quarta-feira, 26 de outubro de 2016

SII- LEIAM. Diário de um intestino temperamental sábado, 15 de dezembro de 2007





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sábado, 15 de dezembro de 2007

Enfim, Curada

Bem pessoal, chega o fim do ano, e acho que não existe época melhor para dar boas notícias. Espero que quem esteja lendo este blog renove suas esperanças para o próximo ano, e que tudo dará certo. Assim como vocês, passei por todos os sustos da SII, do desconforto, de achar que está com algo grave, a renovação da esperança com o Zelmac e o Dicetel. E as constantes decepções ao ver que nada dava certo, que nada fazia efeito. A minha SII era do tipo "mista"posso assim dizer, pois embora eu ficasse na maior parte do tempo presa (com muco, formato esquisito), eu tinha uma necessidade urgente de ir ao banheiro após as refeições.

Li muito sobre o assunto, e acho que o momento mais importante para o portador da SII é aquele em que ele assume o que tem. Ainda são desconhecidas as causas da SII, mas uma coisa é certa, grande parte dela está nas nossas cabeças. É um círculo vicioso. 
Ela se manifesta nos momentos de mais stress, e vc se preocupa com a doença, e se sente pior ainda, e é desenganado pelos médicos e por aí vai. Eu sou pesquisadora, tenho mestrado em ciência da computação, a parte de entender o que estava acontecendo comigo era fundamental. Pela minha natureza, eu preciso saber das coisas, não gosto de coisas sem respostas. Porém, independente do que eu descobrisse, eu jamais deixei de ter fé em Deus, e que a minha cura mais cedo ou mais tarde viria. Fazemos a nossa parte, mas nunca, podemos perder a fé. Também não acho que os milagres de Deus são coisas espetaculares, sem sentido, muito pelo contrário, tudo que ele faz possui sentido, então a minha cura não veio de forma mágica, mas Ele simplesmente me mostrou o caminho.

Eu vou contar a minha história, a minha experiência, que pode não servir a todos, mas acredito que pode ajudar alguns.
Em um dado momento, procurando por todas as soluções e sem encontrar nada eu comecei a perceber que quando eu me movimentava, eu sentia uma leve melhora. Comecei a lembrar também que em épocas em que eu me exercitava, eu me sentia muito bem. Eu não tinha mais o que tentar, era minha última alternativa. Chegou um momento, em que tudo que eu comia me fazia mal (leiam os relatos antigos do blog, na verdade, quando eu comecei a escrever o blog eu já estava começando a me sentir melhor). Eu tinha acabado de casar, então tinha todo o stress da vida nova, foi um período realmente complicado. Eu mudei de trabalho, anteriormente, eu tinha que fazer uma pequena caminhada para chegar ao local de trabalho, e incrivelmente isso já ajudava. No novo, eu não precisava caminhar pois parava na porta, isso só piorava a situação, e na época, eu não tinha percebido isso.

O meu último plano então era: vou começar a fazer exercícios, talvez eu melhore. Nesta época eu já estava tomando o zelmac, e depois o dicetel. Já tinha passado daquela fase inicial da empolgação, onde esses remédios não faziam mais efeito.

Logo no comecinho, cada dia que eu fazia exrecício ao final do dia eu me sentia melhor. Mas, se eu não fizesse, era impressionante, era como se eu tivesse deixado de tomar um remédio vital. Cheguei a ficar paranóica, me exercitando até nos domingos (esteira, caminhada, abdominais, ginástica localizada). Com o passar do tempo, eu comecei a notar que eu poderia deixar de fazer exercício 1 dia por exemplo, e eu já não me sentia tão mal. Continuei com a dieta restrita, e verificando o meu progresso. Uma das coisas importantes ao portador da SII é verificar os alimentos que nos fazem mal, e evitar mesmo. Eu sabia de muitas coisas que me faziam mal, aí, dava aquela escapulida, e depois me arrependia, pois passava muito mal. Outra coisa que acontecia era: eu estava muito bem uma semana inteira, no fim de semana comia uma coisinha com leite por exemplo, era mais uma semana inteira pra poder me sentir bem novamente.

Com o passar do tempo, além dos exercícios, minha vida foi entrando nos eixos, comecei a fazer um alongamento/relaxamento, e tentando eliminar o stress, mesmo em situações estressantes. Comecei a me sentir melhor, meu cocô, já estava assumindo uma forma normal, que eu nunca mais tinha visto! Hehehe.. eu já tinha até esquecido qual era o formato normal de cocô, o que é entrar no banheiro só pra fazer o que se tem que fazer, sem drama, sem trauma. Bem, já são 4 meses sem SII, cocô normal, continuo fazendo meus exercícios, meu alongamento, sou uma pessoa muito mais calma, e como tudo que eu tenho vontade. Obviamente eu procuro não abusar, por exemplo, eu bebo leite diariamente, mas bebo leite de soja, que eu gosto até mais do que o leite comum. Mas se eu estiver em um hotel por exemplo, eu beberei um café com leite comum, sabendo que não me fará mal algum. Também não tomo mais remédio algum.

Não espero que a minha história seja a cura para todos, até mesmo pq a SII é muito diferente em cada um de nós, mas que ela seja uma ponta de esperança para aqueles que penam há anos com a síndrome.

Desejo, que assim como Deus mostrou o meu caminho para a cura, assim Ele o faça com vocês, sem nunca esquecer aquilo que ajuda durante a caminhada: Fé, cabeça, pesquisa, tranquilidade, e motilidade! Já que nosso intestino não se move vamos colocá-lo pra se movimentar.

Um Feliz 2008 para todos,
de muita paz e saúde

Bjs
Amanda

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