IDERVAL TENÓRIO: No caminho com Maiakóvski- do escritor brasileiro Eduardo Alves da Costa

Amigos, quando os intelectuais ou alguns representantes de classe, os lideres principalmente, querem fustigar, atiçar e acordar os seus pares enchem os pulmões de ar, abrem a boca e assim se pronunciam.

UM DIA, pausa , DISSE O GRANDE PENSADOR E POETA RUSSO MAIAKÓVSKI , E RECITA A POESIA Do BRASILEIRO EDUARDO ALVES .

NO CAMINHO COM MAIAKOVKI.

GESTICULANDO , DE OLHOS ACESOS E PAUSADAMENTE FALA PARA A PLATÉIA:

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.

[...]"

Isto é uma grande injustiça ou desconhecimento, uma nvez que este poema é de um brasisleiro , “EDUARDO ALVES DA COSTA

(Niterói RJ 1936) concluiu o curso de Direito na Universidade Mackenzie em 1952, em São Paulo SP. Por volta de 1960 organizou as Noites de Poesia, no Teatro Arena, em São Paulo. Participou no movimento dos Novíssimos, da Massao Ohno, em 1962. Entre 1962 e 1989 publicou a novela Fátima e o Velho, o romance Chongas e o livro de contos A Sala do Jogo. Recebeu, em 1978, o prêmio Anchieta de Teatro para a peça As Campainhas. Em 1994 foi lançado seu livro juvenil Memórias de um Assoviador. Entre 1996 e 1998 foi cronista do jornal paulistano Diário Popular. Seu único livro de poesia, No caminho, com Maiakóvski, foi publicado em 1985. A reedição é de 2003, pela Geração Editorial, com o título No Caminho com Maiakóvski; Poesis Reunida. O editor Luiz Fernando Emediato escreveu sobre o livro:

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No caminho com Maiakóvski, que não é de Maiakóvski e sim do brasileiro Eduardo Alves da Costa

A primeira vez que li o belo texto de Eduardo Alves da Costa foi numa gramática da língua portuguesa. Gostei. Muito! Copiei-o imediatamente no Jornal de Poesia. O que se conhece de Internet e livros didáticos é apenas um fragmento, mas tão forte, tão belo e independente que pode ser lido escoteiro como se fora um poema independente que, a rigor, é.

Eis o fragmento de Eduardo Alves da Costa:

No caminho com Maiakóvski

"[...]

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.

[...]"