quinta-feira, 12 de julho de 2018

Fígado humano é cultivado em laboratório com células-tronco



Fígado humano é cultivado em laboratório com células-tronco



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Cientistas japoneses publicam na ‘Nature’ experiência bem sucedida de criação de forma rudimentar do tecido hepático



Imagem de microscópio mostra cultura de células-tronco - Agência O Globo


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Cientistas conseguiram, pela primeira vez, reproduzir um pedaço de fígado humano em laboratório por meio de células-tronco retiradas da pele e do sangue. A façanha, divulgada por cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Yokohama, no Japão, é novo combustível para a corrida científica de se criar órgãos para transplante sem o obstáculo de necessidade de um doador.

Há duas formas principais de células-tronco — as embrionárias, cujo estudo tem várias limitações éticas e religiosas, e as “células-tronco de pluripotência induzida” (IPS, na sigla em inglês), muitas vezes retiradas de pele ou sangue e reprogramadas geneticamente para crescerem como outro tipo de tecido. A equipe japonesa, de acordo com o trabalho publicado na “Nature”, usou as IPS para cultivar três tipos células que formam o fígado. Para o espanto dos pesquisadores, as células conseguiram se organizar sozinhas a ponto de formar o que especialistas chamam de broto hepático, uma forma rudimentar na escala de desenvolvimento do fígado.

Depois de cultivarem vários brotos de fígado, os pesquisadores transplantaram os aglomerados em ratos, ligando vasos sanguíneos do órgão humano em ratos. Como resultado, o fígado humano foi capaz de executar funções de células humanas hepáticas adultas.

"Para nosso conhecimento, este é o primeiro trabalho que demonstra a geração de um órgão humano funcional a partir de células-tronco pluripotentes", escreveram os pesquisadores na revista “Nature”.

Takanori Takebe, cientista que liderou o estudo, disse em uma teleconferência que ele ficou tão encorajado pelo sucesso da pesquisa que planeja aplicar o método de forma semelhante em outros órgãos, como o pâncreas e os pulmões. Mas antes de virar órgãos de laboratório prontos para transplante, a técnica em desenvolvimento pelos pesquisadores japoneses pode ser aplicada para testar efeitos de medicamentos. Em vez de anotar possíveis efeitos colaterais de drogas experimentais em gente de verdade, os brotos hepáticos podem cumprir esse papel.

Outro exemplo dos avanços da medicina regenerativa ocorreu em abril, quando uma equipe de pesquisadores americanos disseram que haviam criado um rim de ratos em um laboratório que foi capaz de funcionar como um órgão natural, mas o método foi um pouco diferente, pois usaram uma espécie de carcaça para produzir o rim.
Já em maio do ano passado, pesquisadores britânicos disseram que transformaram células-tronco da pele em músculo para tratar insuficiência cardíaca em ratos.

Na escala de complexidade da medicina regenerativa, órgãos com formatos em três dimensões, como o fígado, são mais difíceis de serem criados, o que deu destaque ao trabalho dos japoneses. Pele ou estruturas tubulares, como vasos sanguíneos, estão um patamar abaixo no nível de dificuldade.

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