domingo, 21 de fevereiro de 2021

O MENINO QUE CONVERSA COM OS ANIMAIS

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ZEZINHO E A NATUREZA INFANTIL 

O   MENINO QUE CONVERSA COM OS ANIMAIS E COM AS ESTRELAS. 

 

            CAPÍTULO I

           O MENINO

Zezinho tem  7 anos de idade,  mora  no campo e ainda não frequenta  as escolas criadas pelos homens , sonha com este dia, porém  é PhD  na linguagem dos seus maiores amigos , a terra, a chuva, o sol, a lua, a noite, o dia , a água  , o fogo ,  os ventos,  as plantas, os animais domésticos,  os  silvestres, os  pássaros , os insetos e até os répteis . O Menino fala a linguagem da natureza.

É poliglota , etólogo  ambientalista   , sociólogo , ecologista, veterinário,  vaqueiro, motorista,  biólogo, agricultor , pecuarista e tudo quanto a sua mente imaginar,  só não sabe  as leituras desenvolvidas  pelo imaginário humano ,  demandas seletivas , excludentes,  idealizadas   para estudar os fenômenos universais, tanto os materiais como os filosóficos,  e ao mesmo tempo  para  estratificar a sociedade em classes sociais.   É uma  Educação  importantíssima e obrigatória para não continuar no limbo social na sociedade atual. O menino tem a sede do saber e olha para o futuro.

 

                                                          CAPITULO II

                                              O DIÁLOGO COM O SOL

Conta  Zezinho que tem conversado com os seus amigos de infância , todos têm queixas contra o comportamento dos seres  humanos. 

 O Sol  é a principal peça do sistema solar  , alimenta  a terra sem distinção, sem  preconceitos  , nada pede em troca, sabe da sua tarefa  e de sua importância. Anda  preocupado  ,   tem observações e  reclamações a fazer. 

Relata que os homens  afirmam que ele causa câncer de pele,  que resseca o solo, evapora as águas dos rios, dos oceanos, dos lagos, dos córregos e dos açudes, refere que o  acusam de ser um  dos responsáveis pela desertificação do planeta.    Esquecem os humanos   que estes    atos  fazem parte de sua função e são necessários para os ciclos  da vida, uma vez que na natureza tudo se transforma,   refere que não vai   mudar ,   é o seu ofício.

Faz este trabalho há 5 bilhões  de anos  e ainda tem mais 5 bilhões para atuar. Relata  que ,  o que os seres vivos  comem  nada mais é do   que  energia solar , que os seus raios,  na velocidade da luz, 300 mil quilômetros por segundo , gastam 8,5 minutos e viajam 150 milhões  de quilômetros para chegar à   terra lhes dando vida.

 Reforça que as árvores   recebem   os raios solares , fazem a fotossíntese, produzem  os  frutos, os grãos e  os tubérculos  que alimentam os homens. Os animais consomem os vegetais, crescem ,  multiplicam-se e os homens comem a sua carne. 

Afirma  que  o arroz, o milho, o feijão, a soja, o trigo ,   o andú, a lentilha, as ervilhas e as favas são  a energia solar em forma de grãos, da mesma forma  que são todos os tipos de carnes que alimentam os  humanos e os animais carnívoros.  É peremptório  em afirmar  que é  a mais importante fonte de energia  ,  de  vida  e de   saúde  para toda a natureza, inclusive para os humanos.                                                                                                                            

CAPITULO  III

OS RIOS

O Sol , como  o  representante  legal  e o líder  do grupo,  traz diversas queixas dos seus componentes.

Refere que os Rios  andam assombrados e perplexos  com o futuro. Estão exaustos                          e não aguentam as atrocidades  praticadas pelos humanos , pois cortam   as árvores das suas margens, constroem habitações nos seus trajetos, desviam aleatoriamente as suas águas e jogam dejetos de todos os tipos  nos seus leitos, especificamente os químicos, os metais e os tóxicos , reclamam que um dia poderão não suportar  tais agressões  e poderão perecer antes do tempo , sabem  que     promover   a vida é a sua função.

