quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Uma pagina da poesia nordestina de Zé Praxedes. DOUTOR INTÉ OUTRO DIA

 

Quem viveu no sertão conheceu a  água barrenta dos barreiros, a  poeira do barro batido, o causticante sol  a lhe queimar o lombo, os redemoinhos a varrerem as copoeiras , os chocalhos do gado pé duro e o   chocalhar dos guizos das  cascavéis.  O por do sol  laranja ou  vermelho ,  as nuvens brancas tipo algodão no céu e  as miragens . 

O berro das cabras ,  o relincho dos cavalos e o  zurrar dos asininos, o canto dos   pássaros, a poesia bucólica dos mestres da viola, do repetente  e da oratória ,   os grandes do rádio que reverberavam as suas vozes  para todos que tivessem a sorte de ouvi-los, estes abnegados   pulverizavam  e distribuíam  cultura gratuitamente,  que   junto   aos  cegos com as suas rabecas a cantarolar nos dias feiras livres completavam  o viver do nordestinos desprovidos das bibliotecas  dos grandes centros e da cultura do além mar . 

 Cegos que ficaram na história do Cariri, Cego  Oliveira, Cego Aderaldo , Oliveira Filho e outros, verdadeiros documentaristas e artistas inesquecíveis. das coisas o sertão .

  O Cariri cearense é um  celeiro cultural.

Assim era e continua  o meu Sertão, lá na minha Serra do  Araripe,   no meu aconchegante  e amado    Bodocó .

Ceará /Pernambuco(  CEARÁBUCO)

Iderval Reginaldo Tenório

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Iderval Reginaldo Tenório


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