terça-feira, 1 de outubro de 2019

Soprano Jessye Norman, estrela da ópera americana, morre aos 74 anos

A soprano americana Jessye Norman Foto: Arquivo/Ego


NOVA YORK — Morreu nesta segunda-feira a americana Jessye Norman , soprano que tornou-se uma estrela internacional da ópera e venceu quatro Grammys. Ela tinha 74 anos, e a morte foi confirmada pela porta-voz da família, Gwendolyn Quinn.


Segundo o comunicado enviado à agência de notícias AP, Jessye teve um choque séptico seguido por falência múltipla dos órgãos, em decorrência das complicações de uma lesão medular que ela sofreu em 2015. Ela estava internada em um hospital de Nova York, e morreu cercada por familiares e amigos.



"Nós somos muito orgulhosos das realizações musicais de Jessye e da inspiração que ela passou para o público ao redor do mundo, que continuarão sendo fontes de alegria. Somos igualmente orgulhosos de seus esforços humanitários em causas como a fome, a falta de moradias, o desenvolvimento social de jovens e a educação artística e cultural", disse a família no comunicado.
A soprano americana Jessye Norman durante apresentação na França Foto: PIERRE-FRANCK COLOMBIER / AFP
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A soprano americana Jessye Norman durante apresentação na França Foto: PIERRE-FRANCK COLOMBIER / AFP
A data do vélorio e do enterro será divulgada nos próximos dias.
Jessye foi uma artista pioneira, uma das raras cantoras negras a alcançar o estrelato mundial no mundo da ópera, atuando em casas reverenciadas como La Scala e Metropolitan Opera. Foi protagonista em obras grandiosas como “Carmen” e “Aida”, e cantou as obras de Wagner. Mas Jessye não se limitou à ópera ou à música clássica, dando voz a canções de artistas como a lenda do jazz Duke Ellington.

Jessye Norman recebe condecoração de Barack Obama na Casa Branca Foto: Reprodução
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Jessye Norman recebe condecoração de Barack Obama na Casa Branca Foto: Reprodução
Ela nasceu em setembro de 1945, na cidade de Augusta, Georgia, em tempos segregacionistas. Jessye cresceu cantando na igreja, numa família musical, com pianistas e outros cantoras. Na faculdade, estudou música na Howard University, em Washington. Sua estreia operística chegou em 1969, em Berlim, e a soprano rapidamente conquistou plateis pelo mundo, em palcos de Milão, Londres e Nova York, graças aos seus vocais brilhantes, indepentemente do idioma. O “New York Times” descreveu a voz de Jessye como uma “grande mansão do som”, com “vistas inesperadas, salas iluminadas pelo sol, passagens estreitas e quedas cavernosas”.
Em 1997, aos 52 anos, Jessye tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Kennedy, honraria entregue para artistas de impacto reconhecido na cultura americana. Em 2010, ela recebeu das mãos do então presidente Barack Obama a National Medal of Arts, a maior comenda individual artística dos Estados Unidos.
Ao longo de sua carreira, a soprano ainda teve 15 indicações ao Grammy, vencendo o primeiro em 1985, como melhor performance solista vocal clássica por sua interpretação de canções do compositor francês Maurice Ravel. No total, ganhou quatro Grammys, incluindo o de conjunto da obra, em 2006.

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