Sedição de Juazeiro
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Jagunços de Floro Bartolomeu em Juazeiro do Norte. |
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GRANDES GUERRAS DO BRASIL , A SEDIÇÃO DE JUAZEIRO DO NORTE FOI UMA DAS PRINCIPAIS. BOA LEITURA. |
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A Revolta
ou Sedição de Juazeiro foi um confronto ocorrido em 1914 entre as oligarquias cearenses e o governo federal provocado
pela interferência do poder central na política estadual nas primeiras décadas
do século XX. Ocorreu no sertão do Cariri,
interior do Ceará, em reação à
interferência do poder central contra a política do coronelismo. Sob a
liderança de Floro
Bartolomeu e do padre Cícero
Romão Batista,[1] um exército de
jagunços derrotou as forças do governo federal, depondo Franco
Rabelo.
Após a
revolta, padre Cícero sofreu retaliações políticas [carece de fontes].
Entretanto,
permaneceu como eminência
parda da política cearense por mais de uma década e não perdeu sua
influência sobre a população camponesa, que passou a
venerá-lo como santo e profeta. Em Juazeiro do Norte, um
enorme monumento erguido em sua homenagem atrai, todos os
anos, multidões de peregrinos.
Origem
Com o
intuito de conter seus opositores, o presidente Hermes da Fonseca criou a política
das salvações que consistia em promover intervenção
federal nos estados evitando que oposicionistas fossem eleitos para
o governo estadual. O marechal Hermes da Fonseca decidiu intervir no estado do Ceará com objetivo de
neutralizar o poder das oligarquias mais poderosas da região, que estavam sob
controle do senador gaúcho José
Gomes Pinheiro Machado, um político com muita influência sobre os
coronéis do Norte
e Nordeste
brasileiro.
Eleito
intendente (prefeito) de Juazeiro em 1911, padre Cícero envolveu-se na disputa
com o presidente Hermes da Fonseca para manter no poder regional a família
Acioly. Em 1912, a interveção federal
no Ceará derrubou do poder a família Acioly, sendo nomeado interventor o
coronel Marcos
Franco Rabelo, havendo eleição apenas para o cargo de
vice-governador, na qual padre Cícero
Romão Batista foi eleito, acumulando também o cargo de intendente de
Juazeiro
do Norte. Naquela época, o padre Cícero já era conhecido no sertão
nordestino por ser considerado um homem santo e "fazedor de
milagres". Chamavam-no de "Padim Ciço".
Em 1914 Franco Rabelo rompeu com o Partido Republicano Conservador (PRC), e iniciou
uma perseguição a Padre
Cícero, destituindo-o dos cargos que exercia e ordenando a prisão do
sacerdote.
O
deputado federal Floro
Bartolomeu, aliado de Pinheiro Machado, montou um batalhão para
defender Padre
Cícero, seu amigo pessoal. O grupo era formado por jagunços e
romeiros, era a união da força de Floro com o carisma de Cícero.
O conflito
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Quando os soldados de Franco Rabelo chegaram a Juazeiro do Norte
se depararam com uma situação inusitada: em apenas uma semana, os romeiros
cavaram um valado de nove quilômetros de extensão cercando toda a cidade e
ergueram uma muralha de pedra na colina do Horto. A fortificação recebeu o nome
de "Círculo da Mãe de Deus". O batalhão, ao ver que seria impossível
romper o círculo, recuou e pediu reforços.
As forças estaduais retornaram à cidade do Crato e pediram
reforços para destruir o Círculo. Franco Rabelo enviou mais soldados e
um canhão para
invadir Juazeiro do Norte. No entanto, o canhão falhou e as forças rabelistas
foram facilmente derrotadas pelos revoltosos.
Após expulsar os invasores, Floro Bartolomeu
parte para o Rio de Janeiro a fim de conseguir aliados. Os
revoltosos seguem para Fortaleza
com o objetivo de derrubar o governador.
Na capital federal, Floro consegue o apoio do
senador Pinheiro Machado. Quando as forças juazeirenses
chegam a Fortaleza, uma
esquadra da Marinha
impôs um bloqueio marítimo na orla fortalezense. Cercado, Franco Rabelo não
teve como reagir e foi deposto.
Hermes da Fonseca
nomeou interinamente Fernando Setembrino de Carvalho, enquanto novas
eleições foram convocadas. Benjamin Liberato Barroso foi eleito governador e Padre Cícero vice
novamente.
Bibliografia
- SOUSA, Anildomá Willans - Lampião: Nem herói nem bandido... A história. Serra Talhada: GDM Gráfica, 2006.
- TAVARES NEVES, Napoleão - Cariri: ninho da história regional, berço de heróis, de mártires e de santos. Crato: Edições IPESC-URCA, 1997.
Ver também
Referências
«Fim da guerra santa». Consultado em 28 de
novembro de 2010
Muito bom saber da nossa história!
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