quinta-feira, 1 de março de 2018

POLICIA ENCONTROU CARTA QUE REVELOU O VERDADEIRO MOTIVO DO SUICÍDIO DO MONSENHOR LUÍS ORLANDO DE LIMA PÁROCO DE QUIXADÁ

POLICIA ENCONTROU CARTA QUE REVELOU O VERDADEIRO MOTIVO DO SUICÍDIO DO MONSENHOR LUÍS ORLANDO DE LIMA PÁROCO DE QUIXADÁ

 
 
Foto: Reprodução/Diocese de Quixadá.
ELE DEIXOU CARTA QUE LEVOU À PRISÃO DE UM ESTELIONATÁRIO.
 
NA MISSIVA DE 18 PÁGINAS, ELE REVELOU QUETERIA SIDO VÍTIMA DE SUCESSIVOS GOLPES FINANCEIROS, COM PROMESSA DE LUCRO.
 
Após a morte do monsenhor Luís Orlando de Lima, no último dia 16, em Quixadá (a 158 km de Fortaleza), policiais encontraram extensa carta que levou à prisão de Leanderson Pereira de Araújo, suspeito de estelionato que se identificava falsamente como assessor de deputado federal cearense e ainda servidor do Ministério do Turismo. 
 
 
Leanderson foi preso preventivamente na tarde dessa terça-feira, 27, após tentar atrapalhar as investigações. 
 
 
Titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Quixadá, Marcus Vinícius Damasceno disse que o nome do suspeito foi especificado por monsenhor Orlando em carta de 18 páginas, deixada no local que a vítima se matou na casa da Paróquia de São Francisco.
 
 
O suicídio do religioso teria sido motivado, segundo a Polícia, por golpes sucessivos financeiros, que somam pelo menos R$ 650 mil, além de dois automóveis. 
 
 
A carta relata os crimes, que tiveram início em 2015. Leanderson prometia expressivos lucros ao padre, caso fossem investidas quantias em dinheiro. 
 
 
Até o primeiro semestre de 2017, somavam-se R$ 500 mil, levantados pelo religioso em empréstimos com agiotas. 
 
A dívida foi paga por familiares de Orlando, mas as extorsões continuaram.
 
Foi um verdadeiro domínio psicológico.
O suspeito é um megalomaníaco de filme, tem uma mente doentia. 
 
Teve portas abertas na igreja, prometendo recursos e chegou até a gerir a paróquia. 
 
Ele criou um enredo, uma fábula, ganhou a confiança das pessoas e falava a fiéis em nome do padre para arrecadar supostos recursos que seriam investidos em projetos do Governo, detalhou o delegado.
 
As investigações policiais apontam que as dívidas se acumulavam com a promessa de breve retorno, vindo de Brasília. 
 
Leanderson se apossou ainda de um carro particular do padre e um segundo veículo, que havia sido doado à paróquia. 
 
Um dos veículos foi vendido por R$ 50 mil. 
 
O padre sempre tentava resolver no diálogo, mas era levado pelas promessas. 
 
O empréstimo mais recente do qual temos conhecimento foi obtido em janeiro deste ano: 
R$ 150 mil conseguidos com dois empresários da região completou Marcus Vinícius.
 
A Polícia não encontrou nenhum indício de envolvimento afetivo ou sexual entre Leanderson e Orlando.
 
Antes do suicídio, o padre estava abalado moralmente com a falência da paróquia, contou ainda o delegado.
De acordo com as investigações, o suspeito mantinha vida no high society de Quixadá, vestindo roupas de grife e dirigindo carros importados, por exemplo. 
 
Apesar de viajar frequentemente a Brasília e ser visto junto ao deputado, em visitas à cidade, Leanderson não tinha cargo público. 
 
Segundo a Polícia, Leanderson teve acesso ao local do suicídio antes mesmo da perícia e teria furtado o celular do padre Orlando, o que se configura alteração de local de crime. 
 
O suspeito tentou coagir ainda outras autoridades religiosas da Diocese de Quixadá, consideradas testemunhas do estelionato, tumultuando as investigações. 
 
Os quatro crimes levaram à prisão preventiva do suspeito, decretada pela Comarca de Quixadá.

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