Lembram que nas suas águas vivem diversos tipos de vidas e    por onde passam  alimentam milhares  de outras vidas, tanto  vegetais,  como  animais, primordialmente suprem todas as necessidades dos homens nas suas  comunidades , pedem cautela e responsabilidade  por parte dos humanos .

Fazem   diversas observações, relatam   que são  as artérias da terra, transportam              muitos nutrientes na suas águas e juntos  aos oceanos, os lagos, os córregos, lagoas, açudes e trajetos subterrâneos   levam vida para todos que vivem no planeta. 

São enfáticos em dizer que,  a Terra é  viva e nunca para de se transformar    , vive em eterna metamorfose , depende das suas águas e dos nutrientes que nelas se encontram.

Apontaram um grave crime  que os humanos praticam contra  os peixes, os  seus maiores moradores.   

Os peixes vivem felizes nas suas águas,  suprem a cadeia  alimentar , são pescados inclusive pelos humanos . São peças  importantes nas complexas   propriedades  da vida e para todas as espécies que habitam a terra.  

O que  é inadmissível   , é o fato dos humanos pescarem  para o entretenimento,  dizem que pescam pelo lazer .

Os Rios não  entendem como um homem pode se sentir feliz em prender  um peixe pela boca. 

Eles  cravam um anzol de metal  camuflado com um  fragmento de carne, o peixe  pensa que é alimento e tenta engolir para matar a fome. O ferro encrava na sua boca, o animal passa muitas horas  brigando para se livrar   e não consegue  . Sem forças    e exausto   é vencido,  é  arrastado pelo  homem, este fica feliz, pula   de  contentamento por este ato satânico e criminoso.  Não se resignam e nem se comovem com as dores, o sofrimento e o pânico que passa aquele peixe, depois o expõe   ao público, ridicularizando e o envergonhado  , provavelmente aquele  peixe  é um pai , uma  mãe   ou um filho , depois o solta  na mesma água com avarias na cabeça, ferimentos na boca, no queixo, nas guelras ou na garganta e moralmente  destruído, os Rios acham isso uma afronta à vida.

 

CAPÍTULO IV

AS FLORESTAS

As Florestas, que são constituídas de diversos tipos de vidas, tanto animal com vegetal, dizem que estão sendo destruídas. Nas nações desenvolvidas da Europa praticamente não existem mais, os humanos daquela região em 2 mil anos já acabaram com varias florestas e com quase todos os recursos naturais.

Das florestas nativas restam poucas, hoje as florestas da Europa são artificiais, são monoculturas,     frutos do reflorestamento obrigatório  por lei , geralmente  coníferas.

Alegam que para se tornarem desenvolvidas tiveram que danificar todo o ecossistema , modificando os recursos minerais, a flora e a fauna.

Hoje os povos europeus gastam fortunas para o plantio de milhões de árvores, porém sem a diversidade das florestas originais, o mais estranho é  que todo o planeta chama este ato de civilização desenvolvida  . Para as florestas um verdadeiro contra senso, um absurdo,  um crime socioambiental.

Queixam-se as Florestas   que as suas     árvores estão sendo derrubadas,  umas para a fabricação de móveis, outras para fazer fogo , a maior parte para fazer pastos para o gado e   para a agricultura, outras  para o  fabrico do papel , a produção  do óleo  de  palma ,  a exploração dos minerais  e parte para construir habitações nas cidades, os homens  estão devastando as florestas. 

 

Falam que a velocidade de destruição é maior do que a de recuperação, estes danos trarão grandes mudanças no clima da terra, na pureza da atmosfera e na sua oxigenação .

O Sol trouxe graves reclamações da própria terra.

