domingo, 17 de junho de 2018

Guerras do Ópio História Geral



Guerras do Ópio

História Geral

As Guerras do Ópio ocorreram nas décadas de 1840 e 1850, em território chinês, e tiveram como principal motivação a questão do comércio do ópio, produzido pelos chineses.
Acima, imagem de uma das batalhas travadas na Segunda Guerra do Ópio
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Acima, imagem de uma das batalhas travadas na Segunda Guerra do Ópio

As chamadas Guerras do Ópio foram conflitos travados entre o Reino Unido e o Império Chinês nas décadas de 1840 e 1850 que tiveram como motivo principal o comércio do ópio, isto é, uma droga derivada da flor de papoula, que tem efeito analgésico, cultivada na Ásia e largamente consumida na Europa e na América durante o século XIX.

Sabemos que o século XIX foi, entre outras características, o século do imperialismo e que a Inglaterra foi uma das nações que mais alcançaram extensões de terras no globo nesse período. No continente asiático, os britânicos tiveram sob a sua Coroa a Índia e chegaram, por meio das Guerras do Ópio, a se estabelecerem nos domínios de Xangai, na China. À Inglaterra era altamente lucrativos os negócios empreendidos pela Companhia Britânica das Índias Orientais. Entre os produtos mais negociados, estavam o chá e o ópio.

Os ingleses compravam o chá dos chineses e levavam o ópio para a venda no Ocidente. Havia uma demanda muito grande por ópio na Europa e na América, demanda tanto farmacêutica (o ópio era usado em feridos de guerra e pessoas acometidas de doenças causadoras de dor intensa) quanto recreativas (havia muitos clubes para consumo de ópio e haxixe nas principais cidades europeias). No entanto, os imperadores chineses viam com preocupação o uso do ópio entre a população da China, haja vista a dependência química e a decadência física e moral causadas pela droga. A partir de 1800, a China estabeleceu decretos proibindo o consumo do ópio. Entretanto, as sanções eram ignoradas, e o comércio do produto com os ingleses estimulava o uso entre os chineses também.

Em 1839, a China impediu definitivamente o comércio do ópio e decretou a apreensão de cerca de 20 mil caixas do produto, expulsando os comerciantes ingleses que as estavam negociando. Essa ação afetou profundamente o Reino Unido, principal interessado no produto. Em 03 de novembro do mesmo ano, os ingleses decretaram guerra à China, que começou efetivamente no início do ano seguinte. Essa Primeira Guerra do Ópio durou de 1840 a 1842 e resultou na derrota chinesa e na consequente subordinação da China às potências ocidentais que exigiam abertura ao livre mercado.
O principal documento que assentou as bases para tal abertura foi o Tratado de Naquim, assinado em 1842, entre a dinastia chinesa de Manchu e o Reino Unido. Esse tratado foi considerado um dos “Tratados desiguais”, que “encurralavam” o império chinês a se abrir para o comércio com potências ocidentais. Não demorou muito para as cláusulas desse tratado serem rompidas. Em 1856, o governo chinês embargou um dos navios representantes da coroa inglesa, gesto que configurava violação do Tratado de Nanquim.

Esse gesto conduziu os dois países à Segunda Guerra do Ópio, que durou de 1856 a 1860. Essa segunda guerra culminou não apenas na tomada de mais regiões estratégicas do comércio chinês, como também na tomada da capital do império, a cidade de Pequim, em 1860, pelo oficial Lord Elgin, o qual, com a ajuda dos franceses, invadiu a cidade e incendiou o Palácio de Verão, do imperador chinês.


Por Me. Cláudio Fernandes
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
FERNANDES, Cláudio. "Guerras do Ópio"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 17 de junho de 2018.

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