sábado, 9 de julho de 2016

O ANCIÃO MERECE RESPEITO


O ANCIÃO MERECE RESPEITO

E a cabeça começa a falhar, momentos de apagões acontecem com mais freqüências, desconhecer os seus e o seu ambiente passou a ser rotina, a regra. Quedas nos neurotransmissores, falhas nas  sinapses e lacunas nos dendritos fazem presença  no  dia a dia.

Nestes momentos imperam a insônia, o medo , o pânico , a insegurança, o sentimento de solidão e de abandono, o cérebro cuidador  e geneticamente atrelado inexplicavelmente entra em colapso, sai dos trilhos e mergulha numa zona de conflitos, lapso na razão e a desconexão neuronal mimetizam um ringue.

A incompreensão e a raivosidade bilateral  predominam, o equilíbrio se esvai ao mesmo tempo em que se exacerbam o medo, o pânico e a insegurança no idoso, neste ponto sedimenta-se a ausência total da memória no senil encéfalo, por fim , instala-se o caos emocional.

 Com o ancião em pânico e em  desespero, os cérebros entram em conflitos, o senil  compreende-se , fruto  de quase um século de atuação, todavia , o ainda em frutificação não encontra plausível fundamentação.

 A noite é longa e custosa, janelas hermeticamente seladas, luzes acesas e um silencio   ensurdecedor, o lapso de memória é  total, o reconhecer entra no clímax, a incompreensão trogloditiana beira o humanóide.

Desfeito o imbróglio, tudo volta à paz, a memória repescada vem à tona,  momentos de catarses, alguns acertos e todos caem nos braços de Morfeu para um despertar alegre, feliz e  muitos sorrisos.

Viva a preservação da memória, viva um cérebro e uma mente sã, viva a vida com compreensão, equilíbrio e respeito junto aos seus maiores baluartes.

O homem é apenas o cérebro e este um dia entrará no útero dos seus descendentes, basta viver acima da média  com saúde orgânica , para que o encéfalo cansado, calcificado e em desativação entre em colapso, colapsos transitórios e  naturais.

O cérebro e o tempo  não perdoam , viva a valorosa, cuidadosa   e insubstituível família, viva o equilíbrio, viva a mente sã.

Iderval Reginaldo Tenório

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