Relata que os seus morros, chapadas, montanhas, serrados e as  planícies  por possuírem diversos minerais, pedras preciosas, muita água, terra raras e combustíveis fósseis estão sendo dilapidadas.  Jogam explosivos, destroem as suas entranhas , abrem os seus corpos  em busca destas riquezas , estas atitudes fulminam muitos tipos de vida e o meio ambiente, contaminam as águas dos rios, dos mares, do  subterrâneo e o lençol freático, acabam com o ecossistema.

 

                                                           CAPÍTULO V

                                                           AS ABELHAS

O Líder trouxe queixas de quase todos do grupo, muitas inacreditáveis.

 As abelhas lhe falaram que os humanos roubam o mel que produzem, que é com  aquele mel  que alimentam os seus irmãos da colmeia. Lembram  que abelha vive pouco,    de 20 a 60 dias , que cada uma produz em  média de 5 a 6  gramas de mel durante toda a sua existência, visita de 10 a 12 flores por minutos , faz 40 voos por dia , pousa em 40mil flores ao dia em busca do néctar , poliniza todas as plantas visitadas ,  se afasta até 2  mil metros   de sua casa e  se orienta pelos raios solares, a vida é dura.  

Refere que os humanos chegam  e roubam seus alimentos, os  alimentos da sua família. Perguntam  : por que não se contentam com o trabalho gratuito de polinizar as flores ? serviço este responsável pela geração dos frutos  que lhes matam a fome . Ratificam  as abelhas que esta tarefa já seria de bom grado, já seria suficiente, já seria uma nobre e impagável atitude, porém os homens querem mais, querem tudo, até o própolis e a cera das paredes eles levam  , para isto,  além de furtarem o mel, matam muitas abelhas , envenenam outras e as intoxicam com fumaças diversas, os homens são  perversos com os outros animais, eles só pensam neles e acham que o mundo foi feito só para eles.

 

                                                       CAPITULO VI

                                                  QUEIXAS GERAIS

O Sol deu uma pausa e trouxe à tona  acontecimentos inaceitáveis com outros animais , citou as maldades das vaquejadas, touradas, as brigas de canários,  de cães e de galos, as grandes  cargas colocadas nos jumentos, nos burros , nos cavalos e nos bois de tração,   o uso das esporas, do rabicho, da boqueira  e do chicote. 

Falou dos furtos do leite das vacas e das cabras , dos envenenamentos dos insetos no campo para proteger a lavoura, esquecem que estes insetos estão em busca da sobrevivência, ao mesmo tempo que comem polinizam as flores,  atos estes que eliminam milhares de pássaros e repteis que se alimentam destes pequenos animais envenenados , falou que tem seres humanos que retiram totalmente as vestes das ovelhas, isto é, tosam toda a sua lã, toda a sua proteção, ferem a sua pele e as deixam nuas,  expostas ao frio ,  ao sol, ao relento  e entregues ao mundo, são  muitas as  crueldades em nome do progresso , em nome do desenvolvimento . Prendem milhares de pássaros em gaiolas  e lhe tiram a liberdade, a maior propriedade que um ser vivo possui que é viver livre na natureza.

Depois destas informações   fez algumas observações e foi claro, os homens precisam ter mais cuidado e respeito para com a natureza. 

 

CAPÍTULO VII

VEIO A NOITE

Veio a noite , tanto eu como o sol nos recolhemos  , eu fui  para casa  dormir e ele viajou para o outro lado da terra conversar com os seus amigos de lá. O Sol  tem amigos no mundo todo, ele não possui desafeto , não dorme, não descansa e vive sempre a reverberar energia para todo o sistema solar, tudo  depende da sua atuação e fala todas as línguas da natureza, a dos minerais, dos vegetais , a dos animais, dos mais simples  aos mais evoluídos e de todos os fenômenos da natureza. 

