou a confabular três filhotes de tatus , um corria para um lado, pulava para o outro, ficava com os cascos no chão e as pernas para cima , estava a bailar, outro com o seu focinho amarelo cutucava a sua barriga , o terceiro grunhindo em alto e melódico som jogava-se por cima dos outros a gargalhar.
Da boca da toca surgiu uma velha e cuidadosa tatu, maternalmente vigiava os seus rebentos e observava atentamente o cachorro leão.
Os filhotes eram semelhantes em tudo, no tamanho, na cor, no porte e com as mesmas características, eram do mesmo sexo, três fêmeas da mesma ninhada com quatro meses de idade.
O cão de longe a observar, pensou em capturá-los e ficou a matutar, de repente a mãe Tatu fincou o focinho entre as suas pernas por debaixo da amarela e peluda barriga , como uma bola cascuda rolou até as duas patas dianteiras do cachorro leão, os três filhotes de olhos arregalados pararam diante da inebriante cena. Ficaram petrificados com o choque, não conheciam o bicho cachorro e nunca tinham visto a mãe se transformar numa bola.
O cão ficou assustado com a atitude guerreira da matriarca, cheirou o seu casco , a tocou com a ponta do frio nariz e a lambeu com a sua molhada língua.
A corajosa tatu desfez a defensiva bola, ficou sentada cara a cara, olho com olho com o cachorro leão a desafiá-lo ou a se oferecer em troca das vidas dos seus inocentes filhotes, estava decidida ao enfrentamento pelos filhos.
O predador em respeito levantou a cabeça, observou os três tatus mirins, olhou mais uma vez para a matriarca e vagarosamente foi até a boca da toca de onde saíra a velha matriz , medindo um raio de cem metros ao seu redor , o cachorro leão num movimento lento e preciso urinou compassado e metricamente em mais de 08 pontos demarcando em círculo o seu reduto, depois deixou o local após se despedir daquela família de tatus.
De volta à fazenda encontrou o seu esbaforido dono, os dois voltaram pelo mesmo caminho, foi dada a caçada como perdida.
Por mais de 01ano o velho cão visitava periodicamente aquela bela família, fazia os mesmos movimentos, urinava nos mesmos locais a renovar o seu reduto.
Os outros cachorros que chegavam naquela região, logo que sentiam o cheiro da ureia e dos hormônios ao redor da toca davam meia volta e diziam: "aqui não!, deu xabú, este é reduto do compadre leão".
Aquela família de tatus com o passar do tempo e livre das garras dos predadores, principalmente do bicho homem, progrediu e procriou, deixando de ser uma das raças ameaçadas de extinção.
O respeitoso cachorro, a exemplar e corajosa mãe, os inocentes filhotes e a sábia natureza ascenderam a esperança de um mundo melhor para todos.
Predominou o instinto animal que sempre preza pela preservação do ecossistema e a perpetuação das espécies, enquanto o homem conspira pela destruição indiscriminada da mãe natureza. Sabe os animais que a sobrevivência das espécies e o meio ambiente são irmãos siameses, são componentes importantes do mesmo ecossistema, um não existirá sem o outro, só o homem se esqueceu deste milenar e indispensável conceito.
O mundo precisa mudar o instinto de destruição dos racionais, tudo com o intuito de acumular coisas que continuarão na mesma terra.
O maior patrimônio do homem é a vida, o segundo a vida com saúde e depois o respeito aos reinos animal, vegetal e mineral preservando o ecossistema .
Viva e respeite a mãe natureza, ao agredi-la o saldo será a eliminação de milhares de vidas.
A mãe natureza é imortal, vive em eterna metamorfose , perecem as civilizações , continuará com o seu alto puder de recuperação e muito viva.
A terra ainda terá cinco bilhões de anos para ser englobada pelo sol, ainda virão milhões de civilizações, os homens são um nada diante da sua grandeza.
Salve o Cachorro Leão, a Tatu mãe , o instinto de sobrevivência e a natureza que não deixaram o homem se aproximar daquela família, o resultado seria fatidicamente outro.
O homem é realmente um animal racional, primeiro eu, depois eu, por ultimo eu e nas cinzas o jeitinho racional, mais uma vez eu.
O Mundo é de todos e viver em harmonia é o seu lema, só o homem é infrator destes ditames.
Iderval ReginaldoTenório
SOBRE O TATU
Tatu-bola
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cingulata
Família: Dasypodidae
Espécie: Tolypeutes tricinctus, (Linnaeus, 1758)
O tatu-bola, também conhecido como tatu-apara, bola, bolinha, tranquinha ou tatu-bola-do-nordeste, é a menor e menos conhecida espécie de tatu do Brasil. De todas as espécies de tatu do país, é a única endêmica (que ocorre só nesse local).
Possui distribuição geográfica muito restrita, ocorrendo somente na Caatinga e no Cerrado. A espécie já foi registrada em 12 estados brasileiros diferentes - Bahia, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Esse animal, de aproximadamente 50 cm e 1,2 kg, apresenta como uma das principais características a capacidade de se fechar na forma de uma bola ao se sentir ameaçado, o que protege as partes moles de seu corpo contra o ataque de predadores. Essa capacidade foi o que deu origem ao seu nome popular. Distingue-se também pela presença de cinco unhas nas patas anteriores, principal diferença entre Tolypeutes tricinctus e a outra espécie do mesmo gênero, a T. matacus.
Durante o período de acasalamento, uma mesma fêmea é vista acompanhada por mais de um macho. As fêmeas geram um ou, menos frequentemente, dois filhotes por ninhada, que nascem completamente formados.
O tatu-bola possui hábitos noturnos e se alimenta principalmente de formigas e cupins, consumindo também grande quantidade de areia, cascas e raízes junto ao alimento. O tatu-bola não escava buraco e utiliza como esconderijo tocas abandonadas. Por utilizar como principal estratégia de defesa a fuga em busca de tocas abandonadas e o enrolamento sobre si, torna-se mais vulnerável ao ataque de predadores e à caça humana.
Atualmente, a espécie é considerada como Ameaçada pela Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, do Ministério do Meio Ambiente, estando Criticamente Ameaçada no estado de Minas Gerais e Vulnerável no Pará. Está enquadrada como Vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (2007) e pelo Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, da Biodiversitas (2008). Corre alto risco de extinção em médio prazo.
A perda e a fragmentação do habitat, além da caça, são as principais ameaças à espécie. Suas populações foram extensamente dizimadas no passado, principalmente devido à caça humana de subsistência.
Com a intenção de divulgar informações sobre a espécie e chamar a atenção da população e dos governantes para a necessidade de conservar a espécie e a Caatinga, a organização não governamental Associação da Caatinga lançou, em 2011, uma campanha para que ela se tornasse mascote da Copa do Mundo de 2014. A campanha atingiu o seu objetivo e o tatu-bola foi eleito como mascote em 2012, ganhando o nome de Fuleco, que significa a junção das palavras futebol e ecologia.
Associação da Caatinga
Nem se despediu de mim - Luiz Gonzaga - YouTube
Dr.Iderval, essa publicação sobre a mãe Tatu Bola e o Cachorro Leão me emocionou, é uma grande variedade o animal racional é o maior inimigo da fauna e da flora, do meio ambiente.
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