quinta-feira, 4 de julho de 2019

AI SE SESSE ZE DA LUZ

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 ZÉ DA LUZ (1)

Severino de Andrade Silva, nasceu em Itabaiana, PB, em 29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965. O trabalho de Zé da Luz é conhecido pela linguagem matuta presente em seus cordéis. 
Zé da Luz, poeta, das terras nordestinas, nasceu em 29 de março de 1904 em Itabaiana, região agreste da Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro em 12 de fevereiro de 1965. 
Veio ao mundo como Severino de Andrade Silva e recebeu a alcunha de Zé da Luz, nome de guerra e poesia, nome dado pela terra aos que nascem Josés e, também, aos Severinos, que se não for Biu é seu Zé.

Sintam nas palavras do grande poeta a importância do ser humano,a importância da mulher.
A mulher pode ser gorda,magra,massuda,de nádegas e peitos avantajados,cintura com mais de 70% das medidas do quadril,quase 100%, mesmo assim todas são admiradas ,queridas e desejadas pelos homens, mostrando que o importante na mulher é o caráter,a seriedade e o respeito,como diz a minha mãe do alto dos seus 98 anos:
"O IMPORTANTE NA MULHER MEU FILHO NÃO É O CORPO  ,O  IMPORTANTE  É A DIREITICE"
Dona Tonha.
Iderval Reginaldo Tenório
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Amigos do blog cultural, vejam a riqueza de um homem sensível e que tem muito a nos ensinar, o grande poeta Paraibano Zé da Luz,(Zé da Luz Severino de Andrade Silva, nasceu em Itabaiana, PB, em 29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965.


Nesta poesia o Zé mergulha por diversas demandas sociológicas, econômicas,  políticas, éticas e sentimental, numa poesia conseguiu mostrar ao mundo de que pena a sociedade brasileira e nordestina, o poeta vai fundo no poderio econômico dos grandes patrões, nos contratos entre o patrão e o trabalhador, fala das necessidades dos mais pobres , da falta da Escola para o povo sofrido.

 Mergulha na lealdade e sinceridade da mulher nordestina e sertaneja, fortifica o amor entre dois seres humanos independente da existência ou não de algum patrimônio, atiça a honestidade do homem do campo , fala da confiança do analfabeto nos homens da justiça, enfim, mostra o relacionamento do homem com o homem e as suas vertentes.

O  Zé  da Luz nesta poesia foi fundo, foi no âmago, furou a alma, se que ela existe. Em CUNFISSÃO DE CABÔCO o Zé  falou de tudo, colocarei em negrito algumas das estrofes mais categóricas e importantes.
 Abraços e boa leitura

Iderval Reginaldo Tenório 

AI SE SESSE
  ZE DA LUZ
Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse! 

 .
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce? 

.
E se eu me arriminasse
e tu cumigo insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?... 
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!


Zé da Luz.

Esse é caba macho, oh sujeito decidido.

A FLOR DE PUXINNÃ

ZE DA LUZ



(Paródia de As “Flô de Gerematáia” de Napoleão menezes)


Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.


A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.


A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.


Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.


A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.


Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.


Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.


Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!




 A CACIMBA
ZE DA LUZ

Tá vendo aquela cacimba
lá na bêra do riacho,
im riba da ribanceira,
qui fica, assim, pru dibáxo
de um pé de tamarinêra.

Pois, um magóte de môça
quage toda manhanzinha,
foima, assim, aquela tuia,
na bêra da cacimbinha
prá tumar banho de cuia.

Eu não sei pru quê razão,
as águas dessa nacente,
as águas que ali se vê,
tem um gosto diferente
das cacimbas de bêbê...

As águas da cacimbinha
tem um gôsto mais mió.
Nem sargada, nem insôça...
Tem um gostim do suó
do suvaco déssas môça...

Quando eu vejo éssa cacimba,
qui inspio a minha cara
e a cara torno a inspiá,
naquelas águas quiláras,
Pego logo a desejá...

... Desejo, prá quê negá?
Desejo ser um caçote,
cum dois óio dêsse tamanho
Prá ver aquele magóte
de môça tumando banho!


Zé da Luz.




AI SE SESSE
  ZE DA LUZ
Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cumigo insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!


Zé da Luz.

2 de jun de 2017 - Vídeo enviado por Video Mix
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