terça-feira, 25 de abril de 2017

EDÍSTIO PONDÉ



EDÍSTIO PONDÉ

110- EDÍSTIO PONDÉ


O CÉREBRO


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Nasceu em Inhambupe, a 8 de novembro de 1900, sendo seus pais Pedro Faustino de Souza Ponde e Vitalina Mendes Pondé.
Em Inhambupe cursou as primeiras letras, com o conceituado Professor Mesquita. Concluindo o curso primário em sua terra natal, onde seu pai exercia o cargo de Juiz de Direito, passou para Salvador onde concluiu seus estudos preparatórios às próprias custas, inicialmente  empregado  de uma firma comercial, depois repórter e funcionário dos Correios e Telégrafos.
Concluídos os estudos preparatórios, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, por onde se diplomou em 1925.
Inicialmente, exerceu a clínica nas cidades de  Taperoá e Itaquara.
Em 1929, foi convidado pelo Professor Alfredo Brito, para ser Assistente de Clínica Neurológica da Faculdade de Medicina.
Em 1935, fez concurso para Docente-livre. Em 1943, passou a Professor Adjunto da mesma disciplina. Em 1949, foi catedrático interino e em 1950, após um dos concursos mais brilhantes da Faculdade, conquistou a cátedra.
A partir de então, se dedicou, de corpo e alma, à clínica e à cátedra, demonstrando, em todas as oportunidades, excelentes predicados.
Publicou numerosos trabalhos, dos quais destacamos: “Tratamento das Polinevrites”, “Mielite Lombar”, “Sobre um caso de doença de Bayle”, “Sobre a terapêutica da coréia de Sydenham”, “Meningite linfocitária de origem esquistossomótica”, “Esquistossomose medular”, e muitos outros.
Diz Loureiro de Souza: “Ao lado, porém, da sua atividade científica, havia em Edístio Ponde um lírico e um sonhador. Era, também, poeta, poeta que a ciência absorveu. Deixou, no entanto, inúmeros sonetos e poemas, de sabor nitidamente parnasiano e epigramas cheios de graça e malícia” (1).
“Tendo conhecido, na adolescência, as asperezas do caminho que o seu talento descortinava, desde cego se fez Homem. Quando outros se entretinham nas folgas da juventude afortunada, tomou das armas de que podia dispor, isto é, a pena e o livro, e se lançou na luta pela vida. Abriu, com as próprias mãos, vale dizer, com o estudo e o trabalho, a estrada, sempre pedregosa, que o conduzira às alturas em que a morte o encontrou” (2)
“Sua modéstia escondia largos conhecimentos humanísticos, profunda cultura médica, não lhe oferecendo segredos o campo da Neurologia, em que se fez mestre consumado” (Ibidem).
Plínio Garcês de Sena, seu genro e sucessor na cátedra, acrescentou: “Durante duas décadas, foi eminente professor de neurologia, tendo sido considerado pelos seus assistentes e alunos, excelente didata, claro não somente na descrição dos sintomas e sinais, como também cuidadoso na arte da apreciação diagnóstica. Dispensava aos seus assistentes particular desvelo. Escondia suas virtudes e talentos na modéstia. As suas diretrizes científicas estenderam-se necessariamente à neurocirurgia, à neuropediatria, à eletroencefalografia. Sua existência foi uma sucessão harmoniosa de ciência e de espírit, transfundidas nos ensinamentos que soube transmitir e nas belas virtudes que semeou” (1).
Faleceu em 30 de abril de 1971, após grave enfermidade.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.     Loureiro de Souza, Antônio – Baianos Ilustres. Salvador, 1973.
2.     Sá Menezes, Jayme de – Na Senda da História e das Letras. Salvador, 1994.

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