 

                                      

VIII

O OUTRO DIA

No outro dia  ao abrir a porta, lá estava ele, forte e brilhante,  a me esperar. Com os olhos nos meus olhos falou,   falou sério e compenetrado, pausadamente , professoralmente .  Disse que eram   as suas ultimas palavras , foi claro, achava que estava abusando da minha paciência e passou este recado:

Amigo Zezinho diga aos humanos  que sejam amigos da natureza, assim como você. Ela é mais forte do que todos os humanos juntos e as suas maldades contra a terra. 

O Globo Terrestre é vivo e destruí-lo é uma tarefa impossível  para os que vivem nele, o Globo vive em eterna transformação, cem, duzentos ou mil anos   para o Sistema solar e para a terra são  fragmentos de tempo insignificantes, quem modifica a terra desde a sua criação       são os fenômenos naturais próprios , eu (o sol),  os rios, os mares,  as chuvas,  os vulcões, as tsunamis, as voçorocas, os terremotos, os raios, os trovões, os relâmpagos, os ventos, as mudanças do clima , a influencia  dos outros  planetas,  as estrelas e outros fenômenos desconhecidos desta civilização. 

 Os humanos jamais a destruirão, no máximo podem modificar o pequeno    mundinho no qual vivem, o fragmento de solo que habitam , no máximo desequilibram o seu pequeno  ecossistema, podem matar quem lhes proporcionam    os seus sustentos, dificultando a sobrevivência dos humanos e todos os tipos de vidas  naquela região, inclusive os recursos naturais , notadamente os rios e as florestas.   

Os homens ao explorarem  os recursos naturais dos seus ecossistemas  poluem as suas águas, destroem os seus morros, as montanhas   e as florestas,  desequilibrando    a fauna e a  flora.  Vai chegar o dia em que , o que se ganha em um ano será gasto numa única catástrofe natural ou provocada pelos humanos  para poderem viver naquele seu mundinho,  com as suas atitudes quem vai ao fim  é esta civilização.   Tal qual as outras que sucumbiram , esta também  sucumbirá, é apenas questão de tempo.

CAPITULO IX

O RECADO

Diga aos humanos que preservar os recursos humanos ou explorá-los com respeito  é preservar a continuidade da vida  aqui na terra , lembre  que muitas civilizações já se  foram, esta também irá e outras surgirão,   uma vez que a terra ainda existirá por mais 5 bilhões de anos .

 

CAPITULO X

FECHAMENTO

O menino Zezinho de posse destas informações  e após o diálogo com o sol , elaborou este   ensaio , pede que todos tomem conhecimento  e   tenham consciência que a terra é propriedades de todos que nela  se encontram , dos animados aos inanimados .  

  A terra é de todos e merece respeito.

O homem não está acima da natureza e  nem acima dos animais. 

Iderval Reginaldo Tenório

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25 de set. de 2018 · Vídeo enviado por Valter Sifer

 

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4 comentários:

  1. Fabulosa pela nobre colega Iderval!
    Congratulações!

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  2. Belo texto: "O menino que falava com os animais". A terra está em perigo, e os animais que se dizem racionais a destroem diariamente. As oportunidades que temos aqui no Brasil, chega um jegu e, com a força do poder nomeia outro jegue pra fazer uma calamidade nas florestas por pura vaidade e opinião. E o pior, o povo calado somente assistindo e lamentando. Só lamentar não basta, temos que ddar um freio o quanto antes.

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  3. Belo texto: "O menino que falava com os animais". A terra está em perigo, e os animais que se dizem racionais a destroem diariamente. As oportunidades que temos aqui no Brasil, chega um jegu e, com a força do poder nomeia outro jegue pra fazer uma calamidade nas florestas por pura vaidade e opinião. E o pior, o povo calado somente assistindo e lamentando. Só lamentar não basta, temos que ddar um freio o quanto antes.

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  4. Maria Bessa
    Maravilhoso texto!!
    Parabéns..

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